Reflexo (livro 1 ) escrita por Estefanie Priscila


Capítulo 32
Capítulo 32 FINAL


Notas iniciais do capítulo

escrevi esse cap com grande paixão, tomara que gostem



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Olhei pela janela ainda chateada. Fiz com que nevasse novamente e então sentei-me próximo a janela e coloquei minha cabeça apoiada no vidro frio. Porque eles haviam mentido? Porque não confiaram em mim e me contaram? Talvez eu pudesse tê-lo salvo. Afinal ele podia não significar nada para eles mas significava para mim. Alguém bateu na porta.

—Quem é? – perguntei desanimada.

—Sou eu – a voz de Lucas apertou meu coração.

—O que você quer afinal?

—Conversar, posso entrar?

Pensei um pouco e depois decidi que podia.

—Entre – disse e ele veio cauteloso próximo a mim e então se sentou na outra ponta do estofado.

—Posso me explicar?

Meus olhos vagaram da neve caindo até seus olhos castanhos e assenti.

—Descobrimos algumas semanas sobre a visão e Klaus veio salvar Keila – o olhei com olhos atentos – ele a ama Dany e não pode culpa-lo.

—Não o culpo – disse e fiquei calada para que ele continuasse.

—Ele interferiu em uma coisa do nosso destino, se interferíssemos de novo podia ser que mais pessoas tenham morrido, não estou dizendo que não sinto muito pela morte dele. Pois mesmo que você não consiga ver sentimos sim, morreram pessoas além dele mas você salvou pessoas também além de nós... – ele virou e olhou a neve – peço perdão por eles e principalmente por mim por ter sido tão estupido em não te confiar isso mas eu sabia que se te falasse você agiria e muita coisa poderia ter se perdido nisso tudo. Eu te amo Dany e você sabe disso, não teria feito outra escolha se não essa.

—Você ao menos tentou protege-lo?

Ele voltou os olhos para mim e respirou fundo.

—Tentei sim – ele me respondeu e passou a mão pelos cabelos – eu te prometi e nunca falharia uma promessa com você, você sabe disso.

—Tudo bem – falei voltando a ver os flocos de neve – Preciso de um tempo para pensar, tudo bem?

Ele assentiu e saiu em silencio. Quando chegou a porta se virou.

—Eu te amo e você sabe disso, por favor não desista de nós por algo tão bobo – disse ele.

—Não estou desistindo Lucas – seus olhos pegaram outro tom – só preciso pensar, o que sinto por você não mudou e... – disse prendendo o cabelo em um coque – eu estava de cabeça quente, fiquem – dei um leve sorriso – por favor.

Ele assentiu e saiu. Continuei encarando cada floco cair e me pareceu tão certo o que eu era e o que conseguia fazer, comecei a acreditar que nada seria melhor na minha mão que a água. Era perfeito a sensação que ela podia te dar. Quando ficava assim era bom pensar ou mesmo se deitar com uma xícara de chocolate quente e assistir a um filme. Me movimentei apoiando a cabeça ali e deixei uma lagrima escorrer.

—Porque você tem que ser tão certo – disse baixinho me referindo a Lucas.

Mais tarde após o almoço coloquei uma roupa de frio e sai para caminhar na neve. Em passos curtos cheguei até o lago e olhei para a pedra onde a pouca semanas eu contara tudo a Matt. Me sentei nela e fiquei olhando o lago congelado. Fiquei passando o dedo no chão fazendo um reboliço de neve. Senti quando algo me atingiu pelas costas. Olhei assustada para trás mas apenas vi uma senhora um jovem e uma criança. A menina era ruiva e tinha olhos castanhos parecidos com o de Lucas. Ao me ver mais de perto ela pareceu chocada e depois ficou corada de vergonha.

—Onh desculpe majestade é que.. – ela agitou as mãos e a senhora ao seu lado sorriu – vi alguém triste e pensei que fosse ajudar.

