The Heart And Darkness escrita por Lirium


Capítulo 16
Amigos de infância.


Notas iniciais do capítulo

Quase certeza de que todas as leitoras vão querer me bater hoje. x_x haha... (Já até estou sentindo as dores e.. Leiam!)



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         - Riku? – Ela perguntou com esperança enquanto se virava para poder ver aquele que a tinha segurado. Então este fez um gesto de mãos engraçados e pousou as mesmas na cintura, começando a rir de um modo gostoso.

         - Riku? De fato... Seria pedir demais a você que me reconhecesse. – Nina não entendia, pelo menos até o homem retirar o capuz. Seus cabelos vermelhos eram espetados para trás e seu rosto maduro continha um sorriso sagaz, acompanhado por um belo par de orbes verdes. Ela o examinou por um tempo, quem era ele? Sabia agora que o conhecia, mas quem? Tinha quase certeza de conhecê-lo há muito tempo, mas...

         - Lea...? – Perguntou inocentemente.

         - Putz, essa foi quase! Atualmente já não sou mais chamado assim, Nina. – A cara da garota demonstrava de longe que não havia entendido nada. O ruivo bateu a mão na própria testa e suspirou. – Eu não tenho tempo pra explicar, ok? Mas olha... Fica com isto. – E tacou na mão da garota três saquinhos na cor bege. De inicio até pensou que estivessem vazios, mas dentro de cada um tinha um pequeno conteúdo. Observou com cuidado e olhou para o conhecido. – Use um de cada vez e para momentos que acha que deve usá-los, ok? Boa sorte! – E este abriu um portal e adentrou no mesmo, sumindo. A garota reparou que o portal era igual ao que Riku havia entrado e ela se sentiu na tentação de seguir Lea, mas este ressurgiu falando de um modo animado. – A propósito, antes que eu me esqueça e vou lhe avisar! Esta é a última vez em que nós vamos nos ver e... O meu nome agora é Axel.

         -... Axel?

         - Isso! E... Eu vou indo antes que o Saïx perceba que dei uma fugida.

         - Saïx? – A seqüencia de nomes estranhos estavam confundindo a garota, mas Axel apenas piscou o olho para ela e sorriu, adentrando de vez no portal. – Saïx... Espera? Isa? O Isa está com você? LEA! – Acima de tudo, sua vontade era a de pular no portal e descobrir mais coisas, além de procurar por Riku. Mas ao contrário da outra vez o feixe negro rapidamente se fechou, deixando uma Nina para trás sedenta por respostas.

         – Ah... Que ótimo. Só quero saber quando vou me acostumar com esse lance de ser sempre deixada sozinha pra trás. – A garota andava em passos lentos pela entrada do cemitério e chutava pedrinhas que apareciam para se distrair. Olhou para os três saquinhos que tinha em mãos e pensou em abrir, mas... Segundo Lea, ou melhor, Axel, era bom usar em momentos devidos para os mesmos. Era uma noite até bem estrelada acompanhados de uma Lua minguante que ainda iluminava um pouco o céu. Estar ali, naquele lugar até que era uma boa oportunidade pra visitar o túmulo da sua mãe (apesar do medo), e assim o fez. No escuro seria meio difícil de achar o lugar aonde fora enterrada, mas um simples detalhe a fez recordar: Quando sua mãe morreu, ela enterrou atrás do túmulo uma muda de pinheiro. – Bem... Após... Dez anos? Se aquela muda não tiver morrido, deve estar com uns dois me... – E assim Nina ficou em choque. Ela achou de imediato o lugar ainda mais pela imensa árvore de quase quinze metros de altura logo atrás de uma sepultura. Correu e sorriu. Um sorriso meio forçado, pois ali estava um corpo do qual sentia muita falta... A mais de sete palmos abaixo do chão. – Poxa... Isso é tão nostálgico e... – Um barulho veio dos arbustos. As folhas se mexiam de modo meio forçado e isso assustou a garota.

         – Fantasmas não existem, fantasmas não existem, fantasmas não existem... – E ficou repetindo para si mesma até que pegou uma pedra no chão e tacou na planta. Um guincho esganiçado veio dali e para assustar a garota (recapitulando, ela tem medo de fantasmas e ela está em um cemitério a meia-noite) um Heartless pulou dali. Ele ficou no mesmo lugar e olhava as coisas ao redor como se estivesse bêbado, com aqueles olhinhos amarelos em um corpo pequeno e negro. Nina o olhou e até parou pra pensar “Se eles não fizessem um estrago nas pessoas, até que seriam bonitinhos!” Ela se aproximou dele e o observou e sorriu. – Eu não gosto desse lance de ter que matar criaturinhas pequenas e fofas, sabe? Veja só, sozinho, você não me faz mal e eu não te faço nada também. Hehe. – Mas para desagrado dela, um segundo Heartless pulou do arbusto.

