Isso não é normal - Perina escrita por Pipoca


Capítulo 12
Luz dos olhos


Notas iniciais do capítulo

VIAGEM PARTE III – Gentee acho que esse é o penúltimo cap. da viagem, espero que gostem kkk Desculpem a demora pra postar, é que meu pai ficou regulando meu tempo de PC aí ficou difícil de terminar o capítulo... Estou muuito feliz com o número de acompanhamentos, favorites, coments e principalmente com o surto no número de visualizações que a fic teve na quinta-feira 02/10 :3 Meus bebês eu tô meio sem tempo mas estou me virando em mil pra postar! Obrigado, vocês estão me deixando boba e muuuito feliz *-* beijos e boa leituraa!
OBS: Postei com um pouco de pressa e não revisei o texto, então me desculpem de tiver algum erro :p



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Quando Karina acordou cedo por causa da trilha, ela levantou confusa, já que não se lembrava de como havia chegado em seu quarto. Tomou banho, vestiu um short, um biquíni preto e uma regata do NX. Calçou seus vans azuis e foi pegar seu telefone pra falar com as amigas. Eram 8:20 e a trilha começaria as 9:30, mas daqui que terminassem de comer...

Ela olhou o telefone e não tinha mensagens, resolveu ir ao quarto do namorado pra ver se ele já estava, pelo menos, acordado para irem comer. Ela pegou o cartão, destravou a porta e foi para o quarto dele, que estava dormindo ainda. Ela bateu na porta diversas vezes até escutar uma voz rouca e cansada do outro lado, Pedro.

― Já vou, já vou... ― Disse Pedro sonolento do outro lado da porta. ― Minha esquentadinha! ― Abriu um sorriso de derreter qualquer coração, abraçou a namorada e a chamou para dentro.

― Bom dia moleque. Porque você ainda não tá pronto? Esqueceu da trilha? ― Perguntou Karina sentando na cama. Ela já estava ficando desconcentrada, Pedro sem camisa com aquele cabelo desgrenhado estava ultrapassando todos os limites da beleza.

― Trilha? Que... Ah claro que eu não esqueci! Eu já tava até levantando... Eu vou tomar banho e, a gente se vê no restaurante? ― Perguntou

― Tá bom então, vai logo! ― Disse se libertando de seus pensamentos em relação ao visual do músico. Ele a abraçou e deu um selinho, ele estava com medo de estar com “bafo matinal” e achou melhor não beijar.

― Tô com bafo. ― Disse dando mais um selinho na namorada e se afastando.

― Tá mesmo! ― Disse Karina sorrindo.

― Não sei como eu passei 17 anos da minha vida sem te beijar. ― Disse Pedro todo meloso.

― Não sei como alguém pode ser tão meloso a essa hora da manhã. ― Disse Karina dando um beijinho de tchau na bochecha do roqueiro. Ela foi ao quarto de Pri e Fabi estava lá. Júlia e João não quiseram ir a trilha e estavam dormindo ainda. As meninas foram ao restaurante e Pedro chegou de bermuda, tênis e uma camiseta vermelha (clara, quase rosa) de mangas.

― Oi meninas! Oi minha esquentadinha! ― Disse Pedro abraçando Karina que se levantou para falar com ele. Tainá chegou e viu Pedro e a lutadora cheios de apegos e logo depois viu o beijão que eles deram, um beijo pra ninguém botar defeito.

― Ah o amor é lindo! ― Disse Fabi observando o beijo.

― Vocês ficam tão fofos juntos! Sabia que ia rolar! ― Disse Pri toda animadinha, eles se afastaram e se abraçaram novamente.

― Ai gente... Para assim eu fico sem graça. Nossa cara essa trilha vai ser tão legal! ― Disse Karina que já estava sentanda.

― Vai mesmo, sabe, disseram que no fim da trilha tem uma cachoeira super linda! ― Disse Pri animada.

― A Juh e o João nem vão... É uma pena porque vai ser incrível! ― Disse Fabi que também estava ansiosa. Os pedidos chegaram e eles comeram, estava tudo uma delícia.

