Usuário Final escrita por Ishida Kun


Capítulo 8
Antes de dormir 2:3


Notas iniciais do capítulo

Há quanto tempo meus caros leitores que estão entre os vivos e aqueles que não podemos ver também! Prontos para mais uma dose? Vocês estão achando o desenvolvimento da trama muito "enrolado"? Resolvi escrever Usuário Final, num formato "livro", diferente das postagens de internet, nas quais se pula direto para a ação propriamente dita. Pretendo desenvolver os personagens e as diversas ramificações que seus sentimentos seguem e isso é algo mais lento mesmo, (além de dar um toque de mistério bem legal) espero que vocês compreendam. Obrigado e boa leitura!



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As mãos de Adam tremiam e ele sentia como seu uma corrente elétrica percorresse seu corpo e não sabia se era a adrenalina, o medo ou a excitação pelo que acabara de ler, que fazia com que sentisse algo gelado escorregar pela sua espinha. Sua boca estava tão seca quanto um rio represado e suas pernas pareciam feitas de borracha ou de gravetos que certamente quebrariam com seu peso. Levantar-se dali para buscar água na cozinha estava fora de cogitação.

Precisava pensar, precisava colocar as coisas em ordem, mas sua cabeça estava zonza, como se tivesse acabado de descer de uma montanha-russa giratória. Como entender ou acreditar numa coisa que não podia ser explicada de nenhuma maneira conhecida? Adam sentia-se como se alguém tivesse acabado de lhe contar a mais assustadora e realista história sobre vampiros, algo tão bem-feito que o fez questionar se de fato era uma história. Em suas mãos estava um livreto que dizia que ele era um Usuário Final, que todas as noites quando adormecesse, sua consciência seria involuntariamente mandada para a Rede, uma realidade hostil e perigosa, habitada pelas malditas criaturas do seu sonho, chamadas de Devoradores. Em seus ombros havia sido jogada a responsabilidade de cuidar daquele mundo estranho, protegendo as pessoas que ainda dormiam inocentes, sem saber o perigo que lhes rodeava. Veria coisas que o fariam questionar seus olhos, faria coisas que desafiaram o real do qual ele tanto se apegava. Abrindo aquela caixa, Adam havia mergulhado de cabeça numa espiral de informações das quais, por mais que se recusasse a acreditar, sabia que eram verdadeiras.

Não era o tipo de coisa fácil de engolir, era indigesto e áspero e ele queria que fosse uma mentira, uma piada sem graça de um daqueles revendedores que deixavam malas diretas em sua caixa de correios, das quais ele sempre recusava. Mas agora, a verdade estava em suas mãos e não havia mais volta, não lhe restava nada além de confirmar o que acabara de ler.

Ele pegou o equipamento, que no manual dizia se chamar “dispositivo de interface”, e agora olhando mais atentamente de fato ele se assemelhava a um daqueles headphones dos quais ele sem dúvida alguma não poderia pagar, mesmo se economizasse seu salário durante três meses. Com a exceção de uma entrada para o cabo de dados que havia na caixa, a coisa não tinha botões ou marcas, era fria mas não parecia ser de metal, de um preto discreto, com simples detalhes em azul.

Resolveu experimentá-lo, encaixando-o confortavelmente como se fosse de fato um headphone e no mesmo instante, um zumbido preencheu seus ouvidos quando a coisa se ligou sozinha, pressionando sua cabeça como se estivesse se ajustando, os detalhes em azul acenderam como neon e uma sensação de formigamento começou lentamente a percorrer seu corpo. Adam arrancou o objeto e o jogou na cama, as luzes levaram alguns segundos para se apagar e seu corpo ainda formigava como uma TV com estática.

