A Volta de Gwen Stacy escrita por Coelho Samurai


Capítulo 6
Boa Sorte!


Notas iniciais do capítulo

O último capítulo



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Ouço sua voz novamente, é como se minha alma largasse no chão um saco de areia de duas toneladas, é como se toda a tristeza que pudesse abalar qualquer ser vivo no planeta fosse amenizada com apenas uma palavra, um timbre, uma voz, a voz dela.

– GWEN!! – Eu grito, alto por sinal, provavelmente o avião inteiro escutou, mas quem se importa, eu corro em direção a ela, o mais rápido que posso, ela pula em meus braços, eu me ajoelho e peço a ela que me abrace de volta. Nem precisei pedir, ela me aperta tão forte que quase descolo minhas costelas, fico sem ar, por tantos motivos que nem sei se posso lista-los agora.

– Você está aqui, você está realmente aqui.

– Sim Peter, eu estou, estou tão feliz em te ver.

Eu a solto por um milésimo de segundo, e digo:

– Doutor, nem sei como agradecer, eu --- O que é isso? Parece que ele tenta entrar em minha mente, e...

– #Exato, Sr. Parker, estou em sua mente. Não precisa me agradecer, mas lembre-se, essa foi a última parte orgânica de Gwen presente no mundo dos vivos, assim que ela se for, nunca mais irá retornar ao nosso plano material. Quer me agradecer Peter? Então faça o seguinte, aproveite cada precioso momento que tiver com ela, e depois, deixe-a ir. Um dia vocês irão se reencontrar, isso eu lhe prometo. Ao pôr do sol de hoje, ela irá partir#.

– #Mas Doutor... Eu --- É, eu sabia que teria de ouvir essas duras palavras, mas infelizmente, minha felicidade não irá durar muito. Logo mais, Gwen partirá para sempre, cabe a mim mesmo saber como aproveitar meus últimos momentos com ela.

– Peter, por que está tão calado, fale alguma coisa. – Seus olhos azuis me hipnotizam, eu gaguejo.

– V-v- Vamos sair daqui, agora. – Eu olho para o Doutor, ele parece preocupado, mas com o quê? Não sei, mas não tenho tempo para pensar nisso, tenho que passar todo tempo que tenho com ela, e dessa vez, não vou tirar os olhos dela, não vou deixa-la cair. Não dessa vez.

– Pra onde vamos, Pete? – Ela me pergunta sorridente como sempre foi – Vamos sair por aí, ver o que encontramos de bom para fazer, ao seu lado, eu iria a qualquer lugar e faria qualquer coisa. – Eu a agarro e pulo da nave, lanço uma teia num edifício próximo, ela segura firme em mim, e de repente, é como se nunca tivesse parado de balançar minhas teias, nunca tivesse desistido, estou voando entre os prédios, leve e calmo, nós subimos até o Empire State, ninguém por perto. Ela tira minha máscara.

– Me deixe ver seus olhos – Diz ela – Continuam lindos, porém, parecem mais tristes.

– Daqui a pouco eles voltam ao normal, não faz ideia do que eu passei nos últimos meses Gwendy, eu não consigo viver sem voc—.

– Claro que sei Pete, eu estou lá em cima, eu vejo tudo, e acompanho você desde então. Não devia ter desistido de ser o Homem Aranha, essa cidade sempre precisou e sempre precisará de você.

– Mas, eu fui o culpado pela sua morte.

– O quê? Peter, nunca diga uma coisa dessas, você fez o que pode para me salvar, foi um acidente, o culpado é o Norman, e somente o Norman. Entendeu?

Ela está certa, é tão bom tirar isso da minha consciência.

– Como é? Lá em cima?

– Ah Peter, é lindo, todos estão lá, Meu pai, os seus pais... seu tio.

– E como eles estão?

– Estão muito orgulhosos do homem que você se tornou e eu também.

– O que acontece lá?

– Quando passamos dessa vida, nos tornamos entidades, feitas de energia pura, que estão sempre vagando em paz e abençoando os nossos entes mais queridos, principalmente em nossos sonhos. Você tem sonhado comigo?

– Sim, mas... Não eram muito bem sonhos, e sim pesadelos.

– O Que quer dizer com isso, Peter Parker?

– Ah, por favor, não entenda mal. Mas você me ofendia, me dizia que eu era culpado pela sua morte, pela morte de seu pai, e pela morte de meu tio. Me chamava de assassino.

– Ah Peter, eu nunca, em um milhão de anos eu faria isso, pode acreditar em mim.

– Eu acredito. – Meu Deus.

– Quanto tempo acha que eu tenho aqui?

– Até o por do sol, ou seja, temos... 5 horas, o que quer fazer primeiro?

Ela olha para a cidade, respira fundo e diz.

– Eu quero você – Ela me beija, louca e intensamente, é como se meu coração e minha alma fossem restaurados, é como se eu tivesse adquirido o fator curativo do Wolverine. Sinto meu coração acelerar, e escuto o coração dela, batendo fortemente, como se nunca tivesse parado. Eu afasto meus lábios dos do dela por alguns segundos.

– Vamos dar uma volta por aí. – Eu a agarro novamente, e juntos, nós pulamos em direção ao chão, jogo uma teia em um guindaste, e lá vou eu, outra vez, me balançando pelos cantos estreitos de Nova Iorque.

– Não quer ver sua mãe? Ou seus irmãos?

– Eu já os vejo todos os dias, eles sabem que eu estou ali, sentem minha presença, e além do mais, seria extremamente trabalhoso ter que explicar a eles todo o procedimento do meu retorno.

– Tem razão, eu --- Uma sirene? Não, hoje isso não é problema meu.

