The Heart And Darkness escrita por Lirium


Capítulo 27
A última parada.


Notas iniciais do capítulo

......... Eu achei o capítulo tosco, horrível, e como essa é a primeira fanfic que tive a santa paciência de terminar (além de one-shots, é claro. u_u) ... Ficou HO-RRÍ-VEL. 8D Depois dessa até pensei "uau, o final de TH&D que tanto sonhei em escrever... Ficou uma bosta. ç_ç" E por causa disso, voc~e teram mais algumas notícias após o término. Cya!



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         Estavam sentados, os três, no alto de uma grande torre alaranjada. Ambos, com sorvetes nas mãos, olhavam a paisagem que se encontrava na frente deles. A cidade, o clima alaranjado, e o eterno pôr-do-sol. Nina devorava um simplório Sea Salt Ice Cream, um sorvete azul que começava doce e terminava salgado. Os olhos dela, entristecidos,  completavam o chão, metros abaixo da localização deles. Meses antes, naquele mesmo local, a garota estivera com um garoto que acabara de conhecer, apesar da profunda impressão de já ter visto o mesmo antes. Sentia-se melancólica naquele momento, até pelo menos Eros a empurrar, rindo de alguma piada que Lee fizera. A garota retribuiu o empurrão e tentou sentir-se feliz, afinal, apesar de tanta coisa ter acontecido, estavam juntos. Pra ela, não tinha coisa melhor do que estar com eles, que eram quase que irmãos para a garota.

         - Então Nina, iremos voltar ao Disney Castle? – Lee empurrava Eros para trás, tentando visualizar a amiga, pois o ruivo estava sentado entre os dois.

         - Voltar? Mas já?

         - Ué, mas não seria melhor falarmos com a Rainha Minnie? Afinal, deveríamos informá-la sobre o que andou acontecendo, e daí tomar uma atitude. Sabe, ela poderia nos ajudar a descobrir o seu passado. – Disse Eros, que estava impressionado com o fato da amiga não querer voltar ao castelo com a maior pressa possível.

         - Você já tem uma rota traçada para voltar até lá? – Ela perguntou com uma cara de dúvida.

         - Bem...

         - Ok, agora entendo o que a Nina quis dizer. Também não quero ir ao castelo. – Disse Lee.

         - Por que? Qual é? Complô agora contra mim? – Eros estava pasmo com os dois.

         - Bom, eu não quero ficar perdido, DIAS À FIO, em meio a vários mundos até achar o Castelo Disney. Então prefiro ficar aqui, até descobrir como ir. Por que depois que começar a falta de comida e a vontade de ir no banheiro enquanto viajamos em um carro velho...

         - OK, já entendi, seu oriental de araque!

         - Me chamou do que, ô herói Junior?!

         Nina observou os dois, o picolé derretendo na boca. A cara dela estava parada, levemente em choque, e como quem não entendia a briga dos dois. Mas ela não estava pensando nos dois amigos quase se matando na frente dela. Algo corria rapidamente em sua cabecinha, como se buscasse algo nas lembranças mais fundas e despedaçadas dela. A luz batia em seu rosto e então tivera uma rápida visão. Seu pai. Areia. Mar. Uma vasta praia. Como quem acorda, vagarosamente ela tentou falar. – Tudo bem... Mas antes de irmos ao Castelo Disney, tem um lugar que eu gostaria de ir primeiro...

         Subitamente, Eros e Lee pararam de discutir. Paralisados e observando a garota, o ruivo segurava os longos cabelos negros de Lee, enquanto o mesmo estava puxando as bochechas de Eros.

         - Ong vofe gler igr? – Eros tentou ao menos balbuciar, mas com Lee segurando seu rosto, o máximo que ele conseguia era produzir eram grunhidos.

         - Você tem uma rota? – Lee a observava com a cabeça inclinada, devido estar sendo segurado pelos cabelos enormes, atualmente presos por uma fita verde.

         - Não tenho. Mas acho que... Posso nos guiar até lá, se dessa vez EU pilotar. – O tom de voz da mesma demonstrava confiança. Levantando-se da torre, o sorvete já no final, uma leve brisa sacudiu os cabelos curtos e castanhos da mesma. Admirava Twilight Town, e sorrindo então para ambos os amigos, apontara para si mesma com o polegar. – Confiem em mim dessa vez, prometo não nos prender no caminho entre mundos por dias!

