Reflexo (livro 1 ) escrita por Estefanie Priscila


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

''Querida Daniele, às vezes é preciso saber a hora de parar e a hora que pensa que deva parar, é opcional. Na guerra lute com o coração ou com a razão mas jamais com os dois. São opostos e podem ser inimigo ao invés daquele com quem luta'' - Rainha Estefanie (mãe de Daniele)



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14 de fevereiro de 2013

O rosto pálido do meu pai me deixou assustada. Quando o barulho das portas da frente do castelo soou por todos os arredores. Pude sentir a dor. Virei meu rosto pro meu pai implorando para que nada tivesse acontecido. Mas seus olhos vagavam sem rumo pelo salão. Eu comecei a chorar entre soluços já sabendo o que acontecera. Minha mãe havia falecido. Os rebeldes a mataram eu sabia disso. Sabia que não era uma boa ideia ela ter ido em um encontro com eles. Eles disseram que não iam machuca-la que apenas conversariam com ela.

Lágrimas quentes surgiram por todo o meu rosto e tive que me apoiar na parede para não cair. Eu não podia acreditar. Eu não queria acreditar que eles fizeram isso com ela. Alguém tão doce e boa como ela. Como alguém promete algo e não o cumpre?  Lembranças dela surgem na minha cabeça.

Eu caio sentada no chão lembrando quando ela pegava minha mão e dizia ‘você é uma princesa Daniela então aja como tal’ ‘quando tudo estiver desmoronando pra você, fecha os olhos e pense em algo bom, esta bem?’ sua voz ainda parecia aos sussurros perto de mim. Tentei levantar, incrédula olhei ao redor. Todos com expressões de medo e terror. Então sai correndo pra floresta e ninguém tentou me impedir.

1 ano depois

Havia passado tempo o suficiente para eu e meu pai nós recuperarmos. Tempo o suficiente para eu me moldar conforme a melodia que tocava. Eu aprendi 3 tipos de luta. Como ser em publico. Não mostrar seus sentimentos, mas sim o que acha por tal, seja quem seja. Ser mais que uma garota de 17 anos rica e futura rainha da nação de Crystal. Fui jogada contra a parede, afogada num rio, aprendi procedimentos médicos em métodos de urgência. Me tornei um reflexo do que deveria ser. Como algo que você não pode tocar. Era como um espelho, mostrava apenas o que a pessoa estaria pronta para ver. Eu mais que me moldei. Eu me tornei alguém que poucos sabem. Um soldado, futura rainha, plebeia, professora, alguém do subúrbio e com certeza alguém de respeito da realeza. Todo o castelo estava se organizando para o dia que meu cargo subiria e eu iria conhecer outros reis e rainhas, outro príncipes e princesas. Me aliar aqueles que precisam de apoio. Precisava fazer o papel que minha mãe fazia.

Apalpei o vestido. Vermelho minha cor favorita. Ele era tomara que caia e com pequena camadas de um vermelho mais claro com brilho. Meu cabelo estava num coque e usava brincos pequenos e um sapatilha aveludada. Me olhei no espelho e reparei que Jessie me encarava com olhos orgulhosos.

—Vossa majestade como esta... – ela abriu a boca em sinal de aprovação – esta perfeita como sempre! – ela sorriu e eu sorri pra ela de volta.

—Jessie pode me fazer um pequeno favor?

—Claro, diga que farei o possível – ela se senta na cadeira da penteadeira e se levanta ao ver que havia se sentando como uma amiga e não tivesse liberdade pra tal ato, mas era apenas uma empregada e devia tomar cuidado.

—A festa aqui no castelo é daqui alguns dias, quero fichas de quem virá – olho e reparo que os fios de seu coque esta pendendo e ira cair logo logo – quero saber como são todos que irão vir, até os lordes...pode conseguir isso pra mim?

—Claro majestade – ela diz .

—Dispensada –digo e vejo ela andar com cuidado e fechar a porta atrás de si.

Volto-me pro espelho e reparo. Cabelos loiros compridos. Olhos azuis da minha mãe e um sorriso quase imperceptível.

