Inesquecível escrita por Ju Dantas


Capítulo 1
Indecoroso


Notas iniciais do capítulo

Olá!!E lá vamos nós para mais uma fic!Desta vez, estou tentando coisas diferentes, espero que gostem e sempre comentem para saber o que estão achando.

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Prólogo

Herdeira milionária desaparecida

Isabella King, filha e única herdeira do milionário banqueiro Royce King, está desaparecida há exatamente sete dias. Ela foi vista pela última vez na noite de 13 de setembro na festa de comemoração de seu aniversário de vinte e um anos e a polícia suspeita de sequestro.

Na noite passada, um carro encontrado no rio Charles foi comprovado como sendo de Isabella King. As investigações seguem um ritmo sigiloso, mas sabe-se que a polícia começa a trabalhar também com a hipótese de assassinato.

Segundo uma fonte que não quis ser identificada, a polícia tem fortes suspeitas sobre Edward Masen de 22 anos, um estudante de medicina em Harvard, natural de Chicago, que mantinha um relacionamento amoroso com a vítima há dois meses. Esta mesma fonte afirma que o relacionamento não era aprovado pela família King: “Royce acreditava que Edward estava com Isabella por dinheiro”.

Procurado por nossa equipe, Edward não quis gravar entrevista.

(...)

Cap 1 – Indecoroso

Falta de decência; respeito próprio; dignidade; conveniência.

Departamento de Polícia de Boston – 20 de setembro

O detetive Tyler Crowley observou o suspeito pela parede de vidro. Edward Antony Masen não podia vê-lo, enquanto permanecia sentado e impassível na sala de interrogatório.

Ele já havia entrevistado Edward anteriormente, quando o empresário Royce King dera queixa de desaparecimento de sua filha Isabella King, há sete dias. Mas naquela época, Crowley não dera muita atenção ao caso. Muitas garotas de 21 anos fugiam de suas casas por um motivo ou outro, desde tédio, até consumo de drogas, álcool, ou com algum namorado sedutor.

Então, em qualquer outro caso, ele teria mandado o irritado pai voltar pra casa e esperar a filha rebelde voltar ao lar. Mas, em se tratando de Royce King, o homem mais rico da cidade e um dos mais ricos do estado, ele sabia que isto não seria possível. Então, ele deixara suas investigações mais sérias de lado para tentar descobrir o paradeiro da garota King.

Conversara com seus amigos, parentes e até mesmo com Edward Masen, que fora apontado por todos como seu namorado. Há sete dias Edward parecia não ter ideia de onde a namorada poderia estar, pelo menos era o que dizia. O detetive não se aprofundara naquela investigação, ele achava mesmo que a herdeira King apareceria mais dia menos dia.

Porém, na madrugada de ontem, o caso tomara um rumo completamente diferente quando o carro de Isabella King fora encontrado no rio Charlie, nos arredores da cidade. Mas nem sinal da garota em questão. Todavia, ficara óbvio, que a hipótese de fuga estava descartada.

E onde estava a filha de Royce King? Há 15 horas as buscas por um corpo começaram e até agora nada fora encontrado. Mas o detetive sabia que precisaria começar a dar outro rumo às investigações. E a primeira providência fora chamar novamente Edward Masen, o estudante de medicina de 22 anos que estava envolvido com a desaparecida há dois meses.

Naquela semana em que investigara os rumos de Isabella King, Crowley ouvira muitas versões sobre seu relacionamento com Edward Masen.

Relembrando alguns depoimentos, algumas palavras saltam à vista como: “aproveitador”, “sedutor”, “interesseiro”, e algumas acusações como: “estava com ela por dinheiro”, “Royce o odiava e era contra este namoro”, chamam a atenção.

Mas Crowley sabia que, se queria respostas, ele teria que entrar naquela sala e interrogar Edward Masen e, quem sabe, começar a entender o que acontecera com Isabella King na noite de 13 de setembro.

Depoimento de Edward Masen, gravado na noite de 20 de setembro, com o detetive Tyler Crowley.

Eu nunca imaginei, quando concordei com aquela proposta, que eu estaria numa sala de polícia dois meses depois, contando a minha absurda história com Isabella King.

O senhor pode achar que eu não queira falar sobre isto, mas não há nada que eu deseje mais do que contar a alguém o que aconteceu nestes dois meses. E o motivo é simples: Eu quero acreditar que tudo realmente aconteceu e que Isabella King não é fruto da minha imaginação.

Que ela realmente existiu.

Que nós existimos.

Tudo começou numa manhã há dois meses.

Aquela era a hora do dia em que eu desejava poder dormir.

