Green Eyes escrita por Charlotte


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Yey! Primeira RachTavian, espero que gostem!
Boa leitura :)



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Rachel estava entediada. Há tempos o espírito de Delfos não a “sequestrava”, e já fizera milhões de vezes só naquele dia absolutamente todas as atividades do acampamento. Sem falar que seus amigos ainda estavam na missão, o que lhe implicava em não ter ninguém para conversar. Enrolava um cacho de cabelo no pincel, enquanto encarava a tela branca. Nem ideias para pinturas vinham em sua cabeça.

De repente, uma voz ecoou por toda a Colina Meio-Sangue. Era do Sr. D, o diretor do acampamento, ou simplesmente Dionísio. Às vezes Rachel pensava se não era um tanto irresponsável colocar o deus do vinho como diretor de um acampamento para semideuses, mas resolveu descartar o pensamento e ouvir o que ele tinha a dizer.

-- Atenção, campistas. Fui informado que receberemos visitas hoje no Acampamento. Por isso, arrumem suas coisas e vão para a fogueira, pois teremos um discurso feito por minha pessoa. Não entendo bem o porquê, mas isso deve fazer parte dos meus anos de punição à frente do Acampamento Meio-Sangue. Ou não. Que se dane! Enfim, não digam asneiras, não me decepcionem: palavrões, grosserias, convites para duelos de bigas, flertes inconvenientes e blá-blá-blá serão sumariamente investigados, e seus autores, severamente punidos. Não me forcem a repetir isso. Até lá.

Um murmúrio podia ser ouvido ao longe. Provavelmente, todos estavam com a mesma dúvida: quem eram os visitantes?

Como se seus pensamentos pudessem ser lidos, Sr D voltou ao microfone:

-- Ah, sim, vocês devem ter ficado curiosos, não? Eu sei que ficaram... Enfim. Nossos heróis venceram a guerra contra Gaia, e a paz entre gregos e romanos foi restaurada. Cá entre nós, ainda bem. Estava ficando chato mudar o tempo todo de modelito. Bem, então, nossos novo aliados, os romanos, farão uma visita ao nosso acampamento. Isso é tudo. O que estão esperando para cumprir as ordens? Vamos!

Rachel revirou os olhos, e foi dar um trato na gruta onde ela recebia as profecias. Realmente, estava precisando de uma limpeza. Teias de aranha gigantes encobriam as paredes, e ela chegou até a encontrar um furão, que infelizmente, não aceitou sua amizade.

Depois de algum tempo limpando, a caverna finalmente estava aceitável. Trocou de roupa e viu a clássica escova azul. Sentiu um aperto no peito, lembrando de Percy. Será que estava vivo? “Ora, pare de ser ridícula! Obviamente ele sobreviveu!”, repreendeu a si mesma, ainda que tivesse lá suas dúvidas.

Seu celular vibrou no bolso da calça (sim, Rachel tinha um celular, mas só para emergências), e a menina olhou para a tela. Era Annabeth.

Há algum tempo atrás, receber uma ligação de Annabeth era uma coisa realmente incomum ou um sinal de que as coisas iriam ficar sérias dali adiante. Mas as duas fizeram as pazes (concordaram que era realmente irracional brigar por Percy), e agora eram muito amigas. Nesse caso, a ligação da loira não apresentava nenhum alerta. Ou talvez não.

-- Annie! Graças aos deuses você está viva!

-- Sim, graças aos deuses estamos bem, obrigada! Rach, você pode vir aqui na entrada do Acampamento, por favor?

-- Claro! Estou indo praí!

Rachel saiu correndo colina abaixo, e logo pôde avistar um grupo de adolescentes de roxo e Annabeth os recepcionando.

-- Oi, Annie. Quem são?

-- Ah, sim, Rachel! Então, são os romanos que lutaram conosco contra Gaia. Eu queria te pedir um favor... Octavian, que é o Oráculo de lá gostaria de conhecer o nosso. – ela deu uma piscada para Rachel. – Aqui está ele. – disse, se virando para o tal Octavian.

-- Ela é o seu Oráculo? – o garoto louro e magricela disse, com cara de desdém. Rachel sentiu suas bochechas esquentarem, e segurou sua língua para não mandá-lo para o Tártaro.

-- Sim, eu sou. Me acompanhe, por favor. – a ruiva agarrou o braço de Octavian, e o puxou para dentro do acampamento.

-- Ei, ei, eeei! Espere, me solte!

-- Apenas cale a boca e me siga. Não queria conhecer o Oráculo? Seu pedido é uma ordem. – Rachel ironizou e Octavian bufou.

-- Sabia que não deveríamos nos relacionar com graecus...

-- Duvido que tenha sido você que tenha aprovado isso. Com essa prepotência... Saiba que aqui no Acampamento, nós temos os melhores lutadores e uma infinidade de armas que poderiam mata-lo num piscar de olhos. Então...

-- Está me ameaçando, garota? – ele a encarou duramente, e Rachel sustentou o olhar. O azul frio dos olhos de Octavian suavizou um pouco, e um rubor tomou conta de suas bochechas. Rachel se surpreendeu com a reação dele, e sentiu-se corar também. Desviou o olhar.

-- A-acho melhor irmos logo. Quanto menos durar isso, melhor.

-- Hã, sim, concordo. Por que eu disse isso? EU é quem devo decidir isso!

-- Por favor, somente ande logo.

Depois de alguns minutos de caminhada e reclamações de Octavian, os dois finalmente chegaram à gruta.

-- Bem, não é muito, mas serve.

-- Não é quase nada, mas enfim... Onde estão suas pelúcias?

