Pequenos contos de Terror 2 escrita por juao


Capítulo 5
O quadro do bloco 34


Notas iniciais do capítulo

sugiro que prestem bem atenção na leitura :D



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Nunca fui bom em parar em um emprego só, mas o emprego que mais me recordo, e não recordações boas por assim dizer, é de quando trabalhei em um museu.

Eu trabalhava no turno da noite, eu e mais dois caras, como o museu era enorme, ficávamos distantes um do outro. Eu ficava com a ala dos quadros e pinturas.

Um museu por si só a noite, é aterrorizante, digo isso pois, o silencio do lugar, os vultos que eu jurava ver, me deixavam com muito medo. Mas a ala de pinturas, pra mim, era ainda mais aterrorizante, pois, eu juro de pé junto, que aquelas pinturas estavam vivas.

E digo mais, estavam vivas, falavam entre si, riam de mim, principalmente a pintura do bloco trinta e quatro.

A pintura do bloco trinta e quatro era horrível em minha opinião, era uma mulher, com cabeça de estátua, o corpo todo retalhado, coberto com um manto de sangue, que respingava pelo chão que ela havia passado, e em sua mão, carregava uma faca, também ensanguentada.

Diversas vezes, eu jurei ouvir risos debochados ao passar pelo bloco trinta e quatro, risos, tão pertos, tão audíveis, o som mais aterrorizante que eu ouvi em toda a minha vida.

Durante algum tempo, evitei passar pelo bloco trinta e quadro, mas, fui advertido por superiores e tive de voltar a fazer a ronda por lá. Confesso que pensei comigo mesmo, que não aguentaria muito tempo mais. E não aguentei.

Uma certa noite, um episódio que marcou minha vida se passou naquele bloco.

Ao passar pelo largo corredor, notei uma mancha, uma mancha vermelha no chão, pensei comigo mesmo, se havia ainda ali, alguém da limpeza, mas era impossível, então, para meu espanto, notei, que a o líquido vermelho, vinha da pintura, escorrendo pela parede, atravessava o corredor, deixando o rasto vermelho e pegajoso. Não tive coragem de encostar naquilo, mas hoje, eu posso jurar que era... sangue.

Olhei aterrorizado para aquilo, como poderia um quadro liberar um líquido? Havia alguém derramado algo atrás da pintura? A segunda opção me tranquilizava, mas no fundo, algo me desmentia, me tirava o sossego.

Olhei, olhei, e olhei mais um pouco, sem coragem de tentar tirar a tela do lugar, apenas observei o sangue, cada vez mais rápido, jorrando de trás da pintura.

Porém, outrora, outro fato ainda mais aterrorizante aconteceu, quando, em determinado momento, olhei a pintura, a monstruosa mulher com face de estátua, havia sumido.

Antes que você se pergunte, eu não estava bêbado, nem sobre influência de drogas, eu estava no meu mais perfeito estado, e juro por minha alma, que a mulher cabeça de estátua havia saído do quadro.

Mais que depressa saí dali, aquele era o fim para mim, não poderia mais suportar esse emprego.

Porém, antes de sair pela porta da frente, com medo, quase urinando nas calças, a imagem mais horrível que já vi na vida, apareceu-me na frente. Passou por mim, ninguém menos que a mulher cabeça de estátua do quadro, com sua pele retalhada, e ainda a faca na mão, ela caminhava pelos corredores do museu, deixando um rastro de sangue por onde passava. Costumo dizer, que minha sobrevivência foi um ato de sorte, ou, não sei bem porque aquele estranho ser, poupou minha vida, se é que podemos chama-la de “ser”.

Sai do emprego sem dar aviso a ninguém, fui processado, fugi, vivi uma vida de fugitivo, mas nunca mais voltei a pôr os pés em um museu.

Soube pouco tempo depois que, na mesma noite em que abandonei o emprego, todos os quadros da ala em que eu trabalhava, foram dilacerados e cortados por algum indivíduo que entrou no museu após a minha saída. Porém, apenas eu, e agora vocês, sabemos que ninguém entrou no museu após a minha saída. Já havia alguém lá.


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Notas finais do capítulo

Obrigado a todos que já estão acompanhando e comentando os contos, muito obrigado mesmo.



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