Grants: Em Busca Da Cantloppy - Interativa escrita por Mystic, Sr Saturno


Capítulo 7
Krozen


Notas iniciais do capítulo

Hey pequenos Grants... Como passaram o natal e ano novo? É sei, estou muito atrasada para saber desses pequenos detalhes. Mas fim de ano. Sabem como é, né?
Foi postado um aviso que o próximo capítulo seria postado no dia 17. Me adiantado estou postando hoje. Senti muitissímas saudades.
Sem mais delongas, aqui o capítulo!
P.S. Boa leitura!
P.P.S. A Sara mandou um beijo pra você Drica vulgo criadora da passista - Chérie - da Escola Unidos dos Grants (rsrsrs) foi a Sara que apelidou.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/538530/chapter/7

O som de pele contra couro saiu abafado, mas num ritmo furioso. Os golpes tinham um intervalo de meio segundo, e essa sequencia continuada demonstrava efeito, uma pequena ruptura emergia no saco de boxe, apesar de estar sendo surrado há apenas quase 15 minutos.

– Há uma semana. – Sussurrou enquanto disferia outro golpe contra o saco vermelho. - Uma semana sem notícias. – Socou com mais força.

Seu cabelo negro estava preso em um rabo-de-cavalo justo, vestia roupas de treino azuis escuras, calça e camiseta, suas mãos estavam enfaixadas. A jovem circundava o saco, enquanto o preenchia com golpes frequentes. Parecia uma academia de boxe, com um ringue no centro, pôsteres de lutadores, e uns dois ou três sacos de boxe no local, sendo que um deles estava ocupado e logo não teria mais utilidade.

A morena estava há uma semana naquele lugar, não sabia ao certo como chamar, complexo, base, ou talvez... Lar? Poderia ser a ultima opção, se não fosse à falta de alguém. Desde o dia que tinha atravessado à parede, e aceito o convite de Kärlek, não tinha recebido nenhuma notícia da mãe.

Ela tinha voltado ao simplório apartamento onde moravam, - quando vieram de Paris para morar ali Lanna não se sentiu atraída pelo lugar que cheirava a apodrecimento e quem sabe não seria? A mãe disse que era delas, aquele apartamento um dia tinha sido de Louis.

Mas ela não estava lá. Tudo que tinha era um bilhete. ‘Lanna, tive que viajar. “Negócios” em Paris. Você sabe. ’ Claro que a jovem sabia. Ela estava se desfazendo das coisas que um dia foi do marido. E agora Lanna se encontrava em uma das salas iguais à primeira que encontrou quando atravessou à parede naquele beco.

Continuava com seus golpes, quando simplesmente afundou no chão. Emergiu cinco metros atrás de onde estava por atrás de um homem. Ela enlaçou o pescoço dele com uma das mãos enquanto usava à outra como apoio, tentou sufoca-lo, mas ele a puxou pra frente sem dificuldades jogando-a no chão.

A garota o via de um ângulo que fazia parecer que ele estava de cabeça para baixo, ele sorriu, ela levantou-se furiosa. Ele estava rindo dela, havia a derrotado com facilidade sem fazer nenhum esforço. E também não tinha se surpreendido, ele estava esperando o ataque dela.

– Lição N° 1. Não deixe seu adversário fazer você pensar que o está pegando de surpresa. Sabe? Você pode ser surpreendida. – Ele riu com suavidade fazendo um pequeno sinal acima de seu lábio no lado esquerdo movimentar-se.

Lanna não respondeu, mas trincou os dentes irritada. Quem era ele? Os olhos dizia que era um Grant, porém o que ele estava fazendo ali. Seus músculos visíveis por causa da camiseta que usava, davam a entender que ele treinava diariamente, seus cabelos eram loiros acobreados. Mas porque ela nunca o tinha encontrado, seria algum novato igual à ela.

– Ringue de boxe? – Ele perguntou. – Não seria melhor outro tipo de treinamento, sugiro corpo a corpo. Definitivamente é seu ponto fraco.

Não era um deboche, era mais um conselho. Só que Lanna não precisava de conselhos. Ele não gritou, nem mesmo se mexeu quando sentiu sua mão esquentar. Tinha consciência que esse era um dos poderes dela, e a dor pra ele bom... não era nada mais que apenas dor.

– Quem. É. Você. – A morena sibilou furiosa vendo que ele nem ao menos piscou, desistiu deixando de se concentrar.

– Poderia ser mais educada senhorita Miller. Se assim agir, assim responderei todas às suas perguntas sobre... – O jovem estendeu as mãos mostrando o lugar. Engoliu em seco, o jovem devia ter vinte e poucos anos, mas agia como si tivesse mais e ainda por cima sabia quem era ela. Quantas vantagens mais ele teria sobre ela.

