Bad Love escrita por Jess Gomes


Capítulo 8
Capitulo 8


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde gente! Como vão vocês? Eu espero que muito bem porque hoje nos temos ATUALIZAÇÃO DUPLA! Yeeeeeeeeeey *O* isso porque eu finalmente escrevi "FIM" na última página da história e quero comemorar com vocês, então não pensem que haverão muitas atualizações duplas porque NÃO hahaha boa leitura e espero que gostem dos capitulos.



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– Boa tarde, Milena. – Daniel falou, assim que pisei na recepção. O olhei, sorrindo marota.

– Boa tarde, senhor. – Respondi e ele fez careta, se aproximando.

– Senhor? Não acha que já estamos íntimos demais pra você me chamar assim? – Colou seu corpo no meu, me imprensando entre a mesa de madeira e ele. Arregalei os olhos.

– Daniel, estamos em local de trabalho, não podemos... – E no meio da minha frase, ele me beijou. Por um momento, permiti me entregar, mas logo voltei a realidade e o afastei. – Não podemos fazer isso aqui! Se o meu pai nos pegar...

– Desde quando você é tão preocupada? O que aconteceu com aquela Milena rebelde e esquentadinha que me encantou desde o inicio? Sabe, eu gostava mais dela. – Olhou zombeteiro pra mim e eu o empurrei, irritada.

– Só estou tentando ser responsável e madura uma vez na vida. Isso é tão errado assim? –Me virei pra ele, confusa. Ainda com o olhar zombeteiro, Daniel se aproximou de mim novamente, colocando as mãos em minha cintura.

– Não é errado, meu amor. Na verdade é bem nobre. Acontece que você não pode negar que existe uma atração do caralho entre nós dois, e que por mais que a gente tente, não vamos conseguir ficar muito tempo sem nos pegar de novo. – Falou, deixando de ser aquele advogado Daniel pra ser o motoqueiro irritante que eu conheci há um mês. – Eu também me preocupo com o meu emprego e com o seu, mas eu não consigo mais ficar perto de você sem querer te beijar.

– Acho que estamos condenados, então. – Comentei, sorrindo. Ele fez o mesmo.

– Então é melhor aproveitarmos cada segundo, antes que isso aqui vire uma tragédia. – Já me preparava pra zombá-lo por citar Pitty, quando Daniel grudou seus lábios nos meus de novo. Queria brigar com ele por causa desses beijos roubados, mas na verdade eu estava gostando. Muito.

– Por que esse jantar de repente? – Perguntei, os braços cruzados e a expressão confusa. Papai desviou os olhos do asfalto pra mim por um instante.

– Milena, não seja tão desconfiada. É apenas um jantar em família. – Sorriu amigavelmente, embora eu conseguisse perceber seu nervosismo. E isso só me fez fechar mais a cara.

– E por que a mamãe não pode vir? – Mari questionou do banco de trás, e papai engoliu em seco.

– Esse não é o tipo de jantar que interessa a sua mãe, querida. – Respondeu depois de uns instantes. Pelo retrovisor troquei um olhar desconfiado com minha irmã, mas mesmo assim nenhuma de nós fez mais nenhuma pergunta durante todo o trajeto.

Depois de alguns minutos, Seu Sandro estacionou o carro em frente a um restaurante muito mais chique do que costumamos frequentar. Franzi o cenho, saindo do carro e caminhando ao lado de Mariana e atrás de papai até a entrada do lugar.

Lá, nosso pai se aproximou de um homem de terno e trocou meia dúzia de palavras com ele. O homem então, sorrindo simpático, nos dirigiu pra uma mesa um pouco mais distante e reservada das outras. O local exalava elegância, e após nos sentarmos e papai fazer o pedido, me virei pra ele, impaciente.

– Ok, por que estamos aqui? – Disparei, delicada como uma árvore.

– Bom, já que vocês insistem tanto em saber, eu preciso contar uma coisa importante pra vocês. – Começou, olhando de mim pra Mari. – Eu estou namorando.

– Você o quê?! – Exclamei vários segundos depois. Eu e minha irmã meio que entramos em choque.

