The Mutants - O Dragão Branco escrita por Mano Vieira


Capítulo 14
Caítulo Quatorze


Notas iniciais do capítulo

Nossa, quanto tempo eu fiquei sem postar! o.O
digamos que era pra eu ficar mais tempo sem postar, já que eu não estou conseguindo escrever nada, mas vou quebrar um galho pra vocês!
boa leitura



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Yumo sentou-se ao lado de K, de frente para Rachel. O refeitório não estava tão cheio assim, já que o horário era um pouco incomum. Mas a diretora tinha sido mais liberal com eles dando-lhes privilégios que sequer os alunos anteriores do projeto tinham recebido.

—Então você cria pentagramas? — Disse Kakaroto empolgado. — O que eles podem fazer?

—Crio sim! — Rachel respondeu empolgada também. — Eles podem fazer várias coisas, desde cortar algo, servir como shuriken e como transporte também dá!

—Cara, que demais! — Kakaroto se empolgou. — Eu sempre quis ter um poder parecido!

—Você consegue criar explosões, não é?

—Sim, mas eu dependo do meu corpo para isso... — Ele se lembrou do episódio em que lutou com May — e sempre que o uso eu acabo queimando minhas roupas. — Concluiu decepcionado.

—Ah, mas acho que se você treinar bem, você consegue evoluir isso aí! — Interveio Rachel.

—Há como evoluir o estágio de mutação? — Yumo perguntou interessadíssimo.

—Há sim, mas é muito difícil e demorado. — Explicou ela. — Eu não sei ao certo como, mas Meltran e um amigo meu já conseguiram. Eles demoraram bastante para conseguir avançar, mas é incrível o quanto eles mudaram. Eu mesma quase chorei quando ouvi Meltran contar a história.

Kakaroto se remexeu no seu lugar, essa seria a sua oportunidade de saber como usar melhor o seu poder? Ele finalmente não precisaria mais se importar com ficar nu em frente a todos! Poderia lutar em paz.

Kakaroto talvez visse que, realmente, ele poderia avançar e muito. Imaginou como seria o seu poder após alguns meses de aperfeiçoamento. Ele seria imbatível.

FLORESTA DAS ILUSÕES

—O automóvel vai chegar em breve, você já decorou o plano? — May perguntou para Ken.

O garoto estava dando os toques finais no que salvaria a pele deles.

—Claro. Assim que ele abrir as portas, lançamos essa... Coisa... Lá dentro e voltamos a procurar Jen!

E logo o transporte chegou. Não era muito grande, parecia uma caixa de geladeira um pouco maior e prata. As portas se abriram e May e Ken se prepararam para jogar os recipientes que enganaria o transporte.

“Entrem!” Disse a voz de Trícia.

May olhou para Ken, que assentiu. Ambos seguraram com mais força e levantaram o recipiente, Com um pequeno impulso, jogaram dentro da caixa e esperaram para ver se o plano tinha dado certo. “Andem logo, não tenho o dia todo!” Resmungou novamente a voz de Trícia. O plano tinha falhado!

Será que ela tem câmeras ali?” pensou May. Era a única explicação plausível para o que estava acontecendo.

—Nós não podemos ir. — Disse ela com a voz firme e totalmente decidida. — Nós temos uma amiga perdida e não podemos deixa-la aqui. Ela merece consideração por nossa parte.

“Eu já não falei?” Trícia parecia estar enfurecida. “vocês vem para cá AGORA e nós procuramos por ela DEPOIS!”

—Não! — May bateu o pé no chão.

Kentin só observava quieto, jamais se meteria em briga de meninas. Sempre saía ferido.

“Eu não lhe perguntei. Eu só avisei o que vai acontecer, pois já que vocês estão agindo como crianças mimadas, eu vou tratar vocês como isso também.” E duas garras de metal saíram de dentro do automóvel e prendeu-se na cintura de ambos, levantando-os e jogando-os com força no chão frio de metal. A porta se fechou, tanto May, quanto Ken estava imobilizado e com o corpo totalmente dolorido para tentar escapar agora. Jen ficou para trás.

