The Heart And Darkness escrita por Lirium


Capítulo 5
O desaparecimento da porta e a fria madrugada.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, mas aí está o capítulo. x_x Sabe como é, ano novo e essas coisas tiram a gente do ritmo. xD Mas enfim, espero que gostem.



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         - Ahhhhhh. – Gemeu Nina na cama, enquanto rolava de um lado para o outro.

         - O que houve com ela? – Perguntou Eros.

         - Ela ta assim desde que voltou da enfermaria. – Disse Lee, que observava o estranho comportamento da garota, mas que logo se encontrava entretido com um livro. – Deve ser efeito do tal remédio. – Finalizou.

         - Que estranho. – Disse Eros, que abriu um armário e do mesmo retirou roupas e uma toalha. – Enfim, vou tomar um banho.

         - Garotos... – Disse Nina enfim, após parar de rodar na cama.

         - Sim? – Disse Lee.

         - Vocês acham que sou louca? – Perguntou repentinamente.

         - Viu Eros? É efeito do remédio. – Disse Lee que voltou a seguir com sua leitura.

         - É, eu vou tomar banho. – Disse o ruivo que logo saiu do quarto.

         - Ah... Vocês não estão me levando a sério... – E Nina colocou um travesseiro em sua própria cara.

 

         - Own, e os preparativos? Vocês precisam de ajuda? – Era a voz da Rainha Minnie que até então estava observando Clara Bela e Horário tentarem fazer algo.

         - Não, não! Esta tudo certo, só precisamos dar um jeito no painel de controle e nas bobinas. Tirando isso, até depois de amanhã, tudo estará pronto.

         - Certo... Qualquer ajuda, me chame, eu irei resolver algumas coisas. – E assim a ratinha saiu de uma imensa sala, na qual seria a breve avaliação de lutas e combates corpo-a-corpo. Os pequenos passos da Rainha a levavam um lugar que todos já conheciam, a enfermaria. – Por que o Rei precisava fazer um castelo com corredores tão amplos, largos e compridos? Eu levo um bom tempo até chegar ao meu destino... – Disse enquanto abria a maçaneta e andava pela sala. Olhou ao redor e enfim reparou na cortina branca próxima a janela mais ampla do local. Ao puxar a cortina, a Rainha vira apenas uma parede. Porém ao passar a sua pequena mão na extensão de onde viria a ver uma porta, o local brilhou revelando a porta. Ela então puxou a maçaneta de cristal e assim adentrou.

         - Quem está aí? – Era a voz que vinha da maca no centro do local fechado, exceto por uma única janela que estava atrás da cama.

         - Boa tarde, menino... – Disse a voz simpática da rainha.

         - Ahn... Boa tarde. – Respondeu ele.

         - Me diga... Qual o seu nome?

         - ... Riku.

         - Você está melhor? Seu estado era muito grave quando chegou aqui, sabia? – Disse ela, que puxou um banquinho bem alto e sentou no mesmo.

         - Estou sim, obrigado. – Riku respondeu enquanto se sentava.

         - Isso é bom! Mas... Diga-me, você... Viu o rei? – A voz de Minnie era receosa.

         - Sim... Por que? – Disse o garoto, que com os olhos fechados sequer imaginava com quem estava conversando.

         - Ah... E ele está bem? – Perguntou ela com um sorriso breve no rosto.

         - Até onde me lembro... Mas me diga, quem é você? – Riku não podia mais conversar com alguém que ele sequer podia ver o rosto então ele aguardou uma resposta.

         - Meu nome é Minnie. Mais conhecida como Rainha Minnie, esposa do Rei Mickey. – Disse ela, enquanto saltava do banquinho e pegava um copo de água. Nesse meio tempo Riku congelou e sentiu mal por falar de modo rude com a esposa do rei que o ajudou, diante da gigantesca porta em seus devaneios e imensas lembranças.

         - Mil perdões, Rainha. Eu não sabia de quem se tratava... – E o garoto permaneceu com o rosto baixo e com as mãos pousadas na altura das coxas.

         - Não ligue, rapaz. Eu até prefiro que falem assim comigo. Essa formalidade toda às vezes chega a ser cansativo. – Disse ela, entre uma golada e outra da água.

         - Vossa majestade... Eu imagino que já tenha lido a carta,... Sim?

