PAMELA POV

Eu estava tão maravilhada por estar encontrando os lugares e as coisas que estavam descritas no livro que até parecia que eu estava ficando melhor, mesmo estando no Tártaro. Corri até a porta da casa de Damasen e bati na porta. Ninguém atendeu então bati outra vez. Nada.

–Pam, ele não deve estar aí, vamos.

Mas assim que viramos para seguir nosso caminho, uma voz perguntou:

– Procurando alguém, pessoal?

Olhei pra trás e sem dúvida era ele.

–Damasen?

– Como sabe quem eu sou?

– Hãn... Eu sei lá. Só sei.

– Hum, certo. Querem entrar pra tomar um chá, comer alguma coisa?

Nico começou a dizer que não e que já estávamos de saída, mas claro que eu não podia deixar uma oportunidade de vivenciar o que Annie e Percy vivenciaram...Então interrompi Nico e disse:

– Nós adoraríamos.

Eu, Nico, Bob, Bob Pequeno e claro, o dono da casa, Damasen entramos.

A casa era enorme, quer dizer, relativamente. Para mim e para Nico era enorme. Considerando que a casa era de um gigante, poderia se dizer que era um tanto pequena.

Na cama que era grande o suficiente pra tripulação do Argo II inteira, estava um menino deitado, e deu um sorriso fraco dizendo:

–Olá, Damasen. Trouxe visitas?

– Ah, sim, Giuliano. Me desculpe não apresentar.

– V-você disse Giuliano?

Eu e Nico trocamos um olhar.

– Podemos falar um pouco com ele? - Perguntou Nico.

– Ah, claro!

GIULIANO POV

Damasen havia trazido visitas. Pra um gigante ele era muito legal, e muito pacífico também. Claro, anti-Marte, o que poderíamos esperar?

Dois dos visitantes se aproximaram de mim. Um menino que me olhou de um jeito que me assustou um pouco, e uma menina com um olhar muito calmo e doce.

– Oi, Giuliano. - Disse a menina- Sou Pamela e esse é Nico.

– Ah, oi.

–Tudo bem com você?

– Não muito. Damasen vem cuidando de mim há algumas semanas, mas não é nada bom pra um filho de Febo estar no Tártaro.

– A gente sabe. Deve estar sendo dificílimo pra você. Já é horrível pra mim e pra Nico.

– E qual a diferença entre vocês e eu?

– Você é filho do deus do sol, música, poesias e essas coisas. Nico é filho de Hades, E eu tenho a benção dele.

– Vocês são gregos. Ah, sim. E como sabem sobre mim? Onde eu estava?

– O seu acampamento pediu reforços para o nosso. Então viemos te buscar.

– Que bom que me acharam.

– Sim, agora precisamos descobrir um jeito de voltar para o Argo II. Um jeito de sair do Tártaro, o mais rápido possível.

–Acho que temos algo aqui que pode te deixar um pouco melhor, pelo menos até chegarmos no navio.

O menino abriu uma das mochilas e graças aos deuses eles me deram um pouco de ambrosia e néctar.

– Puxa, obrigado, pessoal.

A ambrosia e o néctar me deram forças para conseguir levantar da cama, então fui até Damasen junto com os dois.

– Bom, parece que nossa missão está seguindo muito bem. Que bom que cuidou de Giuliano, Damasen- disse a garota - Talvez, sem a sua ajuda ele poderia ter morrido.

– Vão levar Giuliano daqui?

– Damasen, foi muito bom ter te encontrado e ter passado essas semanas com você, mas você sabe que meu lugar não é aqui.

– É, eu sei, garotão.

Meio tristonho, Damasen veio até mim e me deu um abraço. Ele sabia que eu precisava ir.

– Foi bom conhecer vocês também - disse olhando para os gregos que haviam me encontrado - Bob, você fica mais um pouco?

O cara prateado que estava sentado na mesa da cozinha de Damasen (devia ser ele o Bob) concordou com a cabeça.

– Mas antes gostaria de terminar de ajudar os garotos. Eu já volto, Damasen.

NICO POV

Pamela fez questão de se despedir de Damasen. Bob nos deu uma surpresa e tanto.

– Já faz algum tempo, descobri um lugar mais perto do mundo de vocês, sem ser as portas da morte. E pode ser bem melhor com Nico aqui.

Ele nos levou a um lugar onde havia uma subida bem íngreme.

– Não posso subir mais que isso, mas sei que vocês podem. Se continuarem subindo, logo chegarão nos terrenos do deus do submundo.

Pamela estava novamente com os olhos cheios de lágrimas.

–Tchau, Bob. Adorei conhecer você. Você é um doce.

– Também adorei te conhecer srta. Pamela. Obrigado pelas estrelas.

Pamela fez um carinho também em Bob Pequeno e então continuamos a subir, eu, ela e Giuliano.

Como Bob havia dito, depois de longos minutos subindo aquela rampa, chegamos ao submundo, bem em frente ao palácio de meu pai.

– Certo. Daqui sabemos como ir, não é mesmo, Pam.

–Sim.

Percebi que Giuliano tremia de frio. Claro, o filho de Febo não estava acostumado com o frio das profundezas.

– Giuliano- disse Pam - nos dê as mãos e não solte até chegarmos no navio.

Meio apreensivo, ele pegou nossas mãos e então falei pra Pam:

– Deck descoberto?

– Deck descoberto - ela concordou.

Viajamos pelas sombras e logo estávamos de volta ao Argo II.

–Graças aos deuses! Vocês conseguiram! Trouxeram ele!- Disse Hazel - Não dormi direito nenhum desses dias! Que bom que estão bem!

– Quantos dias ficamos lá embaixo, Haz?

– Nove! Já estava desesperada! Preciso avisar ao pessoal!

Hazel correu descendo a escada enquanto eu, Pam e Giuliano continuamos sentados no chão do navio, exaustos por termos voltado do Tártaro.