Um dia depois, no circo...

– Muito bem, menininho. – Disse Joker à Ciel – Já que você é bom em dardos, vamos fazer alguns testes. – Ele se virou para um homem loiro. – Dagger, dê algumas facas a ele. – Disse.

– Um, tem certeza? Ele é só uma criança, não deve ter mais de 13 anos. Nem deve alcançar o alvo e... – Dagger tentou insistir, mas Primrose, que tinha uma espécie de pavio curto, tinha perdido a paciência.

– SANTA MÃE, POR FAVOR, VAI LOGO QUE EU NÃO AGUENTO MAIS! – Todo mundo olhou pra ela – Falei isso muito alto?

– O que você acha? – Sussurrou Meredith, fazendo Primrose ficar mais vermelha que um pimentão. – Desculpem a minha irmãzinha, ela tem um pavio curto, então sugiro que não a provoquem. – Disse a menina de cabelos levemente azulados.

– Tá. – Disse Ciel como se não fosse nada – Me dê as facas. Eu consigo. – Dagger deu algumas facas à Ciel, que se preparava para jogar. Ele deu um olhar para Sebastian, que como era o Sebas-chan (adoro isso), sabia o que fazer. Afinal, o alvo era muito longe.

– Ah, Joker, como você é mau. – Dagger comentou, o que fez Ciel olhar pra ele em suspeita – Com esses braços fininhos, ele nunca vai alcançar o alvo. – Ciel estava levemente ofendido com o comentário, mas sabia que Sebastian faria eles engolirem suas palavras.

– Mas se o alvo estiver perto, ele não vai impressionar o público, certo? – Joker retruca. Ciel ignorou os dois, já que eram dois bobões. (que vão morrer no fim da temporada, mesmo...)

– Que tal dar uma faca maior. Essa aí nem passa perto do alvo. – Meredith sugeriu.

– Apesar de o alvo ser bem grande. Aliás, os braços dele são bem pequenos e duvido que ele consiga segurar uma faca maior... – Primrose sugeriu logo em seguida.

– Hey. – Ciel se virou. – Que tal se eu fizesse a cara de vocês o meu próximo alvo? – As duas se calaram, com cara de espanto. – Assim está melhor.

Ele jogou a faca, que decolou em direção ao chão (tadinho do Ciel). Joker e Dagger riram baixinho, mas ficaram com a maior cara de ‘mas que merda?!’ quando viram que a faca voou do chão para o alvo, acertando-o em cheio. Eles olham para Ciel, impressionados, que manda mais uma remessa de facas, todas acertando o alvo.

– Assim está bom? – Ele pergunta logo em seguida, apontando para dez facas cravadas no alvo. Dagger não conseguia se expressar com palavras (então fazia sinais, apontando para ele e o alvo) e Jokes estava levemente impressionado.

– Ora ora, você tem talento, garoto. – Ele olhou para Primrose, que imediatamente recuou alguns passos – Agora é hora desta menina linda. – Ele acariciou o queixo da Primrose, que há essa hora já tava a ponto de ter um ataque de epilepsia (uhuu, palavras difíceis!).

– Desculpa, mas ela já tem dono. – Meredith disse, Primrose deu um peteleco na testa dela, fazendo a mesma recuar de dor – Ai! Foi mal. Quer que ele fique te assediando? – Sussurrou a última parte. Primrose corou que nem um pimentão e mandou um olhar like a cala boca.

– Venha comigo. – Joker trouxe/arrastou Primrose para dentro de uma tenda, que deu um olhar de ‘help me’ pra Meredith, que somente seguiu, se divertindo, com Ciel e Sebastian atrás. Todos sabiam que aquele ia ser um longo dia.

Depois de muito sufoco e tal, eles conseguiram amarrar Primrose numa corda que a ajudaria a andar na corda bamba. Finalmente, já confusa com o porque da corda, ela pergunta:

– Pra que essa corda?

– É pra você não se espatifar no chão! – Meredith responde primeiro, um sorriso irônico plantado no seu rosto.

– E jorrar sangue para todo lado! – Ciel responde logo em seguida, copiando o mesmo sorriso de Meredith. Primrose empalideceu e estremeceu.

– Matthew e Madeline*. – Sebastian disse, com uma voz de pai responsável – Não assustem a Madison, sabem que ela pode morrer a qualquer minuto. – Ele queria bancar o pai responsável, mas ser um pai troll é muito melhor (NA: meu pai é assim).

– Muito encorajador, Sebastian. Muito encorajador... – Ela murmurou, sabendo que Sebastian podia ouvir. – Eu acho que eu vou mudar de ideia. – Ela gritou.

– Cale-se, cale-se, você me deixa louca! – Meredith gritou de lá de baixo. Todos olharam para ela – Vai logo, que eu estou sem paciência pra esse seu drama hoje! – Primrose fez uma cara magoada.

– Ninguém tem paciência comigo...

– Não mesmo. – Ciel diz – Anda!

Doll empurrou ela, dizendo um ‘vai com tudo!’, fazendo-a andar na corda bamba contra a sua vontade. Aos poucos, ela sentiu confiança. Era como quando ela era pequena, e ela ficava andando naquelas barras de ferro dos supermercados. Era engraçado até você cair de cara no chão.

– Isso até que é fácil. – Ela grita, só que perde o equilíbrio. Todos prenderam a respiração, inclusive Ciel. Logo depois, ela recuperara seu equilíbrio graças a Sebas-chan, que jogou uma pedra nela. – Ahn, eu tô bem! – Ela grita – Mentira, eu não tô bem, não! – Ela grita depois de alguns segundos.

– Que pena. Te vejo na próxima reencarnação. – E com isso Meredith vai pra algum lugar. Todo mundo olha para Ciel, que dá de ombros e finge que nem conhece Meredith.

