DAN

O ataque veio do alto. Dan estava no coliseu do Santuário quando uma sombra emergiu e desceu para esmaga-lo contra o chão. O cavaleiro de Pégaso saltou para o lado, ainda sem entender direito o que acontecia. "Seriam as tais satélites de Ártemis?" Contudo, viu que seu atacante era um homem. Ele usava uma armadura negra com formas acentuadas e detalhes cinzentos e pontudos, que de certa forma davam um ar sombrio a sua pele pálida e seu corpo magro. O cavaleiro desconhecido usava também um elmo ornamentado, que deixava apenas seus cabelos negros caírem pelas costas. Uma máscara cobria seu rosto. Dan ficou tenso. "Esse cosmo agressivo... Ele me é familiar... Mas de onde..."

– Quem é você? – Perguntou o cavaleiro de bronze, tentando parecer o mais imponente possível.

Não houve resposta. O homem de cabelos negros avançou novamente para cima de Dan, que desta vez estava preparado para o golpe. Com a palma da mão, defendeu-se de um soco, e logo após de outro, e de mais outro... Em alguns segundos, Dan estava usando sua velocidade máxima para se defender. Se esquivou de um chute rodado rasteiro, e depois de uma joelhada no abdômen. Deu alguns passos para a direita, e nesse momento, ficou vulnerável. Recebeu dois socos e um chute no tronco, sendo arremessado em direção a uma pilastra por causa do último golpe. Levantou-se cambaleante e com o estomago dolorido, mas sem maiores danos. Elevou seu cosmo e saltou, descendo com um chute potente... Que foi facilmente defendido pelo oponente, que segurou seu calcanhar e o arremessou no solo. Dan, após atingir o chão, rolou para o lado - se esquivando de um chute - e saltou para trás.

– Eu já perguntei!! Quem é você?! – Disse ele, ofegante desta vez.

Novamente sem resposta. Dan se irou, e ao ver a aproximação do inimigo, elevou seu cosmo. Concentrou seu poder nas mãos, e por alguns instantes, conseguiu trocar golpes de igual para igual com o cavaleiro negro. Atingiu o mesmo com um soco no tórax, sendo atingido na coxa direita por um chute em resposta. Ficou de joelhos por causa da dor, e nesse momento, um soco no rosto o fez voar distante até bater na parede da arena do Coliseu. Dan levantou-se debilmente. Sentiu o gosto de sangue na boca e cuspiu o líquido de sua vida no solo. Estava tonto. Caiu novamente de joelhos. Não poderia parar ali, frente a frente com o inimigo. Levantou-se e começou a elevar o cosmo. "Lembre-se", pensou Dan. "Lembre-se de quem você é, sinta o universo percorrer cada célula do seu corpo." Debaixo do sol escaldante, o cavaleiro de Pégaso elevou seu cosmo até onde pode, e então, correu em direção ao inimigo, que permanecia parado no centro da arena. Lançou duas esferas de energia, ambas esquivadas pelo oponente. Se aproximou. Tentou dois socos contra o rosto do mesmo, ambos esquivados com alguma facilidade. Deu alguns passos para trás. "Ele não pode se esquivar a essa distância". Atacou.

– Meteoro de Pégaso!!

Dan fechou os olhos e deu os socos com toda a velocidade e força que conseguiu. Ao abrir os olhos, o outro tinha sumido. "Impossível", pensou Dan. "A essa distancia... Onde será que el..."

Sentiu uma dor nas costas, e então percebeu que estava no ar. Girou e viu que caia de frente para a arena. Procurou o cavaleiro mudo e não achou. Pousou no solo de pé e procurou a sua volta. Viu uma sombra ao lado de uma pilastra. Lançou um raio de cosmo até a mesma, que explodiu. Contudo, o cavaleiro das sombras teve que mostrar sua posição, ao saltar para desviar do raio. Agora!

– Meteoro de Pégaso!! – Atacou novamente Dan, desta vez com êxito. A maioria dos socos passou direito, mas viu que alguns atingiram o cavaleiro. Ao vê-lo cair suavemente de joelhos no solo, o cavaleiro de bronze viu onde tinha acertado. No ombro, na coxa direita e... No rosto. Sua máscara caiu, e seu elmo rachou. Quando ele se levantou, Dan teve uma surpresa. "Eu sabia que conhecia ele!!"

– JANUS!! – Disse Dan – O que você está fazendo?!

– Huh, está surpreso, Dan? Eu agora sirvo a deusa Ártemis. E vim aqui para derrotar todos os cavaleiros de Atena, incluindo você.

– Janus, você sabe onde está o Ikki?! Todos tem procurado ele a muito tempo!! E a você também!! – Mil coisas agora passavam pela cabeça de Dan ao mesmo tempo – Onde você estava?! Por que está servindo Ártemis??!!

– CALE A BOCA!! – Gritou Janus, atingindo Dan no tórax com um soco, que o fez ser arrastado para trás. "Foi um soco fraco... Será que o Janus..."

– JANUS, LUTE CONTRA ELE – Disse Dan – LUTE CONTRA O MAL DENTRO DE VOCÊ!!

Janus caiu de joelhos, atordoado e gritando. Dan continuou gritando incentivos, mas parou quando viu uma risada sair da boca do antigo aprendiz de Fênix. Ele gargalhou alto, e ficou de pé, com os olhos cheios de lágrimas por causa das risadas.

– Você achou mesmo que eu estava sendo controlado? – Disse ele, dando outra gargalhada – Você ainda é muito ingênuo, Dan.

O cavaleiro de bronze teve uma súbita ira que nunca tinha sentido antes.

– Então quer dizer que você... Mesmo sabendo que Atena protege a Terra do mal... Mesmo assim você ainda quer mata-la??!

O cosmo de Dan cresceu, cresceu, cresceu... Até que ele explodiu em fúria.

– Cometa de Pégaso!!

O golpe de Dan avançou pelo espaço e atingiu Janus, formando uma explosão ao redor dele. Após o vento soprar a poeira, Dan viu que Janus estava de pé, com o braço direito em riste, e a mão aberta. Uma fagulha de cosmo estava na mesma.

– Não... Não pode ser...

– Esse é todo o seu poder? – Disse Janus – Lamentável, cavaleiro de bronze.

– Você quer saber o que é poder? – Disse uma voz, vinda das ruínas - Eu vou lhe mostrar o que é poder, seu tolo!!

E então, Ikki apareceu.