Moonlight Guardian escrita por Lola


Capítulo 1
Capítulo 1




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Aparentemente desacordada, Amy estava deitada sobre uma maca na clínica veterinária de Deaton. Derek a observava curiosamente, mas não se aproximava. Victória, irmã de Amy, estava sentada ao lado da maca em uma cadeira de plástico, ela segurava sua mão esquerda e batia os pés no chão nervosamente. Passara horas ali, do mesmo jeito.

— Victória, você está aparentemente cansada. Por que não vai para casa descansar? — perguntou Deaton colocando uma das mãos em seu ombro.

— A casa aqui em Beacon Hills não está pronta. Não há nada dentro dela, nossa mudança é só semana que vem. Não tenho para onde ir por aqui... Tem algum hotel perto? — falou a garota levantando da cadeira e ajeitando a roupa.

— Você pode dormir na minha casa se não tiver problema. — disse Derek que estava encostado na pia. — Voltamos amanhã de manhã.

— Não confio nos hotéis daqui... É mesmo melhor ir com o Derek. — concordou o doutor abrindo os olhos de Amy e aproximando uma pequena lanterna. — O corpo dela está em funcionamento, mas a mente está em outro lugar.

— Já são mais de oito horas desse jeito... Seja lá o que for ela já teria se curado. — falou a loira andando pela sala.

— Ela não está sentindo dor alguma. — Derek falou segurando o braço da menina desacordada. — Não tem o que curar, eu não sei o que pode ser isso.

— Vicky, vá para casa do Derek e descanse. Não deixarei ela sozinha, não se preocupe e qualquer coisa eu entro em contato. Por que vão se mudar para Beacon Hills? Esqueci de perguntar, desculpe...

— Minha mãe se mudou para Inglaterra e nós decidimos sair de New Orleans... Sem motivos específicos. Eu vou ligar para um amigo nosso. Ele pode nos ajudar. Esse é o Joseph. — disse Victória mostrando-lhe uma foto. — Talvez ele chegue aqui primeiro do que eu quando souber da Amy.

— E ele é um...

— Não, ele não é um lobisomem, mas sabe sobre nós. — disse interrompendo Derek.

— Tudo bem. — falou Deaton abrindo a porta ao ver Vicky se aproximar para sair.

— Tchau... Boa noite. — a garota sorriu e deu uma última olhada em Amy.

— Boa noite. — disse Derek fechando a porta e se dirigindo ao carro de Vicky.

A garota sentou-se no banco de motorista e Derek no de carona. Ela encostou a cabeça no banco e o moreno logo perguntou:

— Sei que está cansada... Quer que eu dirija?

— Se incomoda? — falou o olhando.

— Não, ok. — disse saindo do carro e fechando a porta.

— Que bumbum maravilhoso... — Vicky cochichou olhando Derek quando já estava fora do carro.

A garota foi para o outro banco por dentro do carro e se esticou para abrir a porta para Derek. Durante o caminho conversaram sobre licantropia e sobre as diferenças existentes entre suas espécies, que não eram muitas.

— Então a “maldição” só desencadeia se você matar um inocente? Isso é um pouco estranho. Vocês são humanas com poderes de lobisomem?

— Mais ou menos isso. Somos metade de cada coisa. Nós não desenvolvemos garras, presas e nem nada do tipo. Só somos mais fortes, mais rápidas e mais ágeis do que os humanos. E nossos sentidos são mais apurados... Mas acredito que não como os seus, Derek.

— É, provavelmente não são tão apurados quanto os sentidos de um lobisomem completo. E sobre a cura?

— Nos curamos mais rápido que o normal, mas nada exagerado, entende?

— Claro, exagerado tipo isso? — Derek levantou a lateral da blusa e com uma das mãos usou suas garras para rasgar a pele.

— Você é louco? Para com isso! — berrou puxando a mão dele.

Em segundos a ferida aberta sumiu e sua pele voltou ao normal para a surpresa de Vicky.

— É acho que você entendeu meu conceito de exagerado. — disse em tom irônico olhando-o com um sorriso bobo e olhos esbugalhados.

Derek apenas sorriu. Cerca de dez minutos depois eles chegaram no loft e Victória olhou ao seu redor com curiosidade.

— Esse lugar é bem...

— Estranho? — disse Derek cortando-a.

— Eu diria diferente... Exótico.

— Exótico? — perguntou com um olhar sarcástico. — Sério?

— Sim... Eu gostei. — disse sentando-se no sofá. — Essa não é a hora que você diz “fique à vontade”?

— Muito engraçada.