         - De fato, e ela esta muito bem guardada nos meus aposentos.

         - Sabe, se não for incomodo... Se aquela carta se trata de mim...

         - Então você não a leu? – Perguntou a Rainha surpresa.

         - Não, em troca de uma promessa que fiz com rei, eu deveria lhe entregar esta carta. – Disse o garoto que cruzava as mãos.

         - Entendo... Bom, então vamos ser diretos, para que juntos possamos dar um jeito na situação.

         - Situação...? – Perguntou o garoto com óbvio interesse na voz.

         - Graças a Ansem ter possuído seu corpo, por você ter ficado iludido com as trevas, por muitos acontecimentos ruins, o seu coração se encontra rodeado em trevas.

         - Isso eu sei... – Disse o garoto com pesar. – As coisas terríveis que fiz, principalmente aos meus amigos...

         - Você pode contornar a situação. – Disse ela.

         - Até posso, mas... As feridas que deixei neles... Sora... Kairi... O que fiz é imperdoável. – Disse o garoto voltando a abaixar a cabeça.

         - Você estava cego, cego diante de mentiras. E pelo o que entendi, tudo o que você fez inicialmente foi para salvar Kairi. Mesmo que você tivesse que passar por cima de quem quer que fosse...

         - Entende?! Por isso acho que tudo o que fiz é imperdoável. Não é aceitável isso, deixou marcas nas lembranças de ambos. Não quero mais aparecer na frente deles... Se ao menos eu pudesse ajudar, mas sou totalmente inútil. Eles vão se esquecer de mim um dia. Então vou deixá-los e eles passaram por todos os problemas juntos e Riku nunca terá existido na vida deles. – Terminou o garoto desabafando quase aos gritos e em um tom raivoso.

         - Tão novo, tão maduro... E ao mesmo tempo não consegue avaliar a situação corretamente. – Disse a Rainha que voltava a se sentar no banquinho. – Veja bem, se o rei mandou você aqui é por que tem um bom motivo. Alguma coisa ele deixou planejado pra você e eu já percebi o que ele queria. Portanto, enquanto você estiver aqui, eu vou ajudá-lo a se recuperar. E quando você estiver muito bem novamente... Poderá ajudar Sora e Kairi mais uma vez. Então eu conto contigo, Riku. E como rainha, eu ordeno que me obedeça, afinal, você está em meu reinado.

         - ...Ah...

         - Amanhã eu volto para conversar com você. Riku precisamos planejar o que fazer para melhorar seu estado físico E mental. Portanto, uma semana será de repouso. Certo?

         - Certo... – Disse o garoto. A rainha saiu de cima do banquinho e então foi até a porta. Ela abriu a mesma e já ia sair, até o garoto pronunciar algo mais. – Por favor...

         - Sim?

         - Não sela a porta. Eu me sinto mal dessa forma, parece uma prisão... E com o pouco que vi desse lugar, o castelo... Tudo parece liberdade de tão puro e grandioso. Então,... Não sele a porta... Deixe que aqui também seja livre...

         - Tudo bem. E não fui eu quem selou a porta. Eu não acho isso legal, assim como você. Enfim... Boa tarde. – E a rainha finalmente saiu do local.

         - Há... – Respirou o garoto, como se tivesse perdido um imenso peso nas costas.

         - Ah, antes que eu me esqueça! – Disse a rainha adentrando repentinamente ao aposento. – Você está com fome ou algo do gênero? Posso trazer o que quiser!

         - Há, há... Bom, se for assim, eu aceito leite e biscoitos. – Disse ele sorrindo.

         - Certo! – E ela enfim fechou a porta de vez.

 

 

         - HAH! – Era o grito fino que deu após se sentar repentinamente na cama. A pele suada, os cabelos colados no rosto e a repentina falta de ar.

         - NINA!

         - NINA?! – Era Eros e Lee gritando juntos. Ambos os garotos saltaram de suas camas e correram para a da menina, que se encontrava abraçando as pernas e chorando.

         - O que houve Nina, você está bem? – Perguntou Eros, que havia se sentado na cama da garota e a segurava pelos ombros.

         - Foi... Um pesadelo... – Disse a garota ofegante. – Um... Terrível pesadelo...

         - Calma, a gente ta com você, garota! – Disse Lee, que se sentou na cama também e acariciou os cabelos de Nina. – Respira fundo, vou ali pegar um copo d’água. – E assim Lee se retirou do quarto.