         – Acho que vou começar a deixar de gostar dessa situação de paz entre humanos e Heartless... – E do arbusto, das sombras, das árvores, de sepulturas e mais tudo quanto era lugar... Uns quinhentos Heartless surgiram em volta dela. Ela suspirou e coçou a própria cabeça. – Ta vendo? To começando a achar que tenho imã pra esses bichinhos! Pra todo lugar que vou, lá vem uma manada atrás de mim! Só pode ser brincadeira. – E ela começou a correr mais uma vez, assim como aqueles milhares de olhinhos amarelos também a seguiam. – AI! – Tropeçou no escuro em uma sepultura, abrindo em parte a tampa do mesmo. – Desculpa senhor cadáver, eu não queria fazer i... Luz? – Foi quando a garota notou um brilho alaranjado sair dali de dentro. Com o monte de bichos correndo atrás dela, puxou a tampa com mais força e viu uma escada iluminada por duas tochas. Nem pensou e pulou dentro, tentando empurrar a abertura para impedir de que aqueles seres ainda a seguissem. Agarrou uma tocha e desceu as escadas correndo até alcançar o fim do mesmo. Estava nos esgotos de Paris, onde para todos os lados só havia água suja, alguns esqueletos de ratos, fedor e muito lixo.

         - Nossa, mas esse lugar é horrível! E... É, meus sapatos novos já eram nessa água podre.

         - Você... É quem já era! – Foram as singelas palavras que a garota conseguiu ouvir antes de sentir uma forte pancada na e desmaiar.

 

         - Acordem, acordem, vamos cantar! Um novo intruso ‘cabou de chegar. – Era a animada voz que soava no escuro, ou era escuro até Nina abrir os olhos e se ver com uma corda no pescoço. – Pequena e bonita, de bom coração. Será que não veio como ESPIÃO? – A cantoria rimada vinha de um ser com uma mascara roxa em volta dos olhos. Sua roupa era a de um típico bobo da corte e em suas mãos pousava um banjo que o ajudava a cantar. Então ela ia perguntar o que estava acontecendo, até perceber uma corda em seu pescoço e estar amordaçada. – Vejam todos! Acabou de acordar a donzela a ninar, vamos deixar... Ela respirar? – De modo provocativo, o palhaço puxou um pouco a corda, obrigando a garota a ficar na ponta dos pés para não machucar o próprio pescoço. Então ele soltou e ainda um tanto zonza a garota caiu de joelhos em algo que parecia ser um pequeno palco. Tudo ao seu redor era colorido, as pessoas, as paredes, barracas e até mesmo o teto. Suma maioria das pessoas se vestida de modo engraçado, até ela ver as duas crianças que mais cedo tinha dado os seus pães, pois estavam catando comida no lixo.

         - Olha mana, é a moça que deu o pão pra gente! – E dentre todos aqueles estranhos, eles correram até Nina e tiraram o pano que segurava a sua boca. – Calma pessoal, ela é uma boa pessoa! Quando os guardas mais cedo tiraram nossa comida, ela deu do próprio alimento pra gente. – Disse um garoto meio moreno com cabelos negros e bem lisos na altura do ombro. Acompanhado dele, a irmã mais nova desatou as mãos da garota.

         - Temos certeza de que ela não é uma espiã! – Disse com o tom de voz infantil de uma garota de cinco anos.

         - Alguém pode me explicar por que eu seria uma espiã? Eu não estou entendendo nada. – Disse de modo revoltado, esfregando os pulsos doloridos pela corda que antes as apertava.

         - Ora, ora! A garota não sabe, que agora está abaixo da cidade. HAHA! – Ria o palhaço de modo a parecer esperto.

         - Sabe, as suas rimas não são lá muito boas...

         - Huh! Mas que insulto. Enfim donzela, caso não tenha percebido... Está na cidade secreta dos ciganos, O...

         - Pátio dos milagres? Então é aqui? – Agora Nina entendeu tudo. Os Heartless no cemitério, Pete e o ódio mortal de Frollo por ciganos. Ele só podia estar querendo encontrar o Pátio dos Milagres e acabar com todos com a ajuda de Heartless. Sem escolha, elevou a voz e gritou para que todos prestassem atenção. – ESCUTEM TODOS! Frollo está recebendo ajuda e mais cedo ou mais tarde ele vai encontrar este lugar! É QUESTÃO DE TEMPO! – E todos ficaram sérios. Observavam a cara de Nina que parecia muito preocupada, mas o bobo da corte começou a rir e em questão de segundos todos riam.