— Ok Adam... siga o maldito manual... - disse com seus botões, lembrando-se que no manual dizia que ele deveria primeiramente, configurar o dispositivo num computador. Estava decidido a levar aquilo adiante, por mais que a ideia o incomodasse. Enquanto pegava o cabo de dados, viu a cartela de com quatro pílulas azuis. De acordo com o livreto, as pílulas serviriam para que ele dormisse tranquilamente, sem ir para a Rede, receberia apenas quatro por mês, pois o uso em excesso poderia o matar. A ideia de ingerir aquilo era ainda pior do que dormir com um headphone sci-fi na cabeça, afinal e se fosse veneno ou algum tipo de droga que o transformasse num ser mutante ou um zumbi? Adam riu da ideia, mas não de uma forma boa, pensando em como qualquer coisa podia matá-lo, de uma pílula à seres sorridentes com garras afiadas.

Ele conectou o dispositivo ao seu notebook e uma janela com todos os seus dados surgiu. Havia até mesmo uma informação que dizia que ele era mentalmente instável, retraído, com problemas para se relacionar com os outros, que tinha tendências sociopatas e um possível caso de depressão, entre outras informações das quais o deixaram perplexo, como o fato de que ele discordaria daqueles dados, mesmo sabendo que eles eram verdadeiros.

Obviamente que discordava e nenhuma parte dele sabia que aquilo era verdade, a única verdade ali é que alguém parecia ter perdido muito tempo o observando e tirando conclusões precipitadas. Apagou o seu suposto “perfil psicológico” e confirmou as informações. Na tela seguinte precisou criar um login e senha para participar do “chat”. Se perguntou se alguém ainda usava chats, com tantas redes sociais disponíveis pela internet. Essa parte por sinal, foi a que mais o deixou desconfortável pois de acordo com o manual, ele iria para a Rede com mais pessoas, uma equipe que iria o ajudar na adaptação e o chat seria para manter contato com elas, especificar detalhes das operações que realizaria na Rede ou simplesmente jogar conversa fora. A parte dos “problemas para se relacionar com os outros” o espetou dolorosamente e Adam amargou um sorriso.

A última parte do processo consistia em colocar o dispositivo de interface na cabeça e criar uma palavra passe, que seria solicitada a ele quando quisesse sair da Rede. O dispositivo acendeu assim que Adam o ajeitou na cabeça, o zumbido nos ouvidos foi mais alto e desta vez não sentiu o formigamento no corpo.
— Bem-vindo Usuário Final. Por favor, diga a palavra passe. - solicitou uma voz feminina. O áudio era tão limpo e claro que parecia que a voz estava em sua cabeça e não em sues ouvidos.

Adam disse a primeira palavra que lhe veio em mente, “pause”, que era usada em um filme do qual ele gostava, sobre uma espécie de jogo de realidade virtual. É claro que não fazia o menor sentido falar “pausar” para sair, mas ele não estava preocupado com isso.

Quando o sistema terminou as configurações ele desconectou o dispositivo, retirando-o da cabeça e a tela do chat se abriu imediatamente, uma janela cinza, apenas com um campo de login e senha. Adam se levantou da cama e colocou o notebook em sua escrivaninha, onde poderia ficar sentado para que a câmera tivesse uma melhor visualização de seu rosto e menor do seu quarto, que estava razoavelmente uma desordem. Após digitar seu login e senha, uma segunda janela se abriu, exibindo quatro janelas em videoconferência, onde a equipe a qual havia sido designado, conversava animadamente, com apenas parte de seus rostos visíveis, começando abaixo da linha do nariz. Em uma das janelas havia uma garota com cabelo ruivo, com mechas onduladas caindo por um dos lados de seu rosto, seus lábios eram finos como uma linha, parecendo até mesmo, desenhados a lápis, a pele era rosada e salpicada de sardas. Na segunda janela, um homem olhava para o lado, aparentando ler um livro ou uma revista, a barba recém-crescida parecia ser deixada daquela forma propositalmente, seu queixo era largo acompanhando as robustas formas de seus ombros e braços, que exibiam músculos bem trabalhados e uma tatuagem da qual Adam não conseguia identificar. Na terceira havia mais uma garota, seu cabelo parecia estar preso, o rosto tinha feições delicadas e os lábios avermelhados, eram tão belos quanto uma cereja, com um piercing de argola pendendo do lábio inferior. Na quarta janela, apenas uma cadeira era mostrada, com um leve vislumbre de um quarto meticulosamente organizado.

