Rainha do Caos escrita por Keen, Pink


Capítulo 3
Três - Dia Internacional do Traseiro Roxo


Notas iniciais do capítulo

Queridos leitores, gostaríamos de lhe informa-los que a nossa fic é movida a comentários, então por favor, comentem!

(Keen) Eae meu povo, pedimos desculpa pela demora, mas aqui o capitulo!
(Milli) Espero que gostem e desculpa a demora!



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Ploft!

Isso foi eu caindo para o outro lado do muro.

A minha sorte, se é que essa palavra existe no meu dicionário, foi que caí no meio de um arbusto bem podado e que me cobria por completo.

Levantei-me devagar, com uma dor insuportável no traseiro, e agachei por entre as folhas, para analisar um modo de escapar daqui, até porque não tinha como escalar o muro e pular para o outro lado. Eu havia tido a ajudinha da Alicia e da Greta antes.

Percebi que a dita cuja da minha melhor amiga berrava sem parar.

– Ai meu Deus! A-I-ME-U-DE-US! Como a Elise vai voltar? Ai minha Nossa Senhora do Vestido Amassado...

Quase mandei ela calar a boca, mas como não posso me arriscar, decidi ficar quieta. Criei coragem, logo que Alicia calou-se e coloquei minha cabeça pra fora das folhas. Olhando de um lado para outro percebi que o jardim estava vazio, o que significava que os alunos estavam no refeitório. Quer dizer, nem todos.

– Elise! - Alguém berrou. Tá, a pessoa apenas sussurrou agachando-se atrás do arbusto.

Epa, epa, epa. Que intimidade é essa? Viro-me pronta pra socar quem quer que seja. Quase atravesso o muro só de susto quando vejo quem é.

– Nathan - sussurrei boquiaberta. - O que você está fazendo aqui?

Nathan Brenson é o primo bonitinho da Alicia. E pra falar a verdade, eu nunca daria um soco nele. Nathan sorriu travesso como se tivesse escutado meu pensamento.

– A questão, Elise, é o que você está fazendo aqui?

Como assim o que eu estou fazendo aqui? Bebeu foi? Não está vendo que eu estou admirando a paisagem?

– Ahn...é... Eu... perdi meu... - Passei a mão na cabeça. - brinco! É, eu perdi meu brinco.

Apalpei a grama fingindo procurar um brinco que eu nunca encontraria já que ele não existia. Nathan me encarou não muito convicto.

– Brinco? - Perguntou ele. - Elise, desde quando você usa brinco?

Droga, droga, droga! Eu não uso brinco! Será que você não pode ser um pouco menos burra, Elise Foster?!, minha consciência gritava. Minha vontade era cavar um buraco na terra e entrar dentro.

– Desde hoje - resmunguei sem graça, tentando parecer o mais óbvio possível.

Ele continuou me encarando e franziu as sobrancelhas. Eu tive uma crise falsa de tosse achando que ele não pressionaria alguém morrendo sem ar... Suposição completamente errada.

– Ah, é? - indagou ele. - E posso saber como o seu brinco veio parar aqui?

Suspirei derrotada.

– Eu vim fazer uma pesquisa, sobre o modo como vocês são tratados deste lado - a mentirosa ambulante ataca outra vez. - Porque não pode ter injustiça, né? Vocês serem tratados diferentes de nós...

Ele arqueou as sobrancelhas interessado.

– E qual o motivo de se esconder atrás de um arbusto?

Que garoto difícil, credo! Tem que virar detetive.

– Se perceberem que eu estou fazendo essa pesquisa, os funcionários podem tratarem vocês de modo diferente do de costume...

Nathan colocou a mão no queixo pensativo e levantou-se.

– Legal Elise, mas não acho que os funcionários daqui fariam isso, então acho que você pode andar pelo colégio, sem se esconder. Ah, se quiser eu posso te guiar - ele sugeriu atencioso. - Vamos? Ou será que você prefere falar a verdade?

– É obvio que eu estou falando a verdade - rosnei irritada, o empurrando para dar espaço. Eu não devia ter feito isso, porque eu precisava de alguém pra me mostrar a saída. Virei pra ele rapidamente e sorri doce. - Nathan, será que você poderia me mostrar a saída?

Ele me encarou confuso, estranhando a minha bipolaridade.

– Tem uma no refeitório. Se não encontrar, procura uma placa bem grande escrito Saída– ele zombou sorrindo e saiu andando.

Estreitei os olhos mirando suas costas. Os garotos daqui são todos iguais mesmos!

Como o jardim estava vazio, não teria chance de eu ser vista. O problema era o que eu faria quando chegasse num refeitório, a poucos metros dali, infestado de garotos. Eu nunca conseguiria passar despercebida com o meu cabelo ruivo brilhante e com essa saia.

Andei rapidamente me sentindo como James Bond em uma missão. Pé ante pé. Acho que eu cheguei até a escutar aquela musiquinha da Pantera Cor-de-Rosa ao fundo. Taran, taram, taramtaramtaram....

Cheguei à porta do refeitório e botei só um pouco da cabeça pra dentro. É, eu estava certa. Cheio de garotos. Havia uma fila enorme deles, em um dos cantos comprando o lanche. Pra minha “sorte” havia só um grupinho sentado em uma mesa próxima da onde eu teria que passar pra chegar até a saída do outro lado...

Meu sorriso de satisfação murchou na mesma hora que chegou enquanto eu encarava o grupinho próximo. Não, isso não. Por favor, me diz que é miragem. Não, não é miragem. É a mais pura Barbie em pessoa! Na boa, achei que a Barbie Perfeição andava melhor acompanhado e não com um monte de babacas de calças frouxas e cabelo estilo ninho. Só que pensando bem ele também é um babaca, então tanto faz.