_*_

Quando terminaram já era 9:05, eles foram para a recepção do hotel onde algumas pessoas já estavam concentradas e ficaram esperando o guia chegar. Algumas pessoas olhavam para Karina e cochichavam, ela tinha ido buscar água e conforme ela andava as pessoas comentavam do incidente com a macarronada. Karina já tinha ligado para Gael, antes de sair do quarto, para avisar da trilha e quando ela estava passando para voltar para onde Pedro e as amigas estavam algumas pessoas começaram a caçoar dela.

― Luana, eu te amo, quer namorar comigo? ― Perguntava um garoto ajoelhado no chão.

― E- e-eu “ploft”! ― Falou a garota imitando a macarronada caindo em Karina. Os “atores” e mais um grupinho de umas dez pessoas ficaram rindo e Karina viu a cena toda, ficou irada. Ela saiu mais rápido em direção a Pedro, mas isso não significa que as brincadeiras acabaram.

― Estão sentindo um cheirinho de molho meninas? ― Perguntou Tainá ironicamente e todas as amigas dela disseram “sim”.

― Eu estou sentindo um cheiro de queijo também, e vocês? ― Perguntou Kelly, a fiel escudeira de Tainá e elas responderam “sim” novamente e começaram a sorrir. Conforme ela ia passando as pessoas cochichavam ou faziam piadinhas sobre algo relacionado ao ocorrido.

― Até que enfim! Você foi fabricar o plástico da garrafinha, foi? ― Disse Pedro brincando, logo ele desmanchou o sorriso ao ver a cara de brava que ela estava. ― Nossa que cara é essa esquentadinha?

― Nada, só uns idiotas fazendo piada sobre macarrão. ― Ela disse bufando.

― Calma K, olha lá o guia! Vamos logo pra perto dele. ― Disse Fabi puxando Pri.

― Vem minha esquentadinha. Deixa eles pra lá. ― Disse Pedro segurando a mão de Karina e indo junto com as meninas.

O guia levou todos para a entrada da mata e foi mostrando os tipos de sinalização da trilha, como as faixas, as árvores pintadas e algumas bandeirinhas que marcavam o caminho a seguir até a cachoeira. Ele foi andando com os jovens até uma parte do caminho e os deixou seguir até a cachoeira, não seria difícil já que a trilha era sinalizada. Pedro e Karina andavam lado a lado observando tudo, fascinados, Pri e Fabi iam mais a frente, chegou uma parte da trilha em que tinham uma enorme poça de lama e que por conta de algumas árvores e pedras não tinha como desviar, todos foram passando pela poça, mas algumas meninas pediam aos garotos para atravessá-las nos seus braços, estes aceitavam só para poder tirar uma casquinha.

― Esquentadinha vem que eu te levo. ― Disse Pedro sinalizando que ia pegar Karina no colo.

― Não precisa, eu não tenho medo de me sujar. ― Disse Karina recusando a carona. ― Eu tiro os sapatos e depois que eu lavar meu pé na cachoeira eu boto de novo, relaxa Pê. ― Ela tirou os sapatos e as meias, segurou e ele não pode deixar de sorrir, já que tinha a namorada perfeita. “complicada e perfeitinha” pensou ele.

― Tá bom linda. Vamos. ― Ele trouxe 2 pares de sapatos, então resolveu não tirar os seus, deixou sujar. Karina foi na frente e começou a andar sobre a lama ao lado de um menino que segurava uma das garotas com dificuldade, Pedro, Pri e Fabi vinham logo atrás. As amigas de Karina estavam com os sapatos na mão como ela, que só tirou porque seus vans eram novos e Pedro disse que ficariam manchados, por ela não teria problema mas seu pai iria reclamar.

― Pê! Me leva? É que meu tênis é novinho... ― Disse Tainá no começo da poça, Karina sentiu uma raiva súbita e lançou um olhar mortal para o músico.

― Olha Tainá, não vai dar, é que eu tô ajudando a minha namorada a passar, se eu soltar a mão dela ela pode cair. Você pode pedir ajuda ao Vitor, tenho certeza que ele vei te levar. ― Karina deu um sorriso de satisfação e Tainá ficou perplexa com a revelação, Pedro segurou a mão de Karina e a apertou sorrindo para ela. ―Vamos linda? Opa! Cuidado... Vem. ― Pedro falou segurando a lutadora pela cintura já que ela quase escorregou, eles foram lado a lado e o tal Vitor levou Tainá, mesmo que ela gritasse para ele ir mais rápido o tempo todo.

