Azul Turquesa escrita por Le0Andrad3


Capítulo 4
A Caixa




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/540120/chapter/4

Após fechar os olhos, eu senti como se eu estivesse deitado em algo duro e gelado. Abri o olho, e eu estava em um chão, de algum lugar que não era meu quarto. Minha visão estava embaçada... Que lugar era aquele? A luz piscava, e eu ouvia passos. Minha visão foi ficando nítida. Estava na minha frente... Pode ser mesmo isso? O garoto que me persegue, claramente perto de mim, me encarando. Eu estava com medo, então fui me arrastando pra longe dele, mas sem desviar meus olhos dos dele. Eu senti um arrepio subindo na minha espinha, conforme ele ia me acompanhando, bem devagar. Quando eu me levando, e corro dele. Aqueles corredores pareciam labirintos, e eu não sabia por onde eu sairia de lá. Parecia não ter fim. Quando eu paro para tomar folego, ouço um sussurro no meu ouvido:

–“Você não pode fugir de mim”.

Eu me encosto na parede, me protegendo com as minhas mãos, e fecho meus olhos. Ele segura meus braços e força-os contra a parede. E... Eu sinto uma coisa quente encostando-se a meus lábios. Eu gemo bem baixo, e abro meus olhos. Será que... É o que eu estou pensando mesmo? Ele estava me beijando. Por que isso estava acontecendo? Uma pequena lágrima escorre de meus olhos, enquanto eu gemo travadamente. Aí depois eu escuto uma voz... Familiar... Eu não entendi o que ela disse.
Eu acordo gritando, em um desespero, suando muito e com meu coração pulando. Por que eu tive aquele sonho? Por que com ele? Eu estava chorando muito, até soluçando. Eram 3h43mins da madrugada, então eu decidi tomar uma ducha, para poder voltar a dormir. Após isso, coloquei uma roupa fresca e leve, e me deitei ao lado de meus gatos, acariciando-os, pois eles estavam mais assustados que eu. Tentava dormir, mas não conseguia tirar aquelas imagens da minha cabeça. Aquilo estava me corroendo, e minha vontade era de morrer. Minha boca estava ardendo, como se tivessem jogado ácido nos meus lábios. Aquilo foi tudo tão real, mesmo não tendo acontecido.

Eu finalmente, após algumas horas, consigo descansar durante o pequeno período que me restava. Eu acordei com muito sono, estava exausto da minha experiência passada. Eu estava 100% sem disposição para ter uma manhã de aulas, então eu fingi estar doente para poder faltar. Eu fui bem sucedido, tanto que nem desconfiaram. As olheiras que o sonho (ou melhor, pesadelo) deixou acabou me ajudando muito.
Eu aproveitei tudo isso pra por minhas coisas em dia. Eu queria muito poder voltar a escrever, voltar a pintar e tudo isso ouvindo minhas musicas. Mas eu tinha que fazer isso com sigilo, se meu pai descobrir eu estou fodido.

Eu estava esperando vir a minha criatividade, mas nada saía. Até que eu comecei a escrever poemas sobre o mar, e sobre o nosso propósito na vida. De fato não sabia se estava ficando bom ou não, só sabia que eu estava gostando do resultado. Após horas escrevendo, ouço alguém batendo na minha porta. Eu fico assustado, e rapidamente vou pra cama e pulo nela, para fingir a ausência de uma melhora do acontecimento ocorrido pela parte da manhã. Eu pergunto quem era com uma voz fraca e rouca, para ajudar na simulação do mal estar.
Era Joanne, ela queria ver se eu havia melhorado para poder ir à aula amanhã cedo. Eu disse que me sentia meio mal ainda, porém melhor do que de manhã. Ela disse que não me incomodaria mais, e me disse que me deixaria sozinho, e que qualquer coisa era só chamar. Quando ela fechou a porta, eu voltei devagar para a mesa, para não fazer nenhum barulho muito suspeito para eles, me sentei e voltei a escrever. Eu estava escrevendo um conto de uma fênix que não tinha o poder de ressurgir de seu próprio túmulo de cinzas, e que tinha medo de que seu dia chegasse, mesmo ela não sabendo quando seria esse dia.
Estava sem criatividade, eu encarava o papel e ele me encarava de volta. Eu continuei escrevendo o que dava de interessante na minha cabeça, até que eu olho pela janela e vejo Angel na porta. Isso me animou, eu adorava muito ela, mesmo tendo pouco tempo desde o dia que nos conhecemos. Meu pai a reconheceu e deixou-a subir para me ver. Ela abriu a porta e veio correndo preocupada, perguntando se eu estava bem, e falou que ela ficou preocupada quando não me viu na escola. Eu ri, e disse que eu estava bem, só que eu não tinha acordado com muita disposição. Foi quando ela ficou brava, por que pelo visto ela realmente havia ficado preocupada... Eu ri mais ainda, e disse que não ia acontecer de novo.
Ela me disse que não poderia ficar muito tempo aqui na casa do meu pai, pois o pai dela não sabia que ela havia saído para vir aqui (pelo visto, ele não gostou de mim). Botamos a conversa em dia e me despedi dela com um abraço bem apertado, e então ela foi para sua casa. Passei mais um pouco da minha tarde escrevendo, pois aquilo me manteve tremendamente entretido. Quando eu percebo, já está quase de noite. O sol estava indo descansar, no seu berço de montanhas no horizonte. Eu observei aquela maravilha até ele ir dormir. Como que uma pessoa pode destruir o planeta, para ver tudo isso acabando? Nossas belezas naturais não vão ser superadas por nada existente.
Quando me dou conta, tinha alguém em nosso gramado. Não pode ser... Era... Era... O desconhecido. Ele tinha algo em suas mãos. Era uma pequena caixa branca, com laços vermelhos. Eu estava irritado de ver ele, em um momento tão significante pra mim. Ele havia praticamente estragado tudo. Resolvi descer e o xingar, porque ninguém estraga minha hora de observar o por do sol. Quando termino de descer as escadas, passar pelo corredor e abrir a porta, eu vejo que ele não estava mais lá. Eu só via uma pequena caixa branca se destacando no gramado verde. Fui lá pegar. Entrei de novo em casa, e subi para o meu quarto. Eu pensei muito em simplesmente jogar fora, mas pensei muito e decidi abrir. Fala sério... Era uma pedra. Eu ia arremessá-la no meu jardim, mas decidi a guardar. Não sei por que, mas aquela pedra me parecia muito bonita e atraente, mesmo sendo uma pedra comum, o que muitos chamam de cascalho. Eu havia achado o formato bem interessante, apesar de ser uma simples pedra. Será que ele havia me dado ela, ou ele esqueceu quando fugiu? Por que uma pedra? Por que pra mim? Já não estava mais entendendo nada. E por que eu fico pensativo toda vez que ele aparece? Acho que é minha curiosidade de saber quem ele é. Tanto faz de qualquer jeito, capaz de nunca nos falarmos, logo nunca nos daremos bem. Ou... Eu poderia perguntar pra ele sobre a pedra amanhã na aula, afinal, não deveria ter medo dele... Certo?
Fiz minha rotina de higiene de sempre, e fui dormir. Deixei a pedra no criado mudo. Espero não ter nenhum sonho estranho essa noite...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Azul Turquesa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.