Eu Acordei...?

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Tatsuya Mary era seu nome, uma garota de costumes normais, talvez? Não, nada disso, seus hobbies eram... Ficar o dia inteiro sem fazer nada além de conversar com seu único amigo, que eram separados pela distância.

Mary não tinha amigos, apenas um virtual, seu único amigo verdadeiro deixou-a, partindo seu frágil coração, após esse dia, a garota não queria mais nada com nada, apenas queria ficar em casa e ficar em prantos, mas tinha que ir a escola, onde sofria mais e mais.

A garota dos olhos tristes tinha seu cabelo loiro claro até o meio das costas, onde ele fazia ondulações, seus olhos eram negros como a própria noite, dizem que olhos pretos são raros, tinha a face pálida e marcada com a grande perda de peso em pouco tempo, 1,70 aos 14 anos, braços largos e pernas largas também, pele levemente pálida.

Em sua escola era o alvo de gozações e brincadeiras grosseiras, podemos chamar isso de bullying, ela era o alvo, enquanto a escola inteira era o agressor.

Por problemas com isso, seus pais resolveram mudar ela de escola, ver se ela consegue mudar um pouco, ter novas amizades, novas oportunidades.

Era domingo, Mary iria ter seu primeiro dia de aula no próximo dia, estava deitada com seu celular com fones, estava escutando suas costumeiras músicas tristes, mas agora, era uma especial, seu nome? Memories, a música que mudou o mundo da garota dos olhos raros.

Aos poucos, adormeceu, estava tendo um sonho estranho, se encontrava em uma sala estranha e totalmente escura, tinha apenas uma luz, que revelava uma pessoa, essa tal pessoa sorriu e desapareceu no vácuo daquela sala estranha.

Mary acordou assustada com sua mãe a chamando pra ir jantar, dormira tanto assim? Descera a escada e sentou-se na mesa, como sua mãe pediu, olhava pro prato, mas não sentia vontade de comer, estava refletindo sobre a tal pessoa.

– Não vai comer? É sua comida preferida! – Perguntava o pai, com cara preocupada.

– Estou sem fome. – Explicou Mary sem muita emoção.

– Oras, coma um pouco pelo menos! – Exclamava a mãe.

– Okay mamãe, eu como um pouco. – Concordou a garota dos olhos negros, sem animação.

Mary comia sem muita vontade, forçando ali, forçando acolá, finalmente conseguiu terminar o prato, se levantou, agradeceu e foi direto dormir, estava morrendo de sono, tomaria banho de manhã, talvez assim ela se atrasasse e não iria pra escola.

Colocando o pijama que estava usando desde o dia passado, deitou-se, deu boa noite a seu amigo virtual chamado Seby, era seu apelido, por causa de um personagem de anime, ele se chamava assim por parecer muito com o personagem, tanto em personalidade quanto aparência, sinceramente, o menino mais bonito que Maria conhecia.

Mary: Boa noite Seby!

Seby: Mas já Mary?

Mary: Estou morrendo de sono sabia?

Seby: Estou apenas brincando boba! Hahaha, boa noite Mary!

Mary: Boa noite!

Mary realmente gostava da presença de Seby, gostava muito, eram amigos virtuais a mais de dois anos, eram realmente melhores amigos.

Sem muito esforço, a garota de olhos negros adormeceu, em volta de todos os seus bichos de pelúcia, se remexia bastante durante seu sono por causa de seus frequentes pesadelos. Acordou às seis horas com o seu despertador, ele a irritava, muito, já tinha quebrado cinco daqueles.

Levantou-se relutante, não queria ir pra escola, não queria sofrer novamente, não queria interagir com as pessoas, estava tudo certo do jeito que estava... Não é?

Quando finalmente tinha saído do seu mundo quente e cheio de pelúcias que considerava amigos, Mary foi direto pro banho, tomou um demorado, como de costume, 7:30 começava a aula, tinha tempo. Acabou seu banho as 6:50, colocou o novo uniforme, colocou sua blusa vermelha, pegou seu celular e foi esperar seu pai na frente do carro.

Um tempo depois, seu pai tinha chegado, ela se sentou no banco de copiloto, encostou seu ombro no vidro e olhava para o horizonte, pensativa.

– Ansiosa com a escola nova? – Perguntou o pai tentando puxar conversa.

– Nem um pouco... – Respondeu ela ainda pensativa.

Seu pai se calou, não sabia o que falava pra filha, a pobre garota estava sofrendo, e não sabia ajudar.

Em dez minutos, tinham chegado à entrada da escola, Mary saiu do carro tristemente, respirou fundo, e retomou a caminhada. Entrou na escola, estava meio deserto o pátio, subiu a rampa e encontrou sua sala, nono ano B, respirou fundo novamente procurando a coragem, bateu lentamente na porta, que foi atendida por um homem alto, cabelos pretos e olhos pretos também, eram parecidos com os de Mary, era bem bonito o tal homem, devia ser o professor.