— Eu vou ligar logo para Joe e... — seu celular começou a. tocar e Vicky rapidamente atendeu. — Hey, Joe. Sim... É. Calma! Ela está desacordada, mas... Ok, te passo o endereço por mensagem, tudo bem? Hoje? Ligue para mamãe diga que está tudo indo bem e nada de estranho aconteceu, ok? Ok, me cuido. Beijos, tchau.

— Então...? — Derek indagou.

— Ele disse que vai pegar o último voo de hoje.

— Hoje? Por que não vem quando amanhecer?

— Ele não conseguiria... É nosso melhor amigo, como um irmão mais velho pra nós. Joe é muito próximo da Amy. Parece até que tem um tipo de ligação sobrenatural, é bem estranho.

— Como assim?

— Ele sempre sabe quando ela não está bem e ela sempre sabe sobre Joe. Parece que leem a mente um do outro, é bizarro.

— Nunca aconteceu nada que tenha... Marcado eles de alguma forma?

— Tipo uma criança de três anos curando um amigo...?

— O que? Curando? — Derek perguntou confuso.

— Eu tinha seis anos e Joe dez. Brincávamos com Amy no quintal. Por algum motivo ela correu para o meio da rua e parou olhando para um ponto fixo. Um carro prata vinha em alta velocidade na sua direção e ela não se mexia. Joe e eu corremos em sua direção, mas algo me parou, como se uma parede tivesse se erguido na minha frente. Ele a empurrou, mas não consegui desviar do carro. Berrei o nome da minha mãe que estava na cozinha, ela saiu o mais rápido que pode e o levamos para o hospital. Fui segurando o braço dele tentando tirar o máximo de dor que eu podia. Bom... Resumidamente, ele não sentia mais as pernas.

— Ele ficou paraplégico?

— Sim e não... — falou Vicky — Algumas semanas depois ele foi para casa. Amy não havia o visitado antes no hospital, apesar de insistir muito. Laura, a vó de Joe, não teria condições de criar uma criança daquele jeito. Ela pretendia manda-lo para Inglaterra, onde seu pai morava com a outra família... Mas bem, essa era uma péssima ideia. Indo para parte que interessa, eu, Amy e mamãe entramos no quarto dele que sorriu levemente. O abraçamos e sua vó nos contou o que iria acontecer e explicou que Joe dificilmente voltaria a andar de novo. Amy não entendeu bem, mas começou a chorar e se sentou do lado de Joe. “Você não vai me deixar aqui não é?” perguntou ela. O menino caiu em lágrimas e não disse uma palavra. Laura e minha mãe estavam próximas e não conseguiram conter o choro. “Joe, você é o melhor herói do mundo, não vou te deixar ir.” dizia Amy. Ela tirou o lençol que cobria as pernas dele e colocou suas mãos sobre elas. Não entendemos o que estava acontecendo. O nariz de Amy começou a sangrar e tentamos tirá-la do lugar, mas não conseguimos. Segundos depois Amy caiu no chão e fomos pegá-la. A colocamos sentada na cadeira e reanimamos ela. Laura foi buscar água e ao entrar no quarto para sua surpresa Joe estava se levantando da cama. Ele ficou de pé, como se suas pernas estivessem em perfeito estado.

— Ela o curou? Mas lobisomens não fazem isso! — disse Derek levantando da cadeira inquieto.

— Perguntamos o que ela havia feito... E ela só disse “Mamãe me ensinou a fazer isso no meu sonho.”

— Mamãe... Sua mãe?

— Só somos irmãs por parte de pai. Nós não sabemos quem é a mãe de Amy, só sabemos que ela está morta.

— Por que não pergunta ao seu pai?

— É uma história um pouco longa...

— Nós temos tempo.

— E eu tenho sono... — falou se deitando no sofá.

— Te deixo dormir na minha cama se terminar de me explicar... — disse Derek sorrindo e olhando para enorme cama de casal.

— Ok, ok. Feito. — falou se levantando do sofá e indo em direção a cama — Parece bem confortável.

Derek revirou os olhos e fez um gesto chamando a garota. Vicky voltou e se sentou ao lado de Derek no sofá e continuou:

— Meu pai se chama George Lockwood... Ou se chamava. Ele e minha mãe Lilian se conheceram no colégio. Meu pai era o típico garoto popular e minha mãe era a nerd da turma. Por algum motivo eles se apaixonaram loucamente e quiseram viver um amor... Vou pular a parte melosa e chata.

— Ok, como quiser. ­— disse o moreno rindo um pouco.

— Minha mãe engravidou de mim e dois anos depois que eu nasci ele sumiu do mapa. Pouco mais de um ano depois ele “reapareceu”. Bom, pelo que eu sei ele deixou Amy dentro de um cesto na frente da nossa casa com uma carta que dizia para mamãe fazer o que achasse melhor com o bebê. Ele disse que ela estava em perigo perto dele e que sabia que minha mãe faria a coisa certa. Ela pensou em mandá-la para um orfanato, mas no final adotou Amy. Ela foi criada como sua filha.

