Passion escrita por Mari


Capítulo 5
Capítulo 3 - Encontro V8 - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ! E obrigado pelos comentários .



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Bruno abre um sorriso lento de vitória, então fica ao meu lado e encara German
– Você ouviu a princesa. Agora se manda.- Ele faz sinal com a cabeça.
Se aproximando mais, German diz - Só por cima do meu cadáver você vai leva-la.- Fúria é perceptível em sua voz. Não consigo entender qual é o seu problema.
– Isso pode ser arranjado.- Bruno diz tão friamente que um arrepio percorre minha espinha.
– Se você quer correr você pode vir comigo.- German me diz ainda encarando Bruno, sem nunca desviar o olhar.
Até parece que eu vou com esse idiota.
– Eu prefiro ficar com o Bruno.- Eu digo petulantemente.
– Você nem conhece o cara, Angie.- Eles ainda estão se encarando. Tenho impressão que estou diante de um combate. German e Bruno realmente não gostam nada um do outro, é mais do que antipatia ou competição masculina. Eles se odeiam.
– E dai? Eu mal conheço você também.- Nessa hora ele desvia o seu olhar pra mim e eu me encolho um pouco. Parece que ele quer me estrangular.
– Eu não vou permitir que você corra com ele. Agora venha comigo.- Ele agarra meu pulso mas eu puxo meu braço e me solto do seu aperto.
– Ela não quer ir com você German. Ela quer ficar comigo.-
– Cala boca.- Ele praticamente cospe as palavras pra Bruno
– Você quer fazer isso da maneira fácil ou da maneira difícil?- Ele me pergunta erguendo uma sobrancelha e isso é sexy pra caramba.
Quando eu não digo nada ele agarra meu pulso de novo e eu repito meu movimento de fuga.
Ele me olha desafiadoramente, coloca as mãos na cintura e dá um suspiro.
– Do jeito difícil então.-
Antes que eu perceba o que ele está fazendo, eu estou sendo jogada contra suas costas. Uma de suas mãos está me segurando pela coxa e a outra está espalmada em minhas costas. Ele começa a andar pra longe.
– German me coloque no chão agora.-
Ele não o faz.
– Me solta seu idiota.- Grito e esmurro as suas costas.
Ele continua andando despreocupadamente e parece não ligar para os olhos curiosos que nos seguem.
Olho pra Bruno procurando por ajuda mas ele continua no lugar, olhando German, como se realmente quisesse mata-lo.
Continuo batendo em suas costas e gritando para que me solte mas German fingi não me ouvir. Ele nem parece estar fazendo esforço, não que eu seja super pesada, mas ele me levantou como seu eu fosse um saco de penas e agora está me carregando aparentemente sem nenhum esforço.
Desisto e apenas espero que ele me leve aonde ele me quer, minhas mãos soltas em suas costas, quase encostando em sua bunda. Bom, já que eu estou aqui eu posso muito bem apreciar a vista.
German abre a porta do seu carro comigo ainda em seu ombro, então me joga no lado do passageiro. Caio sobre o banco de couro preto.
– Seu idiota, não pense que...-
Ele bate a porta na minha cara me cortando, rindo dá a volta no carro. Quando ele entra eu grito.
– Seu filho da mãe, quem você pensa que é? Isso não vai ficar assim.- Estou tão furiosa com ele que eu podia mata-lo.
Ele está rindo e isso me deixa mais furiosa ainda.
– O que é tão engraçado?-
– Você.- Ele me olha nos olhos. – Você fica uma gracinha com raiva, sabia?-
Eu bufo e coloco a mão na maçaneta da porta, me preparando pra sair.
– É melhor você não fazer isso.-
– E porque não?- Pergunto ainda muito brava com ele.
– Porque a corrida já vai começar.- Ele diz e escuto o motor do carro ganhando vida. Olho pros lados e vejo que os outros motoristas também estão se preparando.
– Eu não vou correr com você.- Eu grito.
– Você não estava ansiosa pra ser uma mascote?-
– Mas não a sua mascote, seu idiota.-
Ele coloca a mão no coração e fingi sentir dor.
– Ai meu coração! Essa doeu, Angie. Porque você aceita ser a mascote daquele pedaço de merda e não minha?-
– Seu idiota, eu não ia ser mascote de ninguém. Eu só falei aquilo porque eu não gostei de você me dizendo o que fazer.-
Ele parece aliviado de saber que eu não iria realmente correr com Bruno.
Ele começa a manobrar o carro pra ficar na posição.
– Eu vou sair, eu não estou a fim de morrer hoje.- Digo e abro uma fresta da porta quando ele segura meu braço, se inclina e fecha a porta.
– Não. Você vai vir comigo.- Ele não notou ainda que eu não gosto que ele me diga o que fazer? Eu acho que ele notou e é justamente por isso que ele faz, pra me provocar.
– O inferno que eu vou.- Digo.
– Sabe, pra alguém que estuda em uma escola católica, você tem uma boca bem suja.-
Eu bufo. Incrível como esse cara tem o dom de me tirar do sério. Ele é tão irritante e... gostoso. Droga, tenho de parar de pensar nele desse jeito.
– Não precisa ter medo, coração. Hoje não vai ser ponto a ponto, esse é perigoso. Hoje nós só vamos correr até aquele ponto ali na frente, está vendo?- Ele aponta pra frente.- Então fazemos a volta, o primeiro a voltar aqui, vence.-