– Desculpe-me se não me encontro de bom humor para uma discussão amigável. – Seus olhos semicerraram. – Mas você atrapalhou o meu treino. Invadiu o meu espaço.

Ele olhou o saco um tanto consumido. Não foi ele quem tirou o bom humor dela, devia fazer tempo que ela estava sem ele. Não pode não deixar escapar outro sorriso.

– Desculpe. – Disse com sinceridade. – Vamos começar de novo. Sou Yerick, bem vinda ao Lar do Akatsuki. – Estendeu a mão para a jovem.

– Lanna. – Apertou a mão brevemente um pouco receosa. – De onde veio?

– Bom, moro aqui. E você? É a garota que kärlek encontrou. – Não era uma pergunta apenas uma observação.

– Conhece bastante o Kärlek? – Sua irritação por ele saber muito sobre ela foi submetida à curiosidade de saber algo mais sobre Kärlek.

– Nada que você não conheça, ele é um amor. – Yerick riu como se fosse uma piada que só ele entendesse. Ela franziu a testa enquanto o encarava tentando decifrar o que ele realmente quis dizer. – Kärlek em sueco significa amar. – Acrescentou por fim.

‘Senhorita Miller. ’ Soou a voz áspera na sala de treinos por meio de um alto falante embutido. ‘Apresente-se agora. ’

A morena saiu da sala sem ao menos encarar Yerick nem um palavra ou gesto de despedida. Ele podia ter agido ou tentando ser gentil, mas ela não estava ali para ter amigos. Se assim o fosse, ela não estaria ali.

–--

A sala de Kärlek exalava um cheiro doce misturado ao amargo. Isso se dava por causa de um produto em particular que era usado para conservar a coleção dele. Distribuído em uma das prateleiras em uma estante de livros, ficava alguns pequenos jarros de vidro contendo olhos... Olhos humanos, olhos de Grants, olhos daqueles que desafiaram Kärlek, e viram uma ultima vez quem era mais forte.

O escritório de Kärlek possuía além da estante uma mesa de madeira negra, de uns oito lugares. Era um lugar utilizado para fazer algumas reuniões. Onde ele podia refletir quando estivesse sozinho.

O moreno de cabelos rebeldes entrou no recinto sem cerimônia. Nem se preocupou com o olhar que recebeu do Grant que estava sentado em sua cadeira próximo à uma mesa. Kärlek suspirou pesadamente enquanto indicava um lugar para o visitante se sentar.

– Sabe o que bater criança?

– Nash. Chame-me de Nash ou Koji. – Rugiu o jovem.

– Então concluiu o trabalho criança? – Ignorou o pedido/sugestão de Koji. O moreno demorou um pouco antes de responder.

– Sim. – Saiu semelhante há um rosnado. – Mas...

– Fez algo errado. – Kärlek disse de modo baixo de forma que saiu ameaçadora. – Criança! – Sobrepôs em ultimo enquanto levantava os olhos para Koji.

– Não falhei. Eu não falho. – Encararam-se. – Mas... – O Grant mais velho arqueou a sobrancelha, - porque você quer aquele lugar? De quê servirá?

– No momento não precisa saber de mais nada criança.

Antes de Koji poder dizer mais alguma coisa, batidas foram ouvidas na porta. Lanna passou por ela sem precisar de resposta, se ele tinha chamado ela, deveria estar esperando por ela.

A primeira vez que Lanna estivera ali, tinha se surpreendido pelo cheiro e pela “preciosa” coleção de Kärlek. Ainda não há via com bons olhos por isso focava sempre no dono da sala, evitando a estante.

Koji não se incomodava, um par daqueles olhos foram adquiridos na sua frente. E pra ele não passavam de souvenires baratos. Nada mais que recordações de uma simples vitória.

– Senhorita Miller, - Kärlek pronunciou. – Acompanhe Nash na limpeza.

– O quê? – Mas do que surpresa havia fúria na voz de Lanna.

– Não se preocupe será apenas um teste para saber como trabalham em equipe. E tenho certeza que se saíra bem. Seus poderes são perfeitos para isso.

– Não preciso de ajuda. Ainda mais de uma garota. – Koji nem ao menos olhou Lanna, mesmo sendo a primeira vez que a via.

– Criança, não dei opções, e sim ordens. – Mais uma vez a porta do escritório de Kärlek foi aberta, e dessa vez ele deixou surgir um pequeno sorriso.

A jovem que entrou aparentava ser delicada. Seus cachos loiros emolduravam seu rosto angelical, vestia um vestido de renda branco que a fazia quase inofensiva. Até mesmo seus olhos de Grant pareciam doces. Seu andar era distraído como de uma criança, não devia ter mais que 1,58 de altura.