— E depois não souberam mais nada sobre seu pai?

— Absolutamente nada.

— Já tentou descobrir algo sobre seu pai ou sobre a mãe biológica da Amy?

— Na verdade sim, mas não achamos muita coisa.

— Ok... O que acha de pesquisarmos? Com certeza ainda tem muita coisa que você não sabe sobre isso.

— Você tem razão. Podemos pesquisar, mas sem que Amy saiba inicialmente. Pode ser? Ela não gosta de falar sobre nosso pai.

— Tudo bem. Amanhã vou chamar algumas pessoas que poderão nos ajudar.

— Pessoas? Pessoas quem? Quantas pessoas sabem sobre tudo isso de lobisomem? — perguntou Vicky com uma expressão confusa.

— Mais do que imagina. Não é só você que tem “histórias longas”, Lockwood.

— Ah não! Agora você vai me explicar tudo!

— Amanhã, você precisa dormir, está cansada. — falou Derek se levantando do sofá. — Vamos para cama.

— Vamos? Como assim vamos? Você disse que eu poderia dormir lá se contasse a história! — disse indo atrás dele.

— Sim, eu disse... Mas não disse que eu não dormiria lá também. — sorriu sarcasticamente.

— Então você quer ir pra cama comigo, Hale? — disse ironicamente e se aproximou.

— Você provavelmente deduziu que eu também dormiria lá e decidiu me contar a história só porque queria ir pra cama comigo, faz mais sentindo. — aproximou-se da garota.

— Mais sentido? Mas você deu a ideia. — falou levantando uma sobrancelha.

— Sim, mais sentido. — disse começando a andar ao seu redor — Afinal... Eu tenho um bumbum maravilhoso.

— Ai meu Deus, eu não acredito, ok, você venceu. — Vicky falou corando e voltando para o sofá.

Derek pegou um travesseiro e um cobertor e levou para a garota que não o olhou nos olhos ao falar e continuava corada.

— Você tem outro travesseiro sobrando? É que não durmo direito sem ter outro travesseiro do lado...

— Tenho... Está na minha cama caso queira ir pegar.

— Tá...

A loira levantou e pegou o travesseiro, Derek não saiu do lugar e começou a rir quando Vicky passou.

— Para, Hale! — falou brincando e rindo um pouco também.

— Ok, foi mal... — disse segurando o riso e apagando a luz — Boa noite, Lockwood.

— Boa noite.

NO DIA SEGUINTE

— Bom dia. — falou Derek já de pé ao perceber que Vicky se sentou no sofá.

— Bonjour... — disse a garota. — Que horas são?

— São nove da manhã.

— O que? Por que não me acordou antes? — falou se levantando rapidamente.

— Porque seu amigo Joe já está com Deaton observando Amy e achei que seria bom que descansasse mais.

— Ah... Ok. Fez bem. — disse se sentando de novo no sofá.

— Quer tomar um banho?

— O que, estou cheirando mal? — falou a garota o encarando.

— Eu não disse isso...

— É brincadeira... Preciso de uma toalha e uma blusa. — Vicky abriu a bolsa e olhou o que tinha — Tenho um short aqui e uma cal...

— Ok, informação demais. Toma essa blusa. — disse jogando uma blusa azul marinho em sua direção — Vai ficar um pouco grande, mas você dá um jeito, certo?

— Certo. — Vicky disse se dirigindo ao banheiro — E a toalha?

— Vou pegar, pode ir logo, só não tranca a porta.

— Yes, sir.

Derek foi pegar a toalha e ouviu o celular de Vicky tocando. Era Joe, ele pensou em atender, mas não considerou uma boa ideia. Levou a toalha até o banheiro batendo na porta antes de entrar.

— Entra, já estou no chuveiro, coloca a toalha em cima da pia. — disse a garota atrás da cortina.

— Sim, senhora. — falou Derek observando-a pela sobra.

— Você pode sair agora, Hale.

Derek sorriu e foi se sentar no sofá para esperar a garota sair do banho. Cerca de dez minutos depois ela saiu com sua blusa azul amarrada com um nó na altura da cintura, um short preto básico e seu All Star preto de sempre.

— E ai? Serviu ou não? — perguntou Vicky girando em torno de si.

— É, não está tão ruim. — disse se levantando — Vamos, vou te levar em algum lugar para tomar café e seguimos até Deaton.

— Eu vou te levar... Certo? Meu carro, minhas regras. — falou pegando a chave e dando um sorriso de deboche. — Eu sempre quis dizer isso. — Derek sorriu e eles seguiram como combinado.


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