Por Aquilo Que Acreditamos escrita por Kiri Huo Ziv


Capítulo 6
Capítulo V




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"E-eu não sei fazer magia," falou Henry, por fim quebrando o silêncio que pairara na cabana depois do comentário de Powhatan. "Eu nem sabia que era capaz de fazer."

"Sim, e aí está o nosso principal problema, você precisa aprender a usar a sua magia, aprender a manipulá-la, antes de começar a criar portais," respondeu o chefe. "Não será fácil manter Pan longe enquanto o treinamos. Até agora, fomos apenas uma distração para quando ele estava entediado; agora, somos o principal alvo dele."

Henry empalideceu, e Belle segurou a mão dele com força, tentando lhe transmitir conforto. Ela achou um pouco desnecessário que Powhatan amedrontasse uma criança com os problemas que deveriam ser resolvidos por adultos, ainda mais quando a criança não tinha nenhuma responsabilidade por esses problemas. Tanana também percebeu o quanto o chefe havia assustado o menino, pois se voltou para ele com severidade.

"Não assuste o menino," ela falou e, então, voltou-se para um Henry ainda muito trêmulo. "Você não deve se preocupar com as nossas defesas, nossos guerreiros têm lutado contra os Meninos Perdidos há mais de um século e sabemos como eles pensam. Além disso, as fadas são tão poderosas quanto Pan e muito mais sábias do que ele. Somos perfeitamente capazes de proteger a aldeia."

"E quem vai ensinar o menino a usar magia?" Perguntou Gold. "Vocês não podem esperar que ele aprenda sozinho."

"Não," disse Tanana, sorrindo. "Ensinarei a manipular a magia da Terra do Nunca. Não sou uma criança e nunca fui capaz de usá-la, mas sei sobre magia em geral, os espíritos falam comigo e me ensinaram a respeito da magia desse mundo, o que foi fundamental para que todos nós sobrevivêssemos até agora aos ataques de Pan e dos Meninos Perdidos."

Gold e Tanana se encararam em silêncio por um momento, e Belle percebeu sem saber muito bem como que a mulher mais velha desejava que ele se oferecesse para ensinar Henry também. Repentinamente, a mulher idosa se voltou para a mais jovem e sorriu suavemente, como quem lesse os pensamentos dela e assentisse silenciosamente.

"Eu preferiria ser a pessoa a ensinar meu neto a usar magia. Sem ofensas, mas eu vivi e estudei muitas formas de magia," disse Gold, por fim, e o sorriso de Tanana se tornou ainda mais largo quando ela trocou um olhar de compreensão com Belle.

"Você pode ensiná-lo também, uma forma de magia não é repelente da outra, muito pelo contrário," disse Tanana. "Mas eu vivo na Terra do Nunca há mais de uma centena de anos, sou mais apta a ensinar o menino a manipular a magia do acreditar."

Houve mais um momento de silêncio antes que Gold, por fim, concordasse.

"Denahi havia me prometido ensinar a atirar com um arco e flechas," disse Henry, desapontado. A ideia de poder aprender com Gold e Tanana o deixava animado, mas ele também desejava aprender a ser um guerreiro como seus avós maternos, um herói.

"Isso não é um problema, creio," falou Tanana, sorrindo. "O próprio Denahi poderá constatar que a atividade física é de grande ajuda para um praticante de magia. Você pode treinar com nossos jovens guerreiros, se assim desejar."

"Não acho que seja uma boa ideia," retrucou Gold, e Belle percebeu que ele estava nervoso diante da ideia de Henry praticando com armas. "Henry precisa se dedicar completamente à tarefa de aprender a magia para sairmos daqui antes que Pan nos alcance."

"Dedicação exclusiva pode ser algo positivo ou negativo, pode adiantar a tarefa ou atrasá-la," disse Tanana, com um sorriso. "Nesse caso, julgo que seja melhor que Henry não passe todo o seu tempo acordado praticando magia. Isso o cansará e não nos servirá em nada. Ele deve ter tempo para fazer coisas que deseja fazer e descansar."

"Rum, ela está certa," disse Belle, tocando suavemente a mão de seu amado para lhe dar a segurança que ela não podia por meio de palavras. "Henry é apenas um menino e é o seu neto, e ele está aprendendo magia para nos ajudar. Ele não é um dos seus aprendizes orgulhosos e gananciosos."

Gold e Belle se olharam por um momento, no qual a jovem percebeu o medo nos olhos do homem que amava. Ela tentou, também através do olhar, mostrar ao feiticeiro que eles podiam confiar naquelas pessoas; ela não entendia muito bem como sabia, mas a dúvida sequer passava por sua cabeça.

"Muito bem," disse Gold, por fim, fechando os olhos.