E desconfiava, pelo pontapé que recebi na canela de Jasper Hale, que era exatamente isto que eu estava fazendo. Me ajeitei na cadeira e relanceei um olhar sonolento para Jasper, que levantou a sobrancelha ironicamente, enquanto a sala irrompia em aplausos, o que queria dizer geralmente que a aula acabara.

Todos começaram a levantar e me xinguei mentalmente. Inferno, eu não podia ficar perdendo aula daquele jeito. Mas ter chegado em casa às cinco da manhã e dormido apenas duas horas, antes de ser acordado pelo punho de Jasper batendo na minha porta, não ajudava muito.

–Acho que o Professor Cullen está puto com você. – Jasper murmurou ao passar por mim, saindo da sala, agora quase vazia e me deixando sozinho para enfrentar Carlisle Cullen.

Eu juntei meus livros e caminhei devagar até a mesa de Carlisle.

Como Jasper me alertara ele estava mesmo irritado comigo. E isto fez-me sentir mais irritado comigo mesmo também.

Carlisle Cullen era um dos professores mais conceituados da Harvard Medical School, a faculdade de medicina da Universidade de Harvard. Meu professor há um ano, quando consegui entrar no curso de medicina, o que eu considerava quase impossível, dado meu histórico e falta de grana e contatos.

Mas fora Carlisle Cullen quem me colocara embaixo de suas asas e que fora fator predominante para que eu entrasse em Harvard e agora ele era uma espécie de mentor pra mim. Na verdade, às vezes eu o considerava mais que isto. Carlisle Cullen era quase um pai. E desapontá-lo era a última coisa que eu pretendia.

Mas por mais que eu tivesse uma bolsa que bancava o curso, eu ainda precisava pagar todas as minhas contas, como metade do aluguel do apartamento que dividia com Jasper e isto não estava sendo nada fácil. Então eu trabalhava nas horas vagas como garçom em qualquer festa que me pagassem.

E estes trabalhos obviamente me tomavam boa parte das horas que eu deveria estar dormindo e o resultado era que eu quase sempre estava morto de cansado nas aulas.

Carlisle me encarou enquanto se levantava da mesa com um olhar que mesclava decepção e crítica. Me encolhi automaticamente. Eu odiava decepcionar Carlisle mais que qualquer coisa no mundo.

–Edward, o que está acontecendo com você? Estava dormindo na aula!

–Eu sei, me desculpe, não vai acontecer de novo...

–Se quer ser um bom médico, tem que se dedicar à faculdade.

–Claro, eu sei disto. Eu estou me dedicando...

–Dormindo? O que andou fazendo ontem? Estava em alguma festa?

–Não é como está pensando... – eu comecei a explicar, mas a expressão irritada de Carlisle se intensificou.

–Eu sei que você é jovem, que deve querer se divertir, mas...

–Eu estava trabalhando, Carlisle.

Ele levantou as sobrancelhas.

–Trabalhando?

Eu fiquei vermelho.

–Sim, eu estou fazendo uns trabalhos de garçom, sabe, pra conseguir uma grana.

–Está precisando de dinheiro? – seu olhar de desaprovação é substituído por preocupação. – Por que não me disse, sabe que eu posso te ajudar...

–Não. – eu o cortei. – Você já me ajudou o bastante. Não preciso do seu dinheiro. Eu estou me virando.

–Mas este trabalho está prejudicando seus estudos...

–Eu vou diminuir. Prometo que o que aconteceu hoje não vai se repetir.

–Certo. Sei que é orgulhoso e não vou conseguir te convencer. Há uma parte de mim que aprova o fato de você querer vencer sozinho. Mas eu ficaria imensamente feliz em te ajudar.

–Você conseguiu a minha bolsa e, na verdade, foi por sua causa que eu conseguir passar nos exames e entrar em Harvard, então já me ajudou muito. Agora é comigo.

–Tudo bem. Apenas saiba que se quiser, a oferta que eu e Esme fizemos ainda está de pé.

–Eu sei e agradeço, mas estou bem com Jasper. – Carlisle havia oferecido um quarto na sua casa para eu morar quando me mudei para Harvard. Mas ele e Esme eram recém-casados e de maneira alguma eu queria atrapalhar. Mesmo eles morando numa casa enorme. Carlisle era um cara rico, pois além de ser um médico conceituado, também era de uma família abastada. E eu sei que ele ficaria mais do que feliz em me ajudar. Desde que meus pais morreram, quando eu tinha apenas 18 anos, Carlisle agira quase como um pai pra mim, sendo um conselheiro e amigo o tempo inteiro, me guiando.

E eu sempre seria grato por isto. Minha mãe lutara contra um câncer por alguns ano até sucumbir e fora justamente em seus últimos meses, que eu conhecera Carlisle, que na época trabalhava no maior hospital de Chicago. Ele fizera de tudo para ajudar minha mãe, mas era tarde pra ela. Meu pai ficara extremamente depressivo e morrera quatro meses depois num acidente de carro. E como era de se esperar, eu me encontrara órfão e devastado pela dor. Carlisle me levara pra sua casa e me encorajara a continuar com os planos que eu tinha de ir para a universidade de Boston.

