Obsidian escrita por Abby Swan


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Olá garotas! Estou de volta com o segundo capítulo , fiz algumas mudanças das características de alguns personagens, vocês irão ver no decorrer da fanfic, os avisos são esses.

Enjoy!

Abby Swan.



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Levou toda a viagem até Petersburgo para me acalmar. Mesmo assim, ainda havia uma mistura quente de raiva e humilhação turbilhando dentro de mim. Que diabos havia de errado com ele? Pensei que as pessoas em cidades pequenas fossem agradáveis, e não agissem como o filho de Satanás.
Eu encontrei o Main Street sem nenhum problema, que literalmente parecia ser a rua principal. Havia o Grant County Library em Mount View, e eu me lembrei que eu precisava obter um cartão de biblioteca. Opções de supermercado eram limitadas. Foodland, que realmente se lia FOO LAND, mostrado a você pela letra D faltando, era onde o Babaca havia dito que seria.
As janelas da frente estavam repletas de uma imagem de uma pessoa desaparecida, uma menina da minha idade com longos cabelos escuros e olhos risonhos. Os dados abaixo diziam que ela tinha sido vista a mais de um ano atrás. Havia uma recompensa, mas depois de ter desaparecido há tanto tempo, eu duvidava que a recompensa jamais fosse reclamada. Entristecida por esse pensamento, eu fui para dentro.
Eu era uma cliente rápida, sem perder tempo passeando pelos corredores. Jogando itens no carrinho, eu percebi que eu precisaria de mais do que eu pensava, uma vez que só tinha as necessidades básicas em casa. Logo, meu carrinho estava cheio até a borda.
— Bella?
Perdida em pensamentos, eu pulei com a voz feminina suave e deixei cair uma caixa de ovos no chão.
— Merda.
— Oh! Sinto muito! Eu a assustei. Eu faço muito isso. — Braços bronzeados dispararam e ela pegou a caixa e colocou-a de volta na prateleira. Ela pegou outra e segurou em suas mãos esguias.
— Estes não estão quebrados. — Eu levantei o meu olhar da carnificina, as gemas dos ovos escorrendo lentamente pelo brilhante piso de linóleo e fiquei momentaneamente atordoada. Minha primeira impressão da moça era de que ela era muito bonita para estar de pé em um supermercado com uma caixa de ovos na mão.
Ela se destacava como um girassol em um campo de trigo.
Todo o resto era uma comparação pálida. Seu cabelo escuro era crespo e maior do que o meu, atingindo a cintura. Ela era alta, magra, e seus traços quase perfeitos traziam certa inocência. Ela me fez lembrar de alguém, especialmente aqueles olhos verdes surpreendentes. Eu cerrei os dentes. Quais são as chances?
Ela sorriu.
— Eu sou a irmã de Edward. Meu nome é Alice. — Ela colocou a embalagem intacta de ovos no meu carrinho. — Novos ovos! — Ela sorriu.
— Edward?
Alice fez um gesto para uma bolsa rosa choque na frente de seu carrinho. Um telefone celular estava deitado em cima dela.
— Você falou com ele a cerca de trinta minutos atrás. Você parou para... Pedir direções?
Então, o idiota tinha um nome. Edward, parecia adequado. E, claro, sua irmã seria tão atraente quanto ele. Por que não? Bem-vindo a Virginia do Oeste, a terra de modelos perdidos. Eu estava começando a duvidar de que eu conseguiria me adequar aqui.
— Sinto muito. Eu não estava esperando que alguém chamasse o meu nome. — Fiz uma pausa. — Ele te ligou?
— Sim. — Ela habilmente puxou o carrinho para fora do caminho de uma criança que corria através do corredor estreito. — De qualquer forma, eu vi vocês se mudando, e eu imaginei passar por lá, e quando ele disse que você estava aqui, bem, eu estava tão animada para conhecê-la que eu corri. Ele me disse como você era. — Eu só podia imaginar esta descrição.
Curiosidade encheu seu rosto enquanto ela me olhava com seus intensos olhos verdes.
— Embora, você não se pareça em nada com o que ele disse, mas de qualquer maneira, eu sabia quem você era. É difícil não conhecer a cara de todos por aqui. — Eu vi um garotinho sujo subir na prateleira do pão.
— Eu não penso que o seu irmão goste de mim.
Suas sobrancelhas franziram.
— O quê?
— Seu irmão, eu não acho que ele goste de mim. — Voltei para o carrinho, brincando com um pacote de carne. — Ele não foi de muita... Ajuda.
— Oh, não! — ela disse, e então riu. Eu olhei para ela bruscamente. — Sinto muito. Meu irmão é mal-humorado.