– Peter ---

– É eu sei, mas não Hoje não. Hoje, eu sou seu.

Eu a levo para o topo da ponte Golden Gate, foi onde ela caiu.

– Por que me trouxe aqui? – Ela parece triste.

– Quero refazer esse dia.

– Como assim?

– Quero eu pule, e desta vez, eu vou te salvar.

– O quê? Hahaha, vocês está louco menino.

– Sou louco, estou enlouquecendo cada vez mais desde aquele dia. – Eu seguro seu queixo, e olho em seus olhos. – Deixe-me salvá-la desta vez.

Ela pula, e vou atrás dela, em direção a morte certa mais uma vez. Essa cena me é muito familiar, mas desta vez é diferente, muito diferente, eu jogo minha teia e abraço com toda a força do mundo, me penduro em outro fio preso na ponte, desta vez eu consegui.

– Satisfeito agora? – Ela ri, e eu também. É possível não rir olhando esse sorriso contagiante? Eu acho que não.

Nessas últimas horas, passamos por todos os lugares possíveis, o pátio da MidTown, que foi onde nos conhecemos, a Torre da Oscorp, que foi onde nos beijamos pela primeira vez, a Estátua da Liberdade que foi onde eu a pedi em namoro. Tudo isso significa muito para mim, e acredito que para ela também.

PÔR DO SOL

Chegou a hora.

– Pode acontecer a qualquer momento, fique perto de mim, por favor – Eu fraquejo.

– Peter! Existem duas coisas que preciso te dizer. Primeira: Quero que me prometa que nunca vai desistir de quem você é, e segundo, me prometa que vai seguir em frente com a sua vida, eu estarei sempre por perto, basta você notar.

– Eu daria tudo que você ficasse mais.

– Eu também Pete, mas não pertenço mais a este mundo. Eu estou em um lugar melhor agora, e sempre estarei de olho em você.

Eu começo a chorar, ela me abraça e diz que vai ficar tudo bem, de alguma estranha maneira, isso funciona, estou mais calmo, esclareci tudo e agora, vou poder finalmente dormir em paz.

– Eu te amo Gwendolyn Stacy.

– E Eu te amo ainda mais Peter Parker; Sempre te amarei.

Ela desapareceu de minha vista segundos depois de ter dito isso e me beijar uma última vez, ela se transforma em uma magnífica nuvem cósmica a travessa o céu alaranjado, a última coisa que me lembro disso foi de soltar sua mão, e olhar em seus olhos. Gwen está livre, e eu também.

Um MÊS DEPOIS

Escuto a campainha tocar, mas a essa hora da manhã? Está de brincadeira.

– PETER, atenda a porta, estou ocupada, devem ser os novos vizinhos.

Claro. Dia de mudança, uma família do centro vem morar ao lado da minha casa, e agora, com certeza, ou vão pedir ajuda na mudança, ou vão somente me cumprimentar, e dizer que estão felizes de vir para o bairro e blá, blá, blá. Ainda estou caminhando, a campainha continua.

– PETER!

– Estou indo Tia May, estou a caminho – Abro a porta – Não se preocup---.

– Ah, Oi, desculpe incomodar tão cedo.

– Ah,... Bom... Sem... Problemas.

– Certo. Você deve ser... Peter, estou correta.

– Sim, sou eu.

– Sua tia me falou muito de você ontem, quando nós duas nos conhecemos, é um prazer.

– O Prazer é todo meu, Srta. ---.

– Mary Jane Watson, mas pode me chamar de “MJ”.

– Ok.

...

– Então, você quer... Sei lá, sair, ou fazer alguma coisa? Afinal, já que seremos vizinhos, acho que seria legal se nós nos conhecermos melhor. – Ela me chamou pra sair? Sinistro, mas bem legal.

– Claro. Ah... Que tal... Agora?

– Parece ótimo.

– Certo, mas eu tenho que faz uma coisa antes.

– Tudo bem, eu vou ficar te esperando aqui.

– Obrigado!

Quem é essa garota maravilhosa que acabei de conhecer? Mary Jane Watson, ruiva, beijada pelo fogo, preciso contar isso pra alguém, eu pensei, e foi aqui que resolvi vir.

TÚMULO DE GWENDOLYN STACY

Sei que está aqui, você me prometeu que estaria, e finalmente eu pude seguir em frente Gwen, assim como você quis. As coisas estão indo bem, estou bem melhor agora. O Sam, vulgo Nova, o Cabeça de Balde é o novo líder dos “Vingadores Secretos Jr.”, mas eu estou de volta à equipe e tudo vai bem, principalmente depo---.

– Sr. Parker. - Meu grande amigo engravatado se aproxima.

...

– Agente Coulson? O que faz aqui.

– Acho que vai gostar de ver isso. – Ele retira uma caixa. – Acho que não sabia que sua falecida namorada era doadora de sangue.

– Não... Não sabia.

– Bom, temos muito DNA aqui, poderíamos trazê-la de volta a hora que quiséssemos.

...

– Não.

– Como assim não?

– Ela está num lugar melhor, eu a quero lá, segura e sempre de olho em mim, mas guarde isso, talvez, quando eu precisar de um conselho, eu peça pessoalmente.

– Como quiser, quer uma carona?

– Não é necessário Phil, mas obrigado, eu... Tenho um encontro hoje.

– Hm, boa sorte Peter.

– Obrigado. – Ele entra em seu Cadillac preto e vai embora. Eu olho para a sua lápide, e só consigo pensar em uma coisa: Eu nunca quis que você estivesse aí, mas assim, você nunca ficará longe de mim. Obrigado Gwen Stacy.

...

Nos veremos no outro lado.

FIM


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Notas finais do capítulo

Obrigado por lerem. #*Coelho Samurai



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