The Heart And Darkness escrita por Lirium


Capítulo 21
Castelo em ruínas.


Notas iniciais do capítulo

Após muito tempo, The Heart & Darkness ressurge das cinzas com um capítulo um pouco mais longo e mais tenso. Go, go pessoal!



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         - Já estamos presos dentro desse carro há quase um dia. – Dizia Nina, deitada no banco traseiro do automóvel. Sentar por muito tempo se torna cansativo, assim como ficar em pé é meio impossível, então o jeito é deitar. Sequer rolar de um lado pro outro ela podia, pois o banco não era largo pra isso. Quando se tinha ânimo, voltava a olhar pela janela, para observar aquela imensidão de planetas e estrelas. Tudo parecia tranqüilo, até o carro girar e jogar a garota contra o teto e depois soltá-la no banco mais uma vez. Olhou assustada para Eros e Lee até que o ruivo dera uma notícia um tanto animadora:

         - Está difícil achar o caminho para o Castelo Disney, mas eu acho que encontrei o portal após horas procurando! – Disse, com imenso sorriso nos lábios. – E mesmo que este lugar não seja o que esperamos, creio que vai dar para consertar o carro em algumas horas e voltar à busca! – E dito isso, um portal brilhante se fez a frente deles e então transpassaram pelo mesmo, alcançando aquele mundo.

 

         – “E mesmo que este lugar não seja o que esperamos, creio que vai dar para consertar o carro em algumas horas e voltar à busca!”. – Dizia Lee ironicamente em meio a uma guerra, agachado junto a Eros e Nina. Ao redor ocorria um massacre de cabeças voando e sangue derramado. Pessoas se mutilavam e tentavam acabar uma com as outras, até que eles conseguiram sair dali.

 

         - TENTE ACERTAR O MUNDO DESSA VEZ! – Gritou o moreno, já um tanto estressado com tantos erros seguidos de Eros. Mais algumas horas naquele imenso espaço e eles já estavam angustiados. Volta e meia eram freqüentes reclamações “Estou com fome!” “Quero ir ao banheiro.” “Não agüento mais ficar sentado.” Até que de cansaço, Nina voltou a dormir, Lee também e, infelizmente, Eros cochilou ao volante. Vagaram por aquele lugar um bom tempo, em uma infinita linha reta. Acabaram passando por uma nova brecha de luz e nem perceberam estar agora em mais outro mundo. Voaram por um imenso céu cinza, acima de um mar quase congelado. Aos poucos, o automóvel ia perdendo altura até que com um forte estrondo bateu em terra firme, ou... Neve firme. Acordaram assustados e ao terem aquela visão quase toda branca, saíram de imediato do carro.

         - Onde... Fomos parar dessa vez? – Perguntou Eros.

         - Você não sabe?! – Nina parecia bem surpresa.

         - Cochilou no volante, com certeza! – Disse Lee, tendo certeza de suas palavras.

         - Mas acho que dessa vez eu posso consertar o carro...

         - Se você agüentar esse frio, não? Olha só! Árvores, chão, mar! Tudo completamente congelado. – Retrucou o oriental, cada vez mais revoltado. Estava ainda irritado por que finalmente as coisas não iam do seu jeito. Lee era o tipo do garoto inteligente que tem tudo calculado em mente, ir na base do improviso como Eros, ou partir em uma grande aventura como Nina era uma grande novidade. Não era por querer, mas graças a isso acabou se irritando um pouco, até ter vontade de andar por aí e arranjar uma desculpa para isso.

         - Vou tentar arranjar alguma lenha seca pra uma fogueira. Nina, ajude o Eros, eu já volto. – E o garoto aumentou o tamanho de sua chave, tomando a forma de Keyblade e passara a caminhar dentre as árvores que cresciam tão próximas umas das outras. O garoto, mergulhado em pensamentos do tipo “Quando eu encontrar a Rainha Minnie, irei tentar convencê-la a reabrir a escola de capitães, afinal, creio que todos os alunos irão se sentir satisfeitos com isso!” Ele tinha em mente várias coisas e boas ações a serem feitas enquanto caminhava distraído olhando o chão tão cheio de neve... Pelo menos, até bater em algo muito duro e frio, derrubando-o no chão. – Ai, ai... – Dizia ao sentir um leve galo formar-se em sua testa. – O que um lampião faz em meio a uma floresta tão fechada e sem iluminar a ninguém? – Perguntava para si próprio. Observou o poste por mais algum tempo e deu de ombros, voltando a andar em meio a todas as árvores prateadas de gelo naquela área. Enfim uma estrada! Assim uma singela estrada de gelo aparecia diante de seus olhos, se não fosse por uma repentina onda do material branco a ser jogado em sua cara. Surpreso, acabou sentado e olhando assustado, enquanto limpava seu rosto. Mas o que realmente o assustou foi a dor em seguida: sabe-se lá como ou onde um chicote surgiu, acertando seu rosto e causando um corte. Sentindo um pouco de seu sangue escorrer em seu próprio rosto, enfim Lee se apavorou. Mas antes que pudesse correr, um ser baixinho pulou sobre Lee e com um facão pressionou a garganta.

