Há 400 anos durante a guerra entre dragões, magos e dragon slayers, Zeref criou seu demônio mais poderoso, E.N.D.

E então, Igneel, imperador dos dragões de fogo que lutava ao lado dos magos e dragon slayers, e que jurou que acabaria com qualquer coisa relacionada a Zeref, vacilou.

E.N.D era apenas uma criança que aparentava ter 5 anos de idade, cabelos rosados e olhos ônix inocente que tentava entender o que estava fazendo em meio àquela guerra.

A única coisa que a diferenciava de outras crianças eram os chifres em sua cabeça.

Igneel não poderia, não conseguiria matar uma criança. Por fim, resolveu que criaria E.N.D. Quando a guerra entre humanos e dragões chegou ao seu clímax, o dragão de fogo fugiu com a criança em suas enormes costas, direcionando-se a algum lugar que a guerra não houvesse alcançado.

Alguns dias após sua fuga do campo de batalha, Igneel se encontrava em uma clareira cuidando da criação de Zeref. A criança corria de um lado para o outro tentando pegar as borboletas que por ali voavam.

O imperador do fogo não conseguiria nunca matar alguém tão inocente, então por que não treinar a criança? Ela poderia aprender a magia dos dragões e tornar-se um dragon slayer de fogo, o que consequentemente iria suprimir os poderes de um demônio.

Igneel encarou a criança, um garoto, caso pedissem para definir seu sexo. Abriu sua enorme boca para chama-lo, mas acabou calando-se.

Como ele chamaria o garoto? E.N.D? Não...

Em primeiro lugar, por que Zeref teria lhe dado o nome E.N.D? A letra “E” certamente era de “EVIL”, mas olhando para o garotinho, ele não havia nada de mal, tirando o fato dos chifres do topo de sua cabeça.

Mas e quanto as letras “N” e “D”?

Igneel ponderou por alguns instantes enquanto observava o garoto brincando. A criança era alegre e sorridente. Parecia a personificação do verão.

Um sorriso brotou na enorme boca do dragão.

–Natsu!

A criança parou de correr e direcionou seu olhar para o dragão de escamas vermelhas.

–Natsu?-indagou a criança confusa.

–Isso mesmo.-confirmou Igneel-Seu nome é Natsu, Natsu Dragneel.

Isso mesmo, “Natsu” em uma língua estrangeira significava “verão”, enquanto “Dragneel” era a junção de “dragão” com “Igneel”, seu próprio nome.

A partir daquele momento, Natsu Dragneel seria seu filho.

...

Durante 5 anos Igneel e Natsu viveram naquela clareira como pai e filho. Os traços de que ele era um demônio haviam se apagado, a magia de dragon slayer havia feito os chifres sumirem e a atmosfera a sua volta era o de um mago qualquer.

O imperador das chamas além de ensinar ao garoto a magia de dragon slayer, ensinou o a ler e escrever. Agora, Natsu era como uma criança humana.

Mas aqueles dias calmos que tinham estavam chegando ao fim, e Igneel sabia muito bem disso. Ele podia sentir que a guerra da qual fugira há 5 anos estava se alastrando, e em pouco tempo ela chegaria ao local que ele e Natsu moravam.

–Natsu, venha aqui.-chamou-o Igneel.

–O que foi pai?-perguntou o garoto de 9 anos que parou de ler um livro que Igneel havia lhe dado a poucos dias.

O dragão sorriu e com uma das garras lhe estendeu algo.

Os olhos de Natsu brilharam ao ver o cachecol branco que seu pai lhe entregava. O garoto esfregou suas bochechas no tecido macio e fofo antes de colocá-lo em seu pescoço.

–Feliz aniversário de 10 anos, Natsu.-disse Igneel.

Um sorriso de orelha a orelha apareceu nos lábios do garoto, que imediatamente pulou sobre o focinho de seu pai dragão, na tentativa de abraça-lo.

–Obrigada pai!!!-exclamou o rosado feliz.

Realmente, Igneel queria que momentos como aquele durassem para sempre. Ele amava demais aquela criança que via como filho, e faria de tudo para protege-lo.

Naquela mesma noite depois de Natsu adormecer, o dragão encarava o céu estrelado e pedia aos deuses e espíritos, fossem eles humanos ou dragões, para que eles protegessem Natsu, e a última coisa que viu foi uma luz amarelada pura.

...

Os olhos ônix de Natsu se abriram lentamente, a clareira estava mais silenciosa do que nunca, o que ele achou estranho, já que todos os dias ele acordava com os passos de Igneel, que não eram silenciosos graças ao seu tamanho.

O garoto olhou ao seu redor procurando pelo pai, e estranhou quando não viu a figura avermelhada em lugar algum.

–Talvez ele tenha ido procurar por comida...-murmurou Natsu apertando suas mãos no cachecol que Igneel havia lhe dado como presente.

Mas as horas passavam e o dragão não retornava. Por fim, ele resolveu sair a sua procura. Natsu nunca havia ido muito longe da clareira onde morava com Igneel, pois o mesmo dizia ser perigoso, mas pela primeira vez o rosado ignoraria as palavras do pai por preocupação.

Ele não sabia o que existia pra lá da floresta, naqueles cinco anos junto de Igneel nunca ele havia visto mais alguém além do dragão, então quando saiu da floresta se deparando com uma espécie de cidade que ele apenas havia visto em livros, Natsu sentiu-se perdido, deslocado de sua realidade. Onde ele estava afinal? Por que Igneel havia lhe abandonado?

O vento soprou forte e um pedaço de papel lhe atingiu o rosto.

Era um pedaço de jornal que datava dia 7 do mês 7 do ano X777.

Aquele dia marcaria o desaparecimento de um dragão.

De Igneel.

Seu pai.

Continua...