Quarta feira 20h00 estou me arrumando pra ir na festa do João, se eu estava animada? Não! Mas eles insistiram muito e então eu resolvi ir. Terminei meu banho e me preparei pra arrumar meu cabelo, resolvi fazer uns cachos já que eu ainda tenho tempo. Depois de quase 2 horas estava finalizando minha maquiagem com o batom, me olhei no espelho e suspirei, sorrindo pra mim mesma.

– Vai passar, é só uma fase – sussurrei pra mim mesma

Peguei minha bolsa e desci, tinha combinado com meus amigos de irmos as 22h00, dei um tchau pros meus pais e fui pra garagem pegar meu carro. Dirigi até a casa do João que ficava uns 25 minutos da minha, estacionei perto e desci. A casa estava iluminada e já bastante cheia, corri os olhos pelo lugar procurando meus amigos mais não encontrei,decidi entrar e tentar acha-los. A casa estava cheia de pessoas dançando, rindo, algumas ficando outras fumando e até algumas já bêbadas, avistei a Lari de longe conversando com o Leo e o João, me aproximei deles.

– Oi amiga, que linda você está – Lari sorriu me olhando dos pés a cabeça

– Obrigada, você também – sorri

– Oi lindona – Leo sorriu

– Oi xuxu – rimos

– Oi Carol – João beijou meu rosto

– Oi João – sorri tímida

– Chegou tem muito tempo? – ele me olhou

– Não, agora a pouco, estava procurando esses dois – sorri

– Fique a vontade ta bom? – sorriu – Daqui a pouco eu volto, tenho que ir ver algumas pessoas

– Tudo bem – sorri e ele saiu

– Ai amiga ele ta tão na sua – Lari disse animada

– De onde você tirou isso? – perguntei sem entender

– Ai, vai dizer que não percebe como ele olha pra você? – disse como se fosse óbvio

– Isso é, ele ficou perguntando de você antes de você chegar – Leo sorriu

– Ih pode parar os dois – corei

– Vamos beber? – Lari perguntou animada

– Estou dirigindo florzinha – sorri

– Só umazinha – implorou

– Ta bom, só um copo – suspirei derrotada

– Aiai vocês duas – Leo revirou os olhos

Fomos até um bar improvisado e pegamos uma bebida, a música estava alta, e tinha muita gente dançando, resolvemos ir pra pista de dança também. João se juntou a nós. Já passava de 00h00 quando eu vejo o que meus olhos mais temiam, Pedro entrando pela porta com um sorriso nos lábios, um sorriso estranho, um pouco vago, mais ainda assim era um sorriso. Meus olhos não se desgrudavam dele e quando eu achava que não podia piorar desço os olhos até sua mão que está entrelaçada com a de alguém, e então ela aparece, sorrindo deslumbrada, segurando a mão que antes eu segurava, aquele toque que tanto me acalmava, Amanda, a causadora de tudo isso, minhas pernas tremeram e eu senti que ia cai no instante que alguém me segurou, minha visão ficou turva, acho que era lágrimas que ardiam em meus olhos, me segurei firme pra não chorar e sai dali o mais rápido que pude, sem ao menos olhar pra pessoa que estava ao meu lado. Corri pra fora da casa e me sentei no jardim, eu queria sumir, mais eu não estava em condições pra dirigir agora. Deixei que as lágrimas caíssem sem me importar com maquiagem ou se tinha alguém me olhando. Ouvi passos se aproximando, não olhei até ouvir a voz mais reconfortante pra aquele momento.

– Oi, posso me sentar? – ele disse baixo

– Claro, estou precisando de você – disse com a voz embargada

– Sei que é difícil, mais não fica assim – ele levantou meu rosto

– Porque tudo é tão complicado né? – sorri fraco

– Nem sempre as coisas são fáceis né – disse triste

– Eu queria não ter que passar por isso Leo, dói muito – disse derramando lágrimas

– Você é linda, inteligente, amorosa e muito mais, vai conseguir superar – sorriu

– Você é o melhor amigo mais babão do mundo – sorri

– Eu te amo – Leo sorriu pra mim e me abraçou forte

– Eu também te amo – retribui o abraço e apertei mais forte ainda – Obrigada por estar aqui

– Eu sempre vou estar, desde sempre pra sempre, lembra? – sorriu

– Você é o melhor! – beijei seu rosto

– Modesta a parte sou sim – riu - O que você acha de irmos pra dentro e você voltar de cabeça erguida e sorriso no rosto como sempre fez? – sorriu

– Você acha que eu consigo? – disse triste

– Tenho certeza que sim – sorriu e beijou minha testa

Respirei fundo e decidi que eu seria a melhor atriz, iria fingir que nada aconteceu. Me levantei e segui o Leo até a entrada novamente, limpei os olhos e coloquei no rosto meu melhor sorriso, entramos e voltamos pra onde meus amigos estavam, João me olhava ansioso esperando por alguma resposta minha, olhei pra Lari e ela retribuiu o olhar e sorriu mostrando que ela havia entendido. João se aproximou de mim envergonhado.