         Retribuindo o sorriso, os amigos da garota também se levantaram. Correndo, desceram a torre, prontos para fazer uma última parada antes de ir ao Castelo Disney. Nina, na frente dos dois, fora a primeira a alcançar o carro. Enquanto isso, os garotos cochicharam de modo cuidadoso.

         - Não acha que... Ela anda mais feliz ultimamente?

         - Eros, você... Está reclamando disso?

         - Não! Pelo contrário! Ela andava deprimida demais nos últimos meses... Talvez nunca a vimos tão feliz nos últimos dois anos!

         - Se depender de mim, gostaria de vê-la feliz assim pelo resto da vida... – Lee corria e Nina acenava para eles enquanto parecia tirar algo como caixas de papelão que escondiam o carro em um pequeno beco.

         - É cara... Se depender de mim também, ela teria sido feliz a vida inteira.

         - Espero que ela possa recuperar as memórias dela um dia.

         - Nós dois vamos recuperar as memórias para ela! – Eros empurrou Lee animadamente, tomando impulso com o ombro.

         - Vamos garotos! Já perdemos tempo demais aqui! – Ela estava com as mãos na cintura, enquanto suas feições demonstravam reprovação.

         - A idéia foi sua de vir aqui, comprar comida e tentar achar rotas! – O ruivo abria a porta do motorista no carro.

         - Ei, sai daí! Quem vai dirigir hoje sou eu! – Ela empurrou o ruivo, tentando então entrar no carro.

         - Não! Quem dirige sou eu! Além do mais, até onde sei, mulheres não tem o menor senso de direção ou coordenação! Além de o carro ser meu! – Eros a agarrou pela perna, tentando retirá-la dali.

         - Ao menos não fui eu quem nos fazia sempre nos perder na rotas entre mundos!

         - Bom, se permitem a minha opinião...

         - CALADO! – Nina e Eros gritaram ao mesmo tempo.

         - Ok, nossa, quanta agressividade... – E Lee afastou-se, sentando-se no banco do passageiro, aguardando que os dois parassem com a “guerra dos sexos”.

         Um bom tempo se passou, até que finalmente a garota fez o amigo ceder. Ela sentou no banco do motorista e o ruivo fora para o banco de trás, com uma cara extremamente burrada e de quem ainda não aprovava que a mesma pilotasse o carro do pai. Mas, animada, Nina ligou a lata-velha. Aos poucos, tomando altitude, o automóvel fora tremendo, como quem treme de excitação e ansiedade por algo novo. Sorrindo, segurou o volante com força e disse animadamente:

         - Espero que vocês gostem de alta velocidade! – Com o pé no acelerador, tudo acontecera rápido demais. Um portal de luz se abriu, a porta daquele mundo, e eles passaram como se fossem um simples “flash”. Desacostumada com a pressão causada ali, enquanto passava por um corredor claro que daria até a rota dos mundos, seu corpo praticamente colara no banco do motorista. Ao tentar olhar para Lee, vira que o mesmo estava como ela, agarrado ao banco e com o rosto demonstrando grande surpresa (o que era raro o mesmo fazer). Satisfeita, o buraco ao fim do túnel se aproximou rapidamente e com isso chegaram a rota dos mundos. O imenso céu negro, planetas, mundos, estrelas, tudo pairando ali, como eles, dentro do carro. Passaram algum tempo dirigindo, relembraram algumas rotas pelas quais já haviam passado antes, até que Nina se tocou que Eros estava muito calado no banco de trás.

         - Ei, ruivo! Você está... – Mas então se assustara com a visão. Com o corpo de cabeça para baixo, os braços abertos e a cara enfiada no assento, Eros estava estirado, e aparentemente resmungando algo que já fazia algum tempo, no modo mais raivoso possível. Após acudido pelos dois, ele observou a amiga. Mas não estava bravo, sorrindo, disse animadamente.

         - Da próxima vez, irei mais rápido que você! – E notando a aprovação do amigo, voltara a se concentrar no volante, tomando mais uma vez velocidade. Viajaram durante horas, a mesma tentando se lembrar da tal rota que a levaria para a praia. Não podia negar: estava completamente perdida, mas sem dar o braço a torcer, não resolvera dizer nada aos dois.

         Estava a um passo de desistir, afinal, como ela poderia se lembrar de uma rota da qual só conseguia se lembrar do mar e da praia? E ainda por cima, o homem que ela acredita ser seu pai em meio a lembranças era quem estava pilotando. Então... Como chegar lá?

