Uma sala gigante. Há quantas pessoas aqui? Milhões?

Deslizo meu polegar direito no pulso esquerdo, então vejo as horas. Ainda são duas da tarde. Estamos esperando a chegada do regente élfico. Os portões estão fechados, então não podemos mais sair. Luzes fracas iluminam o local. Crianças choram. Famílias se abraçam. Ninguém sabe o que esperar. Outwardianos estão exageradamente admirados, pois não convivem com tecnologia.

O regente élfico chega. É um homem baixo, de orelhas pontudas, olhos verdes e cabelos loiros. Usa jóias e torno do pescoço e possui um ar gentil. Sobe ao palco e pega um microfone.

–Sejam bem vindos! –Ele diz com entusiasmo. Todos permanecem em silêncio. O sorriso dele se desfaz. –Bom, antes de começarmos a seleção, gostaria de perguntar se alguém deseja se voluntariar.

Todos continuam em silêncio, até que uma garota loira, de olhos azuis, sardas e vestes negras –provavelmente de Outward– dá um passo a frente.

–Eu me voluntario.

–Ótimo. Fique ao meu lado. –Com isso a garota sobe ao palco e fica de frente para a multidão. –Alguém mais? Seria muito melhor para vocês, se houvessem coragem para se voluntariarem, mas se preferem não fazê-lo...

Dois homens altos e loiros, com vestes negras e uma mulher morena com vestes azuis, dão um passo a frente. O regente acena com a cabeça e eles sobem ao palco.

–Precisamos de mais dois voluntários, mas será divertido ver o desespero da família de vocês.

–Eu me voluntario –Eu e uma garota de cabelos castanhos e vestes cinzas (de Hidden) gritamos ao mesmo tempo e subimos ao palco.

–Ótimo –ele diz, então os portões são abertos. –Sigam me.

O seguimos em fila indiana, sem fazer barulho. Somos seis, no total. Quatro de Outward, dois de Hidden.

Estou tremendo. Preciso manter a calma e enfrentar o que vier.