― Nossa que namorado mais carinhoso que eu fui arranjar! ― Falou Karina sorrindo depois que eles atravessaram a poça.

―E eu fui arrumar a namorada mais linda desse mundo! E a mais esquentadinha também... ― Disse Pedro em um quase sussurro se referindo ao ciúmes que ela sentiu da Tainá.

― Eu tô de olho viu! ― Disse Karina fazendo um sinal com as mãos enquanto sorria maliciosamente.

― Ah é? ― Disse Pedro a puxando para si pela cintura, depois ele a beijou. ― Você é meu vício. Não consigo te largar mais. ― Disse Pedro pegando Karina nos braços e levando ela no colo enquanto ela sorria e pedia para ele solta-la. Tainá colocava o dedo na garganta simulando um vômito, até que ele a soltou.

― Pedro olha lá, acho que chegamos! Pri, olha só a cachoeira! ― Disse Karina toda animadinha.

― Caraca. ― Pedro só conseguiu dizer isso.

― Que lindo! ― Disse Fabi chegando perto da lutadora.

― Cês tão esperando o que? Vamo! ― Disse Pri tirando a roupa para pular no lago que se formava na frente da queda d’água. Pedro tirou a camisa e os sapatos, Fabi tirou o short e a camiseta e quando Karina estava tirando a blusa Kelly a empurrou com roupa e tudo na água. Como ela não viu quem foi ela só saiu do lago e tirou a roupa ensopada, ficando só de biquíni. Pedro ficou um pouco enciúmado já que o biquíni preto que ela estava usando era menor que o colorido do dia anterior, deixava ela ainda mais em evidência. Ele se aproximou dela a pegou nos braços e se jogou no lago com ela já que eles estavam na parte mais alta.

― PEDRO! Tá maluco moleque? ― Falou Karina sorrindo.

― Maluco por você linda! ― Gritou Pedro beijando ela várias vezes. Tainá ficou irritada com a cena, ia intervir mas ia ficar muito na cara o ciúmes dela.

― Vamos parar de observar o casal e focar no que interessa? ― Disse Fabi apontando para o lago.

― Vamos! ― Disse Pri e elas pularam juntas na água.

Eles ficaram na água e todos se divertiram bastante, mas começou uma chuvinha leve e o tempo fechou. O céu ficou nublado e o clima começou a esfriar.

― Gente vamos sair da água... É que tá frio e eu não tenho um NAMORADO pra me esquentar! ― Disse Pri sorrindo vendo Karina ruborizar.

― Vamos tá frio mesmo. E eu tô morta de fome! ― Disse Karina sentindo Pedro a abraçar.

― Sabia que te esquentar é a minha especialidade? ― Pedro sussurou no ouvido da lutadora que se arrepiou e sorriu. Eles saíram de mãos dadas da água e quando chegaram na parte onde tinham deixado as coisas, as roupas de Karina estavam esopadas ainda.

― Cê tá com frio linda? Toma. ― Disse Pedro vestindo sua blusa na loira, ficou grande e ela se sentiu aquecida. Eles colocaram os tênis numa sacola que Fabi trouxe e foram andando descalços. Karina estava só com o biquíni e a blusa de Pedro, ele estava com a bermuda molhada mas não estava com frio e as roupas de Pri e Fabi estavam secas. Eles foram andando e Pedro foi abraçado com a namorada.

― Ai gente vamos dar uma paradinha? Eu tô cansada. ― Disse Karina que estava cansada, provalvemente porque ela ficava indisposta com fome.

― Quer que eu te leve? ― Perguntou Pedro.

― Você vai me aguentar? ― Perguntou Karina chamando Pedro de fraco nas entrelinhas.

― Claro que vou, sobe ai! ― Disse virando de costas enquanto a lutadora pulou nele e ele abraçou as coxas dela, ela não era pesada. Ela apoiou os braços nos ombros dele e eles continuaram a seguir pela trilha de volta para o hotel. Na hora de passar pela poça na volta, Pedro ainda segurava Karina e não a soltou até chegarem no hotel.