—Tudo bem, mas não faça isso de novo pois ao invés de ajudar essa pessoa pode querer machuca-la, esta bem? – ela assentiu – venham sente-se – apontei para o espaço ao meu lado. As duas se sentaram caladas – não precisam ficar caladas, finjam que sou qualquer pessoa menos sua majestade.

A garotinha pegou uma mecha do meu cabelo.

—Eu me chamo Daphne e tenho 8 anos – ela sorriu e sorri junto também – porque esta triste?

A senhora deu um cutucão nela que Daphne se contraiu na hora.

—Tudo bem – disse olhando para a senhora – Daphne eu não estou triste estou apenas pensando, você também gosta de fazer isso? De ir a um lugar sossegado e pensar? – ela afirmou com a cabeça – pois então, é isso.

—Ainda sim seus olhos parecem tristes – a senhora dera outro cutucão na garota – ai!

Eu sorri e peguei uma mecha de seu cabelo.

—Quer brincar?

—De que? – seus olhos se iluminaram.

—De guerra de bolinhas de neve?

—Posso titia? – a senhora assentiu.

Nos levantamos e fomos para uma parte mais ampla, comecei e logo todos nós estávamos entre risos e ataques de gargalhadas. Escondi atrás de uma arvore para evitar as bolas jogadas pela garota. Ficamos assim até cansarmos e depois de brincarmos lhes ofereci um lanche mas a senhora se recusou grata e se foi. O céu ainda permanecia branco mas sabia que já beiravam as 17:00 da tarde. Fiquei um pouco ali parada.

—Porque você tem que ser tão...tão – disse sentindo a presença de Lucas por trás de mim – certinho?

Ele sorriu e quase me derreti.

—Sei que fez o que pode e te entendo agora – falei mais próxima a ele – vai ficar? – perguntei temendo a resposta.

Ele veio de um jeito bobo para perto de mim e então passou seus dedos coberto de uma luva grossa em minha bochecha.

—Porque deixaria a mulher da minha vida? – ele sorriu.

—Obrigada – falei realmente agradecida.

Toquei sua mão em meu rosto e encarei seus olhos castanhos.

—O que eu seria sem você em? – brinquei.

—Seria desordenada – disse ele sorrindo. Começamos a andar e ele passou o braço por cima de meu ombro e fomos assim lado a lado caminhando bem devagar – com certeza iria se encaixar no termo de que toda loira é burra e... – ele virou o rosto para mim – e eu não seria nada sem você – ele me pegou em um beijo suave. Então com cuidado se afastou e pegou algo escondido – isso é pra você – ele tirou uma embalagem vermelha com um laço.

—Lucas..

—É seu – disse ele me entregando.

—Obrigado – sorri e abri o presente com cuidado. Encontrei la dentro uma espécie de livro de capa dura. Havia uma caneta especifica ao lado.

—Sua mãe tinha exatamente um igual a esse, ela gostava de escrever. Dizia que escrevendo ela era mais e eu acredito nela. Usava para anotar coisas além do que achava que deveria anotar, movimentos... - sorriu ele – alguns que irei ensina-la – recebi um beijo suave nos lábios – gostou?

Uma lagrima escorreu pelo meu rosto e eu sorri.

—Obrigada de verdade, isso significa muito pra mim. Agora esse negocio ai de treinar movimentos com você não acho que seja uma boa ideia – voltamos a andar – vai que você quer pegar só leve ou só pesado para me humilhar.

—Nunca te humilharia – disse ele serio.

—E claro – cheguei próximo a ele com meus lábios – pode tentar me seduzir.

Quando ia voltar para meu lugar ele me segurou forte. Passei lhe uma rasteira e ele me levou junto pro chão e acabou que ficou em cima de mim.

—Eu nunca tento, é sempre você que coloca seus lábios assim – ele se aproximou da minha boca – e finge me beijar e então me engana – aquele sorriso a seguir – mas como sou seu guardião e seu namorado meu dever é protege-la e ensina-la então acho que precisamos nos aperfeiçoar nisso aqui – ele me beijou com intensidade.