         - Como ousa não se reverenciar ante a Rainha de Nárnia? Morra, criatura indigna! – E assim levantou o punhal, pronto para esfaquear o coração do menino.

         - PARE! – Gritou uma voz que parecia vir de um trenó ali perto. A mulher se encontrava de pé e sorria de modo terno. Aquele que havia atacado o oriental levantou-se e o puxou com força para aquela que parecia ser a rainha da tal de Nárnia. O garoto estremeceu com o tamanho da mulher, pois esta parecia ter mais de 2 metros de altura, bem próximo de 3. Com uma voz calma e maternal, ela olhou para Lee e anunciou. – Sente-se comigo, parece estar com frio. – E sem saber como reagir, Lee a obedeceu. Parecia ser uma mulher bondosa e generosa, portanto não tentou fugir, somente o servo desta lhe dava arrepios, mas resolvera se segurar. Ela então jogou o casaco de pelos que usava sobre os ombros deste e passou as mãos nos cabelos. – Então, qual o seu nome? – E com isso uma longa conversa entre ambos se estendeu, onde Lee inocentemente falava sobre ter viajado em vários mundos e enfim chegou ali, após enfrentar várias vezes Pete, o fiel servo de Maleficent.

 

         - Você não acha que o Lee está demorando demais com essa lenha? – E assim Nina andava empurrando uma imensa bola de neve.

         - Contanto que ele volte com bastante lenha... E levar em consideração que arranjar lenha seca em meio a neve... Não posso reclamar. AHHH! – Dizia Eros debaixo do carro enquanto levava um esguicho de óleo no rosto.

         - É, você está certo... – Concordou Nina, empurrando mais uma imensa bola de neve e colocando sobre a outra que já havia deixado naquele local, fazendo com que ficassem empilhadas. Já estava indo formar a terceira bola para então formar um boneco de neve quando ouviu o barulho apressado de passos. Ergueu o corpo para ver o que era, e em estado de euforia Lee se aproximava com imenso sorriso de orelha a orelha.

         - Nina! Eros! EU DESCOBRI UMA COISA FANTÁSTICA! – Gritava, enquanto tentava se conter para explicar a novidade.

         - Calma, o que houve? – Perguntou Eros, enquanto saia debaixo do carro com um pano esfregando no rosto, ainda bem sujo.

         - Eu já descobri onde estamos! E... Tem algo muito bom para nós três que irei mostrar. Venham comigo! – Foi a única coisa que disse enquanto sorria e os dois amigos o observavam intrigados.

 

         Já havia algum tempo em que os três andavam em meio à neve fofa. Para tentar ser precisa, era quase 3 horas de caminhada em meio à floresta, até Lee sorrir e apontar para algo bem ao longe. Nina, que já praticamente congelava ali, e Eros também, levantaram rápido a cabeça, guiando-se pelo dedo do oriental. Parecia ser mais um castelo afundado em neve ao longe e estava completamente em ruínas. Antes da entrada, havia um imenso lago congelado, este estava tão rígido que parecia estar nessa forma havia anos. Com isso, prosseguiram a caminhada massiva que faziam, até pelo menos... Alcançar o tal castelo. Sua cor era de um tom escuro, quase como um marrom. Estranhamente mesmo com o frio, eras conseguiram sobreviver e cobria quase todas as paredes, dando um ar verde à construção. Seu imenso portão à frente estava uma lástima, completamente gasto e entregue aos cupins. Graças a entrada totalmente destruída, era fácil passas dentre as gretas e adentrar o castelo. Lee parecia simplesmente hipnotizado em querer entrar lá e rapidamente se manifestou dando passos acelerados, mas Eros o segurou, finalmente querendo arrancar uma informação.

         - Agora que chegamos, que tal explicar o porquê de estarmos aqui? – E a voz de Eros tremulou de frio.

         - Eu descobri algo... Incrível! – Seus olhos não pareciam carregar quase vida alguma. Parecia até mesmo um tanto psicótico, até Nina o olhar de modo a pressioná-lo.

         - Já sabemos. E que tal contar de uma vez? – Ralhou a garota, pois já não suportava mais o frio.

