Capitulo 3

POV Harley.

Eu segurava firmemente minha lanterna junto ao corpo ao lado de Lysandre, eu acho.

Ele tinha uma pistola em sua cintura e uma espingarda presa em suas costas, suas roupas vitorianas estavam sujas e surradas, seus olhos bicolores cintilavam á luz do luar, eles, diferente de muitos, ainda transmitiam um brilho animador e confortante, parecia que ele não estava nem aí para um monte de zumbis, ele só queria... Tá aí uma coisa que eu preciso descobrir mais pra frente: Oque ele quer.

– Então, Harley – Ele disse me olhando, tentando puxar assunto. – Oque você fazia antes de... Bem, você sabe.

– Eu trabalhava em uma loja de suvenir de um Museu aí... – Eu disse. – E você?

– Eu tinha um “grupo” de música – Ele disse – Na verdade era só eu e Castiel, mas okay...

Eu ri e disse.

– E que estilo de música vocês tocavam?

– Rock, definitivamente era oque mais tocávamos – Ele disse, pegando alguns gravetos, afastei-me um pouco dele e peguei uns gravetos do meu lado.

Voltei com a minha postura e olhei para Lysandre, que estava pálido.

– Ta tudo bem? – Eu disse me aproximando.

Ele deu uma risada nervosa e colocou a mão na nuca.

– Você por acaso sabe o caminho de volta pra fogueira? – Ele disse com um sorriso amarelo.

Fiquei em silêncio e olhei pra ele com um olhar do tipo: “Você está brincando?”.

– Certo, não sei se te contaram mas minha memória é curta... E... – Ele ia dizendo mas o interrompi.

– Você está dizendo que estamos perdidos? No meio da floresta? – Eu digo, suspiro e me sento, me encostando na árvore – Bem, o melhor a se fazer é esperar que nos encontrem.

Ele se sentou do meu lado e ficamos conversando.

POV Taísa.

Já não fui com a cara daquele tomate artificial.

Tem alguma coisa nele que é irritante.

Acho que passei tempo demais o observando, pois ele disse, arqueando a sobrancelha:

– Perdeu alguma coisa?

– Não, só estava vendo esse cabelo mal pintado aí – Digo e desvio o olhar.

– Olha, ela fala – Ele disse e pude sentir que sorria.

– Só vamos acabar com isso logo, cabeça-de-tomate.

– Se eu sou cabeça-de-tomate você é o que? – Ele disse rindo.

Cerro meus olhos e olho pra ele com irritação, reviro-os e coloco as mãos na cintura, dizendo.

– Diferente de você, os meus cabelos são naturais – Eu digo jogando minhas madeixas por cima do ombro.

– Não sabia que dava para ter filhos com uma pimenta... – Ele disse.

– Quem você chamou de pimenta?! – Eu digo apontando o dedo na sua cara.

– Com essa irritação toda... – Ele disse rindo da minha cara.

Eu ia retrucar quando ouvimos um barulho.

Quando nos viramos para o tal barulho vimos uma horda de zumbis, vindo em nossa direção.

“Fudeu” foi a primeira coisa que eu pensei.

Afastei um passo, Castiel pegou sua Sniper e apontou pra eles.

– Não era para eles estarem aqui... – Disse ele franzindo o cenho – Sabe atirar?

– Oque você acha? Claro que sei! – Eu disse, e ele me jogou duas pistolas.

– Economize munição, vá para o lado oposto do bairro, e corra! – Ele disse indo para direita, fiquei entre segui-lo e ir para a esquerda.

Fui para a esquerda, pensando em atrais alguns zumbis para o meu lado.

Ora eu atirava enquanto corria de costas, ora eu corria, desviando de árvores.

Enquanto atirava em um, trombei em alguma coisa, quando fui olhar, eram as costas de Castiel.

– Nos encontramos de novo – Ele disse.

– Infelizmente... – Murmurei.

Estávamos encurralados, minha munição estava acabando, e com o Castiel a coisa não deve ser melhor.