         Sem muito ânimo, continuou guiando, enquanto Eros e Lee às vezes se entreolhavam um tanto preocupados, desconfiando que a garota realmente não soubesse como chegar ao tal “lugar” que citara. Mas, por mais que várias dúvidas corressem em sua cabeça, uma ponta de certeza era o que a orientava. Lembrou-se de Riku, mesmo que por um mero instante e então fechou os olhos. Em seguida, em sua mente, a imagem de Sora também aparecera, mas assustou-se quando Lee alterou a voz:

         - Um portal de luz! Nina! Pra onde estamos indo? – Ansiosa, aumentara mais uma vez a velocidade, ultrapassando o túnel de luz. Nervosa, ela já podia ver o final, o mundo que possivelmente a esperaria ali. Mas, para assustá-la, Eros gritou e o carro sentiu um leve tremor, como se fosse cair.

         - Droga! Você não devia ter abusado tanto da velocidade, o carro ainda não estava em boas condições. – O Ruivo exaltou-se e tentou puxar o freio de mão.

         - Não faça isso, precisamos passar desse túnel primeiro

         - Mas você quer que o carro exploda?

         - ELE PODE EXPLODIR? – Lee ficara pálido repentinamente.

         - DÁ PRA VOCÊS DOIS SE ACALMAREM? – Ela disse, enquanto virava-se para a frente, tentando se concentrar na direção. – Vamos primeiramente chegar neste mundo e depois resolvemos a situação da lata-velha.

         - Mas não dá! – Lee inclinou-se para a frente, apontando para o painel do carro. – A pressão do motor está gigantesca, ele pode não agüentar!

         - Não tem jeito... – Disse Eros, enquanto retirava os cintos de segurança e pegava algumas coisas no porta malas.

         - O que você está fazendo? – Nina observava o ruivo através do retrovisor.

         - Me preparando para pular!

         - O QUE? – Lee o observou, pasmo e cara vez mais branco. Nesse meio tempo, Nina já podia ver o céu azul e então uma vastidão de mar a sua frente. Uma euforia correu, finalmente ela podia ter certeza: estava perto de lembranças bem antigas dela. Talvez ali ela pudesse descobrir qualquer coisa que seja. Mas, acabando com aquela ilusão feliz, Eros chutou a porta, abrindo-a e colocando uma mochila nas costas.

         - Não temos mais tempo, a pressão do motor está no limite.

         - Vamos com calma, ainda da tempo de chegar lá! – E Nina apontou para um pedaço de terra não muito distante, como uma espécie de ilha.

         - Não, Nina. É pra irmos agora! – E jogando a mochila de Lee e da própria garota, o ruivo se apressou. – Espero vocês lá em baixo!

         E simplesmente jogou-se no mar, sumindo em meio a tanta água. Nina e Lee entreolharam-se, ambos muito assustados. Sem nem pensar, agarraram as mochilas e abriram as portas, pulando também. A altura era muito grande da qual havia se jogado. Posso até arriscar dizer que era equivalente a um prédio de 20 andares. Em questão de segundos, ambos caíram na água fria e então mergulharam, ambos ficando totalmente molhados. Lee, por debaixo da água, fez um sinal para o alto para a amiga, sinalizando o óbvio: de que precisariam de ar.

         - Nina? Lee? – A voz de Eros vinha de certa distancia. Os dois nadaram rapidamente até a superfície, até ver o ruivo, levemente distante. Tentando encontrar-se com ele rapidamente, os dois nadaram, até estarem razoavelmente próximos. Porém, antes de tentarem dizer qualquer coisa, ouviram um estranho barulho no ar: era o carro caindo, chocando-se e então afundando. Ao sumir de vista, Nina manteve-se de costas para Eros. Não, ela não queria saber como estaria a cara dele naquele momento. Não queria saber como estaria a raiva dele e nem como ele gostaria de matá-la por acabar com o carro tão facilmente.

         - Nossa! Há uma ilha ali! – Ela disse, enquanto batia os braços rapidamente, querendo se afastar do ruivo.

         - Uau, Nina, como você nada rápido! – Lee a seguiu, ele também não queria estar perto quando o ruivo explodisse de ódio pelo fim do carro.

         - Não adianta vocês fugirem, não irei perdoá-los!

