24 de julho

É normal sentir- se tão bem e tão mal ao mesmo tempo?

Por um lado minha vida continua a mesma merda de sempre, tirando alguns itens adicionais, como a puta que meu pai esta comendo. Rosalie seria patética e eu estaria rindo da cara dela neste exato momento, mas parece que esta garota é mais esperta do que as outras vadias do meu pai. Ela acha realmente que vai conseguir um anel do dedo, isto ficou claro hoje de manhã, quando eu acordei e a encontrei na mesa do café da manhã simplesmente dando ordens aos empregados. E ela ainda tivera a ousadia de sorrir pra mim e dizer que queria ser minha amiga afinal “em breve serei sua mãe” Bom, eu poderia tê-la tratado como as outras e ignorado sua presença, mas quando ela disse esta idiotice eu não resisti e falei exatamente o que eu pensava dela. Ela ficou muito puta, mas eu não estou nem aí. Antes que eu pudesse sair da mesa meu pai apareceu e disse que hoje teria uma festa em casa para sua nova namorada. Ok, esta tal de Rosalie é realmente muito esperta para conseguir algo assim tão rápido. Mas o que ela não sabe é que Royce King é mais esperto que uma cobra cascavel e assim que ele se cansar de sabe lá o que ela deve fazer muito bem pra mantê-lo interessado, ele a colocará pra fora da sua vida sem nenhum arrependimento. Royce é assim. Ele só se importa com seu dinheiro. E infelizmente, comigo. Eu não estava nem um pouco a fim de participar daquela festa, mas eu sabia que não ia adiantar nada eu me rebelar e não ir. Royce me colocaria num vestido de grife e me arrastaria escada abaixo ele mesmo se fosse preciso.

Mas eu agora tinha um trunfo. Um motivo para irritar meu pai e fazê-lo ver que eu não era sua marionete sem vontade. Eu tinha um namorado chamado Edward Masen. Eu sinto vontade de sorrir ao me lembrar do nosso jantar de ontem. Ele era mesmo um cara legal. Muito legal. Mais legal do que seria necessário na verdade. Inferno, eu não queria ter nenhum tipo de empatia por aquele cara. Ele era apenas o garçom bonito que eu pagava pra fingir seu meu namorado. Mas ontem à noite eu me vi conservando com ele como se nós estivéssemos mesmo em um encontro. E hoje foi a mesma coisa. Eu realmente me diverti pela primeira vez na vida em uma loja. E acho que isto talvez tenha um pouco a ver com o fato dele ficar muito gato em um smoking. Muito gato mesmo. E depois teve aquele momento estranho quando ele perguntou se ia ter que me beijar. Eu de verdade não esperava ficar excitada apenas com a simples sugestão de um beijo. Não mesmo. Mas naquele momento eu quis que ele me beijasse. E isto me assustou pra caramba. Eu não deveria querer estas coisas com aquele cara. Por mais legal e lindo que ele fosse.

Mas daqui algumas horas ele estará aqui para o maldito jantar para a vadia do Royce. E só de pensar nele do meu lado, todo lindo num smoking e fingindo ser meu namorado, eu sinto meu coração disparar de ansiedade.

E medo.

Um medo tão grande que eu nunca senti na vida.

26 de julho

Esta foi a primeira noite que eu sonhei com Edward Masen.

Nós andávamos por uma floresta escura. Eu o seguia sentindo muito medo de me perder, mas eu me esforçava para não perdê-lo de vista até que chegávamos ao rio Charles. Ele me despia e me levava para dentro do rio. Eu queria desesperadamente que ele me tocasse, como tinha feito de verdade naquela noite. Como eu havia implorado que ele fizesse. Mas ele apenas ficou me olhando sem nada dizer. Por que ele não me tocava? Então eu achei que talvez ele tivesse esperando meu consentimento. Mas quando eu abri a boca para falar, ele mergulhou nas águas escuras e desapareceu. Eu o chamei muitas vezes, olhei para todos os lados. Mas ele tinha desaparecido. Eu estava sozinha naquele rio.

Eu acordei assustada e com um vazio horrível no peito. Por um momento imaginei nunca mais ver Edward. Afinal, era isto que meu pai queria. Era isto que ele tinha gritado para mim, tanto naquela noite da festa quando me arrastara para fora e vomitara todas as suas ordens ridículas em cima de mim, quanto na manhã de ontem quando voltei da casa de Edward.

Eu sabia que meu pai ficaria furioso com meu “namoro”. Não foi por isto que eu inventei aquela farsa? Mas eu não imaginei que o poder que Royce julgava ter sobre mim fosse tanto. Talvez eu tenha sido inocente em achar que ele apenas veria que eu não ia namorar Demetri e Felix porque ele assim ordenou e me deixasse em paz, pelo menos neste quesito. Mas eu estava enganada.

