Insane Prince escrita por Kit Meows


Capítulo 6
Mentira revelada.


Notas iniciais do capítulo

Sei que demorei, mas meus dias estão bem corridos e espero que esse capítulo exceda as expectativas dos meus leitores. Spoiler : o capítulo é meiio triste.



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– Quem é você?- foi à única coisa que consegui dizer.

Não consegui ainda raciocinar o que havia acontecido. Primeiro: o acidente; segundo: estou amarrado a uma cadeira e nem onde estou, ou quem está falando comigo.

– Não faz idéia de quem eu sou? Isso é uma ofensa para mim. – falou a voz misteriosa, que conversava comigo.

– Não perguntei se era uma ofensa, perguntei quem você é. Ficou surdo foi? – não sei da onde tirei tanta coragem ao dizer isso, ou melhor dizendo, tanta estupidez.

Tão rápido que nem fui capaz de ver o que se passava, a mão do tal homem chocou-se contra minha face, fazendo que eu virasse meu rosto bruscamente.

– Não ouse falar nada, seu merda, entendeu?- vociferou o homem. Meu rosto ardia onde ele havia batido e o sangue escorria da minha boca, pois acabei cortando minha boca no ato.

Ele avançou um passo e agora eu pude vê-lo. Um homem de meia- idade, linhas faciais duras e severas e uma longa cicatriz que marcava um lado do seu rosto. Usava um terno preto perfeitamente costurado e adequado a sua estatura robusta.

– Antes que pergunte novamente, moleque, me chamo Hodge Starkwether. Um velho conhecido de seu padrasto, Jonathan.

– Tudo bem, Sr. Hodge, mas até não entendi o que faço amarrado aqui. – falei irritado.

Hodge apenas começou a rir como se eu tivesse lhe contado uma piada suja. Qual a graça?!

– Acho que Valentim nunca lhe contou o que ele fazia da vida, não é mesmo? – Eu não respondi. Valentim Morgenstern foi meu padrasto durante anos, mas ele foi atropelado na minha frente. Sorte né? Mas eu nunca soube o que ele fazia. Na verdade, eu sabia muita pouca coisa dele, pensando bem.

A única coisa que me lembro dele é que ele foi um bom pai.

– Ele jogava meu caro. Jogava muito, às vezes ganhava, outras nem tanto. Ele me deve muitas coisas e quero de volta.

–Bem... como você pretende receber de um defunto? Até onde sei ninguém nunca ressuscitou. Exceto Jesus.

– Você é bem espertinho, garoto. – respondeu Hodge entre os dentes. – Mas Valentim não está morto.

– Claro que está! – gritei. Como ele não entendia. – Eu o vi morrer!

–Será que viu mesmo, garoto? Ele estava ao seu lado quando morreu? Você viu o corpo esmagado dele?

Não, na verdade. Eu não quis ver. Eu já tinha visto meus pais morrerem e não queria ver aquilo de novo, mesmo sabendo, ou pensando que sabia que Valentim estava morto.

Flashback on:

– Papai! Papai!- chamava o pequeno Jace seu pai. Eles estavam no parque e o garoto ansiava por um sorvete.

– Sim querido? – respondeu Valentim Morgenstern. Um homem de aparência séria, cabelos tão loiros que chegavam a serem brancos, olhos negros e cansados como se tivesse vividos mil vidas. Vestido formalmente, mesmo estando num parque.

– Pode comprar um sorvete para mim? – perguntou o baixinho divertido. Quando seu pai assentiu, acrescentou: - De creme e chocolate!

Ficou esperando seu pai voltar, então continuou brincando com a espada de madeira que seu pai lhe dera. Valentim queria que ele treinasse, Jace não sabia o motivo ao certo, mas a idéia de manejar uma espada como um guerreiro sempre lhe agradou.

Lutar como nas histórias, ser sempre o herói! Seu pai começou a treiná-lo e Jace admirava encantado como seu pai era bom com armas, espadas facas, entre outros.

– Aqui está, Jonathan. – disse a voz de seu pai o surpreendendo. Ele se virou e encontrou o homem sorrindo triste para ele com o sorvete na mão.

– Obrigado, pai. – Sabia que seu velho precisava de conforto, ele o abraçou e logo foi retribuído pela sua segunda figura “paterna”.

– O que estava fazendo? Treinando?

–Sim! Eu não sei direito, mas é legal ficar brincando pelo menos. Pode me ensinar como faz? Por favor?

Valentim riu diante da empolgação do filho. Filho postiço. Jonathan Herondale não poderia saber da existência dos seus outros filhos. Clarissa e Jonathan Morgenstern. Nem ele muito menos os outros. Estariam correndo um risco enorme caso isso acontecesse. Sua filha mais velha, Clary, que ele ás vezes sempre considerou como fraca, nesses últimos dias, fora motivo de grande orgulho por parte dele.

Jace Herondale também seria se não fosse pelo seu trauma. Nunca o chamou de fraco, sempre entendeu seu lado. Nenhum garoto de 4 anos deveria passar por aquilo. Mas Valentim se sentia culpado pelo que planejava fazer agora mesmo. O garoto não entenderia, mas ele para seu bem.