         Nina e Lee, rindo do garoto que nadava logo atrás deles, seguiam para a ilha, já não tão distante dali. O sol morno em um fim de tarde iluminava-os, até alcançarem a praia. Pisavam com os sapatos na areia fofa e úmida, enquanto jogavam as mochilas no chão e em seguida seus corpos também. Eros, o último a chegar, estava mais preocupado em esganar Nina, mas então ele finalmente reparou na beleza do lugar onde fora parar.

         A ilha, no caso, a praia onde se localizavam, era muito extensa. Além de umas pequenas passagens que haviam por ali, um deque gigantesco era alcançado por escadas e passagens. Uma pequena casa de madeira, parecendo um pequeno armazém e uma calçada pequena e bem cuidada, circundando uma cachoeira de água potável. Após sacudir a cabeça, tentando livrar-se da maior parte da água que estava em seus cabelos, tinha que admitir: aquela ilha paradisíaca era, de fato, incrível. Levantando-se alguns minutos depois, Nina e Lee pararam junto ao ruivo para admirar o local onde haviam terminado.

         - É muito mais bonito do que consigo me lembrar. – A voz da garota saíra estranhamente rouca, quase como se fosse falhar.

         - É mais bonito do que qualquer lugar que eu já tenha visitado antes. – Disse o oriental, chocado.

         - É mais bonito que os bolinhos que a vovó fazia! – Eros parecia emocionado. Os dois amigos o encararam como quem encara uma sopa de beterraba e começaram a andar, ignorando-o. – Ei, me esperem!

         Explorando o lugar, Nina pode aos poucos recordar dos momentos que tivera com o pai, quando criança. Dentre árvores a direita da ilha, era possível ver o local que um dia o pai escondera a nave, para passar uma tarde agradável com a filha. “Foi então, quando ela havia encontrado um pequeno caminho, próximo a uma cachoeira. Era um local espremido e fechado, mas apenas na entrada. Quando conseguiu passar, a passagem era um túnel comprido e rochoso. Caminhou até chegar a uma espécie de “antro” e ficou com surpresa com tudo. A área se mantinha em pé graças a uma pilha de pedras pra todos os lados, e o mais interessante eram os desenhos talhados em quase todas as superfícies, como se muitas crianças tivessem pegado giz e desenhado tudo ali. Mas o que realmente chamou a atenção de Nina era o que estava escondido por um conjunto forte de raízes, bem no canto de uma grande quantidade de pedras, formando uma parede. Era uma porta de madeira. Uma porta, que por sinal, era bem velha. No meio da mesma havia uma espécie de fechadura, talhada em cor amarela.”

         Mais lembranças corriam na cabeça da garota. Ajoelhando-se, afinal, muitos anos haviam se passado e ela tinha crescido, a fez engatinhar por dentre as plantas, alcançando um tortuoso corredor, bem como ela se lembrava. As paredes formadas por terra e pedra levavam a mesma “sala” que vira quando criança. Os desenhos, cada um deles, continuavam ali. E principalmente, a porta com a fechadura amarela. Continuava ali, firme e forte e com sua aparência velha e contida.

         O barulho, logo atrás da garota, demonstrava que Eros e Lee a seguiram. Admirados com a pequena área achada, Lee pôs a mão no ombro da garota.

         - Como sabia disso aqui?

         - Tenho certeza... Dentre as poucas lembranças que tenho, eu com certeza já tinha vindo aqui antes. – Suspirando, ela andou até tocar na velha porta. – Sempre quis saber o que era essa porta. – E instintivamente, a Kingdom Key D tomara forma nas mãos da menina. Sentiu uma vontade de abrir e descobrir o que haveria ali, mas um barulho forte e estrondoso a distraiu, fazendo-a virar-se para trás. Eros, com uma cara amarga, segurava as próprias vestes na altura do estômago.

         - Hehe, desculpa! To com fome... – E fazendo a Keyblade sumir, tomara partido.

         - Bom, façamos o seguinte, vasculharemos a ilha e então vamos procurar a melhor fonte de comida possível. E depois... Veremos o que iremos fazer pra tirar o carro do mar. Ao que me parece, ele ainda não... – Um grande estrondo viera do exterior. Nina sentiu um enorme constrangimento e prosseguira, intimidada com o rosto feroz do amigo. – Foi só uma explosão... Haha, claro que é possível consertar o carro! Imagina se uma explosão pequena dessa vai fazer a lata-velha desistir tão fácil! – E correndo antes que Eros tentasse mais uma vez em querer matá-la, vira-se mais uma vez na praia. O dia, que já demonstrava estar no fim, deixava tudo em um tom forte alaranjado. Correndo pela praia, era seguida pelos amigos. Já cansada de fugir do ruivo, deixou-se ser alcançada e caminhou com os dois, aproveitando o clima que aquele lugar gerava. Incrivelmente, o simples fato de estar ali, um lugar onde podia se lembrar melhor de seu pai, já a deixava melhor. Contornando a área, Nina reparou que razoavelmente próximo, havia mais duas ilhas.