Mas eu estava completamente quebrado financeiramente. Minha família nunca fora rica, mas vivíamos bem com o salário de advogado do meu pai. Porém todo o dinheiro fora consumido no tratamento de minha mãe através dos anos. E quando eles morreram, depois de pagar todas as dívidas quando eu vendi a nossa casa, não restou quase nada. Então Carlisle, com sua influência, conseguira uma bolsa de estudos para meus anos iniciais em Boston e depois me encorajara a seguir meu sonho de ser médico.

Eu passara minha adolescência toda vendo minha mãe definhar sem saber o que fazer e, desde aquela época, eu desejara entender aquela doença e poder ajudar outras pessoas para que pudessem não ter o mesmo destino de minha mãe. Mas eu sabia que medicina era um curso difícil e caro. Mesmo assim, Carlisle agira de novo na minha vida. Há mais de um ano ele dava aula em Harvard e fora fator predominante, sua influência para que eu fosse aceito com uma bolsa integral.

Obviamente, a bolsa cobria somente o curso e eu precisava viver. A maioria dos alunos do primeiro ano residiam em Vanderbitt Hall, do outro lado da rua do HMS, mas eu preferia dividir um apartamento com Jasper Hale, meu antigo colega de quarto na faculdade de Boston, que viera do Texas e estava em Harvard comigo também.

Então eu tinha que me virar para pagar o que me cabia do aluguel, o que não era fácil.

Há alguns meses, eu conhecera Riley Biers num bar e ele me apresentara a uma agência que contratava caras bem apessoados para servir em eventos nas festas dos ricos da cidade. E fora assim que eu achara a solução não tão perfeita, mas razoável no momento, para meus problemas financeiros.

E estes trabalhos obviamente me tomavam boa parte das horas que eu deveria estar dormindo e o resultado era que eu quase sempre estava morto de cansado nas aulas.

Há algumas semanas, eu tentava diminuir consideravelmente aquelas festas, mas nosso aquecedor quebrou e eu e Jasper teríamos que pagar para consertá-lo, então eu não tive escolha, a não ser voltar ao trabalho e ficar parecendo um morto vivo, com olheiras escuras embaixo dos meus olhos, dormindo em aulas importantes e me justificando para meu professor e mentor.

Depois de alguns minutos sermão, Carlisle me dispensou e eu saí da faculdade com meus pensamentos embaralhados e cansados. Por mais que tenha jurado não fazer mais aquilo, eu fui direto para meu apartamento e desabei sobre a cama, cabulando todas as aulas daquela tarde.

Eu acordei quando a luz do crepúsculo pintava a tarde com seus tons de laranja e um vento frio entrava pelas janelas abertas. Por um momento, continuei lá, sem querer me mexer, mas sabendo que tinha que me levantar e me arrumar para a festa daquela noite. Eu não deveria ter me comprometido, mas como estava precisando de grana para pagar o aquecedor e também em poucos dias o aluguel do mês, eu concordara em ir na festa em Beacon Hill, na casa de algum ricaço que nem me lembrava o nome e nem me interessava. Então, com um suspiro cansado, eu saí relutantemente da cama e tomei um banho rápido.

Jasper estava com sua namorada Alice vendo um filme da TV quando eu passei pela sala. Ou era o que deveriam estar fazendo, pois em vez disto, a pequena Alice com seus cabelos espetados, estava em cima de Jasper, enquanto fazia cócegas em sua barriga e gritava para que ele lhe devolvesse o controle remoto.

–Procurem um quarto. – resmunguei abrindo a porta e Jasper me encarou com o rosto todo vermelho de rir.

–Onde vai cara?

–Trabalhar. – respondi simplesmente ignorando o olhar de censura de Jasper, antes de Alice lhe beliscar o peito e ele gritar feito uma garota e eu aproveitar para sair porta afora.

A festa começou como todas as outras. Boa bebida, boa comida e muita gente rica por toda parte. Os homens usando relógios que custavam mais do que meu aluguel e as mulheres com tantas joias que poderiam sustentar um pequeno país de terceiro mundo.

E eu circulei entre eles distribuindo champanhe de ótima qualidade e sorrisos educados que poucos retribuíam. Para aquelas pessoas, eu era invisível.

Até aquela noite.

Como qualquer noite de trabalho, eu caminhei com minha bandeja entre os convidados com suas roupas finas, fazendo meu trabalho, um pouco mais distraído do que o habitual, pois minha mente estava na matéria da prova de anatomia que seria aplicada daqui dois dias e ainda não tivera tempo de estudar, quando eu reparei numa linda mulher sorrindo pra mim do outro lado do salão.

