─ Onde vocês encontraram o Sr. Malfoy? ─ perguntou Mione.

─ Na Travessa do Tranco ─ respondi e o Sr. Weasley olhou para nós.

─ Malfoy comprou alguma coisa? ─ ele questionou.

─ Não, ele estava vendendo ─ disse Harry.

─ Que pena... Adoraria pegar Lucius Malfoy por alguma coisa ─ comentou o Sr. Weasley e eu dei uma risadinha. Se ele soubesse tudo o que tem no quartinho secreto da Mansão Malfoy.

Isso me fez lembrar-se da estranha pedra negra, parecida com um ovo, que eu coloquei em segurança na minha mala assim que voltamos do Bosque das Fadas. Eu tinha que descobrir o que era aquilo. Provavelmente Sean saberia. Eu tinha de perguntar a ele urgentemente.

─ Vem Lya ─ chamou Mione, me puxando.

─ O que? ─ perguntei confusa.

─ Você estava parada olhando pro nada... ─ comentou Harry preocupado.

─ Estava apenas relembrando algumas coisas ─ sorri ─, mas aonde vão todos? ─ perguntei ao ver que todos tinham se separado.

─ Vão fazer as coisas separadamente, pra ser mais rápido ─ disse Mione e eu assenti entendendo.

─ Aonde vamos primeiro? ─ questionou Ron.

─ Vamos comprar algumas coisas. Temos de nos encontrar com todos em uma hora na Floreios e Borrões ─ Mione comentou, nos arrastando para uma loja de penas e pergaminhos.

Uma hora depois, depois que compramos algumas bugigangas e tomamos sorvete, fomos até a Floreios e Borrões.

─ Ridículo ─ eu comentei risonha ao ver um monte de mulheres tentando entrar na loja.

─ O que elas veem nele? ─ questionou Ron, apontando para um cartaz de Gilderoy Lockhart.

─ A fama ─ eu desdenhei. ─ E não vamos nos esquecer de que sua mãe o adora também ─ sorri e ele me olhou horrorizado. Mas ele sabia que era verdade...

Apertamos-nos para entrar na loja e logo encontramos a Sra. Weasley, toda afobada. E então Lockhart apareceu.

─ Saia do caminho ─ rosnou um dos fotógrafos que tentavam tirar foto do “astro” ─ Trabalho para o Profeta Diário.

─ Grande coisa ─ disse Ron, irritado.

E então Lockhart olhou para Ron, viu Harry e o constrangimento deste começou. Ia ser tão divertido. Observei Lockhart levantar-se da mesa animado, vindo até Harry e puxando-o pelo braço.

─ Harry Potter ─ ele gritou animado e todo mundo começou a aplaudir ─ Vamos, sorria Harry. Vamos tirar uma foto juntos, sairemos com certeza na primeira pagina! ─ comentou sorridente e Harry ficou roxo de vergonha.

Quando ele o soltou, Harry tentou se esgueirar para perto de nós e eu o empurrei.

─ Harry, Harry... Ele está tão feliz em te ver... Dê um autografo, pelo menos! ─ falei maliciosa e Mione me bateu.

─ Lya! ─ ela disse entre dentes.

─ O que? A cara dele está hilária, veja! ─ eu ri.

Ela apenas suspirou em negação, mas não pode conter um sorriso.

─ Minhas senhoras e meus senhores, hoje, quando o jovem Harry entrou nesta loja, só queria comprar minha autobiografia... ─ começou Lockhart.

─ Vai sonhando ─ eu ri.

─... Com a qual terei o prazer de presenteá-lo. Ele não fazia ideia de que ia receber muito mais do que o meu livro O Meu Eu Mágico. Ele e seus colegas irão receber o meu eu mágico em carne e osso.

─ Isso parece horrível ─ disse Ron e eu concordei.

─ Sim, senhoras e senhores! Tenho o grande prazer de anunciar que, em setembro próximo, irei assumir a função de professor de Defesa contra as Artes das Trevas na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts!

─ Oh, quanto azar temos ─ dramatizei e Ron riu.

Lockhart despejou uma multidão de livros nos braços de Harry, Ron, Mione e... Eu. Legal, serviria para aumentar o fogo da lareira.

─ Aposto que você adorou isso, não é Potter? O famoso Harry Potter, não consegue nem ir a uma livraria sem parar na primeira página do jornal ─ comentou Draco, desdenhando, aparecendo atrás de nós.

─ Aposto que você ficou com inveja, Malfoy. Quer que eu peça para Lockhart tirar uma foto com você também? ─ retrucou Harry, sorrindo maliciosamente.

Sorri orgulhosa. Esse era meu irmão.

