A Volta de Gwen Stacy escrita por Coelho Samurai


Capítulo 3
O Amigo do Bairro


Notas iniciais do capítulo

Peter volta às ruas para combater o crime, depois de meses em Luto.



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Começo voando baixo, rápido, ágil, costurando entre os prédios de meu bairro, pela primeira vez em meses, ao sentir o vento gelado de Nova Iorque bater em meu rosto e me fazer ranger os dentes, eu sorrio, como se nunca tivesse falhado, mas ao olhar para mim mesmo em um vidro espelhado de um edifício, a dor volta, eu estava desse jeito naquela noite, uma dor que quase faz meu coração parar, e eu me pergunto, seria tão ruim assim se ele parasse? Afinal, existem muitos heróis nesse planeta, sou mesmo necessário?

Agora, subo mais um pouco, na verdade estou sendo modesto, estou no topo de Nova Iorque, pelo menos, até onde a minha vista alcança, meu rádio disse que estava na quinta avenida com a Brodway, e já estou vendo a Avenida.

Olho para baixo, aqueles minúsculos carros e pessoas passando. Sinto tontura, pela primeira vez na vida, me perguntando se isso é um erro, me perguntando se devo desistir de vez disso... Claro que não, tia May está certa, a vida continua, e eu vou pular.

Eu corto o ar com muita precisão, em direção ao solo, é tão bom ter essa adrenalina de volta, por segundos, toda a dor e angústia vão embora, é só questão de tempo, de qualquer jeito.

Estico meu braço, aperto o dispositivo, e o fluido de teia atravessa meu campo de visão, até se fixar em um prédio, eu seguro firme, contraio meu braço e voo pela cidade, as pessoas olham, e comemoram, alguns motoristas param para olhar, então percebo como eu fiz falta. E como vou fazer essa cidade acreditar no bem novamente, estou voando.

Avisto o carro dos bandidos, são 6, em uma sedan, escuto todos na rua gritando: “Aranha, Aranha” Isso me deixa muito feliz. Eu pouso sobre o carro.

– Desculpe, mas existe uma lei de lotação em veículos, e vocês estão quebrando ela.

– O aranha, pensei que ele tava morto? – Sério? Morto? Nossa, essa é nova.

– Não interessa, atira nesse palhaço. – Oh, é muita generosidade sua.

Eles começam a atirar, eu desvio das balas, o suficiente para eles precisarem recarregar, quando chega o momento, estouro o para-brisa.

– Moço, seu para-brisa está quebrado, mais um motivo para parar o veículo. – Nossa, eu preciso recuperar meu ânimo para as piadas.

O Carro desvia, e vai em direção a um poste, eu pulo por cima do teto, caio na rua, me viro e atiro as teias no escapamento, quando um dos bandidos desce e está armado.

– Senhor, está sangrando muito, fique parado. – Isso nem ao menos foi uma piada, ou foi?

Quando de repente, eu ouço um:

– SE ABAIXE!

Meu sentido aranha dispara, eu me curvo e tudo que vejo é um brilhante escudo planando rapidamente sobre a minha cabeça e acertando em cheio o bandido, provavelmente ele quebrou alguns dedos. Eu me viro novamente, e lá está, o grande cap. Steven Rogers, o Capitão América.

– Cuidado! – Ele grita, seria o escudo voltando, um bandido armado mirando em mim, ou as duas coisas? Eu olho, e sim, são as duas coisas. Me abaixo rapidamente, cap. Rogers recupera seu escudo, eu corro até o ladrão, lanço uma teia em sua arma, ele tenta lutar contra mas já é tarde, já lhe dei um soco no maxilar. Ele cai, a SWAT chega, rende os criminosos, e eu ouço pessoas nas ruas batendo palmas, me sinto muito bem, como não me sentia há tempos, o policial se dirige até mim.

– Bom te ter de volta Aranha, é muito bom mesmo.

– Obrigado, Oficial, é bom voltar à ativa, espero voltar pra ficar desta vez.

– O Povo de Nova Iorque também, filho, nós também.

– Realmente, é bom te ver. – O Capitão América sentiu minha falta? Ganhei o meu dia. – Boa Tarde oficial, tem tudo sob controle?

– Afirmativo Capitão.

– Ótimo, quero ter uma conversa com o Aranha, se me permite.

– Certamente senhor.

– Você, venha cá. – Me aproximo do Capitão, ele parece aborrecido. – Parker, é bom te ter de volta às ruas, fico feliz que pode lutar contra seus problemas pessoais, o que aconteceu foi... Bom... Uma tragédia, e fico feliz que voltou.

– Capitão Rogers, é uma ---

– Me chame de Steve, filho.

– Certo, Steve, eu fico feliz em voltar, já estava na hora, e a propósito obrigado pela preocupação e pelas palavras.

– Escute Peter, a já reportei a S.H.I.E.L.D. que você voltou, querem que eu te convide para entrar na equipe secreta novamente, Sam ficou arrasado quando saiu.

– O “Cabeça de Balde”? Aposto que sim. Senti falta deles também, mas não sei se estou pronto para esse nível, quero trabalhar sozinho por enquanto.

– Tem certeza?

– Vocês me "demitiram" por estar deixando meus problemas me guiarem, que estava sendo infantil e indisciplinado, e são coisas que terei que consertar antes de voltar, entende?

– Perfeitamente, tem algo que possamos fazer por você?

– Sim, pode me dar uma carona? Quero rever um velho conhecido.

– Claro, onde ele está?

– Preso.

PRISÃO DE NOVA IORQUE PARA OS CRIMINALMENTE INSÂNOS.

Dentro do presídio, ainda estou de uniforme, Capitão Amé... Steve veio comigo, é bom estar perto de um amigo.

– Ei prisioneiro – Grita o guarda - Você tem visita.

– Já vou – Escuto sua voz, depois de tanto tempo, eu vou colocar essa história a limpo.

Eu entro na sala, ele está sentado, se vira para mim e diz:

– Homem Aranha, quanto tempo não, uns quatro meses? Está em ótima forma.

– Cinco. Como vai Norman? Ruim, eu presumo.

– Talvez melhor que você, cabeça de teia, por que desistiu mesmo? Estou tentando lembr... Aah é verdade, você não conseguiu salvar a garota a tempo, não é? – Estou me contendo pra não avançar nesse desgraçado – Nada pessoal, sabe disso não? Aliás, sabia que ela era a namorada de um amigo seu? O Parker?

...

– Não, eu não sabia.

– Claro, você nunca presta atenção nas coisas, não é? Qual era o nome dela? Evelyn?

– GWENDOLYN, O NOME DELA ERA GWENDOLYN.

– Ei, não precisa ficar nervosinho cara, sente-se um pouco.

– Você a matou a sangue frio. - Eu esmurro a mesa metal, estou tremendo de raiva, uma pequena parte de mim quer chorar e lamentar mais ma vez a morte dela, mas existe uma parte ainda maior, morrendo de vontade de dar uma outra surra nesse assassino.

– Por que está tão bravo, o Parker deveria estar mais. Ela morreu e você, consumido pela culpa, desapareceu. Nossa, o coitado perdeu a namorada e o “ganha-pão” no mesmo dia.

...

– Atenção torre principal, mande reforços para a sala de visitas fechadas, Osbourne está inconsciente. - ***O que houve?***.

Sangue do rosto dele está em minhas mãos, a vingança é doce, mas o que diabos estou fazendo? De qualquer jeito, não consigo parar... Não quero parar. Alguém entre logo aqui e me impeça... De matar esse ser humano desprezível.

–***Repetindo, O que Houve?*** - O Osborn... falou demais.


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