Meus dedos frios mal tocavam o volante, eles pareciam saber o caminho já de cor, a estrada se estendia a minha frente, não me preocupei em olhar no velocímetro, a última vez em que o vi ele marcava 190km/hr, 
mas mesmo assim aquilo não me parecia rápido o suficiente, 
Cada segundo me parecia uma tortura, mesmo meu coração congelado não suportava mais aquela angústia de permanecer longe dela, daqueles olhos chocolates, daquele cabelo sedoso e macio, daquela pele branca e fina como vidro, daquele calor que emanava de seu corpo.
Nada mas me parecia correto, eu já havia ido embora de Forks havia seis meses, e mesmo assim, era como se tudo houvesse acontecido ontem, ainda me recordo de me preparar para deixa-la, da dor que me cortou no momento em que pronunciei aquelas palavras, todas aquelas mentiras, porque era isso que tudo aquilo era, mas eu precisava mante-la viva, e se isso significava que era melhor eu partir, eu o fiz.
O tempo parecia se arrasta durante os dois meses que permaneci em Forks, depois de me despedir de Bella, eu a observei todas as noites de longe, pendurado em sua janela, não ousei entrar em seu quarto, pois sabia que ela perceberia minha presença ali. Mas eu não suportava mais permanecer ao lado dela, e não poder toca-la, e vê-la sofrendo daquele jeito, na manhã seguinte do aniversário de Rose e Emmet, eu estava em pé na sala, me despedindo de Esme, ela era a única que deixaria eu partir sem se opor, ela sabia que eu precisava disso.
- Adeus meu menino. Ela disse com a voz cheia de tristeza.
- Adeus, mãe. eu respondi sem olhar em seus olhos,
Entrei no volvo, e comecei a dirigir, peguei a estrada que passava em frente a casa de Bella, quando passei por lá, notei que ela estava na janela, mas não parei, aquela foi a última vez que a vi, desde então eu tenho vagado por ai, estive no Brasil, passei um tempo no Alasca com a família de Tanya, mas todas as horas do dia, eu pensava naquela pequena humana que me roubara o coração.
Estava agora na Europa, indo em direção a casa de um velho amigo, Louis.

Finalmente cheguei ao meu destino, era uma velha mansão em New Orleans, na França, me aproximei da casa que estava iluminada, e como sempre a porta estava aberta entrei caminhando em direção a sala de estar, aonde havia um belo piano como aquele que eu tinha em Forks. 
Notei Louis em pé na janela, me aproximei:
- Edward. ele me cumprimentou
- Louis. respondi
- Como está meu amigo? ele perguntou
- Não sei. respondi
- È a humana né? ele disse me surpreendendo.
- Como você sabe disso? perguntei curioso;
- Bom, eu tive uma pequena visão que você viria para cá. ele me respondeu agora se servindo uma taça de sangue humano, eu podia sentir o aroma doce e tentandor, mas controlei o monstro dentro de mim.
- Servido? ele me perguntou
- Você sabe que não bebo sangue humano. respondi me sentando no enorme sofá de couro.
- Mas me conte como é possível você se apaixonar por uma humana, Edward?. ele perguntou sentando-se ao meu lado.
- Não sei, a única coisa que eu posso te dizer é que eu amo Bella mais que qualquer coisa... Respondi 
Naquele momento me recordei de seu sorriso, e de como ela corava quando eu dizia que a amava.

Louis se sentou no piano e começou a dedilhar a velha canção Claire de Lune, me afundei no sofá, e me perdi em meio os acordes, me confortei com as lembranças, por mais que elas fossem um doce alento para a saudade, eu realmente era um vampiro masoquista. Eu tentava me desvencilhar da lembrança de seu coração batendo descompassado toda vez que eu a tocava, das bochechas coradas, daquele cheiro inebriante que sempre me tentava, me recordei daqueles olhos marrons chocolate na noite em que eu lhe disse adeus, como ela pode desistir assim, ela nem sequer lutou, acho que eu realmente a havia magoado profundamente.
Alice ainda insistia depois daquele dia que ainda via Bella, ao meu lado como uma vampira, não eu não podia permitir aquilo, muito menos aceitar.
Mesmo me odiando pelas minhas condições, por não ser capaz de ficar ao lado dela sem provocar um perigo indescritível com a minha presença, eu não lamentava por tê-la conhecido. 
Ela havia sido a coisa mais importante que me acontecera, e seria para toda a minha eternidade, a Minha Bella.

