Hyuna e Serena levaram vários dias para chegar à cabeceira do rio, porque a preguiça era muito lenta. Mas a ariranha era muito paciente e não reclamou.

Na cabeceira do rio havia um portal mágico, exatamente como Serena havia dito. Não era mentira. Hyuna soube que era magia mesmo antes de entrar. Ela não estava com medo porque era uma ariranha muito destemida.

— Vamos entrar — ela achou que Serena estava com medo e insistiu — Se não for legal, a gente volta pelo mesmo lugar.

— E se não tiver um portal para a gente voltar? — perguntou Serena, preocupada — Eu não quero ficar perdida num mundo mágico que eu não sei como é.

— É só a gente espiar primeiro.

O portal era um grande arco, de um azul bem claro e luminoso, que se erguia acima da cabeceira do rio, no local onde se amontoavam algumas pedras cheias de limo. Hyuna se aproximou do portal mágico e colocou a cabeça lá dentro.

— O que está vendo, dona Ariranha? — perguntou Serena, preocupada e curiosa ao mesmo tempo.

Mas Hyuna não estava vendo nada além de mato e um rio exatamente igual ao rio que ela morava, só que não havia mais nenhum outro bicho na mata. E tudo estava quieto demais; não se ouvia nenhum som.

— Não vejo nada, dona Preguiça. Vamos entrar?

Hyuna segurou a pata de Serena, que tinha três dedos com unhas enormes, e a puxou consigo, para dentro do portal. As duas viram uma enorme luz azul e depois olharam ao redor. Nada parecia ter mudado. Era como se ainda estivessem ainda do lado de fora do portal.

— Vamos embora — sugeriu a preguiça — não tem nada para ver aqui...

— Tudo bem — concordou a ariranha, tentando esconder a decepção.