Pequenina escrita por Coringa


Capítulo 1
Garota Pequenina




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Tom Ridlle Jr. Um nome tão comum para uma pessoa tão diferente... e tão má. Era assim que ele mesmo se definia. Ele gostava de ser mal; Afinal, que graça tinha em ser bom?

Tom anda relaxadamente pela rua com o Profeta Diário dobrado embaixo do braço. O mundo trouxa fazia bem para ele, sem ele ao menos saber o por que. Deveria ser por que, no mundo trouxa, ele era alguém especial; Tinha poderes! Porém, no mundo bruxo, ele era apenas mais um. Um bruxo brilhante, mas apenas mais um.

Ele olha para a esquina; De um lado um homem que, ou é muito exótico, ou é bruxo. As roupas chamativas que os bruxos julgavam ser o habitual dos trouxas causavam riso em Ridlle; Afinal, nascera no mundo trouxa, sabiam como se portavam e como se vestiam. Do outro lado da esquina, há uma cafeteria. Cansado, Tom decide ir para lá.

A cafeteria é razoavelmente calma. Há uma quantidade considerável de pessoas.

- Boa Tarde, o que vai querer? - pergunta uma garçonete que aparece do nada ao seu lado. Ele suspira maroto para o olhar pretensioso da garçonete nele mesmo, não sendo nada modesto ao admitir a si mesmo que era muito bonito.

- Um café, por favor...?

- Cintia.

- Cintia. - ele pede e a garçonete morde o lábio inferior enquanto anota o pedido, o que faz Tom rir internamente.

A tal de Cintia sai animada para preparar o pedido e Tom pega o Profeta Diário para lê-lo. Não há muita coisa para se ler; O mundo mágico está em completa paz.

Ele vira a pagina, onde está uma foto de página inteira de uma mulher de cabelos hoje curtos. A mulher em questão mudava sempre o visual, um para cada foto por mês; Rita Sketeer fez a melhor entrevista pela milésima vez ou algo assim. Tom revira os olhos; O Profeta Diário andava tão sem assunto ultimamente.

A garçonete Cintia volta e Tom esconde o Profeta para não deixar que a trouxa visse a foto de Rita mexer a pena de repetição rápida ao lado do rosto como se formulasse uma idéia e Cintia não consegue segurar um muxoxo por Tom não lhe daratenção. Tom segura um sorriso zombeteiro.

Ele volta a leitura do Profeta. O ministro da magia foi mais uma vez substituído e os dementadores estavam revoltados por Askaban estar tão vazia. Estavam nervosos por não ter ninguém para se alimentar.

Tom para um pouco na foto de um dementador; Era raro uma dessas aparecer no jornal, já que consideravam a imagem "perturbadora". O dementador principal erguia a mão pútrida ameaçando tirar o capuz e outros dois que estavam ao fundo estendiam as mãos de um jeito ameaçador. Para alguns a foto dava arrepios, mas Tom gostava, o que era estranho.

- Que jornal legal, moço! - uma voz melodiosa e infantil fala ao seu lado, assustando o rapaz - As fotos se mechem!

Tom fecha o jornal com uma enorme rapidez que atrai o olhar de uma idosa da mesa ao lado. Tom olha com horror para a garotinha loira ao seu lado como se fosse um dementador preste a lhe dar um beijo. A pequena - que não podia ter mais de seis anos - pisca para ele e ri para o espanto do rapaz.

"Ótimo" pensa Tom, mal-humorado "Tudo o que eu precisava agora era de uma advertência do ministério da magia"

- Chispa daqui, pirralha - cospe Tom com arrogância. A garota finge que não ouve e senta na frente dele.

- Posso ver? - aponta para o jornal no colo de Tom, se ajoelhando no banco. Por ser muito baixa tinha que se elevar um pouco para apontar o Profeta. Tom abre a boca para dizer "Não.", mas é interrompido - Por favor, por favor, por favor!

A loira faz biquinho e seus olhos verdes brilham, de um jeito bastante fofo. Tom suspira, zangado consigo mesmo por estar quase cedendo; O que o ministério faria?

"Mas você é diferente, não é, Tom?" uma voz irritante fala em sua cabeça "Não é você que não liga para as leis?"

Ridlle suspira novamente, tentando não bater na própria cabeça.

- Escuta aqui, pirralha...

- Clara - a garota o corta.

- Hum?

- Clara. Meu nome é Clara, não pirralha.

Então, além de tudo, é sarcástica a pivete.

- Ok, "Clara" - Tom fala com deboche e Clara revira os olhos. Essa garota tinha o que, 15 anos? - Onde estão seus pais?

