Invisible Play - Game Over escrita por Douglastks52


Capítulo 77
Tempo - Utopia


Notas iniciais do capítulo

Voltei!!!! E nem demorou tanto dessa vez!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/538926/chapter/77

Kurokawa abriu a porta de sua casa e correu para a sua cozinha. Enquanto abria uma das gavetas, uma voz ecoou: 

—Ei, o que você vai fazer? -Perguntou aquela voz vazia. 

—Você...eu acho que achei a solução para esse problema. -Respondeu Kurokawa. -Eu vou colocar um fim nesse tormento. 

Kurokawa pegou uma faca e apontou-a para seu coração: 

—Essa vai ser a última vez... 

Um movimento rápido foi executado e Kurokawa deixou seu corpo cair lentamente enquanto seu sangue coloria o chão: 

—Agora que eu penso nisso...nós passamos por muita coisa juntos...  

Aquela voz riu: 

—Você está ficando muito gentil. Não se esqueça que eu matei todos nessas repetições, Lizzy e Sasesu não são exceções... 

Kurokawa respirou pela última vez: 

—Desprezível...como sempre... 

Ele não podia perder tempo observando aquele teto dessa vez. Num movimento rápido, ele pulou de sua cama e seguiu para um lugar distante dali. Mesmo distante de sua casa, ele escutou a explosão vindo do quarto de Lizzy: 

—Não posso falhar... -Pensou ele. 

Ele superou os obstáculos no caminho sem muitas dificuldades e tentou invadir aquela cidade sem fazer muito alvoroço. Ele tomou a rota mais curta para a arena e encarou aquela gigante porta de metal: 

—Será que eu deveria quebrá-la? 

Uma voz pronunciou-se não muito longe: 

—Eu preferiria que não. -Respondeu Blut. -Eu não gostaria que a minha preciosa arena fosse danificada. 

—Então abra para mim. -Ordenou Kurokawa. -Eu não estou com tempo para brincar... 

—Meus guardas viram você passar com bastante pressa então eu presumo que seja algo importante... -Sorriu Blut. -Mas e se eu não abrir? 

—Uma pergunta, Blut. -Interrompeu Kurokawa com uma aura assustadora. -O que acontece com a sua mente se eu te matar incontáveis vezes seguidas? Mesmo que seu corpo possa se regenerar, sua mente pode? 

Blut sorriu novamente: 

—Que medo... -Disse ele num tom irônico. -Mas eu não tenho a intenção de te atrapalhar, afinal de contas, eu quero que você faça parte da Realeza. 

—Eu ainda não te dei a minha resposta sobre isso. 

Blut abriu aquela porta lentamente: 

—Você deveria aceitar, por sua culpa eu perdi vários membros da Realeza. 

—Eu pensarei nisso mais tarde, agora eu tenho que pegar a Eclipse. -Afirmou Kurokawa andando em direção daquela espada. 

Blut se retirou: 

—Boa sorte... 

Uma aura bizarra penetrou cada célula de Kurokawa. Vários tentáculos negros se contorciam ao redor daquela espada descontroladamente e uma voz angustiada e distorcida era ouvida: 

—Me deixe sair!!!! Me deixe voltar!!!! 

Kurokawa se aproximou e foi rapidamente atacado por um dos tentáculos: 

—Ei, como vocês estão? -Disse ele ignorando o ataque. 

—Você... 

—Ainda se lembram de mim? -Sorriu ele. -Então isso facilita bastante as coisas. 

—Você é bom!!! -Disse aquela voz fazendo os ataques se intensificarem. -Você é ótimo!!!! Você vai servir!!!! 

Kurokawa não se esquivava e apenas deixava mais de seu sangue espalhar-se por aquele lugar. Ele se aproximou mais um pouco: 

—Vocês parecem estar sofrendo... 

—Me dê!!!! -Gritou aquela voz. -Me dê o seu corpo!!! 

Kurokawa aproximou-se ainda mais: 

—Desculpa...eu deixei vocês sozinhos... 

Ele segurou o cabo daquela espada e sentiu uma sensação horrível dilacerar seu corpo. Um mal-estar indescritível. Sua mente começou a ser penetrada por sentimentos negativos. Algo capaz de retirar a determinação do mais valente guerreiro. Sua vontade de viver foi rapidamente destruída perante aquele tormento. 

Algo incompreensível mas tão cruel. Seu corpo não conseguiu controlar-se e um torrente de um líquido negro foi expelido por sua boca. Kurokawa estava quase cedendo: 

—Então...vocês passaram por tudo isso sozinho? 

Lágrimas negras escorreram de seus olhos: 

—Desculpe... 

Ele levantou-se rapidamente e arrancou aquela espada do chão: 

—Mas eu não vou deixar vocês continuarem sofrendo sozinhos! -Gritou ele. -Eu estou aqui para ajuda-los! 

Uma marca negra começou a estender-se por seu braço causando a mais pior das dores. Suas pernas fraquejarem enquanto mais daquele líquido preto e viscoso escorria por sua boca. Mas ele não podia desistir: 

—Ei...Hikari? Yami? Vocês estão ai? Vocês devem ter sofrido bastante... 