_*_

Eles chegaram ao hotel, se trocaram, comeram e foram para a varanda do quarto de Pri, desta vez com Júlia e João, que tinham passado a manhã dormindo e almoçaram com eles. Eles ficaram observando a praia da varanda e conversando, já que todos estavam cansados e de noite ainda teria o lual.

― Vocês vão no lual? ― Perguntou Pri sentada no chão da varanda.

― Eu vou! Vai ser legal, música, brisa do mar, quem sabe uns joguinhos... ― Disse Fabi toda animada.

― Ah sei lá, não é muito minha cara... Não sei se quero ir. ― Disse Karina que estava sentada com a cabeça de Pedro no seu colo, fazendo carinho nos cabelos do músico.

― Ô linda, vai ser uma droga sem você! Se você não for eu não vou. ― Disse Pedro fazendo carinha de triste.

― É K, vai ser chato sem você! ― Disse Pri tentando convencer a lutadora a ir.

― Juh você vai? ― Pergutou Karina que tinha adiquirido uma simpatia enorme pela garota, já tinham até certa intimidade.

― Eu não tava muito afim de ir não K, mas se você for eu vou! ― Disse Júlia ao lado de João.

― Eu vou então, você vai João? ― Disse Karina fazendo Pedro sorrir.

― Eu não sei, acho que vou não quero ficar sozinho. ― Disse João e todos soltaram um “aaaanww” para irrita-lo.

― Pedrinho cê trouxe o violão? ― Perguntou Fabi feliz porque todos iam.

― Nem trouxe... Porque? ― Perguntou Pedro.

― Pra levar pra praia de noite... ― Disse Fabi.

― Ah mas o Felipe e o Luiz trouxeram, eles concerteza vão levar. ― Disse Pedro que se sentou ao lado da namorada a abraçando e fazendo carinho no ombro dela.

― Então tudo certo! ― Disse Pri animada, ela estava meio afim do Felipe e pretendia chegar com um visual de matar no lual. Eles ficaram conversando sobre o filme da noite anterior e sobre como Karina dormiu nas primeiras cenas...

_*_

Chegada a noite o pessoal já estava se arrumando para ir ao lual, Karina planejava ir com um shortinho preto e uma blusinha de manga que tinha posto na mala mas ela procurou procurou e não achou. Ela acabou achando no fundo da mala, dentro de uma sacola o vestido azul que tinha comprado com Bianca no dia em que trocou de celular.

― Como se não bastasse ela enfiar um monte de biquíni beira sul na minha mala ela ainda tirou as roupas que eu coloquei! Eu mato a Bianca quando chegar em casa! ― Disse Karina para si mesma enquanto pensava se deveria ou não colocar o vestido. Júlia e Fabi chegaram no quarto de Karina, bateram na porta e ela atendeu.

― Porque você ainda tá assim K? Mudou de ideia? ― Perguntou Fabi desanimando.

― Não Fabi, é que eu não quero ir com os shorts super curtos que a Bia enfiou na minha mala... ― Disse Karina chamando elas para entrar.

― K, o que é isso aqui?? ― Disse Júlia num misto de encanto e surpresa.

― Um vestido, nunca viu não? ― Disse Karina com seu jeitinho tipicamente bruto.

― KARINA DUARTE ISSO É UMA OBRA PRIMA! VOCÊ TEM QUE USAR! ― Disse Fabi pegando o vestido nas mãos como se fosse uma jóia.

― Gente, é um lual! Só um lual! Tô já indo de short mesmo ou nem indo. ― Disse Karina sentando na cama.

― Karina, o Pedro vai ficar louco quando te ver nesse vestido, ele vai amar! ― Disse Fabi.

― E desde quando eu me arrumo pra alguém? ― Disse Karina despreocupada.

― Desde que você arrumou um namorado que faz de tudo pra te fazer feliz! Ele merece K! ― Disse Fabi enquanto Júlia pensava no sapato que Karina poderia usar.

― K, você tem que mostrar pra Tainá que a garota macarrão tá com tudo! Você vai calar a boca dela com esse vestido. ― Disse Júlia sentando ao lado da amiga.

― Vocês não vão me deixar em paz né? Tudo bem, eu boto essa droga de vestido. MAS NADA DE SALTO! Eu acho que vi uma rasteira que eu comprei com a Bia na mala. ― Disse Karina fazendo as meninas sorrirem.