Vaguei por várias lembranças quando Louis me interrompeu
- Edward. 
- Diga eu respondi voltando daquela intensa viagem ao passado.
-Acabei de ter uma visão com Alice. Louis me informou.
- Mas o que você viu? perguntei.
- Ela está preocupada com você, e precisa muito falar contigo. Louis falou.
- Mas.. Eu não posso eu respondi
- Eu entendo meu amigo. Louis me compreendia como ninguém.
- Eu não a vejo a quase seis meses, ela deve estar furiosa. respondi já imaginando a cara de Alice se eu aparecesse do nada.
- Mas é importante, e urgente . Louis me informou.
- Espere. eu disse me levantando e caminhando até a varanda iluminada por castiçais.
- Ela sabe que você está aqui, ela viu você decidir. Louis completou.
Peguei meu celular, e tomei coragem discando o número de Alice, chamou algumas vezes, e então para minha surpresa, Bella atendeu.
- Alô. ela falava do outro lado
- Quem é? ela perguntava mas eu não conseguia responder, aquela voz doce me invadiu, fez com que meu coração que estava gelado, se esquentasse novamente.
Mas notei que sua voz estava muito mais triste do que era, estava amarga, sem vida, estava chorosa. 
Mil pensamentos passaram pela minha mente, mil desculpas, mil explicações, mas eu não conseguia pronunciar uma palavra.

-Alo. A voz de Alice falou pegando o telefone da mão de Bella.
- Shiii....Alice, sou eu. eu disse cauteloso.
- Seu filho da p.... Alice gritou.
- Cala a Boca. eu gritei com ela
- Não quero que Bella saiba que sou eu. Alertei
- Oks. ela respondeu.
- O que você faz com Bella, nós não tinhamos um trato. Eu a repreendi.
- Eh Eu sei. Alice me respondeu.
- Eu posso saber que é tão urgente?. perguntei.
- Primeiro porque você sumiu desse jeito? ela perguntou
- Calma ae. ela me pediu.
- O que foi? 
- Vou sair de dentro do quarto da Bella. ela respondeu.
- Me diga Edward porque sumiu desse jeito? ela perguntou.
- Você já sabe. respondi.
- Mas eu quase enlouqueci tentando descobrir aonde você estava, pois toda hora você partia, e quando eu tinha certeza de que você tinha se decidido ficar em algum lugar, você mudava de ideía. Ela disse furiosa
- Mas o que droga está acontecedo por ae? perguntei 
- Edward tenho más notícias. ela me disse com uma voz temerosa.
- Aconteceu alguma coisa com a Bella? eu perguntei logo desesperado, mesmo tendo ouvido a aquela voz doce , eu podia estar apenas tendo uma alucinação.
- Nãooo Alice respondeu.

- Edward sinto muito. Ela se lamentou
- Que droga Alice, me diz logo que aconteceu? perguntei.
- Charlie morreu!. ela disse com a voz trêmula.
Naquele instante foi como se uma adaga estivesse sendo enfiada em meu peito, eu podia não ter quase nenhum relacionamento com o chefe Swan, mas eu senti a dor que Bella estava sentindo, foi como um fogo que me tomou por completo, minha vontade era pegar as chaves do Volvo, e sair correndo de volta para Forks.
Mas Louis me conteve e disse:
- Sinto que este não é o momento correto de você aparecer. Ele me alertou
- Mas eu preciso estar com Bella. eu respondi.
- Edward pense, tudo que você vai fazer agora é botar tudo a perder. Alice me falava no telefone.
- È verdade, eu escolhi ir embora, pedi para que ela seguisse com a vida dela, ela não precisa que eu apareça depois de tanto. Não agora, eu realmente não devo, não depois de tudo o que disse a ela. Eu conclui.
- Sente-se Edward. Louis me acompanhou até o sofá de couro.
- Alice como ela está, eu preciso saber? perguntei, enquanto o meu coração morto se encolhia de volta no inverno gelado do meu peito.
- Como você acha que ela está, Edward. Alice me retrucou.
Ficamos em silêncio por alguns segundos.
- Alice não diga que eu liguei. pedi.
- Pode deixar. ela disse desligando o telefone.

Fiquei sentado por alguns instantes enquanto Louis me observava, com seus olhos vermelhos.
- Louis o que vou fazer? perguntei
- Calma Edward, as coisas vão se resolver sozinha. ele respondeu.
- Mas eu preciso estar com a Bella, ainda mais agora que ela perdeu o pai. Eu retruquei.
- Edward você mesmo concluiu que era melhor você não aparecer, agora, não depois de tudo. Louis me lembrou.
- Não eu não continuar aqui enquanto Isabella sofre. Eu respondi me levantando e pegando as chaves do Volvo em cima do piano, Louis ainda tentou me impedir, mas nada poderia me deter. 
- Obrigada Louis. Agradeci
- Sempre. ele respondeu.
Entrei no Volvo, agarrei o volante com força e pisei fundo no acelerador, eu precisava estar com ela, eu sabia que não devia, mas nesse momento eu precisava estar com ela, eu sabia que iria quebrar seu coração novamente, mas pelo menos ela saberia que eu ainda me importo com ela.
Eu passava pelas estradas como um vendaval, a noite começava a cair no horizonte, nesse momento todos deviam estar indo para o enterro do chefe Swan em Forks.
Estacionei na porta do hotel em que eu estava hospedado em Paris, deixei o Volvo lá, depois eu voltaria para busca-lo, parei para pensar, de avião eu provavelmente só chegaria amanhã.
Resolvi correr, assim eu poderia estar com Bella ainda essa noite.
Então perdido em meio aos meus devaneios, corri o mais rápido que pude, atravessando o oceano, tudo por ela, pela minha Bella.