– Nova aluna? – Perguntou ele, deu pra sentir a curiosidade da sala depois dessa pergunta.

– Sim. – Respondeu secamente.

– Vamos, vamos! Entre! – Convidava o homem. – Meu nome é Rinoko, mas pode me chamar de Rin, sou o professor de história.

Mary entrou hesitante, sentia todos os olhares vidrados nela, andou relutante e se sentou ao lado de uma garota, era familiar... Ela parecia ser bem popular, conversava animadamente com as pessoas ao seu lado.

– Temos uma nova aluna! Por favor, levante-se e se apresente! – Pediu o professor.

A garota dos olhos raros se levantou.

– Meu nome é Tatsuya Mary, odeio que me chamem de Tatsu, vim pra essa escola devido ao bullying, espero me dar bem. – Apresentou-se a garota, suas olheiras profundas davam uma impressão ruim aos colegas de classe.

– Agora todos fiquem quietos, irei começar a chamada e depois vamos aprender um pouco sobre a Europa Feudal! – Avisou Rinoko.

Todos se aquietaram no mesmo momento, aquele professor parecia ser bem amado.

Os nomes passavam despercebidos por Mary, mas um nome... Chamou-a atenção da garota de olhos pretos.

–... Hanashi Riko? – Chamava o professor.

A garota ao lado de Mary levantou sua mão e disse presente, sua voz era suave, doce, qualquer um gostaria de escutar aquela voz. Mary virou seu rosto para observar a tal de Hanashi, seu cabelo era azul claro, seus olhos da mesma cor, suas bochechas eram levemente inchadas, fazendo-a fofa, seu cabelo ia um pouco além do ombro, Mary precisava confessar, uma garota que todos devem achar linda e fofa.

Depois da chamada o professor começou sua aula, seriam dois tempos de história, Mary que sempre era uma boa aluna, não conseguia prestar atenção, ficava encarando Hanashi e sorrindo bobamente. Chegou um momento que Hanashi devolveu o olhar, fazendo ambas corarem, Hanashi não sabia que Mary estava encarando-a.

Depois disso, ambas ficaram com os olhares vidrados na lousa, tentando prestar atenção na aula, mas sem sucesso. A aula passou lentamente, mas depois de minutos que pareciam séculos, bateu o sinal pro primeiro intervalo, que durava trinta minutos.

Legal, trinta minutos sem ter o que fazer. – Pensava Mary

Sentou-se em um banco sozinha, pegou seu celular e começou a mexer, estava tentando falar com Seby, mas o 3G não estava ajudando, guardou-o no bolso, frustrada e irritada, sem perceber acabou inflando as bochechas.

Uma silhueta familiar estava se aproximando, foi chegando cada vez mais perto, até o momento que estavam se encarando novamente...

– Olá, eu me chamo Hanashi Riko! Seu nome é Tatsuya Mary certo? Gostei bastante de você, queria saber se gostaria de me acompanhar, posso te apresentar aos meus amigos e mostrar a escola! – Apresentou-se ela com um sorriso torto estampado em seu rosto.

Mary travou no momento, mas logo conseguiu responder.

– Eu gostaria Hanashi-san! M-Muito... – Desvio o olhar coçando a bochecha um pouco.

– Então vamos, e sem formalidades! Pode me chamar de Riko! – Exclamou Riko pegando a mão da garota dos olhos negros.

Riko levou Mary para seu melhor amigo, tal de Aitten, parecia amigável e engraçado.

Riko era uns 15 cm mais baixa que Mary, fazendo a garota dos olhos negros querer proteger a mais baixa, nunca entendeu isso, mas sempre quis cuidar e proteger os mais baixinhos que ela mesma.

Aos poucos foram conversando entre si, aprendendo um pouco sobre cada um, descobrindo novas amizades, tendo novas oportunidades...

O sinal tocou, todos voltaram para a aula, nada importante aconteceu o resto do dia, quando tinha batido o sinal Mary saiu da sala conversando animadamente com Riko, chegou ao portão e seu pai já estava esperando-a, despediu-se e foi correndo pro carro.

– Uau! Que animação é essa? O dia foi bom? – Perguntava o pai sorrindo feliz.

– Foi ótimo! Adivinha! Eu fiz amigos! – Contava Mary super feliz.

– Isso é maravilhoso! - Admirou-se o pai.

– Aham! – Concordou a garota.

Entraram no carro e durante o caminho Mary foi contando a seu pai como tinha sido o dia, chegando a casa correu pra seu quarto pegou seu diário e escreveu poucas palavras, mas o suficiente para serem lembradas.

04/08/2014

Quem diria que suas palavras me alegrariam tanto?

Quem me diria finalmente ter feito amizade com uma pessoa maravilhosa?

Sabe Hanashi Riko, você não é uma pessoa, é um anjo, o anjo que veio por mim.

Espero passar meus anos de vida com você Riko-chan!

'' É incrível como eu pude ser salva por uma que eu acreditava que seria como os outros ''