"Vá praticar com Denahi, menino," disse Tanana, sorrindo e se voltando para encarar Henry. "Eu o chamarei quando for o momento para as começar nossas aulas, não se preocupe. E tenho certeza que o seu avô poderá ministrar os ensinamentos dele mais tarde, antes que você se retire para dormir."

"Isso mesmo," disse Powhatan, sorrindo como que desapontado por não poder mais assustar o menino. Belle se perguntou porque o chefe sentia tanto prazer naquilo, pois sabia que não era por algo tão simples quanto maldade, talvez apenas o divertisse ter alguém inocente em sua presença. "Pode ir."

Henry olhou para Belle e Gold e esperou que ambos concordassem que não havia problema antes de sair da cabana em busca do guerreiro.

"Muito bem," disse o chefe quando Henry por fim se retirou. "Agora, acho que precisamos conversar a respeito de algumas de nossas regras, para que vocês não se sintam muito perdidos entre os nossos. Existem coisas que vocês precisam compreender caso desejem ter uma estadia harmônica."

Belle e Gold se encararam, a jovem segurou as mãos de seu amado, com medo. Eles estavam em um ambiente desconhecido cercados de pessoas nas quais não tinham motivo nenhum para confiar. Belle se perguntou, não pela primeira vez, se fizera a escolha certa, mas alguma coisa dentro de si a reconfortou. Sim, ela estava certa de que aquelas pessoas eram boas e visavam o bem estar e a segurança deles.

"Em nossa tribo, não existe ninguém mais importante do que ninguém, nós somos como uma família e todos somos importantes. Nós lhes emprestamos roupas porque queremos que vocês se misturem entre os nossos, sejam um dos nossos, e pedimos que as usem," disse Powhatan olhando nos olhos de Gold com um olhar desafiador. "Em seu mundo, você pode ser o poderoso Senhor das Trevas, mas aqui você não é mais importante do que ninguém."

Gold olhou para o chefe com um ar de quem queria desafiá-lo. Belle sabia que o feiticeiro não se recusara a vestir as roupas por se achar importante demais para usá-las, mas por simples insegurança em relação a sua aparência. A jovem sorriu de modo nostálgico ao se lembrar da própria surpresa quando ela descobriu que seu mestre, o todo poderoso Senhor das Trevas, era um homem tímido e inseguro a respeito de seu próprio corpo.

"Chefe, eu realmente espero que ele não o tenha ofendido," disse Belle, tocando o ombro do marido para impedi-lo de falar, incapaz parar de sorrir. "Você percebe que as roupas que Rum está usando são muito diferentes das que vocês nos deram, cobrem muito mais o corpo. Em nosso mundo, não estamos acostumados a roupas que cobrem tão pouco quanto as que vocês emprestaram para ele. Se encontrassem para ele roupas que o cobrissem até o pescoço, ele com certeza as usaria."

"Entendo, verei o que posso fazer," disse Powhatan sem desviar os olhos de Gold. "A segunda questão que quero abordar é que desejo que não quero você perto das fronteiras da nossa tribo; nossas aliadas, as fadas, não estão felizes com a presença de um de seus maiores inimigos e só concordaram em ajudá-lo porque contamos a respeito do menino. Elas nos fizeram prometer, entretanto, que você não chegaria perto delas. Espero que entenda a necessidade disso."

Gold assentiu, ele compreendia que a proteção das fadas os ajudaria a manter Pan e os Meninos Perdidos fora dos limites da tribo. Sim, aquele era um pequeno preço a pagar pela segurança de Belle e Henry e, portanto, deveria ser pago.

"Mais uma última coisa," falou Powhatan, parecendo satisfeito que Gold tivesse concordado sem discutir com ele. "Enquanto estiverem entre os nossos, esperamos que sejam bons e prestativos. Muitos estão curiosos a respeito de vocês, os primeiros estranhos a pisarem dentro de nossas fronteiras em muitas décadas. Tenham paciência com eles, respondam as suas perguntas sempre que possível."

Os três assentiram para Powhatan, e Belle não pôde deixar de sorrir. Aquela era outra pequena exigência, embora ela soubesse que provavelmente não era tão fácil para Gold, acostumado a viver sozinho por tanto tempo, viver em uma comunidade que não o repudiasse. Mas eles possuíam aliados e uma chance de sair daquela ilha vivos, e Belle sabia que o seu amado seria o mais paciente que conseguisse em troca de tal garantia de sobrevivência.

"Se não tiverem mais perguntas, vocês tem a minha permissão para se retirar," disse o chefe, sorrindo.

Belle pensou brevemente em perguntar sobre o poder que usara contra os Meninos Perdidos ou o motivo pelo qual a tratavam com deferência, mas pensou melhor e resolveu que não queria saber. Ela desconfiava do motivo pelo qual magia estavam aflorando através dela, mas aquela possibilidade era assustadora demais naquele momento de incertezas.

