Invisible Play - Game Over escrita por Douglastks52


Capítulo 75
Tempo - Esperança


Notas iniciais do capítulo

Oi!!!!! Ok, estou um pouco atrasado. Era para esse capítulo ter saído muito tempo atrás (uma semana?) mas muitas coisas aconteceram e nunca consegui terminar ;-;. Mas hoje deus me deu a permissão de termina-lo. Boa leitura.



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Ele abriu seus olhos e observou o teto de seu quarto. A dor de sua última morte pairava sobre seu corpo mas a esperança crescente era dominante. Nessa última vez, ele aprendeu que apenas algumas palavras são capazes de mudar o futuro. Por apenas frisar quão importante era a sobrevivência na conversa com Sasesu, ele foi capaz de sobreviver sua luta e ir ajuda-lo. 

Ele levantou-se determinado: 

—Essa será a última vez... 

Suas pernas moveram sozinhas quando sua mente lembrou-se do rosto assustado de Lizzy e ao chegar no quarto ele presenciou aquilo, mais uma vez. Num último relance de consciência, ela depositou sua esperança nele. Mas ele não respondeu com palavras desesperadas, ele apenas estendeu sua mão como se fizesse uma promessa: 

—Não se preocupe, nós estamos chegando! 

Ele pegou seu celular e ligou para Sasesu: 

—Acalma-se, eu tenho algumas notícias chatas para te dar. 

—Kurokawa...o que você fez? -Perguntou Sasesu. 

—Lizzy foi sequestrada por minha culpa... 

—Lizzy o quê? Como você pôde deixar isso acontecer? Quão... 

—Irresponsável eu consigo ser? -Completou Kurokawa. -Nós podíamos ficar o dia inteiro discutindo sobre isso ou podíamos ir atrás dela? Apenas venha para a minha casa... 

Um suspiro irritado foi emitido do outro lado e a chamada foi desligada. Kurokawa apressou-se e ficou esperando no lado de fora. Quando aquela figura familiar surgiu no horizonte, ele seguiu em sua direção: 

—Porque eles fizeram isso?  

—Não sei, eu só posso supor que eles queiram me atrair para a base deles, afinal de contas, na última vez, a quantidade de soldados que eles enviaram não fez diferença alguma... -Respondeu Kurokawa. -O líder deles deve estar bem confiante em me derrotar... 

Sasesu expeliu um murmúrio preocupado: 

—Espero que ela esteja bem... 

—Você deveria se preocupar mais consigo mesmo, centenas de inimigos nos aguardam. Não será uma batalha fácil. 

—Eu não me importo, eu daria minha vida sem pensar duas vezes para defendê-la.  

—Esse é o ponto. -Disse Kurokawa. -Você acha que a Lizzy ficaria feliz em viver sem você? E não só, ultimamente, eu e você temos tratado Lizzy como "alguém que precisa ser protegida". Nós estamos apenas fazendo-a pensar que não passa de um fardo. 

—Você está certo, Kurokawa. -Respondeu Sasesu. -Não sabia que você era uma pessoa tão perceptiva assim, nem mesmo eu havia percebido... 

Kurokawa não era nem próximo de ser bom lidando com os sentimentos alheios, mas depois de todos esses recomeços ele aprendeu várias coisas. 

A conversa foi interrompida quando o destino se aproximou: 

—Vamos...pôr um fim nisto... 

Eles correram e Kurokawa devastou tudo em seu caminho numa única investida. Os dois percorreram todos os andares sem sequer sofrer muito ferimentos, eles eram uma dupla feroz quando em harmonia. Kurokawa desferia golpes devastadores e precisos enquanto Sasesu impunha sua presença poderosa sobre seus oponentes. 

Todos caíram enquanto aquele andar se aproximava, o andar onde as decisões eram tomadas mas Kurokawa não temeu. Sua mente estava clara e sua decisão era absoluta: 

—Kurokawa, você deveria ir na frente, eu vou... 

—Não! -Interrompeu Kurokawa. -Nós dois vamos lutar juntos, nós dois vamos salvar a Lizzy juntos, nós dois vamos sobreviver juntos! 

—Mas a Lizzy... 

—Não! Se eu deixar você morrer aqui...eu nunca mais  vou conseguir encarar a Lizzy... 

Sasesu cedeu: 

—Você é teimoso...vamos pôr um fim nisto o mais rápido possível. -Sorriu ele. -Minha princesa me espera! 