─ Não sou igual você, Potter. Não preciso pedir fama, eu já tenho ─ disse Draco esnobando.

─ Meninos, meninos... Abaixem a bola aí e deixe a treta pra Hogwarts. Não queremos ter toda a diversão sem plateia, não é? ─ falei, entrando no meio dos dois.

─ Ah, é você ─ surgiu Rony, quase me matando de susto, falando com Draco ─ Aposto que ficou surpreso de ver Harry aqui, não?

─ Não tão surpreso quanto ver você em uma loja, Weasley. Seus pais provavelmente vão passar fome um mês para pagar todas as compras... ─ disse Draco malicioso.

─ Oras, seu... ─ começou Ron, mas eu o interrompi.

─ Draco, hoje você está venenoso, não? ─ falei antes que Rony fosse pra cima dele e então reparei que o Sr. Malfoy estava olhando pra mim um pouco incrédulo. ─ Olá, Sr. Malfoy ─ acenei para ele sorrindo.

Não tive tempo de dizer mais nada, pois logo o Sr. Weasley se aproximou. Oh, não! A briga...

─ Ora, ora, ora... Arthur Weasley! ─ começou o Malfoy pai.

─ Lucius ─ disse o Sr. Weasley, friamente.

─ Estou surpreso com quem tem andado... Parece que nem tudo está tão perdido ─ falou olhando para mim. Arqueei uma sobrancelha e cruzei os braços. Oi? O que tem eu?

─ Como é? ─ o Sr. Weasley franziu a testa, também me olhando.

─ Parece que vocês não estão no fundo do poço, como pensei. ─ o Sr. Malfoy disse friamente.

─ Eu acho que é você que tem que avaliar suas companhias a partir de agora, Sr. Malfoy. Não queremos que você vá para o fundo do poço, não é? Isso seria... Desagradável. ─ falei lentamente, encarando-o. Ele sustentou meu olhar por um momento, antes de olhar novamente para o Sr. Weasley.

─ Foi bom revê-lo ─ disse ele nada sincero para o Sr. Weasley, e saiu, arrastando Draco que deu aceno imperceptível de despedida.

─ Isso foi decepcionante ─ fiz beicinho ─ Não saiu como eu esperava!

─ E o que você esperava? Que ele entregasse um buquê de flores pro Sr. Weasley? ─ Mione arqueou uma sobrancelha e eu ri.

─ Esperava ver o Sr. Malfoy apanhando... ─ falei e olhei para o Sr. Weasley, que ainda me encarava. ─ Quem sabe numa próxima oportunidade, não? ─ sorri.

Ele nada respondeu, apenas deu um sorriso trêmulo em minha direção.

O que? Porque eu tenho a impressão de que a algo errado nisso? Ele não pode estar achando que eu sou uma espécie de Comensal da Morte tentando convertê-los para as Trevas, não? Francamente!

Depois disso, fomos para o Caldeirão Furado, para voltar para a Toca. Em breve voltaríamos para Hogwarts e tínhamos que aproveitar o máximo possível, pois esse ano provavelmente seria um pouco diferente.

─ Hoje foi cansativo ─ comentei quando já estávamos no quarto de Ron, conversando.

─ Pois é ─ disse Harry ─ Achei que o Sr. Weasley ia brigar com o Sr. Malfoy. Quer dizer, todo mundo sabe que Weasleys e Malfoys são meio que rivais...

─ Mas era isso que ia acontecer, porém a reputação da família Skyford muda tudo, não? ─ sorri.

─ Talvez fosse melhor mesmo que eles não tenham brigado ─ disse Mione.

─ Poxa, mas ver a noticia no jornal “Lucius Malfoy apanha de Arthur Weasley” seria demais ─ Ron comentou sonhador.

─ Impossível. Os Malfoys são ricos, provavelmente o Profeta Diário é como um cachorrinho nas mãos deles ─ eu falei, estragando o sonho dele.

─ Estraga prazeres ─ ele murmurou mal-humorado.

─ Obrigada ─ sorri.

─ Enfim, o que podemos esperar desse ano? ─ questionou Harry.

─ Nada ─ falei, ─ Não faço a menor ideia do que irá acontecer.

─ Bem, seja o que for, enfrentaremos juntos ─ disse Mione sorrindo.

─ Isso aí, somos agora um grupo. Unidos até o fim! ─ comemorou Ron e então todos nós nos entreolhamos e gargalhamos juntos.

Enquanto estivéssemos juntos nada nem ninguém poderia com a gente.

E então eu reparei que Matt não estava no Beco. Babaca! Eu estava morrendo de saudades dele e a criatura não aparece. Se bem que eu nunca marquei um encontro com ele lá, mas... Eu realmente esperava que o dia 1º de Setembro chegasse logo.