Ela prendeu minha atenção por alguns instantes, afinal, eu era um cara e mesmo sabendo que não deveria ser mais do que educado com esta gente, eu não podia deixar de reparar numa mulher bonita que me olhava com indisfarçável interesse. Ela usava um longo vestido preto e seus cabelos também eram escuros, assim como seus olhos que me acompanhavam com cobiça. Mas eu desviei os meus, continuando a servir. Mesmo assim, eu continuei a vê-la em todos os lugares, como se tivesse me seguindo.

Ela era bonita. Em outra circunstância, eu me veria tentado a responder aquele olhar. Fazia quanto tempo que eu não trepava? Mais tempo do que seria saudável, certamente. Mas dava pra ver, mesmo à distância, que aquela mulher era rica e estava fora do meu alcance.

Então eu apenas disfarcei um sorriso e continuei meu trabalho, até que eu me vi frente a frente com a mulher morena.

De perto ela era ainda mais bonita, embora fosse bem uns dez anos mais velha do que eu. Não que eu me importasse. Eu já transara com mulheres mais velhas e elas tinham seus encantos. Além de não serem tão grudentas como as garotas mais jovens. Jasper mesmo, antes de Alice, namorara por um bom par de meses, uma trintona chamada Maria.

Ela pegou uma taça de champanhe de minha bandeja.

–Olá, eu sou Carmem.

Eu não falei nada, apenas acenei educadamente e me virei para me afastar, mas a mulher chamada Carmem, segurou meu braço e, antes que eu previsse, ela ficou na ponta dos pés e sussurrou em meu ouvido.

–Este é o hotel em que te esperarei. – senti sua boca pintada de vermelho beijar meu rosto, e sua mão escorregando algo rápido dentro do meu bolso antes dela se afastar.

Eu fiquei ali por um instante, aturdido, antes de enfiar a mão no bolso e ver um cartão do hotel Four Seasons.

Puta que Pariu, aquilo realmente tinha acontecido?

Uma mulher lindíssima estava me convidando para encontrá-la num dos hotéis mais caros da cidade?

Meu lado racional me disse para voltar para cozinha e jogar aquele cartão fora.

Eu queria dizer que este lado racional venceu. Mas até aquele momento, eu era apenas um cara muito cansado de tanto estudar, que estava fazendo um trabalho desagradável para conseguir alguma grana e que não via uma mulher nua há um bom tempo.

Foda-se a racionalidade.

Naquele fim de noite, eu estava numa elegante suíte do Four Seasons fodendo uma linda mulher e me sentindo muito bem por isto.

Quem disse que eu não poderia tirar um pouco de diversão daquele trabalho tedioso e medíocre?

–Uau, você foi demais, querido. – eu sorri ainda de olhos fechados, não podendo deixar de reparar em seu sotaque espanhol, que fora bem quente durante o sexo, me lembrei. Eu tinha que concordar com Jasper, transar com mulheres com sotaques era mesmo muito sexy.

Eu abri os olhos e reparei que ela estava toda vestida, os cabelos arrumados.

–Hum, você acordou... Achei que nem iriamos nos despedir. Eu preciso ir.

De repente eu não soube o que dizer.

Não que muita coisa fora dita naquela noite. Eu pegara uma carona com um dos garçons até o hotel e subira para o quarto de Carmem, onde trocamos meia dúzias de palavras que nada mais eram do que um prelúdio para o sexo, até que estivéssemos nus e suados sobre a cama.

E depois eu pegara no sono e acordara com sua voz dizendo que eu fora demais.

Carmem fechou sua bolsa e sorriu pra mim, se aproximando e beijando minha boca rapidamente.

–Você é realmente lindo. – seus dedos passearam por meus cabelos. – Uma pena que estou voltando para a Espanha em poucos dias com meu marido.

Espera. Marido?

Marido?

Eu abri a boca para expelir algum tipo de comentário, que foi engolido de novo pela boca ávida de Carmem.

A Carmem que tinha um marido. E estava ali trepando comigo.

Ela se afastou por fim e se levantou.

–Vou recomendar muito bem você, querido. E não se preocupe que a suíte já está paga, claro. Buenas Noches, guapo!

E assim, ela se virou e saiu do quarto, me deixando sozinho e aturdido.

Eu joguei minhas pernas pra fora da cama, ainda sentindo minha cabeça rodar e tentando entender o que fora aquela noite, quando meu olhar se fixou no dinheiro sobre a cabeceira.

Eu franzi a testa, confuso, e peguei as notas, contando.

Havia ali trezentos dólares e um bilhete de Carmem preso à nota.