– Me desculpa por isso – me olhou

– Não se preocupa, está tudo bem – sorri tentando demonstrar verdade

– De verdade? – sorriu

– Claro, uma hora isso ia acontecer – sorri e começamos a dançar.

Evitei olhar na direção do Pedro e da ridícula da Amanda pelo resto da noite, é óbvio que eu queria ter ido embora dali na mesma hora mais eu tinha que ser forte, eu não podia dar o gostinho pra Amanda me ver triste, fiquei a festa toda dançando com meu melhor sorriso, quando já estávamos exaustos decidimos ir embora. Me despedi do João e dos meus amigos, agradeci mais uma vez o Leo e sai de lá indo pra casa. Confesso que deixei algumas lágrimas cai no caminho, eu sei que eu havia prometido pra mim mesma que eu não choraria mais por ele mais foi impossível, foi um choque grande. Cheguei em casa, tomei banho e me troquei, deitei na minha cama e felizmente eu adormeci sem demora.

Domingo, hoje teria um churrasco na minha casa, meus pais chamaram uns amigos de outras empresas e virão todos pra cá, resumindo, minha mãe me acordou mais cedo pra que eu esteja pronta quando eles chegarem. Me levantei com dificuldade e fui me arrastando até o banheiro, deixei que a agua fria me acordasse, lavei meu cabelo e terminei meu banho. Me enrolei na tolha e fui escolher o que vestir, estava um domingo de sol, ótimo pra um dia na piscina, mais eu pensaria nisso depois. Escolhi minha roupa e me vesti, sequei meu cabelo e passei uma maquiagem leve, me olhei no espelho a ultima vez, peguei meu celular e desci encontrando todos na sala.

– Bom dia filha – minha mãe sorriu

– Bom dia mãe – sorri e fui até a cozinha, peguei uma maça e voltei pra sala

– Vamos lá pra fora, alguns convidados já chegaram – minha mãe me olhou

– Vou acabar aqui e estou indo – mostrei a maça

Ela assentiu e saiu, me sentei no sofá, fiquei mexendo no celular até terminar a maça, quando acabei lavei as mãos e fui pro jardim. Já tinha várias pessoas, e até alguns adolescentes, eu chamei o Leo, a Lari e o João, espero que eles venham assim não fico tão sozinha. Estava conversando com minhas irmãs quando eu olho pra entrada e avisto o João, ele me ve e sorri tímido, vou até ele.

– Oi, que bom que veio – sorri

– Cheguei cedo? – sorriu

– Não, está no horário – sorri – Lari e Leo atrasam sempre – revirei os olhos

– Vem, quero te apresentar meus pais – puxei pela mão

– Sério? Se eles não gostarem de mim? – disse tímido

– Para bobo – ri – vamos

Apresentei ele aos meus pais e eles gostaram bastante dele, tive que ri dos olhares desconfiados deles. Consegui me livrar deles quando os pais do Pedro chegaram e eles foram comprimentá-los, dei um Oi pros dois e sai levando um João vermelho de vergonha comigo. Sentamos em uma mesa quando ouço meu celular tocando, era a Lari.

INICIO DA LIGAÇÃO

– Oi está atrasada – disse rápido

– Oi amiga, estou bem obrigada e você? – disse com ironia

– Cadê vocês? – ri

– Vamos chegar em 20 minutos ok?

– Ta bom então, João já está aqui – sorri olhando pra ele

– Aproveita com ele enquanto não chegamos – riu

– Idiota, vem logo – ri e nos despedimos

FIM DA LIGAÇÃO

Minha mãe veio até nós e me pediu pra ir até a sala pegar seu celular, João foi comigo, peguei o celular e estávamos voltando quando ele me para.

– O que foi? – sorrio sem entender

– Eu queria conversar com você – disse sério

– Pode falar – nos sentamos

– Sei que tem pouco tempo que terminou com o Pedro e que ainda gosta dele – pausou e respirou –mais eu queria pedir uma chance, uma chance pra tentar diminuir as magoas que ele deixou – me encarou e eu estava sem reação, demorei uns segundos pra raciocinar

– Nossa João – sorri sem graça – confesso que ainda estou muito magoada com tudo isso, mais você vem sendo tão legal comigo que eu penso que poderíamos tentar – olhei pra ele

– Jura? – disse animado

– Sim – sorri

Ele se aproximou de mim, suas mãos foram pra minha nuca, ele mantinha seu sorriso no rosto e os olhos fixos nos meus, foi fechando lentamente e sua boca procurou pela minha, sem mais esperar fechei meus olhos e ele acabou com o espaço entre nossas bocas. Seu beijo era calmo mais cheio de vontade, uma de suas mãos alisavam minha nuca enquanto a outra apertava de leve minha cintura, acariciei seu rosto e seguimos em um ritmo perfeito. Não sei por quanto tempo ficamos assim, mais nos separamos quando ouvimos alguém rindo baixinho.