Invisible Play - Game Over escrita por Douglastks52


Capítulo 28
O Caminhão Vermelho Parte Final




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–An? Eu estou na escola? Wabe, Muto, Kris e Daten! Todos vocês estão bem! –Exclamou Ike. –Então tudo aquilo foi um pesadelo!

–Como assim? Você ainda está dormindo? –Perguntou Wabe.

–Não, é que eu tive um pesadelo horrível onde o Daten matava vocês e depois eu matava o Daten. –Respondeu eu.

–Eu? Matei todos? Essa é a imagem que você tem de mim Ike? Quanta maldade. –Brincou Daten.

Todos riam alegremente:

–Sim, aquilo foi só um sonho, essa é a realidade. Eu sou um idiota por pensar por apenas um segundo que Daten era mal. –Dizia Ike para si mesmo.

Ike se encostou em sua cadeira e viu um figura negra se aproximando ao longe, essa figura se aproximou de ouvido e sussurrou:

–Aceite a realidade! Todos eles morreram. Mas eu não sou mal, basta você dizer algumas palavras e eu irei te livrar desse sofrimento. Apenas diga “Me mate”.

Nesse exato momento Ike abriu seus olhos, seu corpo estava deitado no chão em meio a uma poça de sangue mas esse não era, esse sangue pertencia a Daten. Mesmo ele se recusando a aceitar a realidade, a realidade continuava a existir.

A chuva caia de mansinho do céu ficando gradualmente mais forte enquanto limpava todos os vestígios de sangue. Mas Ike conseguia sentir fortemente suas mãos manchadas de sangue, sangue de seu amigo.

Apenas se lembrar do que aconteceu provocava uma angustia interminável. Ele sempre foi uma pessoa ligada a seus amigos desde criança, sempre tomando a frente e se sacrificando por seus amigos.

Uma pessoa que prefere se ferir do que ferir os outros, sempre disposta a perder, a assumir a culpa pelo erro dos outros sem hesitar. E uma pessoa que cria laços muito facilmente, capaz de passar semanas deprimido por ver morrer um cachorro que acabou de conhecer.

Acreditava fortemente que com muito esforço e assumindo a dor dos outros ele podia salvar todos. Mas ser capaz de salvar uma pessoa não significa ser capaz de salvar outra:

–Todos eles morreram? –Perguntou Ike deitado no chão.

–Sim, acabei de confirmar. –Respondi eu.

–E Daten?

–Também, o golpe que você fez foi fatal. Ainda sente ódio dele?

–Não, não consigo, não consigo sentir ódio por ele.

–Você é uma pessoa realmente gentil! –Exclamei eu olhando para o céu que derramava água como se chorasse. –Gentil demais para esse mundo, se você quiser que eu te livre desse sofrimento, já sabe o que falar.

–Ei Kurokawa! Você vai realmente mata-lo? –Perguntou Takeda.

–Sinceramente, daqui para frente será muito difícil para ele, acho justo deixar ele desistir se quiser. –Respondi eu. –Mas me deixe avisa-lo, morrer aqui não irá mudar nada, você não saberá porque Daten fez aquilo ou quem mandou ele fazer isso. Você apenas acabará com o seu sofrimento deixando a morte de seus companheiros ficar em vão.

–Eu sei porque eles morrerão! Eles morrerão por sua culpa! Se você não apenas não existisse, eles…eles…eles não teriam morrido! –Gritou Ike se levantando.

–Não, o Kurokawa não fez…

–Não diga mais nada Takeda! –Interrompi eu.

Eu coloquei o meu pé na cabeça de Ike que estava tentando se levantar e chutei-o novamente para o chão:

–Sim, podemos dizer que fui eu. Mas e daí? Você é fraco, mesmo que soubesse disso nada mudaria, você continuaria sendo fraco e seus amigos morreriam na mesma, você é fraco por isso não conseguiria me impedir mesmo que tentasse. A única força que você tem é para matar seus próprios companheiros, aceite a realidade, seus amigos morrerão porque eles e você eram fracos. Os fracos estão fadados a serem consumidos pelos fortes! –Provoquei eu.

Ike levantou e gritou:

–Quem você acha que para falar isso? Quem é você para decidir quem é fraco ou forte? Quem é você para decidir quem vive ou quem morrer?

Eu dei um soco no rosto de Ike forte o suficiente para afundar sua cabeça no solo, Ike desmaiou no mesmo momento:

–Eu sou forte. –Disse eu se sentando. –Sabe porque numa disputa o bem sempre vence e o mal sempre perde? Porque não existe bem ou mal, os vencedores são os certos e o bem enquanto os perdedores são os errados e o mal.

Eu me levantei e fui seguindo em frente até que Takeda interferiu:

–Porque você disse isso? Porque você ficou com a culpa?

–Viver sem um objetivo não é viver, a vingança agora é o objetivo dele. –Respondi eu.

–Você é um cara mais gentil do que aparenta Kurokawa. –Sussurrou Takeda.

–Mas sobre o Ceifador Silencioso.

–É, eu sei, ele é realmente um monstro. Mesmo nós dois lutando com força total não conseguimos sequer arranha-lo. –Disse Takeda.

–Tivemos sorte, ele saiu quando disse que seu contratante tinha perdido a vida, então isso quer dizer que ele é um assassino contratado e que trabalhava para Daten.

–Temos que investigar Daten também.

–Mas antes vamos terminar nossa missão com aquele NPC! –Exclamei eu. –Isso foi bem divertido.

Nós dois seguimos nosso rumo naquela chuva incessável, Ike acabou por acordar com o tempo. Sua cabeça doía muito mas ele tinha um objetivo em mente e não iria cair antes disso.

Ele se levantou e cavou quatro covas, na primeira colocou Kris:

–Desculpe, mesmo Wabe tendo me pedido eu não pude protege-la. Mesmo que poucos os nossos momentos juntos foram divertidos, descanse em paz.

Na segunda colocou Wabe:

–Até agora eu fico me perguntando como você sabia que ia morrer, te devo um pedido de desculpas, não pude cumprir nossa promessa. Mas nunca irei te esquecer, descanse em paz.

Na terceira colocou Wabe:

–Mesmo que quase nunca se expressasse eu sempre te achei uma pessoa muito parecida comigo, uma pessoa que gosta muito de seus amigos. Desculpe, por ser fraco eu não pude te ajudar, descanse em paz.

E na quarta colocou Daten:

–O que será que te levou a fazer isso Daten? Peço desculpa se eu apenas tivesse percebido mais cedo isso não teria acontecido, até a próxima. Nunca irei esquecer de vocês.

Naquela chuva forte era impossível diferenciar as lagrimas de Ike das gotas de água. Ike apenas levou seu corpo cansado para casa, por sorte seus pais ainda não tinham voltado de viagem. Seria difícil explicar sua situação para eles. Ele apenas se deitou no chão da sala e adormeceu.

Em sua casa Kurokawa estava tomando banho quando algumas memorias passaram por sua cabeça. Ele se lembrava de ouvir o Ceifador Silencioso dizer “Minha missão aqui acabou já que meu contratante perdeu sua vida mas dá próxima que nos encontrarmos, nossa posição estará invertida, Kurokawa’’:
–O que drogas ele queria dizer com aquilo?


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Notas finais do capítulo

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