+++

O local era quente e seria um breu extremo se não fosse as tochas que estavam pregadas na parede. A caverna onde os Cojons moravam era bem maior do que aparentava e podia ser comparado com um iceberg. Várias corujas estavam para fora de seus respectivos lares. As expressões em seus rostos variavam de: surpresa, dúvida e encanto. Alguns chegavam até desmaiar ao ver o grande humano andando por ali. Jen tinha sido um dos poucos cuja entrada no iceberg terrestre tinha sido permitida. Ela olhava para todos os lados, maravilhada ao ver todos os trabalhos que as corujas tinham feito ali. Era visível que desde os tempos antigos até hoje as corujas eram sábias.

—Vamos, temos que te levar para o chefe antes de liberarmos o túnel para você! — Disse Groover.

As corujinhas continuavam apontando e sussurrando coisas para os seus parentes, amigos, vizinhos e até mesmo para os desconhecidos.

—Eles estão bem agitados. — Jen pensou em voz alta.

—É raro ver um humano rondando por essas bandas. — Explicou Emillie.

Eles continuaram andando e Jen percebeu que não era muito diferente de uma cidade humana. Havia casas, os moradores, ruas, praças e se duvidar havia até mesmo prédios. A cidade não parecia estar funcionando, já que todos os habitantes estavam para fora de suas casas presenciando o evento incomum que estava ocorrendo.

Após andarem um bom bocado, Jen observou que estavam se aproximando de um edifício diferenciado dos demais.

—É para lá que estamos indo. — Avisou Emillie. Jen olhou para o local com uma visão mais apurada, notando os mínimos detalhes. Era realmente um edifício bonito, porém simples.

—O que tem lá? — A sua curiosidade estava apertando agora. Houve um leve frio na barriga e por segundos os seus pés parecerem hesitar em continuar prosseguindo. Ela pensou nas piores coisas que podiam acontecer com ela, como por exemplo: ela ser jogada num buraco sem fim, ou até mesmo em estarem levando ela para um cabelereiro e tingirem de volta a suas mexas roxas. Talvez fosse obrigada a comer comida bem salgada sem direito a água para aliviar.

—Ali é onde o nosso chefe fica. Ele é quem vai te testar para saber se está apta a usar o túnel ou não. — Esclareceu a coruja fêmea.

Jen gelou ao ouvir a palavra “testar”. Ela jamais teria imaginado algo assim e as corujas jamais tinham citado isso até então. Como alguém lhe oferece um favor, mas te testa para saber se você realmente o merece? A menor não entendeu.

O interior da sala era bem amplo. As paredes pareciam ser enormes, Jen se perderia facilmente ali. Todos os móveis teriam o dobro do tamanho do que tinham no mundo humano. Talvez o chefe deles fosse maior do que o normal? Talvez. Jen estava curiosa para vê-lo, mas também tremia um pouco. E se ele fizesse algum mal a ela? Como ela iria reagir? Estaria em total desvantagem, já que estava só no território inimigo e desconhecia qualquer informação sobre ele. Aonde ela tinha se metido? Bem, isso não importava mais agora, já que era impossível voltar atrás.

Eles andaram um pouco entre as majestosas estantes repletas de livros coloridos e de vários tamanhos. As estantes não eram limpas com tanta frequência assim, já que apresentavam uma espessa camada de poeira. Após algumas curvas já era possível ver uma grande poltrona vermelha com algo sentado nela. Jen pôde notar que o ser não era pequeno como os outros, mas também não deveria passar da altura de seus peitos. Se formos julgar pela altura de outros, ele era um anão, mas Jen achou-o grande até demais. Havia algo de diferente nele que o deixava mais medonho do que o normal. Era o seu avantajado pescoço e o seu bico. Tudo isso adicionado aos grandes olhos vermelhos era um bom pacote de medo para Jen.

Ele se levantou, fazendo com que as grandes unhas de suas patas batessem com força no chão. Alguns passos à frente e ele já estava perto demais de Jen, que estava segurando ao máximo a sua respiração e o grito, o choro e tudo o mais. O cajado em sua mão bateu no chão, o barulho ecoou por toda a sala e fez a alma de Jen tremer.

— Vamos iniciar o teste.

COLÉGIO THE MUTANTS

Yumo estava no chão. Kakaroto não sabia se se movia ou se continuava parado, mesmo que ele não pudesse fazer nada no momento. De frente para ambos estava Rachel com um sorriso maléfico no rosto e, assistindo a tudo isso, Meltran estava distante deles.

