Um Dia escrita por Kuroi Kamui


Capítulo 1
One-Shot - Um Dia


Notas iniciais do capítulo

Bom pessoal, eu tenho o péssimo costume de querer escrever fics grandes e me desanimar por conta disso... Por favor titio Kanda-kun implora que leiam o desabafo dele! Me indicaram a tentar escrever One-Shots porque eu realmente amo escrever! Bom, eu tentei, não sei se ficou como histórias curtas assim costumam ficar, nunca escrevi uma fic de Magi também, mesmo que não tenha entrado muito em detalhes do universo da história, enfim, esse ship é meu otp espero que gostem da primeira One-Shot do titio Kanda, e olha, o titio aceita pedidos de One-Shots também... É isso, espero sinceramente que alguém leia isso e goste, kissus ♥



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Judal passeava pelos corredores do palácio com dois pêssegos na mão, virava cada corredor e olhava envolta como se estivesse procurando algo, ou seria alguém? Ao bater seus olhos numa garota de cabelo rosa queimado o oráculo apertou o passo logo alcançando a garota que estava com a testa sobre os joelhos.

— Olhe o que eu trouxe para você Old halg! — Disse animado, mas ao ver a face da garota coberta de lágrimas seu bom humor desapareceu. — Old hag?

A jovem não o respondeu, apenas continuou a limpar o rosto mesmo que quanto mais ela limpasse mais lágrimas descessem por sua face. Sem aguentar ver tal cena o Magi colocou os pêssegos de lado para agarrá-la pelos ombros e sacudi-la sem o menor cuidado e encará-la com os olhos rubis faiscando.

— Me responda quando eu falar com você! O que há de errado com você?

— P-pare Judal-chan... — Finalmente disse a dificuldade em fazer o ato era visível e sua voz estava embargada. — Está tudo bem. — Olhou para o lado.

— Não tente me enganar, eu vim até aqui apenas para lhe trazer esses pêssegos, devia me agradecer e ao invés disso te encontro aqui chorando, você não tem jeito mesmo, Kougyoku, aposto que é por causa do rei estúpido.

Ele disse rindo da cara da jovem mas ao vê-la se retrair uma certa culpa lhe bateu, então era mesmo por causa dele, assim pensou Judal voltando a olhar para a garota e sem nem mesmo pensar começou a fazer o que fazia de melhor, importuná-la.

— Chorando assim parece ainda mais velha, sua bruxa! Ha ha ha!

— Q-que cruel, Judal-chan, saia daqui não quero mais vê-lo! — Disse depositando um soco forte no topo da cabeça do oráculo e saindo do local em seguida a passos rápidos.

— O-oe!

Mesmo querendo se protestar a garota já estava longe demais para que pudesse ouvi-lo. Judal coçou a nuca pegando um dos pêssegos e o mordendo com força, pensava em como Kougyoku era tola e se deixava levar por coisas tão estúpidas quanto sentimentos ou afins, ainda mais por aquele rei estúpido, sabia que ele não prestava em relação a mulheres e jamais se meteria nesse assunto porque não o importava nem um pouco o que ele fazia com aquelas vagabundas. Mas Kougyoku era diferente, ela não era como aquelas mulheres e jamais seria, e isso a fazia mais frágil perante isso.

— Irritante. — Terminou o seu pêssego e a contragosto puxou sua varinha. — Eu vou resolver isso de uma vez.

Saiu voando do castelo sem dar atenção à Kouha que o gritava lá debaixo. Enquanto o moreno hasteava voo, ao longe uma sombra de cabelos rosados o fitava e logo se retirava para dentro do castelo com a cabeça baixa.

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Já sobre as terras de Sindria Judal podia avistar o enorme palácio e passando sem dificuldades pela barreira que protegia o país, o Magi prosseguiu sem dar atenção a falas surpresas ou pessoas e guardas gritando para ele. Ao chegar nas dependências do castelo bufou e xingou internamente ao ver que a primeira pessoa com quem teria de lidar seria aquele que mais detestava naquele lugar.

— O que faz aqui? — Fitou-o com os olhos negros esverdeados, um olhar irritado, porém sem perder a compostura.

— Me deixe em paz seu albino desgraçado, onde está o rei estúpido?

Ja’far estava pronto para perder a calma quando um braço passou-lhe a frente do rosto o fazendo arregalar as orbes e se acalmar um pouco.

— Se acalme Ja’far, eu resolvo isso. O que quer aqui Judal? Se for para criar confusão sugiro que volte para o império Kou, não tenho a intenção de permitir tumultos aqui.

Judal se aproximou do rei e apontou a varinha para o pescoço dele, imediatamente Ja’far reagiu por impulso, mas novamente Sinbad o ordenou que ficasse parado.

— Vai dizer para que veio aqui? Não estou afim de seus joguinhos Judal.

