A Personagem escrita por Nands


Capítulo 3
Jamie


Notas iniciais do capítulo

Oi povo! Eu estou muito feliz com os acessos que tive até aqui, mas confesso que fiquei um pouquinho triste por não ter nenhum comentário, então pessoal, por favor, me façam mais feliz, por favor :)



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JAMIE

Por volta das duas da manha, enquanto o Eduardo conversava com alguns amigos dele sobre futebol, fui até a sala para ver a galera jogando, quando dou de cara com o James e meu primo, Dean. Eles são totalmente opostos aparentemente. James é alto, loiro e magricela, dava impressão de passar muito tempo em bibliotecas ou algo do tipo. Meu primo, Dean, aparentava ser do tipo atleta: alto, porém um pouco mais baixo que James, forte, cabelo ruivo e olhos castanho-claro, como os meus.

– Oi, Dean! – falei. – Não sabia que vocês iam vir.

– A gente chegou há pouco tempo. – falou o Dean, vindo me abraçar. Olhei para o James.

– Ei, James, você tá legal? – perguntei – Nem disse oi.

– Oi, eu to... to legal.

– Tem certeza? – perguntei. Ele fez que sim com a cabeça e sorriu.

– Jam, você pode vir aqui comigo um pouco? – pediu James. Olhei para o Dean, tentando se comunicar por expressões, porém ele já estava olhando fixamente para uma menina sentada mais no fundo da sala.

– Claro – falei e acompanhei James até a porta da varanda. Paramos e ele me encarou fixamente com um olhar estranho. – James... tá tudo bem?

– Jamie, me desculpe, mas eu preciso fazer isso... pelo menos uma vez.

“É agora que você perde seu precioso Edu mais uma vez.”

Não entendi o que o escritor quis dizer, então, senti a mão quente de James no meu pescoço, quando percebi, tentei afastá-lo, mas já era tarde demais, em seguida, seus lábios macios e rosados são pressionados contra os meus. O beijo não foi longo, mas parecia que durou uma eternidade. Quando acabou e eu abri os olhos reparei que todos estavam olhando para nós, entre eles, Eduardo, que me olhava com uma mistura de raiva e mágoa.

– Edu... – dei um passo em sua direção – Edu, eu... não é o que você tá... – ele levantou a mão fazendo um gesto pra que parasse de falar e veio furiosamente em minha direção... ou melhor, na direção do James. Quando pensei que James iria levar um soco, ouço a voz calma de sempre do Eduardo.

– Gostou disso? – perguntou para James. O garoto se encolheu. – Gostou disso? – repetiu um pouco mais alto. James olhou para o chão.

“E agora...o seu amigo vai levar um soco por sua causa.”

Minha causa? – pensei – Por sua causa, seu filho da puta! Você que fica aramando essas coisas ridículas tentando me afetar! Não vou deixar ninguém se machucar por suas mãos imundas.

– Edu! – gritei. Ele me olhou, assim como o resto da galera da festa. – Deixa isso pra lá. – falei com a voz séria.

"Você me surpreende às vezes, garota. Até parece que está sempre procurando uma briga!"

– Jamie, você tá defendendo ele? – falou, com raiva.

– Não estou defendendo ninguém. Só acho que – cruzei os braços e olhei para os olhos do Edu de maneira intimidadora – agora a situação se igualou.

Dei as costas para todos e sai pela porta da frente e, sentada em um degrau de pedra, algumas lágrimas rolaram.

– Por que você faz isso? – perguntei ao escritor.

Silêncio.

– Está tentando me abalar, não é? É só isso que você sabe fazer: tentar acabar com a minha vida.

“Jamie, você precisa entender, essa história não é sobre você, você é apenas uma figurante que está atrapalhando meus planos para o Eduardo.”

– Por que você não pode fazer uma história sobre mim e o Edu? Por que não pode mudar tudo isso e me deixar ser feliz com quem eu amo?

“Ah, Jamie, querida, não existe uma história com ‘você e o Edu’, já disse isso pra você, ele tem que ser de outra pessoa.”

– Mas ele gosta de mim! – chorei de uma maneira infantil. – Por que então você não reescreve isso tudo e não deixa nós nos apaix... Espera um minuto... Você não conseguiu evitar que nós nos apaixonássemos!

“Jamie, não...”

– Você não conseguiu evitar, é mais forte que você, é mais forte que o que quer que seja que você escreva...

“Não, garota tola, eu controlo vocês!”

– Não, não controla. Você nos criou, mas por algum motivo não consegue mais controlar as ações das pessoas que se envolvem comigo. Você não consegue me controlar! – gritei.

– Jamie? – chamou a Sam. – Com quem você está falando?

– Falando sozinha. – desviei a pergunta – Xingando o mundo todo...

– Você realmente deixou o Edu sem reação lá dentro. – falou ela, sentando ao meu lado.

– O James não merecia apanhar por aquilo, ele não tem culpa se tá gostando da menina mais complicada da Terra... Não parecia justo levar uns socos por algo que o próprio Edu fez igual comigo.

– Você está certa dessa vez.

– Pensei que ele iria ficar furioso comigo, não com James. – confesso.

– Ele está furioso com você.

– Onde ele está? – perguntei.

– No quarto de visitas.

– Você quer dizer... no meu quarto?

– É.

– E o James?

– Pegou uma cerveja e foi sentar lá fora.

Respirei fundo.

– Acho que vou pra casa. O Edu não vai querer me ver tão cedo.

– Errada. Ele me mandou vir aqui falar uma coisa pra você.

– O quê? – perguntei surpresa.

– Se você perdoar ele por todas as bobagens que ele fez e acha que você consegue dar mais uma chance pra vocês... É pra você ir encontrar ele no quarto.

Franzi a testa, confusa.

– Como é que é?

Sam riu, sem emoção e respirou fundo.

– Jamie, ele se sente muito culpado por ter beijado aquela garota e ele beijou por que ele quis. Ele ficou bravo de ver você com o James, mas também viu que foi algo forçado, algo que você não quis. Então, levando em conta o que você falou pra ele alguns minutos atrás, ele percebeu que ele pode ser perdoado, mas o que fez nunca vai ser apagado. – ela fez uma pausa. – Ele quer acertar as coisas de vez, Jam. Ele tá com a consciência pesada há muito tempo e só você pode tirar isso dele, porque o erro foi com você.

Encarei a garota morena por alguns segundos.

– Sam... quando foi que você virou psicóloga? – sorri, dei um beijo em sua bochecha e levantei para ir atrás de Edu.

– Ah, Jam... – falou a Sam – talvez tenha mais uma surpresa naquele quarto.

Olhei confusa para a garota, mas sabia que não teria uma explicação a não ser que fosse até o quarto de visitas.

– Obrigado, Sam. – falei entrando novamente na festa. Nem tudo estava perdido.

Ainda não...


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Notas finais do capítulo

Amo comentários...assim, sem pressão...



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