Os mais treinados cavaleiros pereceram sobre aquela destruidora porém controlada investida. Os dois subiram as escadas e viram Claustro sentado em seu trono: 

—Lizzy, eu... -Sorriu Sasesu. -Não, NÓS, viemos te buscar! Vamos voltar para casa. 

Claustro levantou-se indignado: 

—Eu odeio interromper mas... 

Kurokawa impôs-se: 

—Silêncio, reis deveriam apenas ser guilhotinados. 

Claustro queimou em fúria: 

—Vocês...vocês matam meu soldados...invadem meu castelo...destroem as minhas coisas e ainda ousam me insultar? Eu vou ter prazer em arrancar os vossos crânios... 

Kurokawa virou-se para Sasesu e sussurrou: 

—Preciso de uma arma...e tome cuidado...essa luta não será nada fácil. 

Sasesu apenas retirou uma espada de seu inventário e jogou-a para Kurokawa: 

—É a melhor que eu tenho. 

—Que mal gosto por espadas... -Reclamou ele observando a arma. 

Claustro disparou na direção de Sasesu para desferir um golpe mortal: 

—Se eu me livrar deste aqui primeiro, a luta será muito mais fácil... -Pensou ele. 

Sasesu surpreendeu com a velocidade de seu inimigo: 

—Rápido demais...mas... 

Ele rapidamente fez a gravidade a sua volta aumentar em várias vezes. Seu oponente, surpreso, não foi capaz de reagir rapidamente e simplesmente errou seu golpe enquanto caía no chão: 

—Droga...o que foi isso? 

Claustro rolou para se esquivar de um pesado golpe desferido por um machado: 

—Não fique pensando muito, riquinho. -Gritou Sasesu balançando seu machado. 

Clastro quase não teve tempo de levantar-se pois mais uma sequência de golpes era desferida. Kurokawa juntou-se a ação com uma saraivada de ataques perfurantes com sua espada que foram esquivadas por Claustro. 

Ele pulou para longe enquanto tentava recuperar seu fôlego: 

—Esses dois são bem trabalhosos de... 

Seus pensamentos foram interrompidos quando ele viu sangue escorrer de um pequeno corte em seu rosto: 

—Vou...Eu vou matar vocês! -Gritou ele. 

Uma grande camada de luz formou-se em suas costas: 

—Aquele ataque....não vou te dar tempo... -Pensou Kurokawa avançando rapidamente. 

Quando sua espada estava prestes a ser cravada no estômago de Claustro, aquela luz enviou faíscas brilhantes para perfurarem as mãos de Kurokawa. Sangue escorreu e ele recuou: 

—Merda... 

—Que insensato da sua parte. -Sorriu Claustro. -Não é senso comum que plebeus não deveriam interromper o rei? 

Ele retirou um sabre feito da mais pura luz. O brilho de sua lâmina era capaz de refletir até mesmo a alma de uma pessoa. Sua empunhadura era feito de ossos de deuses. Seu corte era letal. Claustro avançou na direção de seus infortunado inimigos como se flutuasse, ele desferiu um golpe que dilacerou a espada de Kurokawa em dois: 

—Sasesu! Preciso de uma....duas! Preciso de duas espadas! -Pediu Kurokawa. 

Sasesu agiu o mais rápido possível. Mas enquanto tirava as espadas de seu inventário, algo simplesmente apareceu em sua frente: 

—Não se distraia, escória. -Disse Claustro com uma presença assombrosa. 

Sasesu aumentou a força da gravidade incontáveis vezes mas o corpo de seu inimigo continuou impecável. Era como se ele fosse protegido por algo impenetrável. Claustro balançou sua espada enquanto Sasesu aceitava o seu destino. Mas alguém não podia aceitar. Ele acelerou seu corpo com magia o suficiente para fazer alguém normal sangrar até a morte. 

Sua mão foi capaz de desviar a trajetória daquela arma. Sasesu demorou alguns segundos para entender que não estava morto: 

—Oh...você está bem, Kurokawa? -Perguntou ele preocupado. 

Kurokawa escondeu sua mão onde faltavam quatro dedos: 

—Sim, eu estou. -Respondeu ele. -Não ouse se distrair novamente. 

Ele pegou as espadas e começou a concentrar energia em recuperar sua mão: 

—O corte dessa arma é tão...perfeito...a regeneração é muito mais difícil de se fazer... -Pensou ele. 

Kurokawa decidiu tomar uma decisão: 

—Sasu, vá falar com a Lizzy, precisamos da ajuda dela. 

