N/Jason.

Ganhei uma resposta da “Kitty” e estou tentando ficar mais calmo. Tenho medo. Eu poderia viver mais. Já era! Todos os meus sonhos já se foram! E eu nem me lembro de mais do que eu queria.

Já estava quase chagando o dia de Halloween. Acho que deveria ser divertido, talvez eu possa sair daqui. Vai dar tudo certo!

Estava no meu quarto, tentar fingir que estava bem, normalmente, se meus pais descobrissem a verdade iriam achar que eu enlouqueci, e se eu provar pra eles vão ter um ataque cardíaco. Arrumei-me. Saí do banheiro. Lá estava Kitty, mexendo nas minhas coisas.

–Oi? O que faz aqui? Não gosto que fiquem entrando no meu quarto sem pedir. É que eu quero ter privacidade- falei.

– Okay. Olha. O quarto pode ser seu, mas eu já morava nessa casa antes de você chegar. E também eu já vim muitas vezes aqui e você nunca reclamou- explicou rindo.

– Como assim? Como morava aqui?- perguntei- lembrei, você é aquela garota que vivia invadindo o meu quarto!

– Bem.., eu morri nessa rua, bem na frente dessa casa, no jardim- explicou nervosa- hey cara, será que da pra você se vestir logo, você está me deixando nervosa só de toalha.- falou olhando pra minha toalha- voltando a conversa, eu fiquei morando aqui por 3 anos. Até a casa ser vendida pra vocês.

– ah, Okay. Quanta pessoa tem nessa casa?- perguntei curioso e medonho.

– sua família e a do Angel, só- respondeu.

–só? Serio? Não tem mais ninguém?tudo bem. Como eu morri?- perguntei. A cada pergunta que eu fazia mas ela não prestava atenção.

– Você quebrou o pescoço. Foi horrível, acho que é porque você caiu da escada e bateu a cabeça também! Por isso se esqueceu das coisas- tentou explicar. Ela estava olhando os objetos no meu guarda-roupa- o meu caso foi assim- amostrou uma marca de tiro no peito. Foi estranho, já não havia sangue - Gosta de One Direction? Justin Bieber?

– Gosto, mas quem é fanática é a minha irmã, tem um monte de pôsteres- falei- eu até tenho uns aqui. Bem que eu queria ser como eles. Sou BoyDirectilieber, nome estranho, não acha?

– Sim. Ah eu vi os pôsteres no quarto dela. Ela tem cada um mais lindo do que o outro. Sabia que ela tem um diário? São engraçadas as coisas que ela escreve. Olha u não quero me intrometer, mas eu acho melhor você ajudar ela a se sentir a vontade na família, ela não está nada bem!- explicou com uma cara de quem comeu e não gostou. Perdi a atenção dela quando fui pegar minhas roupas para vestir, aí quando eu me virei para falar com ela, já havia sumido.

–HUM, acho que ela não nasceu com paciência!

Já era noite, fui dormir. Na manhã seguinte meus pais foram me chamar para ir à escola. Eu não dormi. Nem sento sono.

–Filho vai! Irá se atrasar para a escola!- falou minha mãe com uma voz doce.

–Não vou hoje, mãe. Acho que estou doente, com muita dor- essa foi a primeira desculpa que veio na minha cabeça.

–Você vai ficar bem? Se sim, nós já vamos. Okay?

–Tudo bem, podem ir!- respondi.

Depois eles saíram e eu fui aproveitar o tempo livre, quase livre eu tinha. Já faz tantos meses e só agora que eu fui perceber que essa casa é muito chata!

Fui ver em cima da penteadeira do meu guarda-roupa. Havia um bilhete, não realmente um bilhete, mas uma carta. Tinha uma história, era a história da casa.

– É mal-assombrada?- perguntei a mim mesmo.

–Amaldiçoada- alguém respondeu.

–Kitty?- me virei e vi que não era ela. Era um garoto. Parecia que ele era jogador de futebol americano.

–Angel, namorado da Kitty- respondeu. Ele estava com cara de quem poderia soletrar “minha namorada” se eu não entendesse- vem cá! O que você quer com a Kitty?

–Você também está...?

–Não foi essa a minha pergunta- reclamou com raiva.

N/Clarisse.

1hora antes.

Querido Diário.

Nessa manhã bateram na porta de casa. Fui atender e era o Cedrico. Ele me disse oi e depois me deu um buquê de flores, eram rosa. Minha mãe estava lá atrás tomando café da manhã, parecia que queria gritar: “vai em frente!!!”. Já o meu pai não estava gostando muito daquela visita. Agradeci o presente dele, depois avisei que eu não tinha tempo, mas eu poderia ver ele quando voltasse da escola. Falamos “Okay?Okay.” Aquilo foi incrível, fiquei me lembrando do livro e do filme de “A culpa é das estrelas”, foi tão lindo! Depois fui à cozinha arrumar um vaso para colocar as flores e fui tomar café.

– Hey, mãe? Cadê o Jason? Será que ele está bem?