Era realmente estranho como tudo ocorrera. Como minha vida mudou em praticamente um ano. Como eu me fortaleci e enfraqueci varias vezes. Me coloquei a meses atrás e vi que nunca seria capaz de decidir o que poderia agora decidir com convicção. De onde eu poderia imaginar que meu destino era entrelaçado com Lucas? Saber que o amaria tanto que seria capaz de qualquer coisa? Quem diria que a minha fonte de vida fosse um tigre peludo e negro com seus enormes olhos castanhos claros impressionantes? E o mais... de tudo era que eu sabia que ele era meu como ele sabia que eu era dele. Vi um pouco por seu lado e descobri que não seria legal vê-lo beijando ou andando de mãos dadas com sua ex. Eu o compreendia como jamais poderia ter compreendido antes. Eu fui altamente transformada. Tudo se iniciou em se tornar um reflexo e agora eu era mais que um. Eu era uma pura de verdade, uma líder de um povo sábio e de um outro povo que mal conhecia os valores da vida. Eu realmente havia sido arremessada em um túnel cheio de obstáculos. Mesmo sabendo que sentiria falta de Matt e não podia dizer que me arrependia de tê-lo deixado eu amava outro homem. Um tigre teimoso para caramba mais acima de tudo compreensivo. Ele era oposto do que eu admirava nos homens. Mas acho que por ele ser tão simples e sutil me fez querê-lo ainda mais. Descobri que o amava que era o homem da minha vida e então quando tudo estivesse no caminho certo poderíamos nos casar e ter filhos – pensei bem futuramente – por enquanto precisava de descanso e sabia que não teria muito. Precisava mudar algumas leis do reino de Crystal. Eu seria uma boa rainha como uma ótima namorada. Eu havia me moldado e agora estava pronta. Pronta para aceitar o que eu realmente era sem me colocar defeito ou achar que sou fraca demais. Sabe quem me fez descobrir tudo isso? Aquele homem que agora segurava minha mão como se nunca fosse mais solta-la e eu sabia que ele jamais iria fazer isso e eu também não.

Olhei para os intensos olhos de Lucas.

—Estefanie – disse ele.

—O que?

—Se tivermos uma filha – disse ele rindo – quero que se chame Estefanie.

—Lucas!

—Desculpe, as vezes você deixa fraco e entro e leio sem querer.

—Sei – lhe dei um tapa de leve – bobo. Mas e ser for menino?

Ele olhou para a neve e depois para mim.

—Tenho que pensar.

—Temos tempo – disse sem graça.

Ele me acolheu passando novamente seu braço por meu ombro fazendo eu me aconchegar a ele.

—Seria um belo nome – falei sorrindo emocionada – obrigado – ele beijou o topo da minha cabeça.

—Tomara que ela puxe seus cabelos – disse ele sorrindo.

—E seus olhos.

—Porque? Os seus são mais bonitos – disse ele intrigado.

—Porque os seus são mais belos, ao contrario dos meus que parecem sempre gelados os seus parecem sempre confortantes, como um lar – sorri – meu Deus! – brinquei – você esta chorando?

Lucas piscou com os olhos brilhando.

—Não claro que não.

—Estava sim – continuei brincando.

—Você realmente é teimosa!

—E você também – rimos.

—Coitados de nossos filhos – falamos juntos e caímos na gargalhada.

—Se ela puxa a mãe é teimosa e se puxa o pai também é.

Continuamos a andar e a sorrir, e sabe de uma coisa? Se eu estivesse com ele o que não iria faltar era sorrisos.


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Notas finais do capítulo

AMEI MAIS QUE TODOS OS CAPITULOS hueheuehue. Eu havia pensado em fazer o epilogo mas vai ficar sem mesmo porque Ardente chega aqui dia 15/12. Amanha teremos a sinopse e então esperemos por mais noticiais. Obrigado de coração por todos que vem seguindo essa historia. Realmente obrigado :** até reflexos e divulguem essa historia para seus amigos. Vamos aumentar a quantidade de puros no mundo :3 ....e talvez guardiões...Luc...tá parei.



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