“Era um vestido azul marinho, um palmo e meio acima do joelho, tinha um decote em “v” nada muito vulgar, muito pelo contrário, deixou Karina parecendo uma princesa, ele não tinha estampa, mas os detalhes em renda no decote e a fenda que deixava as costas nuas atrás, deixavam o vestido perfeito. Nem Karina pode dizer que não gostou.” – Cap. 9

― Karina você tá incrível! ― Disse Júlia depois que ela se vestiu.

― Você tá uma princesa K! O Pedro vai babar! ― Disse Fabi toda orgulhosa. Pri logo bateu na porta do quarto querendo saber o porque da demora das amigas, Júlia abriu a porta e quando ela viu Karina seu queixo despencou.

― KARINA! VOCÊ TÁ MARAVILHOSA! Eu fiz um look de matar pra imprecionar o Lipe e você com um vestidinho e de rasteirinha me colocou no chinelo! ― Pri sorriu surpresa e bateu palmas para ela que ficou um pouco assustada. ― Sabe o que te falta? Um make arrasador! Vem cá que eu vou colocar uma coisinha que eu trouxe! ― Pri puxou Karina pro seu quarto e as outras vieram atrás, lá ela sentou Karina na cama e começou a pentear seu cabelo para o lado, colocou somente blush, rímel e uma sombra leve, já que Karina não tinha olheiras ou espinhas. Quando ela teminou a maquiagem ela colocou na lutadora uma tiara de predras que combinava com a rasteira. Karina estava a “encarnação da afrodite” como apelidou Fabi.

― Gente essa não sou eu, eu devo estar... ― Karina parou de falar quando se olhou no espelho perplexa, ela estava se sentindo bonita. Pela primeira vez ela estava sentindo que tinha um pouco da beleza que todos os garotos sempre diziam que a irmã tinha, ela estava se sentindo bem com a imagem do espelho, não que se sentisse a mulher mais linda do mundo, “no máximo bonitinha, mas bonitinha já é alguma coisa” pensava consigo mesma. As meninas retocaram as maquiagens e desceram para o lual que já havia começado.

_*_

Pedro e João tinham combinado de encontrar as meninas na praia, ja tinha bastante gente sentada ao redor da fogueira, eles estavam fora do hotel na areia, Felipe e Luiz tinham trago o violão e as pessoas já cantavam algumas músicas.

“Mudaram as estações

Nada mudou

Mas eu sei que alguma coisa aconteceu,

Está tudo assim tão diferente...

Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar...

Que tudo era pra sempre,

Sem saber, que o 'pra sempre',

Sempre acaba ...

Mas nada vai conseguir mudar o que ficou,

Quando penso em alguém,

Só penso em você...

E aí então estamos bem...

Mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está,

E nem desistir, nem tentar,

Agora tanto faz...

Estamos indo de volta pra casa...”

Tainá chegou com um short preto de couro e uma blusa branca soltinha, ela estava com uma sapatilha dourada foi andando com dificuldade na areia pois não queria encher a sapatilha de areia. Quando ela se aproximou da roda as pessoas a observaram, os rapazes principalmente, ela estava linda e se sentou do lado oposto a Pedro na roda, um pouco longe mas de frente para ele. Eles estavam animados e Pedro tocava algumas com o violão de Luiz quando chegaram Júlia, de macaquito jeans, Fabi, de short florido e blusa branca, Pri de vestido preto colado ao corpo e gladiadora dourada e por fim Karina com seu vestido azul. As amigas da lutadora sentaram e todos tinham seus olhos focados nela, pois era quase que uma regra no manual Karina “1º nunca usar vestido”, isso era quase como um fenômeno natural, era como se nevasse no Rio de Janeiro durante o verão. As pessoas coçavam os olhos querendo saber se estavam vendo mesmo aquilo e Pedro particularmente, estava se beliscando para ver se não era um sonho, ou se tinha morrido, já que a namorada parecia um anjo. “Isso tudo é meu!” pensava ele com a boca escancarada. Ela sentou no espaço ao lado do namorado e tentou esconder a timidez já que os olhares estavam voltados para ela.

