Inesquecível escrita por Ju Dantas


Capítulo 10
Inacabado




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Inacabado: Algo que ainda não foi concluído

Depoimento de Edward Masen

Bella tinha gosto de proibido e de perfeição.

E eu apenas deixei todo meu desejo acumulado desde que ela aparecera na minha frente pedindo um cigarro, emergir e dominar minhas ações.

Dominar minha língua que mergulhava em uma expedição em busca da dela, macia, quente e atrevida, que envolveu a minha como velhas conhecidas, dando boas vindas.

Dominar minhas mãos que deslizavam por suas costas úmidas até se perder em seus cabelos, extasiadas por finalmente poder estar emaranhadas naquela maciez.

Parecia que fazia anos e não dias que eu queria ter ela assim, enroscada em mim, com seus pequenos dedos presos em meus cabelos e me beijando como se tivesse o mesmo desejo que eu.

Porra, eu soltei um gemido exultante contra seus lábios ao me dar conta que isto era mesmo verdade. Isabella King me queria do mesmo jeito que eu a queria desde que nos conhecemos.

Eu a tinha em minhas mãos agora.

Eu poderia fazer o que quisesse agora.

Esta informação pulou em meu cérebro e correu para contar a novidade ao resto do meu corpo que se aqueceu e ganhou vida, especialmente aquela parte que sonhava estar dentro dela.

Eu precisava estar dentro dela.

Outro gemido escapou dos meus lábios, enquanto minhas mãos desceram de novo por sua pele molhada, a apertando mais, marcando território numa mensagem clara.

Ela estava onde eu a queria e eu não a deixaria se afastar.

Mas ela separou os lábios dos meus, respirando depressa e encostando a testa na minha. Minha boca gemeu em protesto. Minhas mãos subitamente possessivas se negavam em soltá-la.

–Você pediu que eu a tocasse – era quase um protesto. Uma necessidade de confirmação de seu pedido anterior.

Ela não poderia retirar isto agora. Não poderia desapontar minhas pobres e afoitas mãos.

–Eu sei – sua voz não passava de um sussurro – mas eu tenho medo.

–Por quê? – Eu senti meu coração se apertar com sua incerteza.

Inferno, por que eu tinha que ser um cara legal?

Eu poderia beija-la de novo e fazer seus protestos morrerem em gemidos quando minhas mãos tomasse conta do que já considerava direito delas.

E eu poderia fazer outra parte da minha anatomia feliz, quando estivesse dentro dela.

Era quase como sonhar como o paraíso.

–Me desculpe – ela pediu por fim e eu entendi de vez que não ia mais rolar.

Minhas mãos caíram na água, cheias de decepção.

Eu obriguei o resto do meu corpo, que estava gritando palavrões revoltados a se afastar.

Ela levantou a cabeça e me fitou. Seus olhos são dois buracos negros de medo e dor.

Eu queria estar bravo com ela. Queria sair daquela água e deixa-la lá, sozinha com suas confusões.

Mas eu sentia apenas vontade de protegê-la.

Até mesmo de mim.

–Tudo bem. Vamos sair daqui. – eu disse por fim e segurei sua mão a guiando para fora da água.

Não nos olhamos enquanto colocávamos nossas roupas de volta.

–Vem, vou te levar pra casa – eu subi na moto.

–Não quero ir pra minha casa. – seu olhar era tão desamparado que me deixou desarmado e eu me vi dizendo que ela não precisava ir pra sua casa.

–E para onde eu vou? – ela parecia uma criança perdida parada ali, com restos de maquiagem no rosto úmido.

Eu sorri e a puxei para subir na moto.

–Apenas venha comigo.

–Onde estamos? – ela perguntou quando saltamos.

–No meu prédio – expliquei, abrindo a porta e ela me seguiu pelos corredores gastos até a porta velha do meu apartamento. – bem vinda a vida real – eu fiz sinal para ela entrar na minha frente, e acendi a luz.

Eu deveria estar louco de trazer Isabella king para meu apartamento zoado, mas o que eu poderia fazer?

Ela disse que não queria ir pra casa.

E para dizer a verdade eu ainda não me sentia preparado para tirá-la da minha vista.

Ela olhou em volta, curiosa. Talvez ela pedisse para ser levada pra casa, afinal.