“Meu querido,

A noite foi fantástica. Adorei cada minuto. Espero que o dinheiro seja suficiente por seus préstimos. Pelo menos foi o que minhas amigas na cidade disseram que seria. Embora você valha muito mais. Ficaria imensamente feliz de te encontrar de novo, mas estou voltando para a Espanha em poucos dias.

Beijos,

Sua Carmem”

Que diabos era aquilo? Eu fiquei olhando para o dinheiro na minha mão, relutando a aceitar o que eu, no fundo, já tinha entendido.

Carmem achara que eu transara com ela por dinheiro.

Eu só não entendia por quê. Eu fora até o hotel porque a achara interessante e estava precisando de uma transa fácil. Não tinha nada a ver com pagamento.

De repente me senti meio sujo. Eu deveria deixar aquele dinheiro ali e esquecer aquela história.

Mas, inferno, eram trezentos dólares. Era o meu dinheiro do aluguel da semana.

E não era como se eu estivesse roubando ou algo assim. Carmem me dera aquele dinheiro.

“Ah, claro, serviços prestados”, meu subconsciente sussurrou sarcasticamente, mas quer saber? Eu não ia lhe dar ouvidos.

Não estava cometendo um crime. E aquilo certamente não ia se repetir.

Na manhã seguinte,quando Jasper me cobrou muito timidamente o dinheiro do aluguel enquanto tomávamos café, eu lhe joguei os trezentos dólares.

–Não se preocupe, está aqui.

Ele levantou a sobrancelha.

–Tudo aqui? Achei que ia me pedir para pagar sua parte, já que tivemos que pagar o aquecedor.

–Eu trabalhei ontem. - desconversei.

–Mas você não ganha esta grana numa noite. – seu olhar estava desconfiado e eu dou de ombros.

–Eu tive um adiantamento. Vou trabalhar em outras festas estes dias. – eu não queria trabalhar mais, mas eu não poderia me enganar. O aluguel seria cobrado no próximo mês e eu também estava precisando comprar uns livros bem caros.

–Certo. Fico aliviado. – ele respondeu simplesmente, mas vi em seu olhar, que talvez ele não tenha engolido minha desculpa.

Eu bocejei ruidosamente e Jasper me lançou um olhar especulativo.

–Chegou mais tarde do que de costume ontem hein...

–Eu saí com uma mulher.

Este comentário rendeu um sorriso malicioso em Jasper

–Sério? Eu conheço?

–Não conhece.

–Fazia tempo que você não transava com ninguém, desde Lauren.

Eu empurrei meu prato de cereal para longe à menção da minha ex-namorada. Fazia seis meses que tínhamos terminado, depois de ficarmos mais de um ano juntos. Ou melhor, ela terminara comigo para ficar com um cara que tinha mais grana.

Na época eu ficara magoado com sua atitude, mas esta mágoa rapidamente se transformou em raiva quando a vi com um riquinho chamado Mike Newton que estudava direito, tinha o cérebro de uma minhoca, mas dirigia um porsche.

–Calma, cara, não quis te deixar nervoso. – Jasper se desculpou. – Foi apenas um comentário.

–Tudo bem. – eu dei de ombros e joguei o prato na pia, pegando minha mochila. – Vamos logo, não estou a fim de me atrasar.

Eu voltei a trabalhar numa festa três dias depois. Desta vez era numa mansão em Back Bay de uma tal família chamada Denali.

–Parece que são três irmãs gostosas. – Riley disse, enquanto fumamos próximo à porta dos fundos,esperando para começarmos a servir. – Dinheiro russo ou algo assim.

Eu ri e joguei o cigarro fora. Eu sabia que este vício não era nada digno de um futuro médico, mas quando se passa horas demais estudando e temos poucas horas de sonos, as tentações eram bem difíceis de controlar.

Embora eu não se me sentisse como um viciado. Eu acabava fumando mais socialmente ou quando precisava ficar acordado.

Nós trabalhamos naquela festa normalmente, mas o tempo inteiro eu me sentia inquieto. Eu me lembrava de Carmen. Me lembrava de sua proposta. De seu dinheiro.

Tão fácil...

Eu deixava meus olhos vagarem pelas belas mulheres ao meu redor e, pela primeira vez, eu me dei conta que estava enganado até aquele momento. Eu não era invisível. Eu apenas não percebia que elas me viam.

E elas me seguiam. Seus olhos muito maquiados me seguindo como abelhas em volta do mel.

E eu me senti muito bem e muito mal ao mesmo tempo. Porque de repente eu me dei conta que bastaria um sorriso, um encorajamento para que alguma delas se aproximasse com uma proposta.

Era quase indecoroso. Mas era tentador também.

E eu estava voltando para a cozinha pelo longo corredor que ligava a área principal da casa à área do empregados, quando uma loira me interceptou.