         - Respira fundo, Nina. Quer que eu te leve a enfermaria?

         - Não... Eu... To bem... – E assim Nina esticou as pernas na cama e se apoiou no encosto. Ela mantinha os olhos fechados e a cabeça erguida, respirando de modo irregular e era notável a sua pele brilhando de tanto suor. Enquanto Eros falava para se acalmar, Lee voltou com o copo e deu para ela.

         - Tenta relaxar. E assim que conseguir volte a dormir, okay?

         - Certo... – Lee já havia voltado e trazia um copo de água.

         - Beba, e tente dormir novamente. Tenho planos pra gente amanhã!

         - Planos...?

         - Sim, então descanse e volte a dormir! – E Lee voltou para a própria cama e Eros também. Nina deitou o corpo novamente, cobriu o corpo e fechou os olhos. Porém eles persistiam em se manter abertos. Talvez fosse o medo de voltar ao mesmo pesadelo e acordar de manhã em um estado pior. Observou o teto por um certo tempo, até que tivesse certeza de que Lee e Eros estariam dormindo. Sentou-se na cama, pôs um casaco por cima do pijama e então levantou vagarosamente, para evitar fazer barulho. Na ponta dos pés, Nina alcançou a porta e transpassou pela mesma, fechando com todo o cuidado possível. Passou por um longo corredor, que no mesmo continham várias portas, que davam a outros quartos de trios de alunos. Tampou a própria boca, não querendo que ninguém percebesse a sua respiração. Chegou enfim na escada em espiral e dali ela sentou no corrimão e foi escorregando. Saltou e então chegou a uma imensa sala de estar, que pertencia a aquela turma, e por ali, na escada, esperou e escutou para saber se tinha mais alguém acordado, porém não. Continuou seu passeio furtivo e desceu mais uma escadaria, chegando então no corredor de pedra. Os passos apressados, e doloridos por sinal, iam por um caminho que ela já sabia onde daria e queria realmente confirmar um certo “acontecido”.

         - Aquela porta não pode ter desaparecido! – Disse para si mesma, enquanto corria e resistia a dor do tornozelo dolorido. – Se aquela porta sumiu, então... Tudo foi um sonho? Será efeito dos remédios que ando tomando?

         - Clara Bela, eu não agüento mais. Vamos falar com a Rainha Minnie...

         - Sim, aquele trabalho está me matando... Mas pelo o que ganhamos aqui, reclamar é o que não podemos...

         - Alguém! – E Então Nina se jogou atrás de uma armadura e via um casal passar pelo corredor escuro.

         - Bom, por hoje é só. Já são quase 4 da manhã, precisamos dormir para prosseguir amanhã... Ou então o exame das crianças será cancelado de novo.

         “Exame...? O combate corpo-a-corpo? Eu sabia que aquilo sobre as espadas terem sido roubadas era mentira, mas o que será que estão aprontando...?” – Pensou Nina. Ela viu Clara Bela e Horácio virando o corredor e sumindo de vista e então pensou em ir à sala onde seria o exame. Queria saber muito o que tinha lá, mas e se fosse algo terrível? Um monstro no qual os alunos terão que derrotar? Bom, então ela desistiu da idéia e assim voltou a correr furtivamente, até ver a porta branca da enfermaria. Segurando firmemente a maçaneta de cristal, a garota girou com muito cuidado para não fazer barulho. Empurrou a porta até uma pequena brecha em que fosse possível ver o que havia lá dentro. Nada, o mais puro silêncio. Então, sentindo-se segura, Nina adentrou o local e a primeira coisa que avistou foi a cortina. “Respira fundo, você não está enlouquecendo”. E então andou vagarosamente até que tomou coragem e estava diante do fino pano branco de seda. Fechou os olhos com força e puxou. O coração batia acelerado, será que finalmente iria rever o garoto dos cabelos prateados? Então, calmamente levantou as pálpebras. E para sua surpresa: Lá estava a porta. Branca, firme, forte, com detalhes em alto revelo e a maçaneta de cristal. Um amplo sorriso foi esboçado no rosto da garota e ali abriu a porta.

         - Riku...?

 


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Notas finais do capítulo

Cof, cof, ação x romance no próximo capítulo, cof, cof. *dando espoilers da própria fic* G_G



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