Mas ela me encarou divertida, com aquele sorriso irônico que lhe era peculiar.

–É bem diferente dos hotéis cinco estrelas que estou acostumada, certamente.

–Muito diferente do que esta acostumada, mas eu prometo que não temos baratas. Ou pelo menos acho que matamos todas.

–Eu acho que nunca vi uma barata.

Foi minha vez de rir.

–Eu devia ter deixado alguma viva pra te mostrar então. – Coloquei a chave no aparador e fiz sinal para ela me seguir – Vem, precisa se aquecer. Pode tomar um banho se quiser.

–Eu não tenho o que vestir

Eu respirei fundo, tentando conter as imagens indecentes dela andando pelada pelo meu apartamento.

–Eu te empresto uma roupa minha – respondi, abrindo a porta do banheiro.

Pelo menos depois que Alice começou a dormir ali com Jasper, havia coisas como shampoos femininos e alguma ordem.

–Tem toalha na gaveta da pia. E a Alice deve ter deixado seus shampoos por aí.

–Ela não vai se importar? – Bella indagou insegura,

–Claro que não.

–Eles estão em casa?

–Não. Hoje é dia do Jasper dormir na casa dela.

–Ah, tá...

–Hum, certo, fica a vontade – eu comecei a fechar a porta, mas ela me chamou.

–Edward?

–Sim?

–Obrigada por fazer isto.

–Sempre a disposição madame - eu fechei a porta atrás de mim.

Fui para o quarto e tirei minhas próprias roupas e coloquei uma calça de moletom e uma camiseta e peguei para Bella. Ficaria grande nela, mas devia servir.

Escutava o barulho do chuveiro e de novo me obrigava a não deixar minha imaginação ganhar asas.

Ela estava no meu chuveiro. Nua.

E eu era tão babaca que nem ia tentar nada.

Por que eu me lembrava de seu olhar amedrontado na água quando as coisas começaram a sair do controle. Ela não queria isto de mim, pensei, com certo amargor.

Ela havia me contratado para fingir e não para por minhas mãos nela, como um tarado qualquer.

Mas ela havia pedido, minha mente gritou.

Então porque recuou?

Quando eu pensava que estava começando a entendê-la, eu voltava à estaca zero.

Isabella King era um poço de contradição.

–Oi – eu caí dos meus pensamentos ao ouvir sua voz e prendi a respiração ao vê-la na porta do quarto, vestindo apenas uma toalha em volta do corpo.

Meu pau quase adquire vontade própria e sai das minhas calças para me estapear por querer ser um cara legal.

Ele não estava nada feliz comigo naquele momento.

–É, eu separei uma roupa para você – disse, pegando a camiseta e entregando a ela – fique a vontade.

E sai do quarto quase correndo, como se tivesse deixado o demônio para trás.

Tranquei-me no banheiro para tentar achar algum domínio sobre minha mente e então vi o vestido no chão. E sua calcinha.

Entrei no chuveiro e mudei a temperatura da água para o gelado.

“Isabella King e eu temos apenas um acordo. Ela deseja apenas que eu cuide dela hoje a mantendo longe seja lá do que ela precisa em sua casa. E só”

Eu repeti este mantra até estar tão frio como um vampiro ao sair do chuveiro e colocar minhas roupas de volta.

Mas se eu pensava que o universo estaria sendo legal comigo, eu estava enganado, pois agora Bella estava parada no corredor vestindo minha camiseta.

Por que Deus estava me punindo?

–Você deve estar cansada - eu tentei não olhar pra ela, enquanto abria a porta do quarto de Jasper – você pode dormir no quarto de Jasper, como eu disse, ele não vai voltar pra casa hoje.

–Tem certeza que isto não será um problema?

–Claro que não. Boa noite.

Eu voltei para o meu próprio quarto. Gelado como um morto e deitei na minha cama vazia.

Imaginando Bella sozinha na cama de Jasper.

“você é uma bicha” meu pau resmungou.

Parece que nem á agua gelada arrefeceu seu mau humor.

Eu acordei de repente de um sono sem sonhos.

O quarto estava na penumbra, mas eu sentia algo diferente no ar a abrir os olhos e observar ao redor, confuso e então eu percebi com assombro que não estava sozinho, havia alguém comigo na cama.

Eu acendo o abajur para ver Bella dormindo calmamente ao meu lado.


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