The Only Exception escrita por Tetchy


Capítulo 1
Capítulo 1




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Parece que tudo está relacionado a um mesmo garoto.

O garotinho que pulou em cima de mim na brincadeira de polícia e ladrão. Ah, como eu o odiei, eu sempre era a última a ser pega, mas esse garoto me marcou desde o começo. Eu vi o olharzinho dele faiscar na minha direção quando foi decidido que ele seria polícia e eu ladra. Eu tinha sete anos e ele oito, e depois dessa primeira vez,  todas as outras vezes que nossas séries brincavam juntas, eu fazia questão de colocar ele na cadeia e ele fazia o mesmo comigo. Aquele maldito garoto.

Talvez tudo tenha começado aí. Quando eu comecei a odiá-lo.

Ou talvez tudo tenha começado quando me mudei para o colégio novo. Ou talvez tenha começado no meio disso tudo, quando eu vi meus pais se separarem. Um dia meu pai chegou de viagem mais cedo para fazer uma surpresa para a mamãe. Esse dia ele me fez dormir na casa da vovó, no outro, quando voltei, minha mãe não estava mais lá.

Meu pai passou uns bons dois anos chorando escondido. Eu nunca mais vi minha mãe, ela ligava algumas vezes querendo falar comigo, mas se meu pai atendia não passava o telefone para mim e me repreendia toda vez que me pegava no telefone com ela.

Ele nunca me contou o que ela fez, só me falava que ela era uma mulher muito má e que eu nunca, nunca mesmo, deveria agir que nem ela. E só por isso ele não me deixava falar com ela, porque ele queria que eu me tornasse uma “moça decente”.

Ela casou de novo, até mandou um convite para o nós. Nesse dia meu pai bebeu pela primeira vez e num discurso me contou que eu nunca deveria me apaixonar por outro ser humano se quisesse ser feliz. Eu devia me apaixonar por outra coisa, como livros, filmes e música. Nada romântico, porque era besteira se apaixonar por uma história de amor impossível de acontecer.

E foi assim que eu comecei a fazer aula de canto e guitarra, me apaixonei de verdade por isso. Desde o começo cantei músicas sobre encontrar felicidade em lugares alternativos, eu nunca cantaria sobre coisas inexistentes, como o amor.

Na minha primeira apresentação, meu pai me prometeu que nunca mais colocaria um pingo de álcool na boca, porque ele temia que isso o matasse e se ele morresse, nunca poderia mais poderia me ver cantando e isso seria o fim do mundo para ele.

Dentro de casa, meu mundo era perfeito, nada me incomodava. Eu tinha meu pai ali, minha guitarra e as melhores panquecas do universo. Não precisava de mais nada.

Minhas amigas começaram a me excluir depois que elas começaram a sair com garotos e eu os continuava ignorando. Qual era a graça de sair comigo se não podíamos sair num encontro duplo? E o fato de que eu não me empolgava cada vez que elas eram beijadas e não chorava com elas cada vez que elas eram chutadas, não me tornavam uma boa companhia.

Então eu comecei a andar com os garotos mais excluídos, os que nunca conseguiriam um encontro. Eu os achava encantadores, eles eram tudo que as garotas reclamavam que os namorados não eram: doces, inteligentes e engraçados. Por insistência minha, eles todos começaram a fazer aula de música. Logo nós tínhamos uma banda.

Eles me deixavam fazer o que eu quisesse com a aparência deles, aos poucos eles começaram a despertar interesse em pessoas do sexo feminino. Eles tinham uma banda, isso era o suficiente para algumas garotas.

No começo eles ficaram desesperados, não saberiam como agir num encontro. Pacientemente, passei todo o meu conhecimento adquirido nos meus anos de aventureira. Até concordamos em treinar beijos juntos. Depois, eles se tornaram experientes. Nenhum deles realmente tinha vontade de se envolver, eles sonhavam com uma vida de rock star pegador.

Meus quatro melhores amigos eram minhas almas gêmeas. Agora meu mundo perfeito podia ser resumido a: papai, panquecas, música, Josh, Ian, Ryan e Anthony.

Com 15 anos, chegou a terrível hora de mudar de colégio. Nós cinco decidimos ficar juntos, a escolha de um colégio bom o suficiente para todos foi o pior. Nenhum era bom para Anthony, que se mudara para o outro lado da cidade, depois de muito tempo discutindo, a mãe dele concordou que ele dormisse aqui em casa nos dias de aula. Feito isso, todos nós fomos para o mesmo colégio.

Lá eles ficaram famosos, as garotas começaram a se jogar em cima deles, eu sentia que os estava perdendo. Então decidi que era hora de começarmos a fazer shows. Eu não sabia como. E foi assim que reencontrei meu pior inimigo.

 


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