Sasesu ia imediatamente recusar a ideia quando Kurokawa interrompeu: 

—Me deixe te fazer entender uma coisa, se nós perdemos essa luta...ela vai morrer. Eu vou te fazer uma pergunta, você quer que ela morra? Ou que ela lute conosco e possivelmente sobreviva? Porque não iremos ganhar sem ela... 

Sasesu moveu-se quietamente na direção de Lizzy que estava sentada do lado do trono totalmente desolada: 

—Ei, consegue levantar? -Perguntou ele sorrindo. 

Claustro olhou para aquele reencontro com desprezo: 

—Vocês despertam a mais pura essência do ódio que habita em minha alma... 

Aquela luz branca envolveu seu corpo e formou pequena asas reluzentes. Ele disparou na direção daquele casal com seu sabre reluzente mas sua atenção no que era importante foi perdida. E ele percebeu seu erro quando uma luz negra aproximou-se: 

—Ei, eu sou seu alvo. -Afirmou Kurokawa desferindo um soco devastador. 

Claustro girou em círculos no ar antes de violentamente chocar-se contra o chão: 

—Vira-lata... -Cuspiu Claustro limpando o sangue que escorria de sua boca. 

Palavras não podiam mais descrever sua raiva e ações eram as únicas coisas que podiam acalmar sua alma. Seus olhos focaram Kurokawa enquanto mais e mais poder se irradiava daquela luz. Suas asas luminosas cresceram, seu sabre começou a emitir mais luz e sua presença tornou-se quase absoluta naquela sala: 

—Venha! -Provocou Kurokawa. 

Enquanto uma batalha mortal decorria, Sasesu lutava por outras coisas: 

—Vamos, Lizzy! O Kurokawa precisa da nossa ajuda! 

Ela tentou levantar-se mas suas pernas não paravam de tremer: 

—Eu...não consigo... 

—Você está com medo? -Perguntou Sasesu. 

Lizzy apenas encolheu-se ainda mais enquanto derramava algumas pesadas lágrimas: 

—Muito... 

Sasesu abraçou-a de forma instintiva: 

—Eu também estou com medo. -Disse ele. -Medo de muitas coisas, especialmente de perder você, mas se eu ficar aqui parado nada vai mudar. Eu preciso da sua ajuda. 

O som das lâminas em contato apenas aumentava. Kurokawa se esforçava para não sofrer ferimentos letais mas os cortes em seu corpo continuavam a aumentar. O sabre de Claustro era gracioso mas capaz de realizar ataques extremamente pesados: 

—Mas eu não sei o que fazer... -Continuou Lizzy. 

Sasesu sentou-se ao seu lado: 

—Vê aquele idiota lutando ali sozinho? -Disse ele apontando para Kurokawa. -Pode não parecer mas ele gosta muito de você. Seu coração não começa a bater mais rápido quando você vê essa situação? Você não quer ajuda-lo? 

—Eu quero... -Respondeu ela silenciosamente. 

—O que? Não escutei o que você disse. -Sorriu Sasesu. 

—Eu disse que... 

Ele levantou-a em seus braços interrompendo seu discurso: 

—Não diga isso para mim, diga para ele! -Gritou Sasesu. 

Ele correu na direção de Kurokawa carregando Lizzy em seus braços: 

—Ei, Kurokawa, a Lizzy tem uma coisa para te dizer! 

Kurokawa olhou naquela direção simplesmente confuso: 

—O que vocês estão fazendo? -Perguntou ele entre suspiros de exaustão. 

Sasesu colocou Lizzy no chão: 

—Ela quer te dizer uma coisa, Kurokawa. 

—Eu...quero te ajudar!! -Gritou ela. 

Kurokawa voltou-se para seu inimigo num ar decepcionado: 

—Tome cuidado com o sabre dele. 

Um pedaço de Lizzy despedaçou-se por dentro: 

—Depois de tudo o que eu passei para te dizer isso e você responde assim? -Perguntou ela furiosa. 

—Nós poderíamos falar sobre isso outra hora? -Questionou Kurokawa. -Eu meio que estou numa situação de vida ou... 

—Não!!!! -Gritou Lizzy socando as costas de Kurokawa. -Você não pode simplesmente me ignorar daquele jeito! 

—Você poderia parar, por favor? -Perguntou Kurokawa com ódio em seus olhos. -Minhas costas estão cheias de cortes...e isso está doendo....muito... 