Seu braço parecia estar se decompondo enquanto sua mente era destruído pouco a pouco, mas sua determinação continuava intacta: 

—Mas não se preocupem! -Sorriu ele. -Eu estou aqui para ajuda-las, independente de quão difícil isso seja! 

Suas pernas falharem e ele caiu de joelhos no chão mas ele manteve aquela espada levantada em direção aos céus. Mais líquido foi expelido de sua boca, dessa vez, misturado com sangue. Aquilo estava corrompendo seu corpo mas ele não tencionava parar: 

—Eu não vou deixar...vocês sozinhas de novo... -Afirmava ele tentando sorrir. -Eu estarei com vocês para sempre... 

Alguns sons foram emitidos daquela espada: 

—Pare... -Murmuraram. 

—O que? 

—Você vai morrer! -Gritaram elas. -Pare, por favor! 

A energia negativa que era expelida pela espada cessou instantaneamente e ele deixou seu corpo cair no chão. Pela primeira vez, aquelas duas presenças manifestaram sem o seu consenso: 

—Você está bem? -Perguntou Hikari tocando seu ombro. 

—Claro que sim... -Respondeu Kurokawa. 

—Porque você...está fazendo isso por nós? -Perguntou Yami chorando. 

—Vocês já me salvaram tantas vezes...eu me sentiria culpado se não pudesse salvar vocês pelo menos uma vez... -Riu ele. -E acima de tudo, porque vocês são minhas amigas! 

Ele ajoelhou-se tentando levantar: 

—Mas eu não tenho tempo para perder aqui... 

—Não tente levantar-se, você está quase morto! -Advertiu Yami. 

—Se vocês aguentaram isso por dezenas de dias, eu consigo aguentar por três minutos... 

Hikari riu: 

—Você é realmente alguém engraçado... -Disse ela oferecendo uma mão. 

Kurokawa levantou-se e seguiu em direção à porta: 

—Agora que eu penso nisso, como vocês conseguiram se materializar? 

—Nós temos a nossa própria energia, podemos usa-la em casos de energia. -Respondeu Hikari. 

—Entendo... 

Blut riu ao ver Yami e Hikari passarem acompanhadas de Kurokawa: 

—Então você conseguiu... 

—Você duvidou? -Respondeu Kurokawa seguindo em frente. 

—Não morra. 

—Eu não pretendo. 

Ele pegou seu celular e ligou para Sasesu. Os dois combinaram de se reunirem na frente do castelo. Ele explicou a situação do sequestro de Lizzy para Hikari e Yami. Ao ver Sasesu se aproximando no horizonte, ele suspirou: 

—Vamos... 

Os guardas como de costume vieram interromper o avanço deles, Kurokawa deu um passo a frente e balançou sua espada suavemente. Os dois guardas imediatamente caíram no chão com cortes não fatais em seus corpos: 

—Eu já sentia falta desse corte ridiculamente perfeito, Eclipse. -Sorrriu ele. 

Ao contrário das outras vezes, eles derrotaram seus inimigos muito mais rapidamente. Kurokawa conseguia derrotar grandes ondas de inimigos sem muitos esforços mas estava guardando suas forças para o último duelo. Essa força massiva que Kurokawa havia ganhado por ter recuperado a Eclipse fez com o que o penúltimo andar fosse diferente. 

Sasesu sequer tentou sacrificar-se pois isso era desnecessário. Eles subiram para o último andar e confrontaram novamente aquele rei: 

—Sasu, pegue Lizzy, eu vou derrotar ele. 

Sasesu apenas confirmou: 

—Vejo que os meus convidados chegaram mais rápido do que o esperado... -Sorriu Claustro. 

Kurokawa apontou a Eclipse em sua direção e falou: 

—Apresse-se, Claustro, eu já estou cansado de ver essa cena. 

Claustro levantou-se e afastou-se de Lizzy enquanto sacava seu sabre: 

—Eu não te dei a permissão para pronunciar meu nome, cão! 

—Saque a sua outra espada senão isso sequer será divertido... -Afirmou Kurokawa. 

Claustro sorriu indignado: 

—Eu me sinto confuso...porque um inseto como você está me subestimando? 

Kurokawa avançou numa velocidade ridícula quase como se tivesse se teletransportado para aquele lugar: 

—Eu avisei... 

Ele fez um ataque com a Eclipse que libertou uma grande explosão negra: 

—Então você conseguiu... -Comentou Kurokawa. 

Claustro se protegeu com aquela camada de luz: 

—Seu maldito...isso é uma criação divina também? -Perguntou Claustro. 

—Eu sabia... -Conclui Kurokawa. -Essa coisa que você usa era forte demais para ser arma normal... 

Claustro levantou-se e fez aquela luz transformar-se em um ilustre sabre: 

—Isso não importa...eu vou te mostrar o seu lugar, cão! 

Kurokawa avançou novamente mas dessa vez seu ataque foi interceptado perfeitamente pelo sabre de Claustro: 

—Muito fraco... 