Ando pelos corredores do castelo pretendendo não encontrar nenhum soldado. Alguém me puxa pra trás e tampa a minha boca com mão. Entro num quarto pequeno e logo dedos que estão sobre a minha boca são retirados. Olho e vejo Matt, meu namorado as escondidas. Seus lábios encontram os meus. E é tão bom que penso que nada seria melhor do que aquilo. Ele me puxa pra mais perto e começa a beijar meu pescoço e depois se volta e encara meus olhos.

—Desculpe majestade não pude me conter – ele sorri.

Matt veio pro castelo a um bom tempo e permaneceu ao meu lado mesmo nos momentos em que o feri demais. E sinto raiva de mim mesma até hoje por tal ato insano. Seus olhos verdes me fazem ferver. Não sei se é amor seria o que sinto por ele. Mas diria que é insano e incontrolável. Dou lhe mais um beijo e ele não se afasta. Sua língua se movimenta na minha boca. E é como se existisse apenas nós. Me afasto rapidamente.

—Soldado Cathier não pode beijar a sua majestade assim – digo sorrindo e ele brinca com meus dedos.

—Desculpe vossa princesa, tenho a fazer alguns atos insanos as vezes e peço que me perdoe por esse ato – ele diz e faz aquela expressão que não consigo ler e o beijo com um pouco mais de intensidade – acho melhor ir, podem sentir minha falta e a sua também – e se afasta – vou lhe encontrar ainda hoje?

—Não sei, tentarei – dou-lhe um beijo rápido e mexo em seu cabelo loiro e brinco com o pouco de barba que ele tem. Ele abre a porta lentamente e depois aponta pra mim ir. Dou lhe um sorriso e o deixo pra trás.

Me apaixonei por ele desde que ele conseguiu ver meus defeitos e ver os seus próprios diante dos meus olhos e me aceitar e ainda se moldar para que nós encaixássemos. Sei que meu pai não aprovaria. Mas sei que minha mãe não iria contra. Ela acreditava que uma princesa deveria amar seu futuro rei e não se casar com ele para unir sociedades. Não havia uma regra básica. Mas se eu me casasse com ele teria que desistir do trono e então Larissa tomaria o trono. Minha prima. Uma pessoa venenosa e orgulhosa. Seu titulo é tudo que tem. É bonita mas nada mais. Não tem tempero. Não tem nada que possa chamar de seu.

                                            ***

Estava no salão olhando os papeis que Jessie me dera. Vi alguns e morri as gargalhadas. Os soldados acostumados ao meu jeito apenas não se incomodaram.

—Quem foi que inventou esse nome? – caio aos risos novamente – serio! Um príncipe de respeito se chamar Salem isso parece nome de comida de gato – digo um pouco alto demais e meu pai entra pela porta lateral com olhos de desaprovação – ola pai – digo.

—Querida você não pode zombar dos nomes que eles tem – ele se aproxima e reparo as feições de seu rosto. – mas sabe uma coisa? – ele se aproxima – eu e sua mãe fazíamos o mesmo – diz ele e caímos na gargalhada.

Vejo Matt de canto de olho perto do portão da frente. Seus olhos estão fixos pro lado de fora e sua boca esta quieta. Mas sei que ele sorri junto comigo.

—Lembro quando sua mãe fazia isso. Selecionando os que viriam para as festejas e começava a rir do nada e depois se desculpava por não ser um ato de uma rainha.

Sorrio imaginando ela fazendo isso. Minha querida doce mãe. Sugo qualquer lágrima pra o fundo do meu peito e tenho medo de quando todas as que joguei se voltarem contra mim.

—Ela disse uma vez que leu um ficha de um Lorde chamado Bolinha Screch. No dia da festa ela foi cumprimenta-lo mas não se conteve e para disfarçar o riso fingiu engasgar com o vinho. O lorde tinha um nariz pontudo e era redondo como uma bola. Seu roso era outra bola. Parecia aqueles bonecos de neve – um sorriso sincero surgiu de tal lembrança e imaginei como deve ter sido pro meu pai se deitar todos os dias e o outro lado da cama estar gelado e saber que não se aqueceria como antes.

—Ela agia exatamente como você Daniele – ele pós a mão no meu ombro – acredite ela se orgulharia se visse o que faz.