Não brinca.
— Eu tenho certeza que foi mais do que ser mal-humorado.
Ela balançou a cabeça.
— Ele estava tendo um dia ruim. Ele é pior do que uma menina, confie em mim. Ele não te odeia. Nós somos gêmeos. Até eu penso em matá-lo todos os dias. De qualquer forma, Edward é do tipo áspero em torno das bordas. Ele não se dá bem com... Pessoas.
Eu ri.
— Você acha?
— Bem, eu estou feliz que eu encontrei você aqui! — ela exclamou, mudando de assunto mais uma vez. — Eu não tinha certeza se eu estaria incomodando você, em aparecer assim, com você se organizando e tudo.
— Não, isso não teria sido um incômodo. — Eu tentei manter a conversa. Ela passou de um tema para o próximo como alguém com grande necessidade de Ritalina.
— Você deveria ter me visto quando Edward disse que você era da nossa idade. Eu quase corri para casa para abraçá-lo. — Ela se moveu animadamente. — Se eu soubesse que ele seria tão rude com você, eu teria provavelmente o socado em seu lugar.
— Eu posso imaginar. — Eu sorri. — Eu queria dar um soco nele, também.
— Imagine ser a única garota no bairro e presa com seu irmão chato na maioria das vezes. — Ela olhou por cima do ombro, as sobrancelhas delicadas se enrugando.
Eu segui seu olhar. O menino tinha agora uma caixa de leite em cada mão, o que me lembrou que eu precisava de leite.
— Volto já. — Eu fui até a seção de refrigeração.
Finalmente, a mãe da criança tinha dobrado a esquina, gritando:
— Timothy Roberts, você coloque isso de volta agora! O que você está-?
O garoto mostrou a língua. Às vezes, estar perto de crianças era o programa de abstinência perfeito. Então, novamente, não como se eu precisava do programa. Eu carreguei o meu leite de volta para onde Alice esperava, olhando para o chão. Seus dedos torcidos sobre a alça de seu carrinho, apertando até que os nós dos dedos ficassem brancos.
— Timothy, volte aqui neste instante! — A mãe agarrou seu braço gordinho. Mechas de cabelo haviam escapado de seu coque severo. — O que foi que eu disse? — ela sussurrou. — Você não vai pra perto deles. — Deles? Eu esperava ver alguém. Só que era Alice e... Eu. Confusa, olhei para a mulher. Fiquei chocada ao ver seus olhos escuros cheios de desgosto. Repulsa pura, e por trás disso, na forma de seus lábios pressionados em uma linha dura e trêmula, havia também o medo.
E ela estava olhando para Alice.
Em seguida, ela reuniu o menino se contorcendo em seus braços e saiu correndo, deixando o carrinho no meio do corredor.
Virei-me para Alice.
— Que diabos foi isso?
Alice sorriu, mas era frágil.
— Cidade pequena. Os habitantes são estranhos por aqui. Não preste atenção a eles. De qualquer forma, você deve estar tão entediada de tanto desembalar e fazer compras de supermercado. É como as duas das piores coisas de sempre. Quero dizer, o inferno pode ser concebido dessas duas coisas. Pense em uma eternidade de desembalar as caixas e fazer compras de supermercado? — Eu não podia deixar de sorrir enquanto eu lutava para manter a conversa sem parar de Alice enquanto terminava de carregar os nossos carrinhos. Normalmente, alguém assim me desgastava em cinco segundos, mas a emoção em seus olhos e a forma como ela continuava balançando-se sobre os calcanhares era uma espécie de contagio.
— Você tem mais coisas para pegar? — ela perguntou. — Eu praticamente acabei. Eu realmente vim te pegar e fui sugada pelo corredor de sorvete. Ele me chama.
Eu ri e olhei para o meu carrinho cheio.
— Sim, espero que eu tenha acabado.
— Vamos lá então. Podemos pagar tudo juntas.
Enquanto esperávamos no corredor, Alice não parou de falar, e eu esqueci o incidente estranho no corredor do leite. Alice acreditava que Petersburgo precisava de outra loja de supermercado – porque esta não tinha alimentos orgânicos – e ela queria frango orgânico para o que ela estava fazendo para Edward no jantar. Depois de alguns minutos, eu tinha superado a dificuldade de manter-me com ela e realmente comecei a relaxar. Ela não era
borbulhante, apenas era... Viva. Eu esperava que ela passasse isso para mim.
A fila do caixa andava mais rápido do que em cidades maiores. Uma vez fora, ela parou ao lado de um novo Volvo e abriu o porta-malas.
— Carro bonito. — eu comentei. Eles tinham dinheiro, obviamente, ou Alice tinha um trabalho.