— … daí eu mandei ele lamber o chão. E não é que o babaca lambeu? - disse a garota com piercing, sua voz era levemente rouca, mas muito suave.

— Nossa que mané! Você devia ter chutado a cara dele também! - riu a outra, com uma voz fina e delicada, ela falava tão rápido que Adam precisou de alguns segundos para entender o que ela havia dito.

— Ah, eu não curto essas coisas de sadomasoquismo! Deixo isso para os livros estúpidos que as senhoras andam lendo por aí! Mas se eu gostasse... acho que seria a única pessoa a se divertir! - completou a outra, mordendo o canto dos lábios e repuxando a argola de leve, e fosse o teor da conversa ou o gesto, fez com que Adam inevitavelmente pensasse em sexo. Talvez Eriza tivesse razão quanto ao fato dele arranjar uma namorada, aquilo estava começando a ficar estranho.

— Opa! Agora que a conversa começou a ficar boa... a nossa ilustríssima líder vai começar a soltar os casos sórdidos de sua vida promiscua! - disse o homem, se intrometendo na conversa das garotas enquanto abaixava o livro que lia.

— Vai se foder Hector! - xingou a garota do piercing, mostrando o dedo do meio enquanto sorria diabolicamente.

Os três gargalharam e Adam se perguntou qual era a piada. Devido a tudo o que havia lido naquele livro, ele imaginava que ser um Usuário Final fosse algo mais... sério. Mas ali, estavam apenas pessoas que se comportavam feito os garotos da sua escola, rindo de qualquer coisa, xingando uns aos outros, sendo pessoas normais. Ele abaixou a cabeça inconscientemente, pensando que na verdade não era com eles que havia um problema, afinal, ninguém nem mesmo havia percebido sua presença ali.

— Olá... desculpe atrapalhar, eu me chamo Ad... - começou Adam, a voz quase se recusando a sair da boca.

— Mas que porra é essa?! - gritou o homem, cobrindo o rosto com a mão.

— Você ficou maluco?! - reclamou a garota com piercing, fazendo o mesmo que o homem e a garota ruiva- Cubra o seu maldito rosto!

Adam corou, levando preciosos segundos até perceber que diferente de seus novos companheiros, seu rosto estava à mostra. Havia se esquecido de uma das principais regras dos Usuários Finais onde em hipótese alguma, eles poderiam se conhecer pessoal ou visualmente no mundo real. Usuários que mantinham contato, possuíam na Rede uma ligação sentimental tão forte que se um fosse morto, o outro possivelmente teria o mesmo fim. Como ele poderia decorar tantas coisas tão rapidamente? Ainda mais depois de tudo o que aconteceu, eram coisas demais e sua cabeça ainda não estava funcionando direito. Ajeitou rapidamente a câmera, de forma que seu rosto aparecesse como o dos demais.

— Pronto. - disse rispidamente, mantendo uma expressão séria – Sinto muito por isso. Acho que vocês podem olhar agora.

— Cara você ficou maluco? Você não leu o manual?- Indagou o homem, de forma ameaçadora.

— Digamos que eu ando tendo um péssimo dia e acabei de descobrir que os próximos serão ainda piores. Como já disse, eu sinto muito! - novamente, estava falando mais do que devia, era como se fosse um outro “ele” tomando o controle. Porque sempre falava a coisa errada na hora errada daquela forma? Sentiu o rosto queimar e tinha certeza que deveria parecer um pimentão vermelho.

— Calma lá amigão! - respondeu o homem, levantando as mãos como se estivesse se rendendo – Só fomos pegos de surpresa, sacou?