O oráculo apertou levemente a ponta da varinha no pescoço do rei, mas diferente do habitual não havia um sorriso em seus lábios, sua expressão era séria, talvez mais séria do que o rei dos sete mares jamais tivesse visto na face do rapaz.

— Sinbad, você não imagina o quanto aquela garota é irritante. — Passou a rir. — Kougyoku, sabe? Você mesmo se lembra dela? Aquela bruxa velha já me tirava do sério antes, mas agora que vive chorando nos cantos é pior ainda. — Cessou os risos por parte dele que agora encarava o homem. — Sabe qual o motivo do choro dela? Daquele estado em que ela se encontra? Oh, quem mais poderia ser além de você rei estúpido! — Riu novamente logo apertando a ponta da varinha contra o pescoço dele fazendo um pouco de sangue escorrer. — APENAS EU POSSO FAZER A KOUGYOKU CHORAR! — Berrou.

Sinbad e Ja’far arregalaram os olhos um tanto surpresos com o que ele havia dito, sem propostas de guerra? Sem nem mesmo uma pequena ameaça caso não aceitasse, isso era realmente estranho, ou era uma piada ou talvez Judal realmente se importasse com a garota. Sinbad fez que iria se pronunciar, mas Judal o cortou rapidamente.

— Não quero ouvir suas palavras rei estúpido, não quero suas desculpas ou explicações, só vim aqui para te dar um aviso e é bem simples... — Fez uma pequena pausa, e nesse momento uma enorme quantia de rukh negro juntou-se ao redor do rapaz, parecia que seus olhos continham todo o ódio do mundo. — Se algum dia fizer Kougyoku chorar de novo, eu o matarei.

Sem nenhuma hesitação no olhar, ou qualquer sentimento expresso claramente o oráculo saiu voando para fora do país, seguido de perto por uma enorme quantidade de rukh negro. Sinbad e Ja’far o fitavam ir ainda sem muitas reações sobre o que havia acontecido ali naquele momento.

— S-sin, seu pescoço está sangrando! — Ja’far se pronunciou rapidamente cuidando do ferimento.

Porém Sinbad não estava se importando muito com isso, seus olhos ainda estavam vidrados no céu em que o moreno desapareceu. Todo o ocorrido ainda era repassado em sua cabeça “Tudo por causa daquela princesa..."

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De volta ao império Kou, Judal desceu sobre o jardim do palácio e desviou ao ver Kouha vindo em sua direção, ultrapassou o rapaz e correu o castelo todo.

— Droga, onde essa idiota pode estar?

Após correr o castelo todo o oráculo parou em frente a porta dos aposentos de uma certa princesa, e sem cerimônia abriu a porta adentrando-o, a princesa um pouco surpresa o fitou de olhos arregalados.

— Judal...? O que está...

O moreno a interrompeu batendo a porta e a encarando de forma fria, a jovem se retraiu no lugar e jogou um travesseiro na direção dele que nem mesmo desviou, os olhos dela começaram a se encher de lágrimas enquanto ela os fechava arremessava outro e mais outro travesseiro de forma desordenada na direção dele até que sentiu seu pulso travar, finalmente abriu os olhos e viu-o perto de si a segurando para impedir que jogasse mais travesseiros.

— Eu disse que não queria mais te ver Judal, saia daqui! — Se debateu para libertar-se.

Ele apertou o pulso dela de forma descontrolada a machucando um pouco.

— Fica quieta, mesmo eu tentando fazer algo de bom para você, ainda assim você insiste ser teimosa assim.

Kougyoku se surpreendeu ao ouvir a palavra “bom” e “para você” na mesma frase, mas não desistiu de tentar se libertar. Aquilo já estava irritando o oráculo que segurou o outro pulso da garota e a empurrando sobre a cama sentando-se sobre ela.

— Me deixa em paz, Judal, me deixa em paz! — Lágrimas começaram a descer pela face ruborizada da princesa.

— Eu só vim aqui para te dizer uma coisa, cala a boca e me escuta, é só isso e depois eu te deixo em paz. — O tom sério e ríspido do moreno a fez ficar em silêncio e fitá-lo ainda sem conter as lágrimas. — Eu só queria dizer que, se o rei estúpido te fizer chorar novamente... Eu o matarei.

A expressão de confusão e certa incredulidade que pairou e pousou no rosto da princesa fez as bochechas de Judal ganharem um leve tom avermelhado, ele próprio não entendeu o porque de suas bochechas estarem vermelhas e daquela sensação estranha que sentiu na boca do estômago.

— Judal... Você... — Ele riu.

— Eu sei que sou demais Kougyoku, não precisa dizer, só não sei porque apesar de ter isso tudo aqui. — Apontou para si ainda dizendo em tom de deboche. — Você ainda corre atrás daquele rei pervertido.

— Pare de falar essas coisas estranhas e idiotas! — Acertou-lhe o punho na cabeça novamente enquanto o olhava com as bochechas infladas e vermelhas.