Se seu “pai” ficasse por perto, a possibilidade dele acabar morto como seus pais biológicos era alta e Valentim não deixaria isso acontecer. Brincou com Jace durante horas, ensinando-o a lutar com espadas e esperava que ele continuasse com essa sede de conhecimento do mesmo jeito que agora. Ensinou a esquivar, a contra-atacar, ensinou até como matar seu adversário caso seja necessário.

Mas ele esperava que não fosse necessário.

Quanto mais o dia passava, mais chegava a hora de fazer o que era necessário. Quando os minutos se aproximaram, se sentiu nervoso e culpado. Ele deixaria tudo para trás. Tudo.

Seus filhos, sua casa, sua mulher. Jocelyn. O que mais o irritava não era nem o fato de deixá-la, mas sim que ele estaria entregando-a de bandeja para Lucian. Este sempre fora apaixonado em sua mulher mas nunca teve coragem o suficiente para assumir seus sentimentos pela ruiva e acabou perdendo oportunidade quando Valentim a fez como sua mulher.

– Jonathan, venha cá. – chamou. Agora era a hora da despedida. O garoto veio sorridente em sua direção, com o sorvete derretendo em suas mãos.

–Sim, pai?

– Você é um garoto forte, sabe disso não é? – Jace assentiu. – Bem, prometa a mim que continuará assim, não importa o que acontecer. – o garoto o olhou confuso. – Prometa.

–Prometo pai.

– Também sabe que eu te amo, não sabe? Que eu faria qualquer coisa por você, para te manter seguro, não é?

– Sim. Você sempre fez isso, oras. – respondeu o menino rindo. Meu Deus, ele não sabia de nada. Tão inocente o pequeno.

– Vou ali e já volto. – pegou o pequeno Jace para um abraço que o garotinho retribuiu alegremente. – Eu te amo.

– Também te amo. – Jace beijou a face de seu pai. – Fique aqui.

Valentim caminhou ao local marcado por seus capangas, cada passo o distanciava de todas suas felicidades. Chegou ao local e viu seu clone ali parado. Ele saiu de vista de todos ali. Enquanto seu “clone” entrou em cena. Lá vinha o carro com Paghborn dirigindo. O carro acertou seu clone em cheio, fazendo voar longe. Ao fundo ouviu um grito, e dali de trás da arvore se encontrava, via seu menino olhando toda aquela cena.

Valentim sabia que tanto Jonathan, seu filho biológico, como Jace viram o que tinha acontecido ali. Por que fazia parte do plano. O único que ele pode ver foi Jace. Parado feito uma estátua, olhando a cena completamente chocado. Lágrimas quentes e dolorosas escorria de seu pequeno rosto. O sorvete escorregou entre seus dedos e ele desabou no chão chorando. Seu olhar era de pura agonia.

–Sinto muito, queridos. Mas acreditem em mim. Eu prefiro isso do que a morte de vocês. – sussurrou para o nada.

Só havia uma pessoa em sua família que sabia que ele estava vivo. E esta pessoa também estava ali. E seria de grande ajuda para ele.

Flashback off.

Eu não sabia o que dizer. Não depois do Hodge havia me contado. Valentim estava vivo. Vivo! Aquilo que aconteceu no parque fora tudo uma armação. Eu não sabia se ficava contente com a notícia ou se ficava furioso.

Eu fiquei louco por causa daquele desgraçado! E agora ele estava vivo!? Provavelmente agora ele estava rindo da minha cara!

– E? O que você quer de mim? Eu não tenho dinheiro, eu não tenho nada!

– Eu sei disso, meu caro. Mas eu não quero nada de você. Você só será minha moeda de troca.

– O que quer dizer com isso? – perguntei temeroso de sua resposta.

– Ou Valentim aparece ou você morrerá. – respondeu simplesmente. Engoli em seco. Por mais que eu não admita, eu estava com medo. Muito medo.

Ele caminhou em direção a porta, oque eu acho que é a porta, e sumiu por lá durante alguns minutos. Logo depois ouvi o barulho de algo sendo arrastado, algo pesado pelo menos.

Quando ele entrou pude vê que era um tanque cheio de água, com mais ou menos um metro de diâmetro. O que ele ia fazer com aquilo era o que apavorava.

Ele tinha uma câmera na mão esquerda e a posicionou em cima da mesa ao seu lado de modo que ficava bem na minha frente. O tanque estava bem na minha frente também. Senti algo agarrar a raiz do meu cabelo e impulsioná-lo para baixo. Minha cabeça ficou submersa, o ar escapuliu do meus pulmões.

Instintivamente abri minha boca para gritar socorro, mas só consegui engolir litros d’água. Eu sacudia minha cabeça violentamente tentando escapar do aperto de Hodge, mas só consegui uma forte dor de cabeça. Minha visão ficou turva, me senti fraco e tonto e não via a hora de perder a consciência.

Hodge me puxou de volta e vomitei toda a água que eu ingeri naquela “brincadeira” que aquele maluco fez. Engasguei e tossi várias vezes até me recuperar do choque de ter sido afogado.

– Gostou loirinho? Por que o jogo começa agora. E não se preocupe sua família e principalmente Valentim assistirão tudo o que passar aqui.

Anjo, me ajude...


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Notas finais do capítulo

Que tal? História triste não é mesmo? Em minha opinião achei muito fofo e muito cruel o que Valentim fez, mas fazer o que né? Ninguém nunca irá entender Valentim Morgenstern.
Só para matar a curiosidade de alguns, Valentim não é o vilão da história! kk



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