Vejo que tem um cara na frente dos carros falando alguma coisa, então ele passa de carro em carro. Quando chega no nosso, German abre a janela e tira um bolo de dinheiro da jaqueta e entrega ao homem.
Uma garota caminha na frente dos carros e para entre dois deles. Ela faz um sinal com as mãos e uma sinfonia de roncos de motores começa. German começa a acelerar assim como os outros competidores. Estão se provocando.
Observo seu perfil apenas iluminado pela luz amarela do poste. Ele não parece tenso ou nervoso, apenas concentrado. Sua mão aperta firmemente o volante.
Lá fora, a pequena multidão solta gritos de incentivos aos seus corredores preferidos. Os nomes que eu mais consigo distinguir são os de Bruno e German
A mulher faz outro sinal e eles aceleram mais.
– Não acredito que eu estou fazendo isso.- Meu coração está tão acelerado que acho que ele vai saltar fora do meu peito.
Então a mulher faz o ultimo sinal e German arranca em uma velocidade impressionante. Minhas costas se chocam contra o banco e eu me agarro a ele como se a minha vida dependesse disso. Acho que teria sido mais inteligente ter colocado o cinto de segurança.
Olho pros lados e percebo que deixamos os outros pra trás. German deve ter modificado o motor do carro, ele corre muito.
Percebo com a minha visão periférica que um carro se aproxima pelo meu lado. Olho e vejo Bruno no volante, seu olhar compenetrado a sua frente.
Ele está lado a lado conosco, German dá uma rápida olhada para o carro de Bruno e então troca rapidamente a marcha, exigindo mais do carro, o motor ruge pelo esforço.
Meu coração está a mil, ouço a pulsação em meus ouvidos. Adrenalina percorre o meu corpo.
German habilidosamente faz uma curva, perdendo o mínimo possível de velocidade durante o processo. Agora estamos voltando pelo caminho em que viemos, e nós somos os primeiros. Nós vamos vencer.
Não sei quando o medo deu lugar a excitação, mas eu realmente estou ficando animada com isso. Sinto a adrenalina percorrendo todo o meu corpo e a sensação é maravilhosa, é indescritível.
Me viro e vejo um carro logo atrás de nós.
– Mais rápido, ele está logo atrás de nós.- Eu grito.
German vai trocando de marcha e parece que ele está fazendo isso certo, porque estamos deixando os outros comendo poeira.
Passamos a linha imaginária e freamos. Nós vencemos. Não acredito nisso.
Eu participei de um racha e venci. Quer dizer, German venceu, ele fez tudo sozinho mas mesmo assim...
Ele bate os punhos no volante em vitória.
– Você conseguiu.- Eu digo, minha voz é uma mistura de espanto e animação. Ele me olha e dá um sorriso que literalmente me deixa sem fôlego. Sinto meu coração batendo fortemente contra meu peito e suspeito que não tenha nada a ver com a adrenalina.
Nesse momento várias pessoas cercam o carro e arrancam German de dentro. Não tenho certeza que eu consiga ficar em pé mas arrisco. Saio do carro também e vejo Cami vindo em minha direção.
– Ai.Meu.Deus! Angie, não acredito que você acabou de fazer isso.- Ela me diz me abraçando.
– Nem eu, Cami- Sinto a adrenalina fluindo para fora do meu corpo, meu coração lentamente voltando ao normal.
Cara, eu amo adrenalina. Ela não só faz você se sentir bem durante, mas também depois. Mesmo agora, estou me sentindo tão bem, tão relaxada. Tão viva.
Cami é a única me dando atenção, o resto das pessoas estão bajulando o campeão da noite. Olho pra German a tempo de ver uma loira se jogando em cima dele e o beijando na boca.
A sensação boa vai embora na hora, sinto um mal estar. Me recuso a olhar mais e saio dali, uma Cami confusa me segue pra fora daquele amontoado de corpos.
Não entendo o porque eu estou me sentindo mal por ver German beijando aquela garota, ele provavelmente faz isso toda hora, e aposto que faz muito mais também.
Ouch. Não devia ter pensado sobre isso, meu estômago embrulha e me sinto nauseada.
Meu corpo me trai. Quando estou perto dele, quando escuto sua voz sedutora, meu corpo reage como seu eu fosse uma adolescente cheia de hormônios. Ok, ok eu sou uma adolescente cheia de hormônios, mas essa reação do meu corpo não pode ser normal nem pros adolescentes. É simplesmente muito forte, muito intenso. Nunca ninguém foi capaz de provocar isso em mim.
E agora, ao vê-lo com outra garota, sinto como se estivesse doente. E de pensar nas muitas outras garotas que ele deve ter tido no passado, me sinto pior. Não faz sentido. Eu nem o conhecia até uma semana atrás, essa é a segunda vez que eu o vejo. Não é da minha conta quem ele beijou ou vai beijar. Eu não devia me importar. Mas eu o faço.
Mas que merda é essa que está acontecendo comigo?


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Notas finais do capítulo

O que acharam ? Deixe sua opinião . @Violeteros_BR beijos Mari



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