Qual seria a notícia “inovadora” que o Dumbledore teria para nós? Não estou tão curioso para saber quanto os outros estão. Sério todo mundo só sabe falar sobre isso, mas que droga.

–Bom dia flor do dia! – James me acordou assim hoje, eu odeio quando ele faz isso.

–Bom dia trolho... – respondi.

–Que mau humor, você deveria estar no mínimo curioso para saber qual é a notícia que Dumbledore tem para nos dar – disse James.

–Por quê? E se for uma coisa ruim? Esse não for algo tão bom quanto vocês esperam? Isso iria ser ridículo! – eu falei, não eram bons argumentos, mas teriam que servir.

–Se você não quer se animar com isso, anime-se, já que amanhã é SEXTA! – ele disse animado – E além de ser sexta, vou colocar amanhã a lista de quem foi escolhido para o time de Quadribol! Você não quer saber quem vão ser seus companheiros? Hein? Hein?

–Okay, vou tentar ficar feliz, por você – eu disse brincando.

–Ah cara, você é tão doce quanto a um doce estragado – disse um James irônico – Nesta amizade a pessoa fofa sou eu!

– Com toda certeza bobo da corte– eu disse rindo do jeito que ele falou.

– Claro que sim senhor sem graça – falou James com uma sobrancelha levantada, isso é muito estranho, nem esperava que ele fosse responder, mas já deveria ter me acostumado que James Evans tem resposta para tudo.

Estava com muita preguiça de assistir as aulas hoje, acho que nem aulas com a Grifinória nós iriamos ter. Depois de toda a conversa com o James de que eu deveria estra feliz, eu até que acabei ficando um pouco.

O Grande Salão estava cheio de pessoas gritando, falando alto e fazendo tudo o que desse para fazer um barulho ensurdecedor. No meio dessa bagunça toda eu avistei Beatrice Woodley com seus amiguinhos de sempre. Eu tinha que ir lá falar com ela, pois, o que é a vida sem riscos? É evidente que eu só podia estar louco essa ideia, mas mesmo assim eu fui.

–Bom dia... – eu disse a ela na direção do seu ouvido, e depois de ver que ela tinha tomado um susto, eu fiz a coisa que parecia a mais idiota do mundo naquela ocasião, eu continuei andando sem mais nem menos.

O que eu tinha na cabeça? Por Merlin!

Sentei ao lado de James, como sempre.

–Menino, o que você tem nessa cabecinha de mértila? Hein? – James disse sério. –Às vezes eu queria saber, você sabe que não pode falar com ela assim na frente de todo mundo.

–Posso sim, quem disse que eu não posso? – perguntei irônico.

–Eu, a Sonserina, a Grifinória... Quer mais exemplos? – continuo James.

–Cala a boca – eu disse por fim.

–Não precisa ser grosso, cara. – disse o James com um tom que até me deixou com pena.

–Não fui grosso, o Dumbledore que está pedindo – eu disse.

–Ah! Sabia que você não é tão grosso assim, Tommizinho. – comentou James com um sorrisinho intimidador.

–Não me chama de Tommizinho. Tommy era muito melhor, cara. – eu falei, aqui dava vergonha.

–SILÊNCIO! – exclamava Dumbledore.

Enfim silêncio. Dumbledore começou a falar. Obrigado Dumbledore.

–Como todos sabem hoje eu iria anunciar algo a vocês que eu acho que vocês vão se interessar. – começou o professor – Esse grande anuncio não envolverá somente vocês, caros alunos de Hogwarts, mas também alunos de outras duas escolas de magia chamadas Durmstrang e Beauxbatons.

–Conta logo o que é! – gritou James.

Depois ele pergunta o que eu tenho na cabeça, ele que deveria se perguntar o que ele próprio tem na cabeça, menino doido.

–Este ano irá acontecer um Torneio Tribruxo! – finalmente anuncio o professor – Para quem não sabe O Torneio Tribruxo, é um campeonato, no qual é selecionado um campeão através do extraordinário Cálice de Fogo, para cada uma das três escolas participantes. E o prêmio, meus caros alunos, será uma quantia de mil galeões!

Os alunos começaram a falar de novo! Ah mértila, estou com dor de cabeça agora.

–Eu pensava que seria algo sobre Quadribol. Eu quero o calendário! – disse um James um tanto desapontado.

–Eu te disse para não esperar muito do anuncio... Você não quis me ouvir – falei com um ar de “eu te disse”.

–Cala a boca Tommy Tommizinho, tá bom esse nome? – James disse.

Dumbledore recomeçou a sua explicação.

–Não há muitas regras e haverá apenas três tarefas, sendo que duas delas são tradicionalmente as mesmas de sempre, mas é evidente que vocês não sabem quais são, pois não estavam presentes na última realização deste evento – explicava o professor Dumbledore – As escolas participantes irão chegar hoje ao final da tarde e seus representantes serão acolhidos no nosso castelo, tratem eles muito bem. Vocês estão liberados para voltar as suas devidas atividades.

Eu quero participar, isso é insano, mas mesmo assim eu quero participar. Ser escolhido seria uma honra tão grande para mim e para a Sonserina. Eu não sou insano, só para constar. Imagino que Beatrice com certeza vá querer participar, logo ela.

–Ah esperem! Esqueci-me de falar algo importante. O torneio é muito perigoso, contudo todos que quiserem participar, sem restrições, podem apresentar seu nome ao Cálice após a hora do jantar. Podem voltar ao que estavam fazendo. – falou Alvo Dumbledore.