         - Mas que garota mais preocupada. Até parece que aquele velho do Frollo iria encontrar isso aqui. Só se ele tivesse um exército muito potente comparado a aqueles milhares de guardas burros que só sabem o que é horário de almoço. HAHA! – E assim o palhaço da mascara roxa voltou a rir, até...

         - HAHA! Só se ele realmente tiver um exército muito mais potente. – E com aquela voz grossa e rouca chamando a atenção, Nina reconheceu na hora: Era Pete.

         - PETE! – Ela gritou já sabendo o que estava por vir.

         - Menina encrenca Nina! – Ele sorriu enquanto andava por um dos tuneis no esgoto e milhares de milhares de olhos amarelos surgiam na escuridão, tomando forma na luz do Pátio dos milagres. A essa altura, ninguém mais ria e muitos davam passos para trás, querendo se afastar. Os Heartless pulavam tomando o espaço e os ciganos com medo recuavam, até de modo surpreendente todas as tochas de fogo se apagarem e tudo ficar escuro. – Porcaria! – Era a voz indignada de Pete. Nina sentiu duas mãos a puxarem, e isso dava para ela e para todos uma brecha para Pete não os seguirem, mas... Os seres das trevas podiam ver ainda assim. Sentiu então água bater de novo em seus pés, sinalizando que já estaria em algum túnel imundo de esgoto. Até que era uma boa idéia fugir, mas não seria nada ético.

         - Me deixem aqui, por favor, me soltem.

         - Mas você não conhece o caminho e aqueles monstros podem te machucar! – Era a voz da menininha que a havia soltado.

         - Isso, e além do mais, se tentar voltar, o que você pode fazer? Não te vejo com nenhuma arma... – E era verdade. Sequer uma espada ou uma réplica ela tinha. Talvez fugir fosse a melhor coisa a se fazer agora... “Use um de cada vez e para momentos que acha que deve usá-los, ok?” Isso, os saquinhos que Axel havia lhe entregado! Pôs a mão no bolso e retirou os três, até notar que um deles estava brilhando. É, agora era mesmo a melhor hora pra usar um deles. E assim guardou os outros dois no bolso e retirou o conteúdo de um deles. Ra uma pequena chave com detalhes em alto revelo, ou pelo menos foi isso o que ela sentiu quando segurou o abjeto no escuro.

         - Corram, eu já sei o que fazer!

         - Espera, ei! Que brilho foi... – Mas Nina já estava correndo e os deixou para trás. Notou então a luz alaranjada no fim do túnel, era Pete e mais alguns guardas com tochas em mãos. Ela podia então ver a chave com várias pedrinhas verdes e azuis entalhadas e em seu centro havia o desenho de um trevo de quatro folhas. Segurou-a com força e fechou os olhos. “Por favor, me tira dessa...” E foi o que ela pensou, até Pete e os outros a notarem no meio do esgoto.

 

         - Eros, dessa vez tenta pousar essa lata-velha em algum lugar que não cause problemas. A minha mãe vai ficar uma fera quando notar o jardim e eu voltar para casa. – O tom de voz descontente de Lee reprovava as ações do amigo ruivo.

         - Foi mal, mas eu ainda não peguei o jeito disso! Meu pai tem essa coisa a muito tempo...

         - Se não sabe pilotar, deixa pra quem sabe. Ou então não mexa. – Lee saltava da nave no meio da escuridão e olhou ao redor. Ele então viu que estava em uma estrada de terra em frente a um cemitério. Nisso ele congelou e logo atrás Eros também saltou, fechou algo que parecia a porta de um carro.

         - Caramba, a Nina mora mal, hein? – Eros então segurou o riso, pelo menos até notar certas “coisas” que andavam no escuro. – LEE, ALI, HEARTLESS! – E ambos saíram correndo em direção ao cemitério para descobrir o que estava acontecendo.


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Notas finais do capítulo

Bom, como eu havia dito no capítulo anterior, estamos na metade da história! '-' (Aqui no Nyah, eles insistem que o prólogo é um capítulo - sendo que não é - mas originalmente este capítulo que você acabou de ler é o número 15, e não 16 como mostra no site.) E eu ia também dizer uma média de capítulos que a história teria e... Será uma média de 26 a 28 capítulos. Eeee pode me ocorrer a idéia de um capítulo extra no fim, mas... Continuemos por enquanto, o fim ainda é fim e estamos no meio de tudo! XD



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