Antes mesmo que ela abrisse sua linda boca, eu já sabia do que se tratava. E eu comecei a sentir uma luta interna entre o certo e errado dentro de mim.

–Olá, você é o Edward, não é?

–Sim, sou eu.

–Eu sou Tanya Denali.

Ah, aquela era uma das gostosas, como Riley dissera. Eu não consegui evitar de medi-la.

Sim, gostosa ela era realmente.

–Ouvi falar muito bem de você.

Eu não respondi nada, esperando.

Me perguntando qual seria minha resposta.

–Minha amiga Carmen, acho que a conheceu.

–Sim, eu a conheci, senhora. – respondi.

Ela jogou a cabeça pra trás e gargalhou.

–Senhora? Por favor, me chame de Tanya. Eu me sinto muito mais velha do que meus 30 anos quando fala assim.

Eu acabei sorrindo também.

Ela parecia divertida.

Charmosa, divertida e superficial.

E que me daria trezentos dólares por uma boa foda.

–Então, Edward, eu gostaria que me encontrasse depois da festa. Que tomasse um drinque comigo. – ela disse sugestivamente.

E eu sabia como aquilo acabaria.

Mas contrariando todas as expectativas, eu me vi respondendo um educado: “me desculpe, mas eu tenho que acordar cedo amanhã, senhora. Com licença”.

E entrei na cozinha sem olhar para trás, ignorando o olhar irado de Tanya-gostosa-Denali.

E eu ainda estava me perguntando que diabos eu fiz em dispensar uma mulher daquelas, quando Riley pára ao meu lado, enquanto enchemos nossa bandeja de mais taças.

–Te vi de papo com uma Denali, seu filho da puta sortudo!

–Sortudo? Estas mulheres nos veem como um pedaço de carne.

–E qual o problema? A grana é boa e elas têm um corpo bem tratado na maioria das vezes, embora algumas sejam bem passadas, mas eu penso na grana e mando ver!

Eu o encarei surpreso.

–Está dizendo que sai com estas mulheres pelo dinheiro?

–E vai me dizer que nunca fez isto? Todo mundo faz, Edward!

Eu continuei o mirando, confuso.

–Você acha que nos contratam por que? Olhe pra você. Olhe a sua volta. Elas querem um bom pedaço de carne, meu chapa. E se querem pagar, quem liga?

Ele pegou sua bandeja e se afastou, me deixando estupefato.

Eu continuei trabalhando naquela noite, olhando o mundo a minha volta com outros olhos, como se tivessem acabado de me tirar uma venda. E até o fim da festa, eu tinha pelo menos mais uns dois cartões no bolso. E colecionava bem umas três propostas futuras.

–Quer uma carona? – Riley perguntou, pegando seu capacete, e eu ainda me sentia meio tonto e confuso, mas sacudi a cabeça negativamente.

Todos se foram e restou apenas eu na cozinha vazia.

Eu ainda me perguntava que diabos estava prestes a fazer, enquanto caminhava até o jardim, onde Tanya Denali e suas irmãs se despediam dos últimos convidados.

Ela se virou e me viu e uma sobrancelha bem delineada se levantou, enquanto ela se aproximava.

–A proposta ainda está de pé, senhora? – eu sorri cheio de malicia e ela retribuiu.

–Espere aqui, eu volto.

Ela entrou na casa com as irmãs e eu fiquei lá, fumando um cigarro e enquanto minha cabeça esfriava, eu penso seriamente e sair correndo e dar o fora dali.

Continuar com minha vida fodida como sempre foi. Difícil e complicada.

Mas e se eu quiser experimentar o caminho fácil?

Apenas experimento e ver como é.

Tanya Denali veio em minha direção e sem dizer nada, eu a puxei pra mim, enterrando meus dedos em seus cabelos loiros e a beijando com vontade.

Fácil.

–Fique comigo a noite inteira. – ela disse uma hora mais tarde depois de transarmos.

Estávamos fumando um cigarro ainda na cama e eu olhara a hora.

Tinha aula amanhã.

–Eu não posso.

–Eu te pago o dobro. - seu olhar capturou o meu por baixo de longos cílios loiros.

O fácil e o complicado se debateram dentro de mim mais uma vez.

Ficar era fácil.

Tanya Denali era quente. E ia me pagar em dobro.

Apenas uma noite. Eu apaguei o cigarro e puxei Tanya para cima de mim.

–Você é lindo. – Tanya suspirou ainda na cama, se espreguiçando.

Eu me sentia sonolento, enquanto me vestia de manhã.

Inferno, naquele momento eu me sentia enjoado da champanhe que eu e Tanya tínhamos bebido durante a noite e muito arrependido de ter ficado. Eu estaria um lixo na aula.

Ela deitou de lado, me inspecionando.