O pior é que ele iria me reconhecer. Olhei para todos os lados a procura de algo que me ajudasse a sair. Foi então que eu encontrei a incrível, magnífica, maravilhosa, sensacional lata de lixo com rodinhas bem ao meu lado. Ótimo!

Agachei segurando a lata que me tampava completamente e passei correndo o máximo que eu podia agachada. Traduzindo: poderia apostar com uma tartaruga e ela ainda ganhava.

Estava indo tudo muito bem, até que vi a placa que avisava que o chão estava molhado. O problema é que vi isso apenas depois de me estabacar no chão. Tenho que admitir que foi um tombo espetacular, saí deslizando igual uma foca.

Minha vida é realmente uma maravilha. Só que não. E quando as coisas já estão ruins, acredite, elas sempre tendem a piorar.

– Deixa eu te ajudar, vai - pedi pra que aquela voz fosse espíritos e não de quem eu estava pensando. Só que não adiantou em nada.

Quando Ian me viu ele meio que congelou.

– Elise!? - Berrou o troglodita. - Mas que diabos você está fazendo aqui? - Acho que ele quer me matar, e isso não é bom. Sem contar que eu sou muito nova pra morrer.

A gangue baba-ovo da Barbie logo veio atrás! Ficaram tão espantados comigo, ali estirada no chão, que parecem que nunca viram uma garota. Quer dizer, não daquele lado.

– Não é da sua conta! - falei grosseiramente me levantando e quase espatifando no chão de novo com um escorregão.

Ian me segurou pelo braço e saiu me arrastando.

–Vem, você tem que sair daqui antes que arruíne toda minha reputação.

Hum, bom saber que o peixe albino preserva a reputação. Ele me arrastou não só até a saída do refeitório, mas até a Entrada Sul, ou no meu caso, saída. Ian começou a falar alguma coisa enquanto abria a porta pra me enxotar, mas calou-se, um pouco pálido.

– Ah, o que foi dessa vez sua pamonha? Não tem coragem de me expulsar, é? - Aticei rindo.

Seus olhos se concentravam pra algo atrás de mim. Foi então que eu senti a mão pesada pairando sobre o meu ombro.

– Ah, me deixa em paz, não está vendo que eu estou ocupado, seu... - foi a minha vez de calar a boca.

A Sra. Gotte estava parada diante de nós com cara de quem chupou limão e não gostou.

– Sr. Becker e Srta. Foster, posso saber o que ambos fazem aqui? - ela perguntou agressiva.

Por mais que eu tentasse minha voz não saia. O que foi azar, já que Ian conseguiu falar primeiro que eu.

– A Elise, - ele disse apontando pra mim na maior cara de pau - ela invadiu o nosso lado e eu só estava tentando mandá-la de volta.

A Sra. Gotte me analisou estreitando os olhos.

– Típico da sua parte, não Srta. Foster? - disse ela, então voltou-se para Ian. - Está dispensado, Sr. Becker, pelo devido comportamento que tomou.

Abri a boca incrédula. De novo não.

– E você, Srta. Foster, pra direção agora - a pudim de banha ordenou.

Era muita palhaçada mesmo. A Sra. Gotte me fez percorrer um longo corredor que eu achei que nunca acabaria, mas pra minha surpresa era como uma passagem secreta que levava até o outro lado das garotas. Eu havia ficado feliz por ser uma das únicas que saberia sobre isso, mas a velha me fez jurar que eu não passaria por aqui. Gotte me viu jurando, só não deixei ela ver meus dedinhos cruzados.

É então que volta no ponto de partida. Eu, sentada numa das cadeiras da direção, encarando a cara feia da Sra. Gotte, me dizendo que eu havia sido pega no flagra e que eu não teria como escapar.

Abri a boca pra começar minha defesa, no entanto a porta se abriu. A Sra. McCartey, a nossa querida diretora que sempre defende o mais fracos, pobres e oprimidos, como eu, apareceu.

– Elise? - Ela me encarou. - De novo aqui?

Assenti ficando vermelha.

– Mais ou menos...

A Sra. Intrometida Gotte se infiltrou no meio da conversa.

– Sabe onde ela estava, Sra. Diretora? - Perguntou. - No lado Sul, que até onde eu sei, é proibido para garotas.

A Sra. McCartey suspirou.

– Srta. Gotte, todos nós sabemos que não é a primeira vez que isso acontece - ela sentou-se na sua cadeira do outro lado da mesa. - Dessa vez Elise, você não vai ser punida, mas se acontecer de novo, não poderei fazer nada pra ajudar. Dispensada, querida.

A velha bruxa da Sra. Gotte começou a fazer escândalo dizendo que eu era uma péssima aluna e que era óbvio que isso aconteceria de novo. A Sra. McCartey, mantendo a classe mais alta, apenas deu de ombros não se importando bulhufas do que era dito contra minha pessoa. Assim, saí dali, não rápido porque eu não estava nem um pouco a fim de ir pra mais uma aula entediante, mas posso dizer que eu estava com um belo sorriso na cara, porque pela primeira vez eu não havia sido injustiçada.


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Notas finais do capítulo

(Keen) Gostaram? Odiaram? Querem mais? Hein? Diz aí gente linda..
(Milli) Odiar acho que não, mas é isso aí comentem. Precisamos saber a opinião de vocês!
(Keen e Milli) Manu, queremos agradecer pelo seu comentário, ficamos muito alegres! :D



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