― Karina você tá maravilhosa. Sério, não precisa esconder o rosto, você é sem dúvida a mais linda de todas aqui, em disparada! E sabe o melhor de tudo isso? Você é minha! ― Pedro disse num sussuro no ouvido de Karina que sorriu boba e olhou nos olhos dele, que se perdeu no meio do azul dos olhos da namorada.

― Para Pê... ― Sussurou a lutadora para o músico, que observava cada detalhe no rosto dela. A música não parou, só Pedro que parou de tocar para abraçar a namorada, eles ficaram cantando baixinho as músicas, como se dedicassem um ao outro cada canção de amor que era tocada.

“Ponho os meus olhos em você

Se você está

Dona dos meus olhos é você

Avião no ar

Um dia pra esses olhos sem te ver

É como chão no mar”

Nesse momento eles estavam se olhando fixamente, tudo pareceu sumir, ali só havia eles e a música de fundo que se misturava com o som das ondas do mar.

“Pois meus olhos vidram ao te ver

São dois fãs, um par

Pus nos olhos vidros pra poder

Melhor te enxergar

Luz dos olhos para anoitecer

É só você se afastar

Pinta os lábios para escrever

A sua boca é minha...”

Eles selaram os lábios num beijo calmo e apaixonado, sem se importar com as pessoas ao redor. O amor que eles sentiam um pelo outro ficava mais forte a cada toque, e quando se separaram estavam se sentindo completos. Completamente felizes. Completamente bobos. Completamente apaixonados.

― Gente atenção aqui! Foquem em mim! O que cês acham da gente fazer uma brincadeirinha agora pra dar uma animada nesse lual? ― Perguntou Tainá arqueando uma das sobrancelhas na direção de Karina. A lutadora e o namorado pareciam ter sido despertados de um transe pela voz de Tainá.

― Que brincadeira? ― Luiz tinha parado de tocar para perguntar, tinha ficado curioso assim como os outros.

― Verdade ou desafio? ― Perguntou Tainá querendo saber o que a galera achou da ideia da brincadeira, logo depois todos se animaram menos Karina que sabia que Tainá pretendia algo a mais. A galera aceitou e um dos garotos arranjou uma garrafa e outros dois encontraram um barco liso que algum pescador abandonou, eles juntaram a galera e levaram o barco para perto, colocaram a garrafa em cima do barco e começaram a definir como funcionaria a brincadeira.

― A abertura da garrafa é para quem pergunta e o fundo para quem responde, mas se vocês concordarem eu tenho uma sugestão pra evitar a fuga das respostas. ― Tainá falou e todos ficaram curiosos com a tal sugestão dela. ― Se a pessoa amarelar, vai ter que tirar uma peça de roupa. Não vale sapato! O que acham? ― Disse Tainá e algumas meninas que estavam de vestido ficaram receosas em participar, principlamente Karina. No fim todos aceitaram e o jogo começou.

― Carlos, verdade ou desafio? ― Perguntou Joana.

― Verdade. ― Disse o garoto.

― Qual é a garota mais bonita aqui, na sua opinião? ― Perguntou Joana esperançosa.

― A Karina. ― Disse Carlos e Pedro ficou cheio de ciúmes enquanto Karina pareceu mais um tomate. Giraram de novo a garrafa.

― Felipe, verdade ou desafio? ― Perguntou Fabi.

― Verdade. ― Disse o garoto.

― Com qual garota aqui você ficaria? ― Perguntou Fabi e Pri ficou a beira de um surto.

― Com a Pri. ― Disse o garoto e Pri não pode conter o sorriso. Giraram novamente a garrafa e Tainá perguntou para Karina com um sorriso malicioso.

― Verdade ou desafio? ― Disse a garota arqueando uma das sobrancelhas.

― Verdade. ― Karina estava com medo do desafio e acabou dizendo verdade no impulso.

― Qual é a sensação de se vestir como uma garota normal pela primeira vez na vida? ― Tainá perguntou e várias pessoas caíram na gargalhada. Karina se segurou para não ir lá e socar a cara de Tainá.

― Ótima. ― Ela resolveu se controlar e se limitou a dizer apenas isso.

― Gustavo, verdade ou desafio? ― Perguntou Davi.