–Fique comigo.

–Eu tenho que ir. – respondi quase secamente. Aquela magia da noite passada tinha se dissipado com a luz do dia. Eu só queria dar o fora dali.

–Hum, um estudante, que graça. – ela sorriu. Em algum momento da noite, tínhamos tido algum tipo de conversa, onde eu contara que estudava medicina e ela me dissera que não fazia porra nenhuma já que a família era podre de rica. – Não deveria trabalhar de garçom, sendo lindo deste jeito. Aposto que ganha muito mais na cama.

Eu senti meu enjoo aumentando.

–Acho que quero ficar com você só pra mim... O que acha disto?

Eu a encarei, sem entender.

–Exclusividade. Eu te darei o que quiser. Para ser apenas meu. Nem vai precisar mais trabalhar de garçom! - ela se levantou, toda nua e passou os dedos no meu peito. - Apenas seja meu e eu cuidarei de você...

Por um momento eu até cogitei aquela ideia.

Mas, com todos os demônios, já estava começando a me sentir com vontade de vomitar com aquela voz chata de Tanya e aquela pequena amostra de possessão em cima de mim.

Aguentar aquilo por mais tempo seria intragável.

Tanya era aquele tipo de mulher possessiva e mimada acostumada a ter tudo o que quisesse. E ela queria a mim naquele momento.

O problema era que eu não estava à venda.

“Mas você transou a noite toda com ela por dinheiro”,-o Edward sarcástico dentro de mim sussurrou e eu engoli a biles, afastando os dedos de Tanya do meu peito e dando um passo atrás.

–Desculpe, mas não estou interessado.

Seu sorriso se desfez.

–Não?

–Não, me desculpe. Eu preciso ir.

–Tudo bem. – ela voltou a sorrir, dando de ombros e caminhando até a cômoda e pegando uma carteira de couro. – Tenho certeza que vai mudar de ideia, como mudou ontem.

Ela se aproximou de novo e estendeu as notas.

–Mereceu cada centavo.

Por um momento, eu pensei em não pegar o dinheiro. Me sentia meio enojado de repente.

Mas temi que, não pegar a grana, desse um ar pessoal à nossa noite. Ou que Tanya entendesse assim.

Então, eu o pequei e pus no bolso.

–Obrigada.

Eu me virei e sai do quarto e da casa da Tanya Denali sem olhar pra trás.

Naquela manhã, eu me senti totalmente ausente da aula, mas nem era de sono. Eu sentia minha mente infestada de pensamentos conflitantes, arrependimentos e possibilidades.

Eu experimentara aquela vida que Riley me descrevera. Tinha uma boa grana no meu bolso e uma noite de sexo na lembrança.

Poderia ter mais das duas coisas se aceitasse a proposta de Tanya, ou apenas continuar aceitando os encontros propostos pelas outras senhoras ricas e entediadas.

Eu era um prostituído.

Não havia uma palavra bonita para isto.

De repente a verdade era demais para ficar dentro de mim e eu me levantei e corri para o banheiro, vomitando toda a minha vergonha e confusão.

Depois olhei meu reflexo no espelho. Meus cabelos cor de cobre despenteados. As sombras escuras sob meus olhos atormentados.

–Está tudo bem cara? – Jasper entrou no banheiro atrás de mim e eu respirei fundo.

–Vou ficar. – murmurei. – Eu vou pra casa.

–Está tão mal assim? Quer que eu te acompanhe?

–Não, fique. Eu preciso apenas dormir...

Voltei pra casa e desabei sobre a cama.

Eu sabia o que tinha que fazer. Era só parar.

O dinheiro de Tanya ainda está sobre meu criado mudo. Ainda sentia um resto de seu perfume caro em meu corpo.

Em outras circunstâncias eu teria transado com ela de bom grado? Talvez.

Eu a teria dispensado se ela quisesse algo mais? Com certeza.

Eu sabia que, desde Lauren, eu não tinha interesse em relacionamentos sérios. E não era porque eu ainda gostava dela. Eu deveria ter percebido mais cedo que éramos tão diferentes como a água do vinho.

Éramos mesmo?

Lauren me largou por um cara cheio da grana.

Eu transava com mulheres por dinheiro.

Inferno, eu não queria aquela vida. Não queria me sentir sujo daquele jeito.

Sim, ganhar dinheiro fácil era tentador. O sexo era tentador.

Tentador demais para um cara fodido como eu.

Então eu tinha duas escolhas.

Continuar e jogar para longe minhas considerações morais. Isto significava que eu podia fazer isto por um tempo, juntar uma boa grana e largar aquele trabalho de garçom que me impedia de assistir aula direito.

Ou largar tudo e voltar à minha vida difícil.

E eu ainda não sabia o que fazer, quando recebi uma ligação de Riley pedindo que o substituísse numa festa em West End.

