Eu estava na minha sacada, repensando os últimos dias. Terei de repor tudo perdido, tudo que não evoluí no reino nessa semana. Mas posso afirmar que, no fundo, valeu à pena.

Nunca havia me sentido amada daquela maneira. Eu já reconhecia sua admiração por mim há muito tempo, mas quem diria que nosso amor fluiria daquele jeito? Vou sentir falta dos abraços confortantes e dos beijos calorosos de Finn. Mas o que posso fazer além de aceitar tudo como passado?

Escuto uma batida na porta. Acreditei ser Mordomo Menta com os trabalhos a fazer e novidades do Reino Doce. Mas quando abro, é Finn. O que ele estaria fazendo ali se acabamos de nos ver? Seguro a onda como sempre e começo.

–Olá, Finn!

–Olá, Prinjuba. – mais um apelido carinhoso para me fazer desabar – Posso entrar?

–Claro. Alguma notícia desses 3 minutos? – ah, mas que pergunta idiota...

Seus olhos reviraram em completa confusão. As palavras que se soltaram de sua boca também não fizeram muito sentido.

–É... Acho que derrotei o lorde demônio, achei a chave do mago, ou sei lá, mas agora tenho que acabar o jogo. – e completou em sussurro – Se foi isso mesmo que o Jake disse, afinal... Droga.

Ele se aproximou de mim, sem saber ao certo o que fazer.

–Só queria que soubesse... que esses dias foram especiais para mim... Mas entendo suas responsabilidades. Estou dizendo que sentirei saudade de tudo aquilo.

Minhas bochechas rosadas se avermelharam. Eu também sentiria falta dele, afinal. Não foi, de maneira alguma, apenas um romance passageiro. Era algo de verdade.

–Finn, eu agradeço por entender, mas não vamos falar sobre isso, ta bom? – como me odeio por ser fria assim.

Seu rosto parecia desmanchar a um toque. Realmente queríamos ficar juntos. Mas não são apenas números que nos separam. Quando se tem idades diferentes, se tem responsabilidades diferentes. Éramos impossíveis de qualquer jeito, eu com todo o Reino em mãos, e ele com suas aventuras malucas.

Nós ficamos um tempo assim, sem falar nada. Até que ele se levantou e foi em direção à porta.

–Bom, era só isso, eu acho. – ele disse, meio envergonhado.

–Finn, não se abale. Afinal de contas, você é meu herói. – e assim dei um beijo em sua bochecha.

Mas era verdade. Ele sempre foi um herói nato. Ele sempre foi meu herói. Sempre me salvando das piores coisas. Nunca fui uma donzela em perigo, exatamente, mas sempre deixei. Ter alguém à sua disposição, alguém para te ajudar, não tem preço, e ele e Jake sempre estiveram ao meu lado.

Abri a porta e ele saiu, com certeza magoado. Ele queria alguma coisa além daquela simples conversa, e mesmo que de qualquer maneira eu não aceitasse o retorno do namoro, não cooperei com ele. Enfiei a cara na cama, com raiva, e o recheio presente em meu corpo de chiclete se esvaiu ali. Fiquei pensando, até que adormeci. Amanhã tudo estaria bem novamente.