– Kärlek, atrapalho? – Sua voz era suave quase uma melodia.

– Não. – Um entendimento foi trocado entre eles pelo olhar. Passou-se em torno de uns dois minutos, enquanto encaravam-se, até ele dizer. – Obrigado.

A jovem soltou um sorriso delicado direcionado a Kärlek e outro mais singelo para Lanna e Koji antes de sair. Ambos à observaram ir com grande curiosidade. Quem era ela? Não tiveram muito tempo para refletir.

– Gostariam de algum... – Kärlek gesticulou com as mãos, - tipo de motivação? – Questionou entediado.

Um instante depois os jovens Grants saíam de perto de Kärlek, - qualquer que fosse a motivação não seria agradável,- que voltou a sentar-se em sua cadeira.

–--

A jovem Akally saiu do banheiro um pouco irritada. Detestava quando seus poderes fugiam de seu controle mesmo quando dormia. Foi em direção à porta, queria ar. Após por os pés na rua, caminhou a esmo. E todo local por onde passava trazia uma lembrança.

Um antigo esconderijo, uma cama improvisada. A cidade, literalmente, um dia tinha sido a casa de Akally. Viu ao longe um vizinho, desviou por um beco. Ele não podia vê-la, não com essa aparência.

– Droga! – Expeliu irritada. – Não posso andar com esse aspecto.

Parou próxima a uma rua praticamente abandonada. Expirou e inspirou uma, duas, três, quatro... dez vezes... sem sucesso. Mesmo não gostando agora ela era Clarice. E teria que ter cuidado com as pessoas que encontrasse.

Recomeçou seu passeio, agora tendo um destino em mente. Seguiu pela rua que estava indo até a famosa avenida Grant onde muitos moravam. Bom pelo menos quem tinha uma casa por lá, poderia ser um refúgio, se não fosse também uma armadilha.

Grants tendo residência fixa significava alvo fácil. Eles podiam ser temidos, mas era por serem temidos que muitos queriam a destruição deles. ‘Aceitar o que é diferente nunca foi, e nunca será fácil. ’ Ele tinha dito a ela, e agora vendo o estado da avenida confirmava o que sabia, o que Ele dizia a ela. ‘Isso acaba com destruição ou dos Grants ou dos humanos. Isso é guerra!

Akally não queria, não desejava guerra, mas sendo ela um deles não tinha escolha. Não foi o que decidiu, foi o que decidiram por ela. E agora ela estava sozinha, - sorriu lembrando-se de alguém – talvez quase sozinha. Seu sorriso se extinguiu quando viu algo pichado no muro.

Um “K”. Como uma praga surgiu do nada, e como uma praga se espalhou. Por toda cidade se vê ocasionalmente essa letra, em quase em todas as pichações. Era uma contaminação silenciosa que aos poucos todos sucumbiriam.

Akally saiu dali, não precisava mais de ar, pois o passeio não teve o efeito desejado mesmo. Não voltou pelo caminho que a trouxe ali, seguiu outro diferente e um pouco mais longo, também mais agitado. Reparou nas pessoas que riam com seus namorados, ou suas famílias, aqueles que sentavam se sozinhos nas praças remoendo uma lembrança.

Tudo cumulava uma pergunta na mente de Akally. Como é ser normal? Suas divagações foram interrompidas por um belo encontrão com uma jovem ruiva. Sua atenção estava na camiseta preta dela do AC/DC, banda de rock de um século antigo. Até que ela olhou para a face da garota.

Que tinha o rosto voltado para o chão, onde o jazia o óculos dela fragmentado. Akally se abaixou para pegar o óculos da jovem, mesmo que ele não tivesse mais utilidade. Esboçou um sorriso fraco.

– Desculpe!

A ruiva encontrou os olhos da outra. E então por breves segundos ela viu tudo, sentiu tudo, Akally sabia quem Chérie era, e o que já tinha passado na curta vida. Enquanto Chérie pensava que a ruiva à sua frente era uma humana qualquer.

– Nan prrecupesse, roux! – A garota estava curiosa, a humana a encarou, não teve medo nem ao menos piscou ao ver que ela era uma Grant.

Mas o semblante de Akally mudou, quando notou um rapaz há alguns metros por atrás da jovem Grant. Ele não teria nenhuma importância se não fosse a tatuagem no pescoço. Uma letra, um “K”. Ela olhou Chérie de forma preocupada antes de pronunciar à palavra que saiu amarga de seus lábios.

– Krozen!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É pedir muito querer saber o que acharam?

P.S. Já ia esquecendo o Tradutor.
Roux - Ruiva



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Grants: Em Busca Da Cantloppy - Interativa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.