Agora deixando de lado a face brincalhona o oráculo levantou-se e caminhou até a porta colocando a mão na maçaneta e parando ao ouvir a voz da garota que o fitava agora sentada na cama, algumas lágrimas ainda desciam pela face dela.

— Judal...

Levantou-se da cama com as bochechas bem rosadas e andava na direção em que ele estava sem também tirar os olhos dele, se aproximou o suficiente para puxar o braço dele que segurava a maçaneta, olhá-lo no fundo dos olhos por um tempo até que as bochechas dele também estivessem quase tão vermelhas quanto as dela. Um bico enorme ganhou vez nos lábios da princesa que desferiu um soco na face do rapaz.

— O-oe! O que pensa que está fazendo sua bruxa velha?

— Isso! É por estar agindo tão estranho.

Em seguida puxou-o pelo tecido de seda branco que cobria-lhe os ombros até que suas faces estivessem próximas e seus narizes se tocassem.

— E isso é por... — Pausou sentindo as bochechas arderem. — Não importa.

A princesa ficou na ponta dos pés fazendo enfim os lábios de ambos se tocarem por alguns segundos, ambos fecharam os olhos por esse período de tempo que deve ter durado pouco mais que dez segundos. Ao separar os lábios dos dele, a princesa abriu os olhos e retornou a posição normal, sem dizer sequer uma palavra girou a maçaneta e saiu pela porta a batendo.

Judal ficou imóvel no lugar apoiando as costas na porta agora batida, fitava o quarto vazio e pensava em tudo e em nada ao mesmo tempo, tocou dois dedos sobre os lábios que ainda estavam quentes e praticamente palpitavam ao lembrar-se da maciez que os tocaram alguns segundos atrás. Levou a outra mão até o rosto e cobriu os olhos os fechando em seguida, na escuridão de sua mente podia repassar aqueles últimos momentos antes da princesa deixar o quarto e sorrir ainda com as bochechas avermelhadas, talvez estivesse mais fascinado com o fato de nunca ter visto a princesa agir de tais maneiras, com tanta decisão, ao mesmo tempo que não parecia mais a doce princesa da qual gostava de zombar e divertir-se com as reações que ele julgava “fofas” o oráculo havia gostado também deste outro lado da princesa, mas jurou em segredo que da próxima vez ele quem iria tomar qualquer iniciativa.

Enquanto isso num canto qualquer do palácio a princesa se encontrava cobrindo os lábios com ambas as mãos, seus pensamentos estavam bagunçados, ela mesma não cria no que acabara de fazer e se pudesse voltar no tempo impediria a si mesma de fazer o que fez, não que estivesse arrependida, para ela os lábios de Judal nesse momento pareciam a coisa mais doce e aconchegante do mundo, não conseguia esquecer da sensação dos lábios dele sobre os seus, suas pernas bambearam levemente fazendo-a cair de joelhos sobre o chão e levando as mãos a boca do estômago, eram como se milhares de borboletas flutuassem em seu estômago.

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A noite finalmente caíra sobre o império e agora todos os príncipes se encontravam em seus próprios aposentos, alguns já dormiam, outros estudavam, um deles por incrível que pareça estava treinando mesmo a essa hora da noite. Mas o quarto mais importante dessa noite já tinha suas luzes apagadas, após o “longo” dia que tivera, Kougyoku finalmente estava aproveitando seu merecido descanso. Realmente a princesa já havia caído em um sono profundo, pois nem mesmo o barulho da janela sendo aberta a acordara. No meio da noite a passos tão leves que ouvidos humanos comuns não poderiam escutar, uma sombra negra adentrou o quarto da princesa com cautela, a sombra em seguida fechou a janela e após o feito fitou a princesa que dormia com uma expressão serena no rosto. A sombra se aproximou e a empurrou para o lado com o mínimo de delicadeza que poderia ser esperada e por sorte ela não acordou. O vulto deitou-se ao lado dela fitando a face adormecida, os olhos rubis praticamente brilhavam na escuridão do quarto enquanto seus dedos erguiam o queixo da princesa e lentamente aproximava a face adormecida dela perante a dele logo selando os lábios dela com os seus próprios, pareciam tão macios e convidativos quanto antes, o oráculo sorriu lambendo os lábios e puxando-a para um abraço contra seu peito, murmurando algo baixo e fechando os olhos para cair no sono também.

Alguns minutos depois um sorriso genuíno brilhou na escuridão tão profunda e silenciosa daquele quarto, e uma voz feminina sussurrou gentilmente.

— Boa noite Judal-chan. — Disse aconchegando a face de encontro ao peitoral dele e fechando os olhos, para enfim dormir de verdade.


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Notas finais do capítulo

Bom, se gostarem deixem reviews, se não gostarem... Deixem reviews também! Eu preciso saber no que eu tenho que melhorar, e é bom para um autor de fic saber que as pessoas realmente se importam com o que acabarem de ler, então, já agradeço e peço desculpas por qualquer coisa :c