–Hoje não Riley, estou podre.

–Por favor, cara. Eu peguei uma porra de uma gripe e não posso ir assim...

Eu suspirei cansadamente.

–Tudo bem. Onde é esta maldita festa.

Ele me passou o endereço.

–É o aniversário de um ricaço. Royce King.

–Certo, estarei lá.

A cozinha estava uma confusão de gente do buffet quando eu cheguei, no fim da tarde. Havia mais da metade das pessoas que eu costumava ver. Aquela festa ia realmente ser grande.

Então eu aproveitei que ainda tinha tempo e caminhei pelo jardim nos fundos da mansão e peguei um cigarro.

–Pode me dar um?

Eu levantei o olhar e uma garota me encarava.

Longos cabelos castanhos em volta de um rosto pálido.

Olheiras em baixo dos olhos chocolate. Eu me solidarizei. Ela parecia não dormir, assim como eu.

–Claro. – respondi, lhe abrindo o maço e ela sorriu de leve, pegando um cigarro e jogando os cabelos de lado para colocá-lo na boca enquanto eu me inclinava para acendê-lo.

Ela tragou com um gemido. E eu franzi a testa, a medindo.

Pés descalços. Longas pernas nuas. Uma camiseta grande demais para seu tamanho que ia até as coxas. E eu me perguntei com uma curiosidade masculina se ela estaria usando apenas isto.

A minha curiosidade masculina vai aumentando conforme ela se remexia inquieta enquanto fumava, a camiseta dançando em volta de seu corpo, desnudando um ombro muito branco que o sol do crepúsculo deixou-me entrever algumas sardas.

Quis saber que textura tinha.

Quis saber quem era aquela garota.

Ela parecia jovem. Muito jovem. Nem sei se tinha idade para fumar, na verdade.

Eu não sabia nada sobre a família King e nem fazia ideia se ela era realmente da família, já que estava ali confraternizando com um garçom.

De repente senti vontade de começar uma conversa, mas ela não parecia a fim de falar.

Algumas pessoas circulavam ao longe montando uma grande estrutura de decoração no jardim.

–Esta vai ser grande hein? – eu puxei o assunto e ela deu de ombros.

–E não são sempre?

–Eu não sei. Nunca trabalhei aqui.

Ela me olhou, como se fosse a primeira vez que me visse.

Eu aproveitei.

–Sou Edward Masen. – estendi a mão.

Eu esperei que ela segurasse minha mão, que dissesse seu nome, mas ela apenas jogou o cigarro no chão.

–Valeu pelo cigarro, Edward Masen.

E assim como apareceu, ela desapareceu pelo jardim.

Como se nunca tivesse existido.

Eu acabei o meu cigarro e voltei ao trabalho. A noite caiu e a casa se encheu do movimento típico daquele tipo de festa, enquanto nós nos preparávamos para começar o nosso trabalho.

A supervisora, Renata, nos reuniu como em toda festa e estava nos passando as instruções quando a porta da cozinha se abriu e um homem grande e jovem se colocou no meu campo de visão e parecia que uma mulher estava com ele, pelo barulho inconfundível de saltos no chão, mas eu não conseguia vê-la dali.

A pobre Renata quase teve um enfarte, de tão vermelha que ficou.

–Eu só vim conferir se está tudo sobre controle.

–Claro, estava apenas passando as últimas instruções a minha equipe, senhor...

–Espero que tudo esteja bem mesmo. O Senhor King ficaria muito irritado com qualquer falha.

–Sim, senhor Felix, como eu prometi, a minha equipe é altamente treinada e impecável.

–Quero que conheçam Isabella King, a filha do senhor King, caso tenham algum problema e não me encontrem, podem falar com ela.

–Certamente. É um prazer, senhorita Isabella.

–Bella. – a voz conhecida me fez olhar além, procurando pelo rosto. – Eu prefiro que me chamem de Bella.

Eu finalmente consegui enxergá-la quando as pessoas se afastaram um pouco. Mas aquela garota ricamente vestida da minha frente não era a mesma da tarde.

Aquela garota exalava riqueza.

Os cabelos castanhos que antes estavam revoltos, encontravam-se domados num coque intricado no topo da cabeça. O rosto pálido de olheiras escuras agora estava impecavelmente maquiado. E no lugar da camiseta larga, ela vestia um lindo vestido de cetim e brocado dourado que grudava em suas curvas perfeitas.

E eu estava boquiaberto quando seu olhar varreu a sala e se prendeu ao meu e eu fiquei sem fôlego quando um leve sorriso de reconhecimento, se esboçou em sua linda boca.

–Vamos, Bella. – o tal Félix segurou seu braço a guiando para fora da cozinha, antes que eu conseguisse me recompor.


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