– Odiei te conhecer, tomate – Eu disse.

– Também te adoro – Ele disse rolando os olhos.

Coloquei as pistolas em minha bermuda, peguei um pedaço de madeira que achei ali perto, algumas (muitas) farpas entraram em minhas mãos mas não liguei porque... Ou eu lutava com as farpas ou com os zumbis.

E eu preferia a segunda opção.

Comecei a atacar eles, acertando a parte pontuda da madeira em suas cabeças.

Castiel pegou outro pedaço de madeira e começou a ataca-los.

Eu ia atacar mais um mas um barulho de tiro me interrompeu, explodindo a cabeça do zumbi que eu iria atacar.

Me viro na direção do barulho e encontro Harley e o albino dos olhos bicolores com sua espingarda ainda apontada na direção do zumbi.

Não pude deixar de sorrir.

É verdade, não estou mais sozinha, certo?

POV Raquel

Estava com aquele cara, Armin, se não me engano, pegando uns gravetos quando ouvimos tiros.

Armin franziu o cenho.

– Ou são zumbis ou os Outros nos acharam. – Ele disse.

– Não devíamos ir ajuda-los? – Eu disse.

– É isso que vamos fazer. Venha, Garota-Pac-Man. – Ele disse indo em direção aos tiros, que se multiplicavam cada vez mais.

– Certo, certo... – Eu disse rolando os olhos e o seguindo.

Os tiros agora iam de lados opostos até que, de repente, eles cessam por um tempo.

Armin arregala os olhos e fica atento.

– Droga! – Ele disse correndo, me esforcei para acompanhar seus passos... Nunca fui muito de correr, sabe?

Ouvimos mais um tiro e Armin acelerou seu passo.

Você é o Flash ou oque, amigo?

Quando chegamos, vimos Taísa e Castiel batendo em um monte de zumbis com pedaços de madeira, Hayley atirando nos zumbis de uma maneira desajeitada com sua pistola e Lysandre atirando perfeitamente com sua espingarda.

Armin atirou em um zumbi prestes a atacar Castiel pelas costas, ele se virou e nos viu.

– Vão ajudar ou ficar parados? – Ele disse sorrindo e logo em seguida atacando outro zumbi.

– Sabe atirar? – Disse Armin olhando pra mim.

– Eu já atirei com uma arma de Paintball, mas...

– Não é tão diferente, você abaixa esse treco e atira – Ele disse demonstrando enquanto falava – E para recarregar é só tirar o pente vazio e colocando um novo.

Ele me deu um cinto com cinco pentes e uma pistola.

– Me mostre se você é boa em Call of Duty – Ele disse sorrindo.

– Pode deixar... – Eu disse rindo e comecei a atirar.

Claro que no começo tive dificuldades, errava quase sempre a cabeças dos zumbis, quase acertei o braço de Taísa, mas logo fui me acostumando com o impacto que a arma fazia quando eu atirava, fui acertando cada vez mais as cabeças dos zumbis.

“Não é tão diferente do Paintball” ele disse.

Claro, claro... Quando percebi que estávamos quase acabando com todos, alguns (mentira, MUITOS) tiros foram disparados, acertando todos os zumbis que restaram, fazendo com que não sobrasse mais nenhum.

Quando olhei pro lado vi uma caminhonete com quatro pessoas na caçamba; uma de cabelos castanhos, roupas vulgares, segurando uma sniper apontando para nós, um cara loiro com um bronzeado meio exagerado, outras duas pessoas que não consegui identificar por conta da escuridão e uma dirigindo que, igualmente, não consegui identificar.

Percebi que os meninos ficaram meio alterados.

Ouço passos e vejo Keth e Kentin surgindo das sombras, eles estavam ofegantes, por conta de terem corrido muito.

Assim que Keth viu as pessoas fechou a cara, com um misto de raiva e preocupação.

– Ora, ora – Disse a morena – Finalmente achamos vocês.