         - Ei, que tal nadar até lá? – Sugeriu, observando que a segunda ilha parecia ter algum tipo de movimentação.

         - Talvez lá tenha comida. – Eros cruzava os braços, pensando seriamente nessa possibilidade.

         - Melhor do que ficar sem ter o que fazer aqui. – Lee completou.

         - Certo, vamos lá! – E jogando-se na água, ficaram mais uma vez molhados, nadando por algum tempo. A segunda ilha era até bem próxima, em menos de 10 minutos já estavam alcançando a praia da mesma. Sacudindo os cabelos curtos e castanhos, Nina olhou ao redor e percebera que se caminhasse por uma pequena trilha, haveriam casas a certa distancia. Enquanto subiam uma pequena colina, Eros começara a comentar sobre a comida que poderia existir em um mundo como aquele. Lee, que já estava mais interessado nas propriedades geográficas, implicava com o ruivo por só pensar em comer. Rindo de ambos, os três brincavam no meio tempo daquela ruazinha cheia de plantas e árvores.

         - NINA!

         - O que...? – A garota, que ria de Eros e Lee, estava naquele momento de costas para o topo da colina. Virando-se para lá, a sombra de três pessoas encontrava-se ali.

         - Nina, quem são?

         - EI, NINA! – E apressado, um jovem de cabelos castanhos estranhamente espetados, aproximava-se dela. Reconhecendo-o aos poucos, ela finalmente lembrou.

         - SORA! – Pulando na direção do garoto, ambos se abraçaram. – Não acredito! Você está aqui! Como? Por quê? – A euforia tomava conta dela e do amigo, após meses em que se viram.

         - Não sabia? Essa é a ilha que eu lhe falei! Eu moro aqui!

         - Aqui é... Como é o nome mesmo?

         - Destiny Islands! E ah! Olha lá! – Apontando para os dois amigos que se aproximavam, Sora sorriu. – Os meus amigos que te falei, Kairi e...

         - Riku? – Ela sibilou em um tom de voz incrivelmente baixo. Enquanto Nina encarava o rapaz, agora incrivelmente mais alto que a última vez em que o vira, sentia repentinamente o rosto ruborizar.

         - Nina, conhece esses daí? – Eros havia se aproximado de forma sorrateira e tocou o ombro da amiga.

         - Ah, Sora! Esses são Eros e Lee, os meus amigos que também te falei! – Disse, ao apontar para eles. – Rapazes, este é Sora, o Keyblade Wielder que conheci em Twilight Town!

         - E estes – Sora apontava para os outros dois que finalmente estavam mais próximos – são Kairi e Riku, meus melhores amigos!

         - Finalmente nos encontramos de novo, Sora! – A garota sorriu para ele, e agora, muito próximos um do outro, eram notáveis as semelhanças absurdas dos dois. Quem não os conhecesse, poderiam jurar que estes eram irmãos, ainda mais pela cor do cabelo, muito semelhante entre eles.

         - Sorte a sua de estar aqui agora! Eu mal consegui retornar a Destiny Islands esses dias!

         - Então você é Nina? – A ruiva, com um justo vestido rosa, aproximava-se da garota, enquanto os cabelos ruivos balançavam com uma leve brisa. – Sora falou de você, bem-vinda à Destiny Islands. – A voz da mesma era tão amável que Nina pode sentir-se estranhamente confortável perto dela, mesmo sem a conhecer direito.

         As apresentações corriam, Eros e Lee conversavam com Sora e Kairi, e nesse meio tempo o céu escurecia. Palavras iam e vinham, mas antes que tudo ficasse negro de vez, a garota finalmente teve coragem de espiar Riku. Ele a observava. O sol, em seu último instante de luz, reluziu os olhos profundamente verdes do rapaz. Nina, sem graça, aproximou-se do mesmo, ficando levemente distante dos outros e sorriu timidamente.

         - Seus olhos são verdes... – “Finalmente pude vê-los.” A voz saíra fanha. Mas ao menos vira a cor dos olhos que ele tanto escondia dela, nas noites de conversas na enfermaria do Castelo Disney.

