– Exatamente. - o garoto concordou com simplicidade, sorrindo.

– Por que você queria que eu descobrisse isso? - a jovem indagou.

– Eu acho que era apenas uma desculpa para vir lhe visitar. - Ellie sorriu, se sentando no sofá que havia ali ao lado do menino.

– Mas Leo, você acha que demônios existem? - levantou uma sobrancelha. - pode até ser que sim mais...não a relatos de nenhum.

– Ora Ellie-chan, se Deus e anjos existem,por que demônios não? - a garota adquiriu semblante pensador. - a ideia a assusta?

– De forma alguma. - respondeu vagamente. - só acho que seria interessante ver um demônio. (N/a: SABE DE NADA INOCENTE!)

Leo deu uma risada de certa forma discreta, o modo de pensar da menina era um tanto engraçado.

– Mas você não tem medo? Eles são descritos como seres cruéis, que matam sem pensar, sem coração, sujos, contra Deus, sem sentimentos...- começou a listar.

– Eu sei. - interrompeu, levantando uma mão como sinal para o menino se calar.

Ellie ficou repentinamente nervosa,nem a mesma entendia muito bem com o que.

– Leo, todo mundo tem sentimentos, mesmo que seja o pior possível, é um sentimento. - ela o repreendeu, dando ênfase no todo mundo . - eles não sentem ódio? Fome? E além do mais, você já ao menos viu ou falou com algum pra me afirmar tudo isso?

O jovem não pode deixar de concordar, fazendo a Phantomhive assumir um semblante vitorioso.
Mal o casal sabia, que um mordomo sob as ordens de seu mestre, ouvira tudo.

Sebastian sentiu a necessidade de ir rapidamente contar sobre essa pequena conversa para Ciel, suas suspeitas nunca falham, tem realmente alguma coisa errada nesse Leo Landers.

– Bocchan? - chamou, a porta do escritório do mestre.

– Entre. - e assim o demônio fez. - Sebastian, o que descobriu?

Sebastian contou toda a conversa para Ciel, que não parecia nem um pouco contente com o que ouviu.

– Então, o que faremos a respeito? - Sebastian perguntou, de certa forma curioso.

– Se for o que estamos pensando, manteremos Ellie longe dele, e se for necessário, o mataremos. - respondeu.

– Sabe que não será tão fácil não é? Ellie e tão teimosa quanto o senhor.

– Eu sei. - suspirou. - eu gostaria de poder comer algo doce.

– Ora bocchan, quem sabe não encontramos alguma alma doce por aí?

Os dias se passaram, assim como as semanas, Ciel já havia alertado a sua filha a mesma coisa todos os dias " Fique longe do Landers", mas sendo a boa Phantomhive que é, ela insistia em nem dar mais atenção a essas palavras. Quase todo dia o garoto ia visita-la e eles passavam a tarde conversando, ou no jardim, ou jogando, ou tomando um bom chá. Meyrin e Finny adoravam o " casal ", já Badroy tinha uma certa desconfiança com o garoto. Sebastian cumpria a ordem de seu mestre com a maior boa vontade, sempre que parecia que algo iria acontecer, ele chamava Ellie para alguma coisa, ou então apenas falava a frase cujo a Phantomhive estava começando a odiar " Está ficando tarde, Landers-san, não é hora de ir para casa? ". Tanaka apenas continuava com seu chá, soltando algumas frases sábias as vezes, Ellie se perguntava como ele continuava ali, se ele era empregado desde seus avós, mesmo adorando o amigo, essa dúvida simplesmente não saía de sua cabeça.

Era apenas mais um dia normal, com Ellie e Leo observando as flores do jardim, enquanto o garoto falava seus significados.

– Eu sempre gostei de flores. - a menina comentou, quando o companheiro havia acabado de dizer o significado de uma das presentes.

– É, eu também. - sorriu. - e a Rosa,docinho? Essa com certeza você sabe.

Ellie corou diante o apelido clichê que o amigo havia lhe dado, mas continuou sorrindo.

– Leo, essa até um bebe sabe! - ela riu.

– Talvez por que seu significado seja um dos mais bonitos, então, por que não o diz para mim?

– Paixão, ou amor. - ela respondeu, na verdade a definição correta seria: Paixão intensa. Porém ela não achava que seria prudente usar essas palavras para descrever.

– Exatamente. - o outro respondeu como um sussurro.

Tudo foi muito rápido, mais para a menina foi muito devagar. O garoto segurou levemente o queixo da Phantomhive, a fazendo o encarar nos olhos violetas, e sorriu para ela, antes de lhe dar um beijo.
Ellie não sabia se pensava no que estava acontecendo, ou se repreendia seu coração por querer sair voando do peito e dar uma voltinha por ai.
Não foi um beijo longo, para a felicidade e ao mesmo tempo infelicidade da menina, pelo menos o coração dela não resolveria fazer uma visitinha ao jardim.

Os dois ficaram se encarando por um tempo, até Leo tirar de seu bolço um pingente de coração.

– Um presente. - ele disse. - para colocar junto do outro.

– Leo, não precisa, não quero que gaste dinheiro comigo. - ela se sentia meio mal pelo garoto ter gastado dinheiro com ela.

– Docinho, dinheiro eu tenho de sobra, mas você eu só tenho uma. - ele disse, sorrindo, a Phantomhive não pode deixar de rir com a cantada. - agora deixe-me colocar isso no seu cordão.

Ellie tirou o cordão que o mesmo havia lhe dado de aniversário e o entregou, ele colocou o novo pingente ali, que ficou atrás das asas, formando, de certa forma, um belo desenho. E então colocou que volta no pescoço da menina.

– Por que você...? - a menina começou.

– Para o pedido ficar mais legal. - a moça arregalou os olhos verdes diante da resposta. - Ellie Phantomhive, você quer namorar comigo?

A dama ficou um tempo processando a pergunta, até finalmente resolver responder. " Não gagueje, por favor, não gagueje. ", dizia para sí mesma em mente.

– Sim! - ela sorriu e abraçou Leo, que riu, ela se sentia plenamente feliz.

Quem não havia ficado feliz com a noticia trazida pelo mordomo - que também não estava lá essas coisas- , foi o conde.