Afinal, os poderes dela não eram importantes naquele momento, sair daquele mundo vivos com Henry era. Ela se levantou junto de Tamara e Gold e já estava saindo quando a mulher sábia, Tanana, a chamou.

"Fique, menina, tenho muito o que conversar com você," disse a mulher.

Belle encarou Gold, que não parecia estar muito feliz diante da ideia de deixá-la ali sozinha. A jovem, entretanto, o encarou por um momento, pedindo com o olhar para que ele fosse sem ela e dizendo que o encontraria mais tarde. Ele olhou para Tanana e Powhatan como dizendo que, se eles fizessem algo com Belle, teriam que enfrentá-lo. Depois, aproximou-se lentamente de sua amada e a beijou na testa antes de sair da cabana.

Ela voltou para onde estava sentada e encarou os outros dois, incerta sobre o que dizer. Talvez, agora que estavam sozinhos, ela pudesse fazer as perguntas que não saíam de sua cabeça, mas Gold não estar lá a tornava ainda mais insegura a repeito da resposta.

"Coma, menina," disse Tanana, sorrindo. "Você mal tocou na comida enquanto conversávamos, e vai precisar de toda a energia que puder adquirir."

Belle encarou a comida e percebeu imediatamente que estava faminta. Como não havia percebido antes a sua própria fome? Estivera tão preocupada a ponto de não perceber que seu corpo estava implorando para ser satisfeito? Não queria pensar que um daqueles dois havia a enfeitiçado para sentir fome, ela precisava confiar neles.

Ela pegou, então, um pedaço de carne sobre a mesa e começou a comer lentamente, tentando não fazer parecer o quanto sentia fome.

"Kocoum nos contou o que aconteceu ontem quando vocês enfrentaram os Meninos Perdidos," disse Powhatan, e Belle parou de comer imediatamente para encará-lo. Ele parecia, entretanto, muito sereno e contente, o que a acalmou um pouco.

"Kocoum?" Perguntou a jovem, após engolir o pedaço de carne que se encontrava em sua boca.

"Kocoum é uma das nossas jovens promessas," disse Powhatan, orgulhoso. "Eu o treinei pessoalmente aqui na Terra do Nunca, já que os pais dele foram dois dos que ficaram na nossa terra natal. Ele era um dos jovens no grupo que os achou ontem e foi quem eu chamei para reportar o que aconteceu, já que Denahi estava ocupado cuidando para que vocês comessem, descansassem e se sentissem bem vindos entre os nossos."

"Mas isso não é importante," interrompeu Tanana. "Você deve saber que a magia não é algo que deve ser encarado levianamente e estou muito surpresa que ainda não tenha perguntado sobre ela. Se o seu parceiro nessa vida é o Senhor das Trevas, você deve saber que a magia é perigosa nas mãos de alguém que não sabe domá-la."

Belle olhou para a comida diante de si, repentinamente enjoada. Ela sabia que magia era algo perigoso, mas tinha esperança de que a fonte de sua magia fosse a Terra do Nunca — e essa era uma das partes mais fundamentais de sua teoria — e, saindo rapidamente dali, nunca mais precisasse se preocupar com ela. Belle sabia que era um pensamento irresponsável e tolo, mas já havia visto a magia destruir a vida de muitos e não desejava tê-la.

"Magia é parte de quem você é, menina," disse Tanana, sorrindo, como se tivesse lido os pensamentos de Belle. "Você nunca será capaz de se livrar completamente dela, mesmo quando deixar a Terra do Nunca."

"Se a magia é parte de mim, como eu nunca a usei?" Perguntou Belle, em tom de desafio.

"Honestamente, eu não sei. Talvez você tenha usado sem ter consciência de que usou, ou talvez estivesse reprimida de alguma forma," disse Tanana. "Mas estar aqui nas condições em que você está a despertou completamente, e eu não creio que você será capaz de se livrar dela novamente sem um alto preço a pagar."

"O-o que quer dizer com 'nas condições em que eu estou'?" Perguntou Belle, ao mesmo tempo com medo da resposta e já a conhecendo.

Tanana a olhou espantada por um momento, depois encarou Powhatan pelo que pareceu um longo tempo antes de se voltar para Belle de novo. Estava claro que a mulher idosa dissera algo que achava que fazia sentido para a jovem, e o fato de não fazer a espantava e assustava.

"V-você não sabe?" Perguntou Tanana desconcertada. "Como pode não saber? Você não observa o seu próprio corpo, criança?"