         - E eu realmente sabia que você estava mentindo quando disse que era feia.

Completamente vermelha, a garota riu-se desconcertada, e o observava animadamente. Delicadamente, o garoto passou os dedos nos cabelos castanhos dela e constatou calmamente. – Podia jurar que quando a conheci, meses atrás, seus cabelos eram bem maiores.

         - Acidentes de percurso! - Brincou, fazendo um movimento exagerado, como quem segura uma espada e corta algo.

         - Ei, Riku! Nina! Vamos até a cidade, você e seus amigos devem estar com fome! – Sora acenava, enquanto ele e Kairi tomavam a frente do grupo, voltando a subir mais uma vez a colina, em direção a cidade.

         - É, vamos lá, Nina! – Correndo para alcançá-los, Eros e Lee os seguiram, deixando os dois para trás. Todos se apressavam, menos o casal. O céu ficava aos poucos estrelado, assim como tudo ao redor escurecia.

         - Você está diferente. – Riku sibilou, de repente.

         - É... Muita coisa aconteceu nos últimos meses. Mas você também mudou bastante.

         - É... Também andou acontecendo muita coisa comigo.

         - Notável. – Ela riu, enquanto começava a caminhar lentamente. – Eu ainda batia no seu ombro quando te conheci, agora, se eu conseguir chegar perto disso, seria muito.

         - Isso te torna baixinha? – Ele brincou, provocando-a, como fazia sempre.

         - Mais respeito! Eu ainda posso crescer! – E fazendo uma pose quase heróica, Riku sorriu com aquele simples exibicionismo.

         - Pensando bem, você não mudou nada. Continua a mesma garota determinada que conheci em uma madrugada na enfermaria.

         Ruborizando de imediato, o garoto segurou a mão dela. Pode sentir os dedos dele, a pele, de uma maneira tão confortável como se nunca tivessem ficado tanto tempo separados. Andando mais depressa que ela, guiava-a para o topo da colina, onde a levaria para conhecer melhor a Destiny Islands.

         - Vem, eu vou te levar pra conhecer um pouco do meu mundo!

         Ela não sabia mais como reagir. Não era do tipo que gostava de mostrar toda a sua felicidade para uma única pessoa, apesar de que isso seria bem possível, caso continuasse perto dele. Iria finalmente saber mais, o que ele havia feito a vida toda, tudo, cada detalhe, para então começar a descobrir novos mundos a partir dali, junto com ele, seja lá o que o futuro lhes reservava.

                   Não, a história não acabou aí. Na verdade, ela apenas começou.

         Começaram a rodar as engrenagens de um relógio, unindo passado, presente e futuro. E que quando duas pessoas têm o seu destino entrelaçado, basta a elas quererem dar um rumo a essa relação.

         Bem como um coração bate, ele pulsa, e faz tudo funcionar. Mas o segredo do maior coração de todos, ainda não foi revelado.

            The Heart & Darkness – End. (I think.)


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Notas finais do capítulo

Ok......... Eu me SUPEREI TOTAL em tosquice depois desse fim... Decepcionante, na minha opinião. Mas eu resolvi escrever essa fanfic justamente por causa desse final tosco, que eu sinceramente não imaginava que ia ficar TÃO TOSCO ASSIM deois de escrever. '-' q E é por isso que decidi fazer um capítulo extra, além de um "final secret", por que estou devendo pra todo mundo um clima romantico e feliz. i-i (além das ameaças de morte que recebi, subornos e coisas do gênero se eu não desse um final feliz pro casal.) E quem disse que é um final feliz? Eu admito finalmente: Vai ter CONTINUAÇÃO SIM. Pronto, felizes? e.e *Cara super lezada* e a continuação possivelmente irá se chamar "The Heart Pieces", mas eu só irei escrever após terminar a "In your Dream". E ah, posso já revelar que a continuação vai revelar muita coisa do passado da Nina (;D q) e que deve demorar um pouco pra sair, por que eu quero que fique o mais próximo possível dos jogos, tanto que me lasquei inteira pra criar tudo quanto é desculpa pra encaixar a Nina em KH (e que por sinal, não ficou muito bom. e_e blergh) Então preciso arquitetar uma história que fique decente e que eu mesma posso engulir antes que vocês façam isso. xD Enfim, comentem, me matem, façam o que quiser e me xinguem pelo final. Mas pensem duas vezes antes de me matar, senão não tem capítulo extra. 8D *sai correndo*