— Eu amo isso. — Ela deu um tapinha no para-choque traseiro. — É o meu bebê.
Enfiei os mantimentos na parte de trás do meu sedan.
— Bella?
— Sim? — Eu rodopiava as chaves ao redor do meu dedo, deixando o pé na bunda de seu irmão de lado, ela queria sair mais tarde. Não havia como dizer quão tarde mamãe ia dormir.
— Eu deveria pedir desculpas pelo meu irmão. Conhecendo-o, tenho certeza que ele não foi muito bom.
Eu meio que senti pena dela, por ela estar relacionada com tal ferramenta.
— Não é culpa sua.
Seus dedos se torceram em torno do anel da chave, e seus olhos encararam os meus.
— Ele é muito superprotetor, por isso ele não se dá bem com estranhos.
Como um cão? Eu quase sorri, mas seus olhos estavam arregalados e ela parecia realmente com medo de que eu não fosse perdoá-la. Ter um irmão como ele deve ser um saco.
— Não é grande coisa. Talvez ele estivesse apenas tendo um dia ruim.
— Talvez. — Ela sorriu, mas pareceu forçado.
— Sério, não se preocupe. Estamos bem. — eu disse.
— Obrigada! Não sou totalmente uma perseguidora. Eu juro. — Ela piscou. — Mas eu adoraria sair esta tarde. Tem algum plano?
— Na verdade, eu estava pensando em trabalhar no canteiro de flores na frente. Quer ajudar? — Ter companhia pode ser divertido.
— Oh, isso parece ótimo. Deixe-me levar estes mantimentos em casa, e eu vou dirigir em linha reta de novo. — disse ela. — Eu estou realmente animada pelo jardim! Eu nunca fiz isso.
Antes que eu pudesse perguntar que tipo de infância não incluía pelo menos o tomateiro obrigatório, ela disparou para o carro dela e voou para fora do estacionamento. Eu empurrei meu para- choques e me dirigi para o lado do motorista. Eu abri a porta do carro e estava prestes a subir, quando a sensação de ser observada se arrastou por cima de mim.
Meus olhos corriam ao redor do parque de estacionamento, mas só havia um homem em um terno preto e óculos escuros olhando para a foto de uma pessoa desaparecida em um quadro de cortiça da comunidade. Tudo o que eu conseguia pensar era em Homens de Preto.
A única coisa que ele precisava era aquele pequeno dispositivo de memória e um cão falante. Eu teria rido, exceto que nada sobre o homem era engraçado... Especialmente desde que ele agora estava olhando de volta para mim.
***
Um pouco mais tarde, Alice bateu na porta da frente. Quando saí, encontrei-a em pé a alguns passos, rolando para trás nos saltos de suas sandálias. Não é o que eu considero como traje de "jardinagem". O sol lançou um halo em torno de sua cabeça escura e ela tinha um sorriso maroto no rosto. Nesse momento, ela me lembrou de uma princesa dos contos de fadas. Ou talvez uma Tinker Bell, considerando como hiperativa ela era.
— Hey! — Saí para a varanda, fechando a porta silenciosamente atrás de mim. — Minha mãe está dormindo.
— Eu espero que eu não tenha acordado sua mãe. — ela sussurrou me imitando.
Eu balancei minha cabeça. — Nah, ela dormiria durante um furacão. Já aconteceu, na verdade.
Alice sorriu quando ela se sentou no balanço. Ela parecia tímida, abraçando os cotovelos.
— Assim que eu cheguei em casa com os mantimentos, Edward comeu metade de um saco de batata fritas, dois dos meus sacos de pipoca, em seguida, metade do pote de manteiga de amendoim.
Eu comecei a rir. — Uau. Como ele consegue ficar tão... — Quente. — Magro? — Isso é incrível. — Ela puxou as pernas para cima e colocou os braços ao redor delas. — Ele come tanto que geralmente temos que fazer 2, ou 3 viagens em uma semana para o mercado. — Ela olhou para mim com um brilho malicioso nos olhos. — Claro, podemos comer lá em casa ou se preferir podemos sair para comer. Eu acho que já falei demais.
Minha inveja era quase dolorosa. Eu não fui abençoada com um metabolismo rápido. Meus quadris e bumbum podiam atestar isso. Eu não estava acima do peso, mas eu realmente odiava quando a mamãe se referia a mim como "cheia de curvas".
— Isso é tão injusto. Eu como um saco de batatas fritas e ganho cinco quilos.
— Nós temos sorte. — Seu sorriso fácil parecia apertado. — De qualquer forma, você precisa me contar tudo sobre a Flórida. Nunca estive lá.