– O nome dela é Celina, e eu tenho certeza que vocês vão adorá-la. Aliás, ela está vindo pra cá nesse exato momento. – Continuou, sorrindo fraco. Eu apenas arregalei os olhos.

– Como assim você tá namorando? Você e a mamãe acabaram de se separar! – Aumentei a voz em vários tons, e algumas pessoas do restaurante já nos encaravam. Que se danem todas elas. – Aonde você arranjou tempo pra conhecer uma mulher? A não ser...

– Milena. – Papai alertou, me olhando receoso. Enquanto a ficha caia, eu sentia vontade de enforcá-lo.

– Não. – Foi tudo o que eu disse, já que estava paralisada.

– O que foi? – Mariana perguntou, inocente. Isso só contribuiu pra que eu sentisse mais raiva do meu pai.

– Mari, querida, você pode ir ao banheiro um instante? Eu e sua irmã precisamos conversar. – Ele ordenou, sem olhá-la. A menina bufou, mas mesmo assim obedeceu.

– Eu não acredito que você fez isso. – Falei pausadamente, assim que vi que Mari estava longe demais pra escutar.

– Milena, eu...

– A sua amante, pai, a sua amante?! – Interrompi, chorando. – Tantas mulheres nesse mundo, e você está se relacionando com a que foi a culpada do fim do seu casamento?

– Nós não temos culpa que nos apaixonamos. – Respondeu desesperado.

– Você prometeu! Você prometeu que nunca mais a veria, você me prometeu, pai! – Eu berrava a todos os pulmões, e todo o restaurante havia parado pra observar a cena de novela mexicana. – Eu tenho nojo de você, nojo dessa Celina, nojo de ser sua filha!

– Não diga uma coisa dessas, Milena! – Ele também elevou o tom de voz, vermelho. – Você pode até estar chateada, mas não tem direito de me ferir dessa forma.

– E você tem, pai? Você tem direito de ferir a mamãe como feriu, de estar ferindo a mim e a Mariana só por causa de uma mulher 20 anos mais nova que você? –Levantei-me e peguei a minha bolsa. Não ia ficar aqui vendo toda essa palhaçada acontecer.

– Ei, amor, desculpa a demora, fiquei presa no trânsito...- Uma mulher loira e jovem se aproximou, dando um beijo rápido do meu pai.

– Você é a Celina? – Perguntei falsamente educada a mulher, que se virou pra mim sorridente. De canto de olho vi papai aderir uma expressão desesperada.

– Sim, sou eu. Você é a Milena? Seu pai me falou muito sobre você. – Tagarelou, estendendo a mão pra mim. Quando não mexi um músculo, ela recolheu a mão, diminuindo o sorriso.

– Lena? O que está acontecendo? – Minha irmãzinha apareceu atrás de mim, olhando assustada pra Celina. Sorri pra ela, afagando seus cabelos, e então me virei pra loura apenas alguns anos mais velha do que eu.

– Meu pai também te falou sobre ela, querida? – Apontei pra Mariana, minha voz sarcástica. Celina apenas assentiu. – Ele falou sobre o dia do nascimento dela? Falou sobre o quanto ele e minha mãe queriam esse bebê, mas como a gravidez era de risco, ele chorou comigo na recepção com medo de perder as duas?

– Milena, o que você... – Papai começou, mas fiz sinal pra que ele parasse.

– Não. – Continuei, a encarando duramente. – Ele não falou porque não lhe interessa, não é? Talvez seja até mais fácil pra você não ouvir sobre o casamento dele, porque ameniza a culpa. Isso se você sente. Acontece, Celina, que o casamento deles era feliz antes de você aparecer. Eles se amavam, antes de você chegar pra destruir tudo! Então, não ache que nós – Apontei pra nós quatro – podemos ser uma família. Não pense que vamos te ver como uma mãe, madrasta, amiga ou qualquer outra merda dessas. Porque não. Você pode até ter o nosso pai, mas eu e Mariana não somos suas filhas. Até porque, nós já temos uma mãe e não precisamos de outra. Pra nós, você é e sempre será apenas a vadia que destruiu a nossa família. – E dito isso, peguei a mão de Mari e a levei pra fora daquele restaurante que no momento estava em completo silêncio.


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