Is he a Ken guy? escrita por Lets


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Voltei lindezas!
Bom, algumas de vocês devem saber que meu bloqueio estava horrível essa semana... Escrevi mais da metade do capítulo ontem, durante a aula! Hehe
Tem uma surpresinha pra quem lê Forbidden Angels!
Espero que gostem



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Senti beijos sendo distribuídos por meu rosto. Sorri ainda com os olhos fechados. Suas mãos passaram por meu corpo, contornando meu pescoço, meus seios, minha cintura, meu quadril e minhas coxas.

— Abra essas esmeraldas para mim, meu amor. — sua voz soou rouca em meu ouvido

Resmunguei algo parecido com um "não", abri um sorriso preguiçoso e me remexi na cama, enfiando meu rosto no espaço entre os travesseiros. Ouvi sua risada e senti sua respiração em minha nuca, fazendo com que arrepios passassem por meu corpo.

— Vamos logo, preguiçosa. Temos uma entrevista hoje.

— Que horas são? — minha voz saiu abafada pelo travesseiro

— Sete e meia.

— Ta muito cedo... — reclamei

— Te trouxe café na cama.

— Você sabe como me subornar.

Rimos e eu me virei, abrindo os olhos, encontrando os seus vidrados em meu rosto. Sorri quando seus lábios encontraram os meus. Mas como nada dura pra sempre, o telefone começou a tocar, nos tirando de nossa bolha.

— Alô? — atendi ofegante

— Transando logo de manhã, Leite?

— Vai se fuder, Antônio. O que você quer?

— Relembrar da sua entrevista. Você tem uma hora até o carro te buscar.

— Ta bom. Quem vai me entrevistar?

— Kimberly Hill. Da Trends, de NY.

— Ok. — desliguei sem esperar uma resposta

Coloquei o celular em cima do criado-mudo e me sentei, recebendo uma xícara de café puro em minhas mãos.

— Ta quente. — Rafa me alertou antes que eu pudesse beber um gole

Assoprei um pouco o líquido, apreciando seu cheiro forte que já me fazia acordar um pouco mais. Beberiquei um pouco, constando que continuava quente, porém aceitável. Tomei um grande gole, esquentando meu corpo por inteiro.

— Hum, delicioso. Obrigada. — elogiei, beijando a bochecha de meu marido

— Imagine.

Rafa beijou minha testa e se levantou, indo ao banheiro. Segundos depois, ouvi o chuveiro sendo ligado. Comi alguns biscoitos e muffins que estavam na bandeja, em cima da cama. Terminei de tomar meu café e fui para o closet, escolher minha roupa.

Quarenta minutos depois, estávamos ambos prontos, sentados no sofá da sala, compondo uma nova música.

— Que tal isso: "I tell my heart to just butt out, keep its opinion to itself"?

— Você que é a cantora. Você me diz.

— Mas você é o compositor. Você que estudou para isso. — rebati

— Touché. — ele riu — Que tal criarmos primeiro o ritmo?

— Você é quem manda. — levantei e peguei o violão que estava encostado no canto

A medida que Rafa tocava algumas notas, eu cantarolava baixinho. Gostei da melodia que ele criou. Deu-me muita inspiração para cantar.

My heart is telling me that you were gonna change, but I know

My heart is lying right to my face

My heart is making up excuses for your ways but I wish that

My heart knew when I should walk away

It let's me down, it helps me as I get back up off the ground

While telling me this is love

That I found

It wasn't really on my side

Now I think it's time

I tell my heart to just butt out

Keep its opinion to itself

I should just listen to my head

Cause it's the one who knows what's best

It tells me

Not to love you

But my heart says just forgive you

But it's not thinking clearly

I wish that I could leave my heart out of this

— Eu amo sua voz. — Rafa me olhava admirado

— Eu amo você. — respondi olhando em seus olhos e sorrindo

Ele se inclinou até roçar nossos lábios. Abri ainda mais meu sorriso sentindo sua língua delinear meu lábio inferior. Não tivemos tempo para aprofundar o beijo já que uma buzina nos interrompeu.

— Hora de ir. — ele bufou e se levantou, me puxando pela mão para a porta

Cerca de meia hora depois chegamos ao local em que ocorreria a entrevista. Alguns seguranças nos acompanharam até dentro do prédio, segurando fãs que estavam esperando do lado de fora. Acenei e sorri para todos, mas não tínhamos tempo para parar e tirar fotos com todos.

— Sr. e Sra. Gutenberg, por aqui, por favor.

Seguimos o segurança pelo prédio até chegarmos a uma sala que estava com a porta encostada, mas podia ouvir alguns cochichos vindos de dentro. Minha chegada foi anunciada e eu fui recebida por uma equipe de uns 4 ou 5 jornalistas.

— Sr. e Sra. Gutenberg, meu nome é Kimberly Hill. — uma mulher de vinte e poucos anos, morena e bem arrumada veio nos cumprimentar

— É um prazer te conhecer, Kimberly. Me chame de Mariana.

Rafa também a cumprimentou e nos sentamos. Perguntaram-nos se podiam gravar a entrevista e nós permitimos. Kimberly começou com perguntas simples: se sentíamos falta do Brasil, como foi nossa adolescência, como escolhemos nossas profissões...

— Contem-nos um pouco sobre a sua relação. Como se conheceram?

— Eu conto ou você quer contar? — Rafa me perguntou

— Pode contar. — respondi sorrindo

— Conhecemo-nos na escola, durante o ensino médio. Mari entrou na escola que eu estudava no segundo ano. Tínhamos amigos em comum mas nunca realmente conversamos. Até que, um ano depois, eu decidi que queria namorá-la.

Pigarreei, chamando sua atenção. O repreendi com o olhar, mas com um leve sorriso nos lábios. Ele entendeu na hora.