-- Como é que é? Pelúcias?

--Obviamente. Como você faz as profecias?

-- Bem, o espírito me sequestra quando há algo para se dizer. Eu fico inconsciente por alguns minutos, e logo volto ao normal.

Octavian a observava como se ela fosse uma aberração.

-- Mas ainda não entendi o porquê de se ter um bichinho de pelúcia quando se é um Oráculo. – a menina disse, olhando estranho para os ursinhos de pelúcia no cinto do garoto.

-- Ah, sim, claro. Caham... Faço sacrifícios para os deuses, e eles nos enviam profecias. Queimamos as pelúcias, e em troca, recebemos as informações que precisamos. – ele disse, enchendo o peito e com um sorriso de triunfo no rosto. – Afinal, todos concordamos que estava dando prejuízo fazer sacrifícios com carne...

-- Sacrifícios... Você sacrifica ursinhos de pelúcia? – Rachel disse, repreendendo uma risada.

-- Sim.

Não aguentou mais segurar, começou a gargalhar.

-- Do que está rindo, graecus?

-- Nada, nada...

-- Onde estão os seus?

-- Os meus o que?

-- Suas pelúcias, obviamente.

-- Pra que você quer ver meus ursinhos de pelúcia?

-- Quero saber se pelo menos no caso de profecias vocês fazem alguma coisa direito.

-- Está dizendo que somos incompetentes?

-- Suas instalações são pobres de detalhes. O espaço é menor. Vocês espalham os chalés como espalham meias no quarto. Nem possuem um Senatus! E o pior: apelam para meios primitivos e ineficazes para receber profecias. O que falta? O diretor do acampamento ser o deus do vinho?

-- Hã... Tecnicamente...

-- Não me diga que...

-- Na verdade, ele deveria fazer isso. Mas apenas reclama, erra os nomes dos campistas e fica sentado na Casa Grande jogando pinochle com Quíron e tomando Diet Coke.

-- Deuses, onde viemos parar...

-- Pois é. Mas não mude de assunto, espertinho. Acha que eu sou surda? Você fala como se o seu acampamento fosse melhor...

-- E é.

-- Mas é metido mesmo... Já que é tão ruim, por que você não volta logo para o seu acampamento idiota? – Rachel apontou o dedo no peito de Octavian, quase gritando. A caverna fazia um eco com a sua voz.

-- É o que eu mais quero fazer, garota!

-- Em primeiro lugar: a garota tem nome. E outra: o que você está fazendo aqui? – uma voz soou atrás deles, e o peito de Rachel se encheu de alegria.

-- Percy! – a ruiva saiu correndo e o deu um abraço apertado. – Graças aos deuses, vocês estão todos bem!

Octavian deu um muxoxo, revirando os olhos. Ficou claro que a relação entre os dois não era das melhores.

-- Bom ver você também, Rachel. Então, o babaca do Octavian está te incomodando?

-- Tem como não incomodar? Estou apenas fazendo um favor para a Annie.

-- O que você quer?

-- Estava vendo como os graecus são atrasados. Ela nem tem uma pelúcia!

-- Gah! Nem me fale de pelúcias. Eu ainda não superei a perda do meu panda.

-- Era necessário, pare de reclamar! Sem mim vocês nunca teriam descoberto a profecia!

-- Nós já sabíamos há muito tempo, bem antes de você, inclusive.

-- I-isso não importa.

-- Tanto faz, tanto faz. Agora saia daqui, ou eu vou tacar minha escova azul em você! – Rachel disse, e Percy riu.

-- Sério? Você ainda tem aquela escova?

-- Em cima do criado mudo! Uma garota prevenida vale por duas.

-- Sim, realmente.

-- Desculpe, se isso deveria me assustar... Não conseguiu. – Octavian disse, com arrogância.

-- Pois deveria. Rachel acertou Cronos na cabeça com essa escova. Lembre-se: ela fez um dano grave em um titã. Que chances você tem contra ela?

Octavian franziu a testa, e Percy e Rachel trocaram um soquinho.

-- Agora dê o fora. Se veio aqui só para reclamar os modos como eu recebo uma profecia, eu dispenso.

-- Ótimo. Cansei de ver atraso em relação ao meu acampamento.

-- Acampamento de Reyna, você quis dizer.

O rosto de Octavian começou a se esquentar, e ele saiu tão irritado, que Rachel pensou que ele fosse soltar fogo pelas ventas como a cabeça do meio de uma hidra.

Percy começou a rir, e abraçou Rachel, que corou violentamente.

-- Adoro irritar o Octavian. Ele é insuportável!

-- Sim, eu percebi... – Rachel disse, torcendo para que seu rosto não estivesse rubro. – E onde está o resto?

-- A Annie você já viu, Jason e Piper estão indo visitar Leo no bunker, Hazel e Frank estão visitando o acampamento com Nico, e... Eu estava de bobeira, então... Achei que estivesse aqui... E, hã... Vim fazer uma visita. – Percy disse, um pouco encabulado.

Rachel sentiu o rosto esquentar, e reprimiu o desejo de beijá-lo. Afinal, Percy gostava de Annabeth, e ela mesma não tinha certeza sobre o que sentia por ele.

-- Ahn, s-sim, obrigada... Eu... Queria dizer que... – antes que Rachel pudesse terminar sua frase, pôde-se ouvir vários gritos de comemoração.

-- O que está acontecendo?

-- Vamos lá ver! – Percy pegou a mão de Rachel (que tentou ignorar o pulo que seu coração deu), e os dois saíram correndo.


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Notas finais do capítulo

Reviews? :3



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