Apoiei-me no parapeito da varanda.
— Pense em shoppings que não fecham e estacionamentos lotados. Oh, fora as praias. Sim, vale a pena ir para as praias. — Eu amava o calor do sol em minha pele, meus dedos se espremendo na areia molhada.
— Uau! — disse Alice, seu olhar correndo ao redor, como se estivesse esperando por alguém. — Vai demorar muito para você se acostumar a viver aqui. A adaptação pode ser... Difícil quando você está fora do seu elemento.
Eu dei de ombros.
— Eu não sei. Não parece tão ruim assim. É claro que quando eu me vi aqui pela primeira vez, eu era como, "você tem que estar brincando comigo". Eu nem sabia que esse lugar existia.
Alice riu.
— Sim, um monte de gente não conhece. Ficamos chocados quando chegamos aqui.
— Ah, então vocês não são daqui também?
A risada dela morreu quando seu olhar desviou para longe dos meus.
— Não, nós não somos daqui.
— Seus pais se mudarem para cá para trabalhar? — Embora eu não tivesse ideia de que tipo de empregos havia em torno deste lugar.
— Sim, eles trabalham na cidade. Nós não os vemos muito.
Tive a nítida impressão de que havia mais do que isso.
— Isso deve ser difícil. Mas... Muita liberdade, eu acho. Minha mãe está raramente aqui também.
— Eu acho que você entende, então. — Um estranho, olhar triste encheu os seus olhos. — Nós meio que decidimos nossas próprias vidas.
— E você achava que as suas vidas seriam mais emocionantes do que são, certo?
Ela olhou pensativa.
— Alguma vez você já ouviu falar em, ter cuidado com o que deseja? Eu costumava pensar assim. — Ela mexeu o balanço para trás e para frente, nenhuma de nós se apressou para preencher o silêncio que se seguiu. Eu sabia exatamente o que ela queria dizer. Não me lembro quantas vezes eu tinha ficado acordada durante a noite e esperava que mamãe iria sair dessa e seguir em frente – e bem-vindos a Virginia do Oeste.
Nuvens escuras pareciam rolar para fora do nada, lançando uma sombra em todo o quintal. Alice franziu a testa.
— Oh, não! Parece que teremos uma das nossas famosas chuvas da tarde. Elas costumam durar um par de horas.
— Isso é muito ruim. Eu acho que é melhor deixarmos para mexer no jardim amanhã. Você está disponível?
— Claro que sim. — Alice estremeceu no ar de repente com frio.
— Gostaria de saber de onde esta tempestade veio. Parece vir do nada, não é? — Perguntei.
Alice pulou do balanço, enxugando as mãos em suas calças.
— Parece que sim. Bem, eu acho que sua mãe está acordada, e eu preciso acordar Edward.
— Dormindo? Está um pouco tarde.
— Ele é estranho. — disse Alice. — Eu vou estar de volta amanhã, e podemos ir para a loja de jardinagem.
Rindo, eu deslizei para fora do corrimão.
— Parece bom.
— Ótimo! — Ela pulou para baixo e girou ao redor. — Eu vou dizer a Edward que você disse oi!
Eu senti minhas bochechas virarem um vermelho ardente.
— Uh, isso não será necessário. — Confie em mim, isso será! — Ela riu e, em seguida, correu para a casa ao lado. Alegre.
Mamãe estava na cozinha, café na mão. Quando ela me enfrentou, fumegante líquido marrom espirrando sob o balcão. O olhar inocente no rosto tinha ido embora.
Agarrando uma toalha, fui até o balcão.
— Ela mora ao lado, seu nome é Alice, e eu a encontrei, enquanto estava no supermercado. — Eu passei a toalha sobre as manchas de café. — Ela tem um irmão. Seu nome é Edward. Eles são gêmeos.
— Gêmeos? Interessante. — Ela sorriu. — Alice é legal, querida?
Eu suspirei.
— Sim, mamãe, ela é muito legal.
— Estou muito feliz. É hora de você sair da sua concha.
Eu não sabia que eu estava em uma concha.
Mamãe se acalmou e, em seguida, tomou um gole, olhando-me por cima da borda.
— Vocês fizeram planos para sair amanhã?
— Você sabe. Você estava ouvindo.
— É claro. — Ela piscou. — Eu sou sua mãe. Isso é o que nós fazemos.
— Escutar as conversas através das portas?
— Sim. De que outra forma eu deveria saber o que está acontecendo? — ela perguntou inocentemente.
Revirei os olhos e me virei para voltar para a sala de estar.
— Privacidade, mãe.
— Querida, — ela chamou da cozinha. — privacidade não existe.

Alice Cullen


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