"O meu c-corpo?" Belle sabia o rumo que tomaria aquela conversa e não estava gostando disso. Talvez devesse se levantar e sair dali antes que eles revelassem a ela a resposta que ela não queria ouvir e fosse tarde demais para ignorá-la. Não, ela não podia ser covarde, precisava fazer a coisa corajosa antes de se sentir corajosa. "O que t-tem o meu c-corpo?"

"Você chega à Terra do Nunca como a única representação viva do que existe de mais sagrado e importante para ela e sequer se dá conta disso?" Perguntou Powhatan com espanto. "A ilha está radiante de felicidade, o amanhecer se aproxima rapidamente pela primeira vez em muito, muito tempo e você sequer se dá conta de que é por sua causa? Como pôde não perceber?"

Belle pousou a mão de modo protetor em seu próprio abdômen. Ela compreendia o que eles diziam e, embora não gostasse disso, agora já não fazia o menor sentido ignorar. Sim, o mais sagrado para a Terra do Nunca, a representação de tudo que ela simbolizava. Bele sabia mesmo com o ralo conhecimento que tinha daquele lugar.

Ela se lembrou de que, enquanto era Lacey, ela desconfiara que algo estava errado com o seu ciclo, é claro, mas achou que era apenas uma consequência dos remédios sedativos que fora forçada a tomar no hospital e que, logo, tudo voltaria ao normal. Era natural, já que Lacey não tinha aquelas memórias específicas…

"Como vocês souberam?" Perguntou Belle, trêmula diante da enormidade daquela revelação. "Como vocês descobriram que eu…"

Mas ela não pôde concluir o seu raciocínio, dizê-lo tornaria-o ainda mais concreto, mais real e mais assustador. O que ela faria agora?Aquele definitivamente não era um bom momento para aquilo!

"Como eu disse, a ilha teve uma resposta clara e imediata à sua chegada," disse Powhatan. "Além do mais, você está usando a magia da Terra do Nunca e as únicas pessoas adultas capazes de usá-la são as mulheres que carregam crianças e as fadas."

Belle engoliu seco, as palavras de Powhatan ressoando em seus ouvidos. Ela tentou controlar a própria respiração em vias de se acalmar e, lentamente, percebeu que estava funcionando.

"Você deve compreender que os Meninos de Pan não medirão esforços para colocar as mãos em você, pois as mães são a única coisa, além do Pan, pelas quais eles têm respeito e admiração. E, embora o próprio Pan as escarne como faz com todos os adultos, ele verá valor em capturar a mulher que carrega a criança do Senhor das Trevas," disse Tanana com seriedade. "Você não deve deixar a tribo em hipótese nenhuma."

Belle olhou para seu abdômen e percebeu com surpresa que ele de fato se encontrava inchado, embora ainda não o bastante para que as pessoas vissem claramente que havia uma criança ali. Perguntou-se se Gold desconfiaria, mas achava improvável se sequer ela tinha desconfiado; perguntou-se se deveria contar a ele ou esperar que estivessem de volta a Storybrooke antes.

"Não contem a ninguém," pediu Belle, após um tempo de reflexão. "Deixem que eu diga a ele e ao Henry."

Tanana e Powhatan sorriram de modo caloroso e assentiram.

"O segredo é seu para ser revelado," disse o chefe, por fim. "Apenas não espere muito tempo, um homem, mesmo o Senhor das Trevas, merece saber quando vai ser pai."

Belle sorriu e assentiu, embora ainda incerta sobre contar a Gold a respeito da criança naquele momento e preocupá-lo ainda mais. Resolvendo que poderia pensar nisso com mais afinco mais tarde, ela se voltou novamente para a comida. Definitivamente, precisaria de toda energia que pudesse adquirir.


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Notas finais do capítulo

Então, primeira coisa: muito, muito obrigada pelos comentários! Eles me alegram profundamente, acreditem!!

Tenho, infelizmente, uma notícia ruim para vocês: o próximo capítulo só vai ser postado em duas semanas. Explicando, eu estava de férias até semana passada (yep, calendário louco por causa de greve dos professores), mas agora as aulas voltaram e já tenho três trabalhos para essa semana ainda, o que significa tempo reduzido para escrever fics.

Eu espero administrar meu fim de semana para fazer isso funcionar legal e eu voltar a postar uma vez por semana, mas não posso prometer. Prometo, entretanto, de duas em duas semanas.

Desculpa gente! Vocês merecem um capítulo por dia, mas meu tempo está realmente corrido.

Sobre o capítulo agora: eu espero que tenham gostado do motivo poderes da Belle que revelei nesse capítulo. Como vocês talvez tenham percebido, essa história não está completa, porque a Belle já tinha magia antes e o bebê só ajudou ela a despertá-la. Mais sobre isso a seguir...

Até o próximo capítulo e não deixem de comentar (mesmo eu não merecendo)!