- O jornal em troca da informação - e então a loira faz a mesma cara fofa que fizera antes - Por favoooor!!! - ela junta as mãos na frente do rosto, para completar a atuação.

Tom suspira novamente, mas agora sorri. Lentamente estende o jornal para a garota, semencara-lá nos olhos.

A menina abre o jornal e sua atenção é voltada para as imagens; o rosto da garota se enche de surpresa.

- E... co-om ap-penas qua-quatro anos de se-serviço, Rita "Stiuk" alcan-ança...

- Não leia em voz alta!

- Blé. Qual é o seu nome, Senior Rabugento?

Tom bufa. A garota apesar de nova, era muito petulante!

- Tom. Tom Ridlle Jr.

- Não gostei. Vou te chamar de Senior Rabugento mesmo; É mais legal!

- Ei! Sabe com quem está falando? - exclamou Tom, indignado. Ninguém, nem mesmo seu súdito mais intimo dava algum apelido para ele, muito mesmo Senior Rabugento!

- Não, não sei - claro, ela era uma trouxa... - Mas é Senior Rabugento ou Sargento Fofuras. Escolha.

Normalmente, Tom lançaria um feitiço estuporante em qualquer um que falava naquele tom com ele. Porém seu subconsciente realmente ponderou sobre um apelido ou outro.

Maldições! O que estava acontecendo com ele?

Tom baixou o olhar para o próprio colo, estranhando a si mesmo.

- Senior Rabugento - Ridlle ergue os olhos para a garota que o olhava ansiosa - Como é que você fez as... - e considerando que Tom havia falado para ela não ler em voz alta, sussurra: - ...imagens se mexerem?

Tom dá um sorriso para os olhos grandes e curiosos da pequena, e quando vê, está falando:

- Magia.

Os olhos delas se arregalam em surpresa e um sorriso de orelha a orelha brota em seu rosto. A garota arrasta o banco para mais perto de Tom e o jovem ri do jeito da garota de tentar ser discreta, mas não conseguir esconder a animação.

- Tom... Você é mágico?

- Magico?! - Tom arqueia uma sobrancelha, divertindo-se - Não, tolinha. Sou muito mais que esses trouxas que aprendem truques e se acham os tais; Sou bruxo.

- Bruxo? - exclama a garota admirada e seus olhos se arregalam ainda mais - Senior Rabugento... O que a gente faz para ser bruxo? Precisa pagar?

- Não, tolinha - Tom ri, mas fica curioso; Ele nascera bruxo, mas como será que os filhos de trouxas ganhavam sua mágica?

- Senior Rabugento - chama Clara - me mostra a magia?

Seu cérebro grita um "Não!" desesperado. Ele estava se arriscando demais somente falando de magia para uma trouxa. Mas Tom não estava em seu perfeito juízo naquele momento; Olha para os lados num olhar maroto e pega na mão da garotinha e sai correndo com ela.

A risada surpresa e gostosa da garota ecoa pelo ar, até que os dois chegam numa praça deserta. Tom para e se mostra ansioso para mostrar algo a Clara.

- Presta bastante atenção, ok? - ele pede, mas é desnecessário; Clara está com os olhos grudados nele, com medo de perder algo - muito bem.

O garoto puxa a varinha do bolso e murmura "Olasmalia". Era um feitiço que ele mesmo havia inventado e ele ouve a garota soltar uma exclamação de surpresa ao ver chamas azuis se formarem num circulo a sua volta. Ela estende a mão e vê que o fogo não queima e solta outra exclamação, maravilhada.

- Uau!

Mas antes que aquilo chamasse muita atenção, Tom fez tudo sumir novamente, e Clara o olhou extasiada;

- Senior Rabugento...?

- Sim?

Clara pula no colo de Tom, o abraçando. Os cabelos loiros fazem cocegas no braço do jovem, que abraça Clara forte.

- Pequenina?

- Sim?

- Onde estão seus pais?

Clara levanta a cabeça do ombro do garoto e coloca a boca do lado da orelha de Tom, como se fosse contar um segredo:

- Eu não tenho pais. - sussurra e Tom sente como se a barreira que protegia seu coração demolisse.

#

E foi assim que Tom Ridlle não se tornou Lord Voldemort. Foi assim que Tom não passou o resto da vida matando pessoas, e sim cuidando de uma menina pequenina.

Mas, infelizmente, em vez da cafeteria, Tom Ridlle fora em direção ao bruxo disfarçado de trouxa. Infelizmente, Tom não conhecera Clara. Infelizmente, Tom se tornou o Lord das Trevas. Tom matou Lilian e Tiago Potter.

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