Sasesu abraçou os dois repentinamente: 

—Acho que já basta, né? Vamos nos focar no que realmente importa... 

Kurokawa suspirou novamente e, por mais que custasse, deixou aquele clima amigável ir embora: 

—Você está certo. Me dê mais espadas...ele quebrou as outras. 

Sasesu arremessou algumas espadas para Kurokawa num movimento rápido e a batalha reiniciou-se. 

—Vamos acabar com isso! 

Kurokawa disparou na frente e começou a trocar golpes com Claustro. Sasesu foi logo em seguida tentando se aproveitar das brechas de Claustro enquanto Lizzy fazia alguns ataques de longe. Um pequeno erro cometido por Kurokawa resultou num contra-ataque decisivo por Claustro. 

Mas quando a lâmina inimiga estava prestes a perfurar Kurokawa, Sasesu parou os movimentos de Claustro: 

—Merda, eles continuam... 

Sua linha de pensamentos foi interrompida pela dor crescente em seu estômago. Lizzy aproveitou-se da brecha criado por seu companheiros mas falhou em seu ataque: 

—Droga, o corte foi muito superficial... -Reclamou Lizzy. 

Claustro chutou Lizzy para longe impiedosamente.  E numa sucessão de golpes, fez um grande corte em Sasesu e cravou sua espada em Kurokawa: 

—Por minha culpa...eles... -Pensou Lizzy perdendo suas esperanças. 

—Ei...garota...essa é a sua chance de se redimir... -Sorriu Kurokawa deixando uma grande quantidade de sangue escorrer por sua boca. 

Claustro ignorou aquele comentário mas foi surpreendido quando tentou tirar sua espada de Kurokawa: 

—Não vou soltar, não tão facilmente. -Disse ele segurando firmemente o sabre de Claustro. 

Claustro colocou mais energia em sua espada e começou a movê-la dentro de Kurokawa. Seus gritos de dor preencheram a sala: 

—Rápido...eu não vou aguentar por muito tempo... 

Ela levantou-se ainda tremendo e colocou suas últimas esperanças em sua adaga. Ela correu e saltou. Seu corte foi perfeito. Seu oponente foi totalmente atravessado. Claustro caiu imóvel no chão enquanto aquele sabre reluzente desaparecia. 

Lizzy não conseguia parar de tremer: 

—Eu consegui...eu pus um final nisso tudo... 

—Bom trabalho... -Riu Kurokawa. 

—Kurokawa! Você está bem? -Perguntou ela observando aquela grande poça de sangue que se formara. 

—Mais ou menos...mas eu acho que o Sasu está pior. 

Ela ao lembrar-se dele correu na sua direção desesperada: 

—Sasesu? Sasesu? Está tudo bem com você? 

Ele apenas sorriu: 

—Bom trabalho... 

Havia um grande corte em seus braços: 

—Eu consegui defender o ataque dele mas machucou bastante...Eu preciso estancar esse sangramento... 

Kurokawa levantou-se com sua mão em sua barriga, claramente debilitado: 

—Vamos fazer isso no caminho de casa...é perigoso continuar aqui. 

Lizzy ajudou Sasesu a andar e aquela aventura teve fim. Enquanto saíam do castelo, Kurokawa não pôde conter sua felicidade: 

—Finalmente...depois de tanto tempo...que sensação ótima... -Sorriu ele olhando para o céu. 

Ele olhou a sua volta. Ele olhou a sua volta e viu milhares de guerreiros se aproximando. Ele olhou a sua volta e suspirou: 

—A vida é cruel... 

Os guerreiros começaram a se aproximar enquanto Sasesu e Lizzy desesperavam-se: 

—O que fazemos agora, Kurokawa? -Perguntou Sasesu. 

Ele sentou-se no chão calmamente e sorriu verdadeiramente. Aquela era uma expressão que seu rosto não estava acostumado. Não era um sorriso irônico, não era um sorriso vingativo e não era um sorriso com segundas intenções. Era um simples sorriso triste de um jovem. Lágrimas escorreram em seus olhos: 

—Eu realmente acreditei que tudo daria certo, que tolo, não é mesmo?


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Notas finais do capítulo

E você achando que o Kurokawa era insensível...na verdade, ele é um pouco mas...ok...vou ficar quieto... (Nota: Não sei se vos interessa ou não mas vou deixar aqui a playlist que eu escuto quando escrevo IP, ela é muito boa :P https://www.youtube.com/playlist?list=PLVcK9Jv31nkIQQp1uw6myZxfd70_m794b)



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