O que Deveria Ser o Natal escrita por ChibiMeron


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Err... deixa um review, ta bem? XD



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    Bianca Cruz era uma ótima garota, seu maior sonho era conhecer o velhinho que lhe trazia brinquedos todos os anos. Ela se comportava todo o dia, era obediente com seus pais e gentil com seus amigos. Seu belo par de olhos amarelos fazia uma combinação perfeita com seus longos cabelos ruiva. A pequena garota de apenas seis anos de idade havia recebido tudo o que pediu ao Bom Velhinho, então ela decidiu realizar seu sonho.

 

    “Querido Noel,

 

Aqui é Bianca, sua amiga. Lembra de mim, não é?

Sei que se lembra, você sabe que te amo.

Obrigada por todos esses anos me dar tudo o que sempre lhe pedi Senhor Noel.

Agora peço que realize meu sonho, de conhecer o Senhor.

Estarei te esperando em frente à lareira, quando todos já estiverem dormindo, com um copo de leite e um prato de biscoitos.

 

Te amo, Bom Senhor.”

 

    Na véspera de Natal, Bianca pôs sua camisola, deu boa noite a seus pais, e subiu para seu quarto. A pequenina garota, que parecia uma delicada boneca, tinha sua mente inquieta, pensando em seu encontro. Eu irei abraçá-lo e pedir para ajudá-lo todos os anos, pensava Bianca. Ela enrolou-se em seu cobertor, e esperou até as 23h00min, para encontrar o velhinho que tanto admirava. Com um relógio e uma lanterna por debaixo das cobertas, na hora esperada, levantou-se com cuidado e andou nas pontas dos pés até o piso de baixo. Andou sorrateiramente, com sua lanterna em mãos, até a cozinha, onde pegou o copo e prato para seu convidado. Sentou-se ao lado da árvore natalina, em frente à lareira, com variadas conversas em mentes. Mesmo tendo ensaiado dias, ela estava nervosa, havia esquecido as palavras. Com a luz de sua lanterna direcionada para onde seu convidado apareceria, ela olhava. Ainda longe da meia noite, os olhos de Bianca começavam a se fechar.  Não, tenho que esperá-lo, disse para si mesma. Na tentativa de manter-se acordada, teve a idéia de andar pela casa. Levantou-se de seu posto, e no seu segundo passo, tropeçou. Com suas mãos impedindo que seu rosto batesse no chão, ela se sentou e iluminou seu caminho. Quando viu onde tropeçou – vários embrulhos de presente -, assustou-se.

 

- Papai Noel veio aqui, mas não realizou meu pedido? Como pode? – ela podia sentir lágrimas quentes a ponto de transbordar em seus olhos – Fui uma má garota? Ele não quer me conhecer?

 

    Ela não se conteve, e logo começou a chorar. Soltava soluços em meio às lágrimas salgadas. Esfregando seus olhos com suas pequenas mãozinhas, subiu correndo para seu quarto. Ao passar pelo quarto de seus pais, ela ouviu barulhos. Então parou, e imediatamente parou de chorar. Será que Papai Noel entrou no quarto errado? Ela não pôde conter o grande sorriso que deu, estava feliz. Ela abriu a porta rápido, com uma imensa vontade de abraçar o Bom Velhinho. Quando abriu, não viu nada lá. Aliás, foi isso que viu. Nada. Onde estavam seus pais? Ela fechou a porta com cuidado, com medo de que seu pai lhe advertisse, saindo de sabe-se lá onde. Ela tinha medo de seus sermões. Ela voltou para seu quarto, e ficou encolhida em sua cama. Fiz algo de errado? Senhor Noel, papai e também mamãe. Abandonaram-me?

    Quando estava prestes a deixar lágrimas rolarem novamente, ela ouviu barulho de coisas caindo, o que parecia vir do piso de baixo. Da cozinha, talvez. Logo ela pensou que o bom velhinho, junto de seus pais, só queria lhe pregar uma peça, estavam preparando uma grande surpresa. Com um grande sorriso, abriu a porta de seu quarto e correu até o corredor, certamente muito feliz, e quando chegou ao meio das escadas, ela ouviu.

 

- Você sabe do que eu estou falando! – era uma voz masculina, gritando.

- Não, eu não sei Marcus! Eu já te disse: NÃO HOUVE NADA! – logo Bianca reconheceu a voz de sua mãe, e o nome de seu pai. Ela continuou a andar, mas dessa vez vagarosamente.

- Sabe muito bem do que eu estou falando, Sara! Bianca não é minha filha, não é? Como pôde me dizer que ela era todos esses anos? – a pequena garota, paralisou ali mesmo. Ele não era seu pai? Como assim? Correu para trás da árvore de Natal, onde observou os dois, que estavam na cozinha.

- Está bem... – Sara falou calmamente, abaixando sua cabeça – Sim, Marcus. Bianca é filha dele. Mas de quê isso importa, foi antes de você me pedir em casamento!

- Importa muito, Sara – ele falou calmamente, e então se virou para o armário. Abriu uma gaveta, e logo a fechou, então voltou a encarar sua esposa – Mas agora não importará mais, certo? – com um facão de cozinha em mãos, ele se aproximou de sua esposa.

- Marcus, não! MARCUS! – após pronunciar sua última palavra, aquele que ela tanto amava cortou sua artéria, fazendo jorrar sangue pela cozinha.

- MAMÃE! – a pequena Bianca correu até sua amada mãe, e a tomou nos braços, suplicando para que ela acordasse.

- Você viu isso, meu anjo? – Marcus falava calmamente, aproximou-se de Bianca, e a abraçou – Te amei por tantos anos, como se fosse de meu próprio sangue e carne. Mas não é. – então atravessou o mesmo instrumento que usou para matar sua esposa na barriga da pequena menina, e deu-lhe um beijo na testa. – Seja obediente, meu anjo. Não grite, morra em silêncio, está bem?

 

    Ele se levantou, com suas roupas cobertas de sangue, e pegou um pote de álcool e uma caixa de fósforos, e aproximou-se de sua “filha”, que ainda viva gemia de dor. Jogando o álcool em cada canto da cozinha, inclusive no corpo de sua esposa e sua filha, e até em si. Ascendeu um fósforo, e olhou com ternura para a garotinha que chorava.

 

- Boa noite, meu amor. Diga à sua mãe que ela não merecia morrer tão rápido. – então jogou o fósforo na trilha de álcool.

- Por que não apareceu, Senhor Noel? Você poderia ter nos salvado. – disse por fim a garota, que gritou na agonia, queimando nas chamas feitas por seu amado papai.

 


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