Como também acho que estava enganada em relação a Rosalie. Eu não sei que tipo de jogo ela estava fazendo, mas ela tinha mais poder sobre Royce do que as outras. Talvez ela conseguisse um anel no dedo afinal. Se levar em conta o tanto que meu pai ficara bravo naquela festa depois que eu a insultei. Ele pediu que eu voltasse pra festa e pedisse desculpas. Eu me recusei e o chamei de idiota por não perceber que Rosalie queria apenas seu dinheiro e ele aproveitou pra jogar na minha cara que Edward também só queria isto de mim. E quem podia dizer que não era verdade? E como uma idiota eu senti meus olhos se enchendo de lágrimas e não fora capaz de revidar mais.

Por que eu ainda ficava brava por todos quererem apenas meu dinheiro? Eu deveria estar acostumada.

Mas Edward me levara com ele naquele naquela noite. E eu decidi fingir que o que tínhamos era mais do que um negócio. Eu queria acreditar, pelo menos por uma noite que eu era só uma garota comum, entrando num rio com um garoto que a desejava de verdade.

Talvez Edward fosse bom demais no que ele fazia, porque eu realmente acreditei nisto. De verdade. Por todo momento em que suas mãos estiveram e mim, que sua boca me beijou. Mas meu cérebro traiçoeiro tomou as rédeas quando meu corpo ameaçou sucumbir. “Isto não é real, menina tola”

E eu me afastei

Mesmo depois disto, ele ainda quis ficar comigo, me levou pra casa dele e foi de novo um cara muito legal em me deixar dormir lá, sem tentar mais nada. O que eu quase lamentei quando deitei no quarto de seu amigo sozinha.

Eu era mesmo uma idiota. Se eu queria ficar com ele, porque não deixei ele fazer o que quisesse naquele rio?

Ok, ele era um garoto de programa, mas e dai? Não era como se nossa relação fosse um conto de fadas. Tínhamos um trato. Eu daria dinheiro e ele fingiria. Fazer com que nosso acordo envolvesse sexo não seria um pecado mortal seria? Ele fazia isto o tempo todo.

Mas no fundo eu sabia por que eu não ia adiante. Por que eu tinha medo daquele frio na barriga que eu sentia cada vez que Edward prendia seus olhos em mim. Por que eu sentia de alguma maneira que ele me queria de verdade. O que devia ser alguma fantasia idiota da minha cabeça.

Mas contrariando todo meu pensamento racional, eu fui parar na cama dele naquela mesma noite. Eu fiquei envergonhada quando ouvi as vozes do amigo e da namorada e não queria ser pega ali, então corri para o quarto de Edward. Eu deveria tê-lo acordado, mas o que aconteceria se eu fizesse isto? O que eu já começava a fantasiar que acontecesse? Eu sabia que a cada hora que eu passava junto a Edward, mais eu me deixava levar por aquela fantasia boba.

Então eu apenas dormi para acordar com ele grudado em mim. Excitado por mim.

Eu devia ter ficado brava, ou com medo. Mas eu apenas senti como se fosse... Natural.

Me fez desejar acordar sempre sim, grudada nele. Excitada com ele.

Naquele momento eu quis muito perder minha virgindade com aquele cara que conhecia há apenas alguns dias e que transava com qualquer mulher por dinheiro. Mas não me importava porque ele disse que queria transar comigo também.

E eu confessara que nunca tinha feito sexo antes. O que era algo vergonhoso talvez para uma garota de vinte anos. Mas eu não tinha muita oportunidade neste sentindo na minha vida superprotegida. Eu nunca senti que um cara me queria mesmo. Eles sempre queriam mais o dinheiro do meu pai.

Mas não era isto que Edward queria de mim? Dinheiro? Era obvio que ele estava excitado comigo, mas ele devia ficar excitado com todas as mulheres que pagavam pra ele antes. Para os homens isto era natural, acho. Não tinha que envolver sentimento.

Então o que havia de diferente em Edward Masen que me fazia não querer recuar com ele?

Talvez o fato de o desejar tanto, que não importava os motivos dele.

Talvez eu quisesse ser apenas uma garota de vinte anos com a cabeça virada por uma paixão. Daquelas que nos faz esquecer tudo o mais.

Mas eu vou ter coragem de ir em frente e contrariar as ordens do meu pai? Ele estava furioso quando eu cheguei com Emmett ontem. Me proibiu com todas as letras de voltar a ver Edward. Eu acho que gritara algo do tipo “-Você não pode fazer isto! Eu sou adulta! Eu apenas cansei! Não pode controlar tudo!” E subi para o meu quarto e fiquei trancada lá pelo resto do dia. Dormindo e sonhando com Edward Masen.

Eu não queria seguir as ordens do meu pai.

Eu queria continuar com meu namoro de mentira com Edward Masen.

Fode-se o resto.

Hoje eu vou à tal festa se aniversário que ele estará e ninguém vai me impedir.