— Ok, não pensava em namorá-la. Queria ficar com ela. No início era só isso, mas aos poucos fui me apaixonando, mesmo que não soubesse. Levei um tempo para perceber que ela já havia enlaçado meu coração. Estamos juntos desde então.

Sorri, sentindo meus olhos marejarem. Rafa apertou minha cintura e deixou um beijo em minha têmpora. Sequei as lágrimas e olhei para Kimberly, que nos olhava admirada, com um sorriso bobo no rosto.

— Ãhn... Bom, vocês estão juntos a bastante tempo. Como mantêm a paixão acesa?

— Não tem uma fórmula nem um jeito certo. Nós só nos amamos e demonstramos isso de todas as formas possíveis. Conversamos muito, sabe... Então se algo me incomoda, eu digo. O mesmo ocorre com ele. Não deixamos que nada nos afaste também.

— Vocês são ciumentos um com o outro?

— Ele é uma pessoa muito possessiva. E eu sou naturalmente ciumenta. Mas quando entramos para esse mundo de reconhecimento mundial, tivemos que aprender a controlar um pouco isso.

— Por quê?

— Ah, é comum vermos fãs que queiram se casar conosco, ou que chamam o Rafa de "gostoso"... — rimos um pouco e meu marido apertou o braço ao meu redor — Mas sei que não tenho motivos para ter ciúmes disso. Nem de nada, para falar a verdade. Nos conhecemos e sabemos do amor que sentimos pelo outro.

Kimberly sorriu para nós e escreveu algo em seu caderno. Conversamos um pouco mais sobre banalidades, como o que nos inspirava para compor e cantar. Meu coração acelerou quando Rafa respondeu "ela".

— Vocês são um bom time? Como o trabalho flui?

— Eu nos considero um ótimo time. Mas nem sempre foi fácil assim... Agora que já se passaram alguns anos trabalhando juntos, nós aprendemos como fazer o trabalho fluir, mas no início era mais complicado.

— Você pode nos contar alguma situação específica, Mariana?

Flashback on

— Quero uma música nova, Rafa.

— Boa sorte em criá-la então.

— Vai, Rafa! Me ajuda! Por favorzinho! — fiz minha melhor cara de gato do Shrek

— Mari, são onze da noite. Eu estou morrendo de sono. Não dormi quase nada noite passada, porque precisava terminar um trabalho da faculdade. Por favor, vamos dormir.

— Vai, amor... Só uma musiquinha! Prometo que depois canto para você dormir. Por favor!

— Puta mulher chata. — ele resmungou, mas se levantou e pegou o violão, voltando a sentar na ponta da cama

Meia hora depois, a melodia já estava pronta, assim como a letra. Fiquei impressionada com a rapidez de meu namorado, mas decidi não falar nada. Ele dedilhou o violão, e eu comecei a cantar, seguindo a letra pelo papel que ele havia me dado.

It's Friday, Friday

Gotta get down on Friday

Everybody's lookin' forward to the weekend, weekend

Acabei de cantar e o olhei, embasbacada.

— Rafael, essa é a pior música da história!

— Você pediu uma música nova. Não uma música boa e nova. Agora, boa noite.

Ele se virou, deitando na cama e apagando o abajur que estava em cima de seu criado-mudo.

Flashback off

— E ele ainda me fez lançar essa música! — terminei a história, chorando de rir — Aprendi que ele não compõe quando está com sono.

Kimberly e Rafa me acompanharam nos risos. Sempre que nos lembrávamos dessa noite, morríamos de rir. Recuperamos o fôlego e Kimberly continuou com a entrevista.

— Rafael, você tem uma irmã mais nova, certo?

— Sim.

— Ela mora no Brasil?

— Mora.

— Sente falta dela?

— Demais. Sinto falta da minha família, mas não me arrependo de estar onde estou, ou com quem estou.

— Ouvimos de uma fonte que sua irmã tem um filho de dez anos. Pode nos contar essa história?

— Bom, eu gostaria de manter minha família fora da mídia. Mas sim, Miranda tem um filho. Amo meu afilhado, mas isso é tudo que eu me sinto confortável para dizer.

— Claro, me desculpe pela insensibilidade.

— Imagine.

Passamos muito mais tempo do que prevíamos na entrevista. Quando saímos, já era hora de almoçar. Alguns fãs continuavam na rua, em frente ao prédio, nos esperando. Pedi aos seguranças que nos dessem dez minutos para falarmos com as pessoas que nos colocaram onde estamos. Liberaram apenas cinco minutos, mas é melhor do que nada.

— Oi pessoal. — falei sorrindo

Autografei alguns papéis, cadernetas, mãos e camisetas. Tirei várias fotos e sequei várias lágrimas. Tanto minhas quanto de meus fãs. Anunciei que o próximo single estava perto de ser lançado. Ouvi gritos, berros, orações e declarações. Sorri a todos. Abracei meu marido. Abracei meus fãs.

Desde o início, eu sabia que seria difícil. Várias entrevistas, vários boatos, vários paparazzi e vários atentados. Mas também sabia que fazer faculdade de música era uma das melhores escolhas que podia fazer em toda minha vida.

— Obrigada. — sussurrei no ouvido de meu marido quando já estávamos dentro da limusine, indo ao restaurante

— Pelo quê?

— Por me apoiar. Por estar comigo. Por ter desistido de seu sonho por mim.

— Mari, você é meu sonho. E eu nunca desistiria de você.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam?

Músicas: Leave My Heart Out Of This - Fifth Harmony / Friday - Rebecca Black
Me desculpem se eu ofendi alguém ao falar de Friday, mas foi a única que eu consegui pensar...

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Beijos, até a próxima