Dois pentagramas grandes giravam lentamente na vertical um de cada lado de Rachel. Suas pontas estavam tingidas de vermelho, vermelho da mesma cor e do mesmo tom do sangue de Yumo. Levemente, as gotas escorregavam e pingavam da ponta do pentagrama até a pequena poça vermelho-escuro no chão.

As costas do maior se encontravam com grandes e fundos cortes e mais sangue saía das fendas e sujava a sua camiseta que já tinha se tornado inutilizável. Ele juntou forças para falar alguma coisa, mas decidiu prorrogar a frase, estava cansado demais para se esforçar em atos inúteis como esse.

—E aí, vai encarar um segundo round ou posso partir para o seu amiguinho? — A ruiva provocou ironicamente.

Kakaroto engoliu em seco e suou frio. Choraria se pudesse. Mas tudo o que ele fez foi rir. Um turbilhão de coisas perambulava com rápida velocidade por sua mente. Ele não poderia bater nela, mesmo após ela ter feito o que fez com Yumo.

—Já chega! — Disse Meltran com uma voz quase inexistente. — E-ele precisa d-descansar.

Tudo o que Rachel fez foi bufar. As duas “estrelas” que pairavam ao seu lado se comprimiram até não existir mais, fazendo com que uma quantia relevante de sangue caísse no chão, juntando-se a poça. Kakaroto se sentiu aliviado: não teria que enfrentar a garota. Abaixou-se ao lado do amigo e analisou as feridas. Estavam feias demais para que ficasse por isso. Olhou para Meltran, esperando algum tipo de conselho.

—L-leve-o para o m-m-médico! — Foram todas as palavras da professora estranha.

Kakaroto não esperou o sol se por.

PRÓXIMO AO DRAGÃO.

Kentin e May foram despachados para fora e por pouco não ralaram o seu corpo no chão pedregoso. Lá estava o demônio em pessoa, tanto que May até se sentiu intimidada com a sua presença e quase não teve coragem de erguer o rosto para vê-la. Trícia estava enfurecida e vermelha, se você olhasse bem, veria a fumaça saindo de sua cabeça.

—Vocês tem noção do que estavam fazendo? Estavam acabando com o plano por causa de uma vida. Sabe o que isso causaria? Isso nos impossibilitaria de capturar o selo antes dos rivais. — Ela cuspiu as palavras assim que ambos foram despachados ali.

—Trícia... — Fernando tentou acalmá-la, mas foi em vão.

—Sabe o que aconteceria se eles pegassem o selo antes de nós? Eles estariam a anos luz na nossa frente. E isso significaria que, mesmo que tentássemos capturar os outros selos, nós iríamos falhar, pois vocês não tem maturidade suficiente para agirem no campo de batalha.

—Trícia...

—E então a guerra se intensificaria e os nossos rivais iriam prevalecer, o mundo iria cair em trevas eternas, pois quando todos os selos são reunidos por pessoas mal intencionadas, a paz deixa de existir até que pessoas puras consigam reuni-las novamente. E sabe-se lá quanto tempo duraria isso? Dias, semanas, meses, anos ou décadas? Provavelmente iria durar muito mais do que isso, provavelmente a humanidade acabaria com a vida na terra! Todos morreriam por que vocês escolheram quebrar o plano por causa de uma menina que não está aqui agora e que eu disse que poderemos cuidar dela após o plano principal ser completo com sucesso. Vocês me dão nojo. — Ao final de seu discurso, Trícia ajeitou os seus óculos que se entortaram durante os seus minutos de combustão emocional.

Kentin e May estavam assustados ao estremo. Não sabiam o que fazer: se choravam se riam, ou se continuavam quietos olhando para o rosto avermelhado da mulher. O alto garoto ao lado de Trícia, Fernando, estava morrendo de vergonha. Ele sabia que algo assim iria acontecer e que seria impossível de impedir, mas não esperava que o nível do evento fosse tão alto como foi.

—B-bem... — Ele começou, tomando cuidado para não levar nenhuma surra física ou verbal de Trícia. Vendo que ela não reagiu, ele prosseguiu com mais confiança: — Olá! Desculpem-me pelos maus modos da minha querida amiga aqui, eu tenho certeza absoluta de que ela não quis dizer o que disse...

—Ah... Está tudo bem. — Disse May, sua voz não estava demonstrando tanta confiança assim, mas esbanjava hesitação.