Ele desequilibrou Kurokawa com um ataque forte porém suave e penetrou seu peito impiedosamente. Kurokawa apontou sua espada na direção de Claustro e disparou um raio de energia negra fazendo com que ele recuasse: 

—Mesmo que usemos armas iguais, minha maestria é muito superior à sua! -Sorriu Claustro. 

—Não fique se achando... -Respondeu Kurokawa limpando o sangue de sua boca. 

—Ei, você não precisa de ajuda, Kurokawa? -Perguntou Sasesu. 

Kurokawa olhou nos olhos de Sasesu com muita seriedade: 

—Confie em mim dessa vez. 

Ele partiu para cima de seu oponente apenas para ser perfurado mais uma vez: 

—Ei, isso é tudo o que você tem? -Perguntou Claustro. 

—Cale a boca! -Gritou Kurokawa. 

Ele mudou sua posição de batalha e concentrou sua energia em sua espada: 

—Aurora!! 

Num rápido movimento, uma grande quantidade de energia concentrada foi liberada na direção de Claustro. Ele habilmente defletiu aquela energia: 

—Isso foi sua tentativa desesperada de vencer. -Pensou ele. -É poderoso porém previsível... 

O que ele não esperava era outra Aurora imediatamente atrás da primeira, seu corpo não teve tempo de reagir: 

—Merda...ele me pegou... 

Kurokawa sentou-se no chão exausto: 

—Consegui... 

Mas quando a poeira baixou, ele viu uma figura ainda de pé: 

—Devo admitir, foi uma boa estratégia...para um cão! -Riu Claustro. -Isso foi poderoso mas estava longe de poder me matar. 

—Kurokawa!!! -Gritou Lizzy. 

Sasesu a impediu de fazer qualquer coisa: 

—Está tudo bem...eu acredito nele... 

Kurokawa começou a afastar-se tremendo: 

—Como aquilo não funcionou...como? 

—Com medo? Justo agora? -Sorriu Claustro com satisfação em seus olhos. -Talvez se você me implorar eu possa poupar sua vida... 

Kurokawa abaixou sua cabeça: 

—Por favor...me deixe viver... 

Claustro riu: 

—Humanos são tão desprezíveis... 

—Você vai me deixar viver? Por favor! -Implorou Kurokawa chorando. 

Ele jogou a Eclipse com um pendente amarrado na direção de Claustro: 

—Eu te dou isso como um amuleto de sorte, então, por favor, me deixe viver! 

Claustro pegou aquela espada com o pendente e sorriu: 

—Que ser miserável... 

Seu olhos pararam por alguns segundos e ele fitou o teto. Quando sua consciência retornou, ele estava perturbado. Ele ficou de joelhos e implorou a Kurokawa: 

—Por favor, faça essa maldição parar... 

Kurokawa levantou-se e parou com sua encenação: 

—Então funcionou... -Sorriu Kurokawa aliviado. 

—O que está acontecendo, Kurokawa? -Perguntou Sasesu. 

—Eu te explico quando sairmos daqui... -Respondeu ele. -Mas como foi a sensação, Claustro? 

—Horrível!!! -Gritou ele desesperado. -Eu fui morto por alguém alguns dias depois na primeira vez, e depois disso um ciclo de mortes intermináveis começou. Eu demorei tanto para descobrir que você tinha causado isso e mesmo assim...você se recusou a tirar isso... 

—Eu vou tira-lo...mas eu tenho uma condição. -Disse Kurokawa. 

—Diga, eu irei cumpri-la sem hesitar! 

—Apague o meu nome de todas as Guilds das trevas, faça todos esquecerem sobre meus pecados! -Ordenou Kurokawa. 

—Eu não sei se consigo... 

—Então continue morrendo e renascendo para todo o sempre...até sua mente se quebrar em um milhão de pedaços... -Sorriu Kurokawa. 

—Não! Eu irei faze-lo! Não se preocupe, eu não falharei! 

Kurokawa seguiu em direção à saída: 

—É melhor você não falhar...não quero ter que colocar essa maldição de novo em você! 

Claustro balançou sua cabeça obedientemente: 

—Agora me entregue a minha espada e não volte a toca-la com essa suas mãos imundas... -Ordenou Kurokawa. 

Claustro pegou a Eclipse e estava pronto para entrega-la para Kurokawa: 

—Seja uma pessoa minimamente civilizada e entregue-a com as palavras que eu te disse! -Reclamou Kurokawa 

—Sim...se eu me lembro bem...eu te dou isso como um amuleto de sorte. 

Kurokawa pegou sua espada junto do pendente e saiu daquele castelo. Quando seus olhos contemplaram o céu novamente, ele caiu de joelhos e gritou enquanto chorava: 

—AH!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! EU ESTOU LIVRE NOVAMENTE!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 

Seus pulmões falharem e ele deitou-se no chão repleto de felicidade enquanto limpava suas lágrimas: 

—Finalmente...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

A maioria de de vocês já devem ter entendido o que aconteceu (Eu falo como se tivesse muitos leitores ;-;) mas mesmo assim eu irei explicar mais detalhadamente no próximo capítulo. Na minha opinião, esse foi um dos melhores arcos até agora, vou sentir sua falta Tempo :/.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Invisible Play - Game Over" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.