– Vai, Maddie! Eu sei que você consegue! – Ele grita. Primrose cora e se sente mais confiante. Ela vai andando e finalmente chega até o fim do percurso, suspirando e ofegando. – Não foi tão ruim, foi?

– Não sei, porque não te coloco lá pra você saber o que eu passei?! – Tanto Ciel quando Primrose sabiam que ela estava fingindo, pois irmãos tem que irritar uns aos outros, e era isso que Primrose estava fazendo.

– Eu ia me sair melhor que você mesmo.

– Não ia.

– Ia.

– Não ia.

– Ia.

– NÃO IA.

– IA.

– NÃO IA!

– IA!

– NÃO IA!

– NÃO IA!

– IA!

– NÃO IA!

– IA E PONTO FINAL. – E Primrose bate o pé no chão, agora estava REALMENTE de mal com Ciel. Ela nem tinha percebido.

– Se você tá dizendo. – Só depois que Ciel foi andando, Primrose percebeu que tinha sido enganada.

– Ora seu...

– Crianças. – Joker tentou acalmá-los – Madison, certo? Tem algo mais que você saiba fazer, já que não consegue ir na corda bamba direito? – Primrose pensou. Ela sempre tinha sido boa em truques. E gostava de faze-los. Talvez pudesse fazer um e se livrar daquele inferno que chamava de circo.

– Bem, eu sou uma ótima mágica.

– Faça um truque. Vamos ver. – Primrose procura por algo, e acaba encontrando um furão passeando por ali (furões na Inglaterra, que ironia) – O que vai fazer com esse animal? – Colocando o dedo sobre os lábios e virando o rosto um pouco em uma réplica do Sebastian, ela disse:

– É segredo.

Ela pega uma capa que estava largada por ali, e manda Dagger segurar a outra ponta, e ele o fez. Meredith e Ciel chegaram bem a tempo de ver o truque, juntos de Sebastian. Primrose coloca o animal sobre a capa, puxa-a, e o furão some. Todos olham, impressionados. Sebastian sorriu de canto.

– Mas como... A-A-AHH! – Joker enfia a mão dentro da calça, e de lá tirou o furão de antes – C-COMO?! – Ele ficou claramente impressionado. E não só ele como os outros que estavam observando e contendo as risadas. Afinal, não é todo dia em 1889 que se vê uma menina de 13 anos tirar um furão da calça de um palhaço, ou seja lá o que o Joker for...

– Mágica. – Primrose enfatiza.

– Bem, isso c-certamente foi um bom truque... – Joker disse – Mas, uma pergunta... Porque na minha calça? – Primrose deu de ombros. Joker largou o animal para sei-lá-aonde – Agora só falta ela. – Apontou para Meredith – Vamos para o trapézio.

Ah, mais que péssima escolha... Meredith pensou.

Algum tempo depois...

Meredith estava em cima de um trapézio, com Peter do outro lado. Ele iria ajuda-la e garantir que não se matasse, o que não ajudou muito Meredith. Ela estava suando, mais que Primrose, e seu coração palpitava em cada batida. E ela estava tremendo.

Primrose estava com um sorriso sádico, e Ciel observava tudo calmamente. Primrose suspirou, quem dera tivesse sua câmera ali, então gravaria tudo e colocaria no Youtube. Sem sombra de dúvida viraria um vídeo viral.

– Muito bem, – Joker começou a explicar – Madeline, Peter vai ajuda-la com o trapézio. E Madison, que foi muito gentil em se oferecer, vai ser a defesa.

– AHAHA, COM ESSA CARA DE CHUTEIRA! – Ciel riu.

(Desculpa, eu TINHA que colocar essa piada).

Primrose deu vontade de mandar ele pra **** que ***** e não voltar mais. Mas ela era uma dama e não faria isso a menor que fosse necessário. Meredith respirou fundo e pulou. Ela começou a fazer umas manobras naquela corda e pegou o jeito, mas aí se desequilibrou e caiu.

Ela deu de cara no chão e Primrose fingiu que não tinha visto nada. Quando os outros garantiram que ela não tinha morrido, foram ao hospital e Meredith só tinha alguns ferimentos leves, por causa da queda. Ela ofegou.

– Eu nunca mais faço isso de novo. – Meredith disse.

– Viu como é bom? – Primrose perguntou, sarcasticamente.

– Calada. – Meredith rosnou.

– Ok, criançada. – Joker disse – Vocês todos passaram raspando, mas agora faltam os nomes artísticos. – Ele olha para Sebastian – Você será Black. – Olha para Meredith – Hmmm, você será Rainbow. – Meredith pareceu contente. Joker olha atentamente para Primrose – Você será Angel!

– Perae perae perae!! Porque “Angel”?

– Porque você é uma anjinha. – Primrose corou.

– Esse nome é muito feminino.

– Você é muito feminina. – Até parece a Doll, Pensou Joker. Isso fazia ele lembrar de antigamente.

– Todos os garotos da nossa escola dizem o contr- Ack, tá bem! – Primrose/Angel/Madison deu uma cotovelada em Meredith/Rainbow/Madeline.

– Hm, você... – Ele olhou para Ciel – Smile!

– Como é?! – Joker mandou ele dar um sorriso. Com MUITA MUITA MUITA força de vontade, ele sorriu. Primrose corou de olhar para ele.

– E assim começa o circo!

De noite...

– Eu tenho um pressentimento ruim sobre essas crianças e o pai delas... – Dagger falou para Joker, assim que checaram que todos estavam dormindo.

– É tudo da sua imaginação. Você não é o mais esperto, Dagger. – Joker brincou. Dagger não achou engraçado.

– Tinha um furão na sua calça.

– Cala a boca.