—Bem, como vocês devem saber... Eu sou Fernando, prazer! — Ele sorriu e esticou a mão para May e depois para Ken, pondo-os em pé um de cada vez. — Essa aqui é Trícia, a nossa rata de laboratório. — Ela ainda parecia irritada e o seu olhar estava totalmente medonho. Ken podia jurar que tinha visto um brilho em vermelho em seus olhos, como se tudo o que ela desejava naquele instante fosse sangue e mais sangue. — Eu normalmente cuido da parte física, ação, entendem? E tem o Ian, que não está aqui, pois teve que ir para a cidade pegar algumas peças para que o nosso trabalho seja mais eficiente. Logo ele está de volta.

Os garotos estavam mais calmos, mas não sabiam o que fazer. Seguindo o clima de Fernando, se apresentaram e falaram da amiga perdida. Após um tempo por ali, numa casinha simples e sem muitos cômodos e objetos, eles começaram a passar o plano a limpo.

Não demorou em que um cara alto e malhado entrasse na sala. Seus cabelos arrepiados e olhos completamente azuis deixaram May encantada. Os braços nus dele estavam marcados por várias tatuagens, coloridas e em preto. O jaleco branco o deixava com um ar de um professor, mas ela e nem Ken nunca tinham visto ele pelo colégio.

—Essas são as crianças rebeldes? — Perguntou ele com a sua rouca voz, depositando os aparelhos pesados no chão. Fernando assentiu com a cabeça e Ian olhou para ambos com atenção. — Mas não eram três? Não, não me diga que um deles já morreu pelo caminho, isso seria entediante. Eu sabia que viria merda quando a diretora disse que não podíamos julgá-los pela aparência.

Trícia riu, Fernando segurou o riso. May quis enfiar o rosto num buraco na terra, Ken só se sentiu levemente ofendido por ser julgado pela aparência. O garoto sabia que não devia se importar muito com a primeira impressão que Ian tinha tido dele, já que ele era totalmente diferente do que as pessoas pensavam a seu respeito.

—Eu preciso montar as coisas o mais rápido possível antes que a nave deles passe por aqui. Não quero nada me atrapalhando. Mandem-nos para longe, por favor. — Disse Trícia olhando com desgosto para os dois mais novos do local. Ian foi o primeiro a se mover.

—Venham comigo. — Disse ele saindo no cômodo.

Ken e May foram levados por ele até um pequeno caminhão. Ele virou e ficou um bom tempo olhando para as duas crianças.

—Bem... Trícia é grossa daquele jeito mesmo, não liguem. A loirinha deve saber como é... TPM...

Ian riu e May também, mas não tinha visto graça nenhuma. Kentin se sentiu traumatizado por não conseguir fingir uma risada.

—Só que a dela parece ser eterna... Ei, não tinha mais um de vocês? Lembro-me de a diretora ter dito que eram três.

—Tinha sim, a Jen! — Respondeu Ken. — Mas ela desapareceu e Trícia não nos deixou procura-la. Ela disse que podíamos ver isso depois.

Ian arqueou as sobrancelhas.

—Mas enfim, vamos direto ao assunto: Vocês vão usar isso aqui — Ele enfiou a mão no bolso do jaleco e puxou dois microfones pequenos, para serem colocados no ouvido. — Isso permitirá que nos comuniquemos e nós vamos rastrear vocês também, para sabermos se está tudo indo certo. O negócio é o seguinte: Vocês dois estarão indo para o Dragão agora. Acabou a brincadeira e o papo é sério. Capturem-no antes que a nave deles chegue até lá, entenderam?

Eles assentiram com a cabeça.

—Bem, podem entrar nessa bugiganga aqui. — Ele apontou para o estranho automóvel que trouxera ambos mais cedo. — Eu estarei dirigindo e guiando vocês daqui mesmo. Caso eu fique em silêncio é por que eu dormi, ou talvez esteja lutando, comendo, ou mijando. Enfim, boa sorte e não se esqueçam da responsabilidade. Saibam que Trícia estará esperando vocês quando voltarem, sem ou com o Dragão...


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram do capítulo? É com muita dor no coração que digo que o próximo vai demorar mais do que esse pra sair, uma vez que eu ainda não terminei de escrevê-lo (eu realmente não tenho tempo e, quando tenho, só tenho ideia para as próximas temporadas). Mas logo essa temporada termina, e aí vamos todos ficar sussas xD
Muito obrigado por ler até aqui!
Abraço e até mais!
E isso é tudo, pessoal



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