—Pai posso lhe perguntar uma coisa? – ele assente – Porque tenho que me casar com um príncipe para assumir o trono ?– seus olhos perdem o brilho e parecem cansado.

—Daniele já falamos sobre isso – diz ele e se afasta – é parte da tradição.

—Porque não posso muda-la? – grito um pouco alto demais e me recomponho – Porque não posso amar alguém e querer passar o resto dos meus dias ao lado dele ao invés de estar ao lado de um estranho só pra continuar a tradição? Isso é injusto! – grito e saio do salão deixando os papeis pra trás. Meu pai não diz nada, apenas fica parado ali me encarando ir em direção aos jardins.

Pego o caminho do jardim e depois o dos empregados. Precisava de Jessie. Ando pelos corredores dos empregados. Todos me cumprimentam e eu apenas faço uma menção e pergunto sobre Jessie.

—Ela estava conversando com os solados na área de aprendizagem majestade – diz uma garota ruiva cujo olhos são negros que me afasto.

—Obrigada – e pego o corredor mais próximo.

Entro com cuidado na ala da aprendizagem. É onde todos os soldados se exercitam, praticam lutas e ensino básico ao avançado. Me desvencilho das pessoas e encontro Matt conversando com um outro soldado. Me aproximo dele com cautela.

—Ola soldados, poderiam me dizer se viram minha empregada Jessie?

Os olhos escuros do outro rapaz me sugam pra algo negro e me viro pra Matt pra encontrar os olhos que me acalmam tanto.

—Não majestade não há vi – diz o rapaz.

—Acho que ela foi pegar algumas toalhas para os soldados mas já volta.

Ouço passos apressados e vejo Jessie vindo em minha direção rapidamente segurando algumas toalhas. Ela olha pra Matt e depois para o outro rapaz. Seus olhos param ali por alguns segundos e depois se voltam pra mim.

—Desculpe vossa majestade é que..deixa pra la, o que posso fazer pela senhora?

—Roupas especiais, sabe qual falo – vejo uma mudança quase invisível nas expressões de Matt. Mas elas somem quase tão rapidamente que parecem que nunca estiveram la. Ele é contra eu sair e ser uma plebeia comum. Diz ser perigoso e é. Mas eu preciso estar ligada ao meu povo. Necessitava de respostas que só eu poderia ter. Jessie assente e volta as pressas de onde veio.

—Matt – diz o rapaz e seus olhos me encaram novamente negros como o da garota dos corredores – vossa majestade – assinto.

—Não pode ir – sussurra Matt.

—Não pode me impedir – digo e ele me olha severamente. Se passa alguns minutos até que Jessie volte.

—Desculpe a demora – Jessie chega as pressas e me passa uma sacola – aqui esta, falei com o cozinheiro e hoje vai sair 2 caminhões para buscarem alimentos, agora precisamos de um soldado que vá com a senhorita – antes que eu possa dizer não, Matt se apronta e se voluntaria e Jessie diz perfeito – venha majestade, vou te vestir.

Caminho ao lado de Jessie odiando o fato de que Matt vá comigo. Eu posso ama-lo. Sacrificar tudo por ele. Mas há coisas que nós mesmos temos que fazer sozinhos. Viro-me pra Jessie mas depois volto-me. Então tenho uma ideia e sei como fazer com que Matt não vá comigo. Sei que ficara fulo mas tenho que fazer. Então em uma ação rápida me visto enquanto Jessie vai buscar um chá. Saio de fininho do castelo. E espero a caminhonete da família Sousa sair. Eles vem todos os dias deixar panos e outros utensílios. Me esgueiro entre alguns arbustos. O sol já se poe. Enfio entre alguns cobertores e me escondo entre eles. Depois de uns 20 minutos ouço alguém entrar na caminhonete e fechar a porta. O motor ronca e a camionete começa a andar. Espero passar toda a estrada e quando sinto balançadas maiores sei que estamos em estrada de terra e longe do castelo. Dou uma espiada e vejo que há um rapaz, o que estava com Matt. Ele esta apoiado na beirada olhando pra trás. Me encolho novamente. Meu Deus! Como eu não pude vê-lo antes! Se ele me visse ali tudo estaria perdido. Anh droga.


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Notas finais do capítulo

Continua



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