— Quem é você afinal de contas? Por que você está aqui? - perguntou a garota com piercing, apesar de não ver seus olhos, ela parecia o encarar de forma acusadora, como se ele fosse um suspeito de assassinato ou pior.

— Estava no manual que eu fui designado para esta equipe, os Helldivers, não é? Me chamo Adam. - respondeu, agora sua voz já aparentava ser a mesma de antes, calma e controlada. - Você é a Beatriz? Dizia que você é a líder do grupo...

— Exatamente... e até onde eu sei não aceitamos novatos. - respondeu Beatriz, ainda com desconfiança transparecendo na voz. - Alguém sabe onde está o Gabriel?

— Ah Bia... faz tempo que a gente não tem um novato! - disse a garota ruiva, de súbito – Que bonitinho... olha como ele parece tímido? Seja bem-vindo Adam, eu me chamo Valéria, você já conhece a Bia, né? O grandão sexy e charmoso ali é o Hector!
Valéria soprou um beijo e Hector sorriu, mandando outro em seguida.

— Gente, para com isso... esse excesso de carinho está me matando... - disse Beatriz, colocando a mão na boca como se estivesse passando mal.

— Mas na boa, isso não é brincadeira novato – disse Hector, num tom de voz amigável, mas igualmente severo – Se estivéssemos na Rede, você poderia ter matado alguém. Erros podem custar bem caro no lugar para onde vamos.

— Eu sei... qualquer coisa pode me matar a qualquer instante. - disse Adam, tocando o ferimento no rosto. - Todos vocês passaram por isso?

— Não da mesma forma, mas de certo modo... - respondeu Valéria, com o rosto apoiado nas mãos – A maioria de nós é escolhido antes de acordar na Rede, mas os sonhos começam bem cedo. Você teve os sonhos?

Adam pareceu hesitar por um momento, deixando o silêncio responder por si. Apesar de tudo, uma parte dele ainda esperava que aquela história toda fosse mentira, que alguém simplesmente oferecesse algum produto a ele ou mesmo falasse que ele havia sido selecionado para participar da fase de testes de algum jogo revolucionário. Mas receber aquela pergunta logo de cara, foi a confirmação de que sabiam o que estavam acontecendo com ele, algo que provavelmente havia acontecido com eles próprios. E aquela fora a prova derradeira, fazendo com que Adam nunca mais pensasse a respeito.

— Foi bem mais que isso Valéria. - disse Beatriz, se aproximando do monitor, supostamente para enxergar Adam melhor – Você já foi até a Rede, não é mesmo?

— Acredito que sim...

— Minha nossa... - espantou-se Valéria, levando a mão a boca.

— Agora é o momento em que você pergunta “mas o que é a rede?” e eu deveria lhe dar uma resposta filosófica que lhe traria mais questões do que respostas, mas isso aqui não é um filme. - respondeu Beatriz, os outros em silêncio pareciam apenas olhar para a tela. - Pense na Rede como uma dimensão paralela para onde sua consciência vai quando seu corpo adormece. Na Rede todos dormem, com a exceção de alguns poucos escolhidos.

— Os Usuários Finais. - completou Adam, sentindo as pontas dos dedos congelarem e os tremores voltarem ainda mais fortes, ainda não estava acostumado com a palavra.

— Exato. No final das contas, acaba sendo difícil explicar tudo. Você só saberá ao certo o que é a Rede, quando fizer parte dela. - Beatriz assentiu com a cabeça, como se aquilo fosse tanto para ela, quanto para Adam.

— Olha só temos visita! Estamos aceitando transferências de novo? - perguntou um rapaz que havia acabado de entrar na cena, preenchendo a janela com a cadeira vazia. Ele era negro, aparentando ser bem mais novo que todos os outros, com o rosto bem fino e lábios volumosos, parecia usar um pijama ou algo do tipo.

— É um novato Gabriel! E o nome dele é Adam! - respondeu Valéria, animadamente.