         - Estas armas que carregamos... – E Lee fez a dele surgir em suas mãos. Em meio a luz, era possível ver perfeitamente cada detalhe de sua Keyblade. Era prateada, porém em um tom escuro, quase negro. Na ponta, algo que lembravam raios formava um desenho abstrato, enquanto o punhal da mesma parecia dar forma a um desenho de asas. Lee sorriu. Não o sorriso que geralmente dava, mas um sorriso quase igual ao de um psicopata. Em um movimento ligeiro, o garoto apontou a arma para o alto e depois desceu, apontando para dentro do castelo. – Estas armas... Não são Keyblades.

         - Não fala besteira! Estudamos sobre as Keyblades na escola, é obvio que são. – Vociferou a garota, um tanto confusa.

         - Não, não são. São falsas, estas são chamadas de “Rawblade”. – Disse, enquanto puxava seu próprio braço, libertando-se de Eros.

         - Raw... Blade? Não, isso simplesmente não existe! Lee, você está enlouquecendo? – O ruivo parecia tão confuso quanto sua amiga, observando o oriental. Fechou o próprio punho com força, e dali a sua espada também tomou força. Sua arma comprida e cheia de detalhes lembrava o sol, com tantos desenhos e escrituras. Era tão clara que chegava a ser quase branca, reluzindo a luz do dia e em meio a neve daquela região.

         - Enlouquecer? Vocês é que estão! Acreditar que armas fajutas como essas seriam Keyblades. As Keyblades escolhem o seu dono e não o contrário, foi o que aconteceu conosco! – Lee simplesmente já não se controlava mais. Gritava contra Eros, demonstrando uma raiva nunca antes vista. – Eu vim aqui por que soube de algo... Assim que cheguei e fui buscar lenha... Eu me encontrei com a Rainha desta Terra, esta tal terra chamada Nárnia! E ela disse que somente os mais fortes... Enfrentariam este castelo e seriam abençoados por uma Keyblade. NÃO QUERO UMA ARMA DE MENTIRA. EU QUERO PODER LUTAR PELO O MEU MUNDO, QUERO SER REALMENTE UM ESCOLHIDO DA KEYBLADE E-

         - Certo. – E assim o silêncio reinou ali, o maior silêncio entre os três no meio do desconhecido.

         - Certo...? – Repetiu Eros, enfim olhando para a cara da amiga. – Nina...?

         - Me desculpe, Eros... Mas eu... Eu quero lutar! Lutar pelo meu mundo, lutar ao lado dos escolhidos da Keyblade! Não quero acabar me tornando inútil por que provavelmente a minha arma atual me deixou na mão... – E então a voz da garota morreu. Ela mantinha sua cabeça baixa e fechava os punhos com força, tanta força que quase machucava a si mesma. Ela respirou fundo, por mais que soubesse o quanto estava sendo egoísta, o real motivo por querer lutar é se mostrar forte diante de Riku. Riku. Não sabia de nada do passado deste, apenas soube que fez “coisas horríveis”. Graças a isso, queria ser alguém forte, queria estar e lutar ao lado dele, ser uma Keybleader e então ele poderia finalmente confiar nela, contando tudo e se tornando ainda mais amigos. Não queria, apesar de ser por ele, arriscar Eros e Lee bem ali, naquele lugar mal assombrado como o castelo. Encheu o peito de coragem e com isso andou, tomando a frente e passando pelos restos do imenso portão de carvalho. – Fiquem. – Disse de modo determinado. – Se é pra se arriscar, que eu vá à frente. – E se calou mais uma vez. Esperava gritos dos dois, ainda mais de Lee, que parecia um tanto revoltado. Porém... Nada. Surpreendida, Eros e Lee puseram as mãos em seus ombros e a puxaram. Puxaram ainda mais pra dentro das ruínas.

         - Nós somos amigos, Nina. E justamente por isso eu vou com você. – Disse Eros, abrindo um largo sorriso.

         - Exato. – Dizia Lee, aparentemente tendo voltado ao normal, mesmo ainda demonstrando parecer alterado. – E amigos vão juntos até o final.

         - Obrigada pessoal. – Piscou os olhos com força, a garota. Não ia chorar, pra quê? Eles estavam juntos, e juntos iriam se tornar reais mestres da Keyblade. Pelo menos... Era o que ela gostaria que fosse possível. E então terminaram de adentrar aquele lugar horroroso, o Tenebroso Castelo em Ruínas.


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Notas finais do capítulo

OMG, não eram Keyblades esse tempo todo. q Logo sendo chamadas de "Rawblade", ou numa tradução tosca, "Lâmina crua". Mas se são falsas, por que agem como se fossem Keyblades de verdade? É pessoal, The Heart and Darkness na reta final! =D Comentem, comentem, estou ansiosa escrevendo a todo vapor de volta.



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