― Desafio. ― Respondeu o rapaz.

― Eu te desafio a beijar a garota mais bonita daqui, pra você é claro. ― Disse Davi e várias garotas ficaram na espectativa. Ele se virou para Fabi, se aproximou e a beijou.

― Tainá, verdade ou desafio? ― Perguntou Kelly.

― Desafio. Pode caprichar! ― Disse a garota segura de que a amiga faria alguma coisa relacionada a Pedro. Dito e feito.

― Eu te desafio a beijar o garoto mais bonito daqui. ― Disse Kelly e Tainá se virou bruscamente Para Pedro. Pri teve de segurar Karina para que ela não surtasse e matasse Tainá ali mesmo. “Calma, K. O Pê nem vai beijar ela direito, vai ser no máximo um selinho rápido” sussurou Pri para a amiga. Tainá se aproximou do músico e deu um beijo nele, ela ficou querendo passar a língua mas ele a afastou dizendo que o desafio já tinha sido comprido, logo depois ele limpou a boca com as costas das mãos e deu um beijo na bochecha de Karina que se acalmou.

― Eduardo, verdade ou desafio? ― Perguntou Lucas.

― Verdade. ― Respondeu rapidamente o garoto.

― Você já pegou a namorada de algum colega? ― Perguntou o garoto e os amigos de Eduardo o olharam intrigados. Ele tirou a camisa.

― Pedro verdade ou desafio? ― Perguntou Duda, uma das garotas que estava afim dele.

― Verdade. ― Disse o músico.

― Você acha que a Karina se veste igual a um menino? ― Disse tentando fazer os dois brigarem.

― Não, eu gosto do jeito que ela se veste. Ela é a única garota que eu conheço que fica sexy de moletom. ― Respondeu o músico e depois beijou a namorada que estava corada, ele logo ganhou um “aannw” de várias garotas ali, até mesmo as que queriam ficar com ele.

― Karina, verdade ou desafio? ― Perguntou Paulo.

― Verdade. ― Ela estava com medo que mandassem ela beijar alguém.

― Você é virgem? ― Perguntou o garoto e ela se arrependeu de ter dito “verdade”.

― Sim. ― Ela respondeu e algumas garotas deram risadas, mas Pedro achou fofo e ficou feliz por ela nunca ter sido “tocada” por homem nenhum. Depois dessa pergunta a brincadeira foi ficando mais séria e os desafios foram ficando mais pesados, muita gente já estava de roupas intimas e alguns sem roupa alguma.

― Karina, verdade ou desafio? ― Perguntou Kelly.

― Verdade. ― Depois de ter tirado o short que usava debaixo do vestido ela ficou com medo dos próximos desafios.

― Você vai perder a virgindade com o Pedro? ― Kelly foi bem direta e Karina se sentiu extremamente desconfortável com a pergunta, já que se respondesse “sim”, falariam que ela esta “louca pra dar” e se respondesse não, falariam que ela não confia no namorado o suficiente. Ela tirou o vestido e ficou só de calcinha e sutiã atraindo olhares e assobios. Pedro ficou meio intrigado por ela não querer responder, mas não falou nada, sequer esboçou reação. Quando giraram a garrafa ela estremeceu achando que cairia nela de novo mas parou em Pedro que disse verdade.

― Pedro, com quantas garotas você já dormiu? ― Perguntou Leandro.

― Quatro. ―Pedro só havia transado com uma garota, Heloisa, com quem ele perdeu a virgindade aos 15, mas como a pergunta foi com quantas garotas ele já dormiu ele levou ao pé da letra e disse quatro, sua mãe, Heloisa, Tomtom e sua esquentadinha. “Ele perguntou dormir, eu não faço nada além de roncar quando durmo.” Pensou o músico que já estava de cuecas. Como todos já estavam só de roupas íntimas, eles resolveram parar a brincadeira.

― Que que cês acham da gente cair no mar? Eu vou! ― Disse um dos garotos inspirando o resto da galera.

― Você vem esquentadinha? ― Perguntou Pedro ainda pensativo.

― Pê eu preciso falar contigo. ― Disse Karina pegando a mão do músico e o puxando para loge da galera.