Então é isso, é só colocar meu nome no cálice e pronto.

–Você não vai colocar seu nome, não é? – perguntou James – Eu vou.

–Quem foi que te disse que eu não vou colocar? – perguntei para James.

–Cara, hoje você está me surpreendendo! – disse James fingindo surpresa. – Boa sorte então, trolho!

–Obrigado. – agradeci.

–Acho que sei o que está acontecendo com você! – disse James me dando um susto.

–O quê? – eu perguntei.

–A garota tá te deixando doido! – explicou ele – Claro! É isso, só pode ser.

–Cara, eu estou normal – eu disse com o coração acelerado.

Será que era isso? Será que eu queria colocar meu nome só para ela me notar? Mas ela já me notou, esse é o problema.

–Vamos pra aula de Defesa contra as artes das trevas, antes que você fale mais besteiras. – eu disse.

Chegando a sala, o professor Quirinus Quirrell se apresentou e disse que nós iriamos aprender um feitiço muito poderoso hoje.

–O feitiço do Patrono, como é mais conhecido, cria um animal prateado em forma de energia positiva. É claro que isso só acontece quando o feitiço é conjurado impecavelmente. – explicou Quirrell

Deve ser muito legal conjurar o patrono, mal posso esperar.

–Para conjurá-lo é necessário lembrar-se da sua lembrança mais feliz. – continuo sua explicação. – Podem começar a tentar a conjurar o Patrono. Não pensem vocês que isso é fácil!

Okay, eu tenho que lembrar de algo feliz. Pensei na primeira vez que eu entrei em Hogwarts e falei o feitiço, nada aconteceu.

–Expecto patronum! – ouvi James tentando.

–Expecto patronum! – tentei pensando na viagem que fiz sozinho para a Alemanha. Mas eu estava sozinho, então não foi completamente feliz.

–Expecto patronum – tentou uma garota, acho que o nome dela é Hannah, ela conseguiu. Seu patrono era uma grandiosa águia. O Patrono era algo grande e bonito, nunca tinha visto algo tão bonito assim.

Tudo Bem, Thomas, pense em algo feliz. Algo feliz. ]

–Expecto patronum – conjurei e funcionou. Pensei na festa de anos atrás, quando vi Beatrice pela primeira vez na minha vida. A festa tinha sido boa não só por causa dela, mas também porque foi quando eu vi que eu não precisava ser sozinho, eu poderia ser feliz e ter amigos. Isso não parecia ser uma lembrança tão feliz, mas era realmente algo forte.

Sim, funcionou! Meu patrono é um lobo das montanhas. Certamente esse é um dos meus animais preferidos.

–Infelizmente a aula acabou caros alunos! Parabéns a todos que conseguiram conjurar o Patrono, os que não conseguiram fiquem calmos, eu sei que vão conseguir. – falou Quirrell – É válido dizer que o seu patrono diz muito sobre você. Estão liberados!

–Qual foi sua lembrança feliz? – perguntou-me James.

–Depois eu te digo, não posso falar agora. – respondi.

–Não acredito! Foi sobre ela? – ele me perguntou curioso.

–Despois. – foi a única coisa que consegui dizer.

–Tudo bem, vou buscar meu livro de Transfiguração – avisou James.

–Tudo bem, eu vou indo logo para sala pegar nossos lugares.

Estava em um corredor escuro, quando avistei Beatrice também sozinha. Eu tinha que falar com ela.

–Ei Beatrice! – eu chamei, com a minha ridícula voz rouca.

Era isso Thomas? Você não vai poder sair andando agora. Vou ter que encara-la.

–Hã, oi... – ela respondeu com um tom desconfiado.

O que eu vou falar? A primeira coisa que vier na minha cabeça.

–Oi, eu vi que você está na aula de astronomia... – comecei a fala. Bom, isso era verdade, vi na sala do Dumbledore ontem de tarde. Não me pergunte o que eu estava fazendo lá, longa história.

–Espera o quê? Você anda mexendo nos meus arquivos pessoas de Hogwarts? – ela falou em um tom ameaçador, não sabia que ela era capaz disso. Parecia que ela escondia algo neles, pois ela ficou nervosa de uma hora para a outra.

–Não, claro que não, eu só vi a lista de frequência da professora. – eu falei tentando explicar, mas era dícil com ela me olhando daquele jeito. - Eu só queria saber se você quer ser minha dupla, já que nenhum de seus amigos está na aula também.

Ela me olhava desconfiada.

–E- eu posso ser sua dupla sim, Thomas – eu respondi.

SIM! Essa foi a coisa idiota mais inteligente que eu já fiz! E ela aceitou, o que me parecia mais impossível ainda, porém ela parecia preocupada. “Fale alguma coisa”, pensei.

–Não se preocupe com a nossa diferença, só tem alguns lufanos, uns quatro sonserinos além de mim, poucos grifinórios e muitos corvinos, e todos nós sabemos que os corvinos, que são a maior parte, não ligam para isso. – eu disse para quebrar o gelo.

–Okay – ela disse finalmente, estava começando a ficar preocupado.

–Acho que nós formamos uma boa dupla – eu disse sorrindo, eu estava muito feliz, não conseguia nem conter o sorriso.

Então é isso, agora sou amigo de uma garota da Grifinória. Queria ser bem mais que seu amigo, mas infelizmente as coisas acontecem uma de cada vez. Na verdade eu nem consigo olhar nos olhos dela.