— Não brinca? É algum tipo de piada?

— Menos, Gabriel. - repreendeu Beatriz, com severidade. - Esse é Gabriel, nosso operador, ele providência suporte de campo com todo tipo de informação que precisamos.

— Em outras palavras, ele é o cara que você deve culpar se acontecer alguma merda com você na Rede. Não se esqueça! - zombou Hector.

— Você já é a maior merda que aconteceu na Rede, Hector! Desculpe meus modos, novato! Seja bem-vindo a bordo! - desculpou-se Gabriel, levando a mão à altura da testa, numa continência militar.

Adam retribui o gesto timidamente, pensando em como a situação toda parecia estranha e desconfortável. Todos começaram a rir novamente e ele se questionou por um momento como eles conseguiam ser tão animados e felizes, mesmo sabendo que poderiam morrer a qualquer instante. Nos momentos que se seguiram, Adam foi bombardeado por perguntas de todos os lados, sobre quem ele era, o que ele fazia, seus gostos, seu filme preferido.

Conversaram sobre quadrinhos, sobre uma infinidade de comidas das quais eles temiam jamais ter a chance de experimentar, sobre garotas e garotos também, sobre uma infinidade de assuntos que jamais caberiam naqueles quarenta minutos em que passaram conversando, mas em nenhum momento falaram sobre a Rede. Em pouco tempo, Adam conheceu aqueles estranhos, melhor do que conhecia as pessoas com as quais conviveu por anos em sua escola, era uma sensação nova, uma que ele realmente havia gostado e todo aquele medo, aquela dúvida se dissipou.

Hector era o comediante do grupo, gostava de fazer piadas sobre tudo, era viciado em exercícios físicos e ao contrário do que parecia, acreditava que força bruta não resolvia nada. Ele adorava animais, crianças e Valéria, sua namorada de longa data. Gabriel era acima de tudo calmo e controlado, ele tentava ser a voz da razão do grupo, pensando racionalmente quando os outros queriam apenas diversão. Adorava computadores e coisas tecnológicas, mas jamais gostaria de seguir qualquer área ligada a elas, pois não gostava de misturar hobby com trabalho. Valéria era uma das pessoas com as quais Adam mais simpatizava, seu jeito meigo e doce conquistavam qualquer um, ela era tão inocente quanto uma criança poderia ser, gostava de tudo o que fosse “fofinho” e o que não fosse, ela daria um jeito para transformar. Sua fragilidade entrava em contraste com o lado forte de Hector, mesmo assim Adam pensava que os dois formavam um casal perfeito, daqueles que você sorri sempre que pensa a respeito. Já Beatriz era uma incógnita para ele e por mais que conversassem, era difícil saber o que ela pensava, o que gostava ou não. Ela parecia um carro fora de controle, do tipo que independente da direção que seguir, você sabe que vai ser um grande estrago quando ele parar. Beatriz tinha algo, além da mania de morder os lábios, que fazia com que Adam se sentisse atraído por ela, como se tivesse algo muito forte que os ligasse. Mas algo sobre Beatriz ficava bem claro, ela era o pilar de sustentação daquele grupo. Não era preciso muito para perceber que qualquer um deles se arriscaria por ela e era preciso ainda menos, para perceber que ela faria o mesmo por eles.

Durante aquele curto período, Adam havia finalmente percebido o porque eles pareciam tão alegres, mesmo na situação em que se encontravam. Nenhum deles estava sozinho. Quando Hector começou a contar sobre um incidente com álteres e um garoto que se achava mais forte do que de fato era, Adam riu como há muito não fazia e naquele momento, mesmo que sua morte pudesse estar tão próxima quanto a tela à sua frente, ele se sentiu feliz.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? E sim, já está próximo o momento em que Adam finalmente irá para a Rede pela primeira vez! Tenham calma e lembrem-se, quanto maior a calmaria, pior será a tempestade! Obrigado por acompanharem a história e até o próximo capítulo!