― Olha se é pra falar daquela pergunta, eu não tô chateado, sei que esse negócio de primeira vez é importante pra vocês ― Ele foi interrompido pela mão de Karina tapando a boca dele.

― Eu quero que seja com você, mas não agora. Entende? ― Ela disse e os olhos dele brilharam, ele a abraçou forte e deu vários beijos no rosto dela.

― Vamos pro mar? ― Perguntou ele ainda abraçado com ela.

― Ah deve tá gelada a água Pê, sei não. ― Disse Karina que já estava um tomate por estar de calcinha na frente de geral.

― Sei não, não é resposta! ― Pedro disse e pegou Karina nos braços levando ela pro mar. A água estava quentinha, sinal de que quando saíssem iriam congelar de frio, Karina estava rindo e mandando Pedro soltá-la mas ele só soltou quando já estavam no fundo, ela mergulhou e conseguiu ficar de pé sem se afogar, mas preferiu ficar perto do namorado.

― Você é um chato mesmo! Quando a gente sair vamos congelar de frio! ― Disse Karina para o namorado.

― Eu te esquento! ― Disse beijando a namorada, logo depois todos começaram a jogar a água uns nos outros e vergonha foi esquecida na escuridão da noite.

― Pedro o pessoal já vai sair, vamos. ― Disse Karina puxando o namorado para saírem do mar.

― Vamos linda. ― Disse abraçando a namorada que já estava com frio, pois a água estava na cintura e ia abaixando conforme eles iam saindo. Quando Karina olhou para traz Pri e Felipe estavam quase se engolindo, o “look de matar” tinha funcionado.

Quando eles chegaram aos quartos, eles se arrumaram para dormir e Pedro foi fazer uma visitinha para a namorada, bateu na porta e ela, que estava dando “boa noite” ao pai pelo telefone desligou e foi atender.

― Oi moleque. Entra. ― Disse dando espaço para ele entrar.

― Oi minha linda. ― Disse Pedro dando um beijo na namorada. ― Sabia que você fica muito sexy de moletom? ― Falou o músico fazendo a namorada sorrir e ruborizar.

― Sabia, um moleque maluco me disse um dia desses. ― Disse a lutadora dando outro beijo no músico. ― O que veio fazer aqui? ― Falou enquanto o namorado enlaçava sua cintura.

― Vim te dar um beijinho de boa noite. ― Disse o músico sorrindo de um jeito que só ele sabia sorrir.

― Já deu seu beijo, pode ir. ― Disse Karina fingindo desdém.

― É assim dona Karina? Então tchau! ― Disse Pedro se fingindo de ofendido e indo na direção da porta do quarto.

― Pê... Fica! ― Disse Karina segurando as mãos do músico.

― Esse pedido é de verdade ou faz parte do nosso teatrinho? ― Perguntou o músico com uma das sobrancelhas levantadas.

― É de verdade. Fica? ― Perguntou Karina com um olhar de cachorrinho sem dono.

― Tá bem! Já que você insiste... ― Pedro abraçou a namorada e a levantou do chão.

― ME PÕE NO CHÃO MOLEQUE!― Karina disse em meio aos sorrisos. Pedro colocou a namorada na cama.

― Vamos dormir? ― Disse Pedro com olhar malicioso sentando ao lado de Karina na cama.

― Só dormir! Nada mais que isso, ouviu seu tarado? ― Disse Karina com um sorriso bobo no rosto.

―Eu tarado? Nada disso, é que com você assim nesse shortinho fica difícil de me controlar. ― Disse Pedro beijando a namorada apaixonadamente. ― Boa noite linda. ― Disse abraçando a namorada.

― Boa noite moleque. ― Disse dando um último selinho no namorado e virando de costas para ele. Ela apagou a luz do abajur e eles dormiram de conchinha.

_*_

~ Gente a Tainá é sem noção né? Estão gostando dessa viagem? O que será que vai rolar ainda? E na volta? Como vai ser a reação do Gael com esse namoro #perina ? Continuem ligadinhos *-* beijoss ~


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Notas finais do capítulo

Gente, esse vestido não é o vestido que eu tinha descrito (eu imaginei a K num vestido que a minha tia tem), mas foi o que mais se aproximou do original então pus a foto... Eai gostaram do capítulo? Comentem meus amorecos!