Rebekah segurava a pequena Hope com um ar preocupado, talvez sabendo que qualquer coisa que acontecesse a sua sobrinha, no final resultaria nela, com uma adaga no peito, em um caixão, definhando por mais mil anos.

Klaus tinha certamente algumas desavenças com Rebekah, porém ela era a escolha mais plausível para cuidar de sua herdeira.

–Qual o nome dela?- Rebekah perguntou quebrando o silêncio que pairava no local, acariciando a bebê com robustas bochechas ruborizadas, o que dava um ar angelical ao seu rosto

–Hope, seu nome é Hope- Falou Klaus, atônito por saber que um dia New Orleans estaria segura, e que sua Hope voltaria e o chamaria de pai.

Klaus não sabia lidar bem com as emoções, queria de toda maneira ser um pai que ele nunca ousou ter, queria dar uma vida digna para Hope, uma que ela não sofresse e soubesse que teve alguém que sempre a amou de verdade.

E ali em pé, admirando a criança impotente nos braços da tia olhou nos olhos da sua amada filha, sua herdeira.

–Ela tem um toque do mal nos olhos, isso ela herdou de mim, posso ter certeza.

Rebekah deu uma risada abafada que saiu com lágrimas que segurava desde que ficara frente a frente com Klaus que segurava a sobrinha que achou que nunca teria a chance de ver.

–Acho que devemos ir- Ela falou, encontrando assim o olhar do irmão, queria lhes dar um abraço, mas sabia que Klaus não era muito cordial e nem muito adepto a carinhos

–Então, até breve, eu acho, cuide bem dela- Klaus falou permitindo-se a derramar algumas lágrimas.

E em passos lentos Rebekah foi se afastando, mas viu que Klaus ainda queria um último momento, para que o rosto de Hope não lhes não fugisse a mente até que o dia que ela retornasse, Rebekah então parou a sua frente e ele sorriu, um sorriso meio frouxo, o que não é muito característico de Klaus.

–A cidade pode achar que você está morta- falou olhando Hope, tão pequena, tão linda- Mas você terá uma casa, uma família, e cada alma que te deseja o mal, será derrubada, e assim como tenho certeza que é minha filha, tenho certeza que uma dia retornará para mim-Falou ele desferindo-lhe um beijo na testa.

Novamente os olhares de Klaus e Rebekah se encontraram.

–Devemos ir- Disse Rebekah, como uma adaga no coração de Klaus, era difícil para um pai ver a sua menininha ir, mas era preciso.

–Espere- Falou Klaus- Seja feliz irmã.

Rebekah deu um sorriso alegre e vivo, como não dava a séculos, mas novamente voltou a ficar com o aspecto abalado, o olhar triste de uma irmã, que teve que ir, por demônios do passado que atormentaram o seu presente.

–Eu serei Nick, nós seremos- E assim Rebekah foi andando em passos serenos em direção ao carro, um impala vermelho, onde acomodou a pequena Hope, que dormia como um anjo na brisa que sacudia os cabelos loiros de sua tia.

E assim Hope e Rebekah se foram, para um lugar seguro, onde ninguém as encontrassem, onde iriam encontrar a felicidade até o dia que tivessem que voltar.